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sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Soldados resgatam Presidente do Equador


Com apoio popular, exército resgata Rafael Correa, que estava retido por policiais no hospital onde se tratava, por conta dos ferimentos, na tentativa de golpe no Equador, ocorrida ontem.

Uma rebelião policial por conta de supostos cortes de benefícios seria a senha para um golpe trabalhado há tempo pela direita equatoriana. 

Dois policiais teriam morrido no resgate.

Mídia:

De modo muito suspeito, os meios de comunicação privados deixaram de emitir transmissões durante o golpe.

Fidel Castro comenta reação dos EUA:

"O golpe já está perdido. Até (Barack) Obama e (Hillary) Clinton não terão outra alternativa senão condená-lo"

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Veja quem é quem no golpe de 2002 contra Chávez


Esse cidadão é facista e, por ser milionário, se acha no direito de usar uma concessão pública para fazer guerra ideológica a seu favor e ganhar mais dinheiro. Isso é justo?  

Saiba quem é quem no golpe de estado desferido pelos oligarcas venezuelanos em 11 de Abril de 2002:

Militares, clero conservador, central sindical pelega, empresários etc.
Todos identificados.

No minuto 09:35, aparece o dono da RCTV, Marcel Granier (foto), o mesmo que está aqui em Porto Alegre, no dia de hoje, falando em ... Democracia(!)

sexta-feira, 12 de março de 2010

Resistência popular de Honduras quer chamar assembleia constituinte para refundação do país

A Frente Nacional de Resistência Popular de Honduras (FNRP) anunciou, em atividade no último dia 9,  a realização de uma consulta à população para chamar a uma assembleia constituinte para a refundação do país.

Em um comunicado, a Frente informa que a ação ocorrerá no dia 28 de junho, ao se cumprir o primeiro ano do golpe militar que derrocou ao presidente Manuel Zelaya.
A ação militar, apoiada pelas cúpulas dos partidos tradicionais, sindicatos empresariais e pela igreja, impediu a celebração nesse dia de uma pesquisa nacional organizada pelo governo de Zelaya sobre uma constituinte.
Uma assembleia desse tipo é uma das principais demandas da FNRP, criada depois do golpe pelas organizações sindicais, camponesas, estudantis, de mulheres, partidos progressistas e as bases do Liberal.
No documento, a Frente destaca que essa assembleia "representará a vontade impostergável do povo para construir democracia verdadeira e transformar o sistema de injustiça e repressão instalado pela oligarquia".
Convoca também o Segundo Encontro pela Refundação de Honduras, que se realizará na ocidental cidade da Esperanza, nos dias 12, 13 e 14 deste mês.
Acrescenta que na reunião se continuarão as atividades para desenhar e exigir a assembleia nacional constituinte.
A constituição de Honduras foi aprovada em 1982, durante uma das ditaduras militares que assolaram a esta pequena nação no século passado.
No comunicado, a Frente condena a ingerência do governo dos Estados Unidos nos assuntos internos do país, levada a cabo mediante seu embaixador, Hugo Llorens.
A FNRP assegura que Llorens "de maneira vulgar tenta dar uma cara de legitimidade ao regime de facto mediante um falso diálogo nacional que ignora a rejeição maioritária da população à ditadura".
Reitera seu desconhecimento do governo do presidente conservador Porfirio Lobo, eleito nas questionadas eleições de 29 de novembro do ano passado.

Com informações de Prensa Latina

terça-feira, 9 de março de 2010

Dia Internacional da Mulher: feministas realizam Grande Agitação em Resistência


"Memória e justiça para as mulheres". É com este tema que mulheres, feministas, defensoras dos direitos humanos, estudantes, profissionais e pesquisadoras participarão, entre os dias 8 e 14 de março, em Tegucigalpa e La Esperanza, da "Grande Agitação Feminista em Resistência". A mobilização é organizada pelas Feministas em Resistência, participantes da Frente Nacional de Resistência Popular de Honduras (FNRP).

Além da Grande Agitação de Feministas, ocorrerá o II Encontro Nacional pela Refundação de Honduras "Instalação da Primeira Assembleia Nacional Constituinte Popular e Democrática", promovido por: Movimento pela Refundação de Honduras, Conselho Cívico de Organizações Populares e Indígenas de Honduras (COPINH), Movimento Amplo pela Dignidade e Justiça (MADJ), e todas as organizações da FNRP.

As ações serão para celebrar o centenário da declaração do Dia Internacional da Mulher, data para recordar as lutas das mulheres e para homenagear 129 trabalhadoras que morreram queimadas, em 8 de março de 1908, em um incêndio provocado pelo patrão, em Nova Iorque. No entanto, em Honduras, a data também será para denunciar a situação do país após o golpe de Estado.


"Denunciamos que em nossa nação se impôs um regime em que impera a repressão como política de Estado. A administração atual deu continuidade ao regime de fato instaurado após o golpe de Estado de 28 de junho de 2009. A ultradireita se instalou nas instituições do Estado em seu afã de deter, a qualquer custo, as reformas políticas que demanda nosso povo", destacam em comunicado.

As feministas ainda denunciam as violações aos direitos humanos e às garantias individuais de hondurenhos e hondurenhas. "Em sua tentativa de deter o curso da história, os poderosos recorrem à instauração de um Estado policial militar de corte fascista", afirma. Prova disto são os assassinatos de defensores/as de direitos humanos e membros da Frente. "Mais de 150 jovens foram assassinados, desaparecidos, torturados ou perseguidos por estarem vinculados à Resistência", denunciam.

Retirado de ADITAL 

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Honduras: O golpe de estado "Perfeito"


Por Larissa Ramina

“Os hondurenhos assistiram no dia 27 de janeiro ao último capítulo de um golpe de Estado perfeito”. Foi assim que o enviado especial do periódico espanhol El País em Honduras resumiu a posse do novo presidente. Os fatos falam por si: Porfirio Pepe Lobo assumiu a presidência, enquanto Manuel Zelaya partiu para o exílio e o usurpador do poder Roberto Micheletti foi nomeado deputado vitalício pelo Congresso e, assim como os militares, foi anistiado.

O presidente Manuel Zelaya, escorraçado por um golpe militar em junho de 2009 e trancado durante 129 dias na Embaixada do Brasil em Tegucigalpa, deixou seu país em direção à República Dominicana. Nada bastou para aplacar a crise: nem as negociações da OEA, nem a mediação do presidente costarriquenho Oscar Arias, nem a posição firme da diplomacia brasileira, nem o isolamento internacional. Zelaya, eleito democraticamente em 2005, acabou aceitando o exílio após uma batalha infrutífera de longos meses para recuperar a presidência de Honduras. Ao mesmo tempo, o novo presidente, que enfrentou em 29 de novembro eleições boicotadas pelos partidários do presidente deposto, bem como denúncias de fraudes, assumiu as rédeas do país para protagonizar o fechamento do golpe, sob o falacioso argumento do “fato consumado”.

A partida de Zelaya já era esperada, pois Pepe Lobo havia prometido um salvo-conduto para o presidente e sua família. Micheletti poderá, finalmente, considerar-se um vitorioso. Conseguiu dar cabo da democracia em Honduras, livrar-se definitivamente de Zelaya, empossar um novo presidente como se nada tivesse acontecido, e ainda ser declarado deputado vitalício. Venceu a queda de braço com a comunidade internacional, que se posicionou contra o golpe, cortou ajuda financeira e rompeu relações diplomáticas. A imagem de Porfirio Lobo, tomando posse como presidente ao lado de Romeo Vásquez, o recém-anistiado general envolvido no golpe, retrata o desfecho perfeito.

Não obstante, a tarefa de Pepe Lobo, representante da oligarquia hondurenha, não será fácil. O novo presidente terá que enfrentar o desafio de governar um país profundamente dividido politicamente e isolado internacionalmente. Zelaya foi destituído do poder em razão de seu distanciamento com a oligarquia. Num país onde os dois grandes partidos só se distinguem pela cor de seus emblemas, a cooperação com Cuba nas áreas de saúde e educação, e com a Venezuela nas áreas agrícola e energética, não pôde ser tolerada. Após uma espécie de conversão rumo a direções opostas ao neoliberalismo, obteve apoio de amplos setores do movimento popular hondurenho, que resistirão ao novo governo.

Por outro lado, a anistia recém-votada pelo Congresso para beneficiar todos os implicados no ocorrido não vai melhorar a imagem das novas autoridades, ainda que sob o manto do “princípio da reconciliação” argüido por Pepe, e a promessa de um governo de união nacional. Para coroar a situação, o golpe levou o país, um dos mais pobres do subcontinente, ao colapso econômico.

O isolamento internacional ficou comprovado na cerimônia de posse, que contou com a presença de meros três chefes de Estado – Taiwan, Panamá e República Dominicana, neste caso em virtude do interesse em retirar Zelaya do país. Isso demonstra que o reconhecimento da comunidade internacional não deverá ser desafio menor, em se tratando de um governo que simboliza a mais flagrante continuidade de um golpe de Estado.


LARISSA RAMINA é doutora em Direito Internacional pela USP e professora de Direito Internacional da UniBrasil.

Original em Carta Maior

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Paraguai, uma nova Honduras?

Há duas semanas, foi tornado público o conteúdo de um email de um pecuarista chileno de nome Avilés, residente no Paraguai há mais de 30 anos, que propõe a arrecadação de uma contribuição financeira entre seus pares empresariais para comprar armamentos, formar milícias e identificar e matar comunistas. Do mesmo modo que ocorreu em Honduras com as pequenas reformas de Manuel Zelaya, a rançosa elite paraguaia não suporta o ex-bispo como presidente. Só um parâmetro: fazer um simples cadastro das propriedades agrícolas já é uma medida revolucionária no Paraguai. O artigo é de Pablo Stefanoni.


Pablo Stefanoni (Semanário Pulso – Bolívia)


Data: 09/11/2009
Há pouco mais de um ano, o então bispo emérito Fernando Lugo conseguia a façanha: colocar fim a uma hegemonia de seis décadas do Partido Colorado, com uma aliança com os liberais e o apoio dos movimentos campesinos e populares de um país governado por máfias de todos os níveis, dedicadas a todo tipo de tráficos, contrabando e ilegalidades diversas, amparadas por um poder com o qual compartilhavam o botim. Ou simplesmente eram as máfias que exerciam, sem intermediários, o poder. O ditador Alfredo Stroessner foi o grande organizador deste modelo: fincou-se no trono nos anos 50 e lá ficou até ser afastado por seu genro, Andrés Rodríguez, um dos grandes narcotraficantes do país, em 1989. Os negócios precisavam continuar...mas em uma democracia. Os tempos tinham mudado.
Farto de continuísmo, não é casual que em um país onde a esquerda foi perseguida e quase exterminada, o anticomunismo tenha se tornado política de Estado (uma gigantesca estátua do líder chinês anticomunista Chiang Kai Chek repousa como recordação disso na avenida do mesmo nome em plena Assunção) e a moral pública permaneça como um imperioso objetivo a conquistar, os paraguaios tenham apostado em um bispo, de uma região popular, para tirar do fundo do poço a “ilha rodeada de terra, no dizer de seu principal escritor, Augusto Roa Bastos. Mas, para poder ganhar, Lugo se aliou com os liberais, um partido tradicional, que hoje controla o Parlamento com os colorados e os “colorados éticos” (uma contradição em todos os termos) do ex-golpista fascistóide Lino Oviedo.
Após chegar ao poder, a audácia do ex-clérigo para acabar com o velho Estado não foi exatamente sua principal qualidade. Mas, do mesmo modo que ocorreu em Honduras com as pequenas reformas de Manuel Zelaya, a rançosa elite paraguaia não suporta o ex-bispo como presidente. Só um parâmetro: fazer um simples cadastro das propriedades agrícolas já é uma medida revolucionária no Paraguai, onde latifundiários e brasiguaios (filhos de brasileiros nascidos no Paraguai) controlam suas fazendas na ponta de escopetas. Além disso, em setembro, Lugo anunciou o cancelamento de exercícios militares que seriam realizados por 500 militares dos Estados Unidos e efetivos do Paraguai, programados para 2010 sob o nome de “Novos Horizontes”.


“Não é prudente nem conveniente neste momento e poderia dar lugar a questionamentos entre os outros países irmãos do Mercosul e da Unasul”, disse então Lugo com um tom pastoral. “É uma decisão lamentável, mas a respeitamos. Esperamos que isso não seja um indício de rechaço ao resto de nossos programas”, reagiu a embaixadora dos Estados Unidos, Liliana Ayalde, com esse tom de sutil ameaça que o termo “esperamos” costuma ter na boca de diplomatas do país do Norte. E efetivamente, por enquanto, estão mantidos outros programas de cooperação, inclusive alguns na área militar. A política do “poncho yuru” (ficar ao centro, como a boca do poncho) não afastou, porém, os fantasmas da burguesia paraguaia sobre um trânsito do Paraguai para o “comunismo” de Chávez, Evo e Correa.


Há duas semanas, foi tornado público o conteúdo de um email de um pecuarista chileno de nome Avilés, residente no Paraguai há mais de 30 anos, que propõe a arrecadação de uma contribuição financeira entre seus pares empresariais para comprar armamentos, formar milícias e identificar e matar comunistas (ver mais abaixo). Essa proposta veio a público no momento em se colocava em marcha um plano para terminar com Lugo via terreno político. E na semana passada houve outra denúncia de um caso de paternidade não reconhecida: abundam os casos do ex-bispo que terminaram em gravidez de colaboradoras e empregadas. Como disse o jornalista Hinde Pomeraniec, “o celibato é imperfeito, o único perfeito é Deus”. Um pouco cínico, em todo caso.
O analista e dirigente político Hugo Richer explicou ao Pulso que Lugo tratou de se manter em sua postura de “poncho yuru”, com um discurso político progressista, uma política econômica com componentes neoliberais (projeto de privatização de estradas, por exemplo) e uma política social assistencialista. No entanto, acrescenta, Lugo não renunciou a implementar a reforma agrária, as mudanças no Poder Judiciário e outros pontos importantes de seu programa. E é por isso que a oligarquia e os partidos da direita iniciaram uma forte ofensiva, onde certos meios de comunicação desempenham um papel fundamental. Não toleram a presença de Lugo no governo e estão dispostos a tirá-lo de lá pela via que for. Identificam-no com o socialismo do século XXI e com Chávez e Evo Morales.
Para além do fato de que isso não é bem assim, o que não suportam é seu relativo distanciamento da política do império. Eles sabem que Lugo não dará uma orientação socialista ao governo, mas o grande temor é que o cenário político aberto permita o crescimento da esquerda, em seu amplo espectro. Não deixa de ser tragicômico a razão pela qual a direita fundamenta o pedido de afastamento político de Lugo: o fato dele ter afirmado em um bairro popular que os ricos se opõem ao processo de mudança. “Os que genuinamente querem mudar o país são os que não têm contas bancárias, são os que não saem todos os dias nas páginas sociais da imprensa, os que querem seguir olhando o passado em seus privilégios (...) em defesa de suas poupanças em bancos internacionais; isso eles não querem mudar.”
Discurso inofensivo? Pode ser, mas não no Paraguai das mansões insultuosas rodedas de miséria, moscas e cheiro de laranjas. O ex-candidato presidencial Pedro Fadul, do partido Pátria Querida, quarta força parlamentar, classificou de “criminoso” o conteúdo do discurso de “confrontação”, que “fere a alma e o espírito”...É curiosa, em qualquer caso, a capacidade de indignação do “espírito” desta burguesia mafiosa.
Possivelmente, a direita paraguaia tenha aprendido com os gorilas hondurenhos que não é bom tirar Lugo do poder, vestido de pijamas, de madrugada, e enviá-lo a algum país vizinho em um “avião pirata”, mas isso não significa necessariamente que ela tenha deixado de lado suas ambições desestabilizadoras, mas sim, simplesmente, que decidiu ser mais cuidadosa.
Para isso, controla o Congresso, onde poderia destituí-lo legalmente. O Partido Liberal Radical Autêntico (PLRA), do vice-presidente Federico Franco, que passaria a ocupar a presidência em caso de triunfo deste “golpe light”, praticamente deixou de ser um partido de governo: uma boa parte de sua cúpula, de seus senadores e deputados se jogaram abertamente no julgamento político das últimas semanas. Somente o grupo daqueles que ocupam cargos ministeriais podem ser contados, no momento, entre os supostamente leais ao governo.
Por isso, há uma semana, Lugo chamou a todos os partidos de esquerda (incluindo os social democratas) para coordenar um novo bloco político de sustentação de seu governo. Destas reuniões saiu uma inédita aliança no Paraguai, onde a esquerda nunca se uniu, menos ainda com as frações social democratas. É uma iniciativa que conta, além disso, com o apoio de organizações campesinas, as de maior capacidade de mobilização no país. O objetivo é organizar a resistência à tentativa de processo político e de uma possível destituição do presidente. Como demonstra a consolidação no poder dos golpistas hondurenhos, o rechaço da “comunidade internacional” não é suficiente para repor a democracia se não há uma real base de mobilização interna como ocorreu em 2002, na Venezuela.


“Por enquanto, a estratégia do julgamento político se debilitou”, explica Richer. E na semana passada Lugo afastou a cúpula militar logo após denunciar a existência de bolsões golpistas no âmbito das Forças Armadas. Enquanto isso, a direita trata de identificar Lugo com as ações do suposto grupo guerrilheiro acusado de sequestrar o pecuarista Fidel Zavala (é o quarto seqüestro atribuído a este grupo). O ministro do Interior, Rafael Filizzola responsabilizou de fato um suposto grupo subversivo de esquerda vinculado às FARC da Colômbia, denominado Exército Paraguaio do Povo (EPP), cuja existência efetiva nunca foi demonstrada.


“As Forças Armadas não merecem um comandante em chefe como Lugo”, disparou o ex comandante das Forças Armadas e atual dirigente colorado, Bernardino Soto Estigarribia, que descartou, por outro lado, que algum militar vá se envolver em um possível processo político para fazer um golpe. Segundo ele, os militares, após muito esforço, estão alinhados ao regime institucional e sabem que o delito por golpismo não prescreve. Mas, outra vez, ouve-se: não é nenhum delito destituir “democraticamente” ao presidente mediante um processo político. “É uma distorção maliciosa falar de golpe de Estado, mas não é um disparate falar de um processo político”, disse o analista político Gonzalo Quintana ao jornal La Nación, de Buenos Aires. O titular do Parlamento paraguaio, senador Miguel Carrizosa, confirmou que “existiu um diálogo informal” entre as distintas forças políticas para avaliar a possibilidade de um processo político, ainda que, no momento, “não tenha os votos suficientes”.
Mas em um país onde muitas coisas se compram e se vendem, talvez esse número de votos possa ser obtido amanhã. “Lugo fez um discurso incendiário incentivando a luta de classes e a oposição não pode ficar calada”, disse o analista Carlos Redil, - cujo espírito também parece indignado. Ele acredita que, por enquanto, não estão dadas as condições para um afastamento, apesar de o presidente “estar demonstrando uma real incapacidade para governar”.
Afinal de contas, qual é então o tema central do que se passa no Paraguai – pergunta-se Richer. “A tremenda crise dos partidos tradicionais e o desespero de uma oligarquia ultraconservadora. Essa crise nos leva a profundas contradições internas, agravadas pela falta de um funcionamento institucional. Não há possibilidade de acordar um consenso que consolide um novo modelo de acumulação. A junção de latifundiários (de terras mal havidas) empresários que enriqueceram com a influência do velho poder, e vinculações com a máfia de todo tipo, impedem uma reação rumo a uma proposta de consolidação da democracia e de produção de certas mudanças que a cidadania espera. Amplos setores seguem esperando que Lugo caminhe nesta direção”.
Não faltam problemas no governo Lugo, mas nenhuma de suas falências está ausente em seus opositores (pelo contrário, multiplicam-se aos milhares), os quais substituíram faz tempo suas biografias por verdadeiros prontuários. É possível que, com todos seus limites, Lugo seja somente um dique de contenção para que o infortúnio não volte a tomar as rédeas (Roa Bastos, outras vez) neste castigado país sulamericano.




Correio eletrônico apreendido de um pecuarista


Assunto: Comandos anticomunistas


Estimados amigos:


Já é hora de colocarmos as bombachas. Até quando teremos que esperar para combater estes comunistas filhos da puta que estão querendo destruir nosso querido Paraguai, como fizeram os Allendistas no Chile, desde 1968, até o 11 de setembro de 1974, ou então nos convertermos em uma Nova Colômbia.
Quantos pais, irmãos e filhos teremos que enterrar para poder reagir. Quanto luto e dor terão que suportar nossas mães, esposas ou filhas antes de liquidar esta peste representada pelos subversivos comunistas.
Todos sabemos que este governo não somente os esconde os ajuda, dá dinheiro e alimentos a eles, fecha os olhos ante o avanço da guerrilha, em vez de ordenar imediatamente a saída das tropas para a zona em questão, para cercar com pinças de fogo, capturar esses bandidos e executa-os no lugar onde forem encontrados. Os verdadeiros responsáveis de tudo isso são Fernando Lugo, Lopez Perito, Marcial Congo, Camilo Suarez (os intelectuais), Pakoba Ledesma, Elvio Benites e outros (os idiotas úteis), Magda Meza, Cetrine, etc., etc. (os executores).
É hora de despertar:
1. Juntar dinheiro para libertar o amigo Fidel Zabala
2. Juntar dinheiro para nos organizar, como eles, mas em sentido contrário (no Chile, nos anos 1970, deu resultado)
3. Juntar dinheiro para que tenhamos os AR-15, AK-47, etc.
4. Perseguir, capturar e liquidar fisicamente a todos os comunistas que atentam contra nossas vidas e posses.
5. Comunicar publicamente ao governo do Sr. Lugo, que sua festa está acabando, que seu idílio com Chávez, Morales, Correa, Castro e outros, tem os dias contados. Que Filizzola saiba que, ou faz algo para terminar com tudo isso, ou que esteja pronto para sair do país.
Eu pessoalmente já vivi e passei por tudo isso e não permitirei que volte a ocorrer com meu novo e querido país, muito menos com minha família e amigos. Nestas situações, devemos nos unir, estar dispostos a matar e a morrer, mas nunca a esmorecer, ou senão seremos vítimas como foram os salvadorenhos, os cubanos, os colombianos e os bolivianos.


Pela formação do Comando Anticomunista Paraguaio (CAP)


Eduardo Avilés L.


segunda-feira, 30 de novembro de 2009

EUA reconhecem vitória de candidato golpista

Os EUA reconheceram as eleições de mentira realizadas pelo governo golpista Hondurenho.
Através de pronunciamento de Arturo Valenzuela, secretário de Estado adjunto para o Hemisfério Ocidental, o governo dos Estados Unidos reconheceu a vitória de Porfirio Lobo.
Com isso, fica cada vez mais evidente de que lado encontra-se o império.
Segundo meios alternativos, cerca de 20% da população participou das eleições.


Honduras: Repressão e indício de fraude nas eleições de mentirinha

O candidato de direita, Porfirio Lobo é declarado vencedor das eleições ilegítimas realizadas pelo governo golpista de Honduras.
Não bastasse isso, há inúmeros relatos de enxerto de votos, entre outras medidas, para dar um verniz democrático ao processo que, por si só, já se trata de uma fraude.
A população realizou uma série de protestos em todo país, o aparato de repressão atacou o povo em vários lugares.

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Direita nicaraguense mata militante sandinista a pedradas

O mecânico Rafael Aníbal Luna Ruiz, de 42 anos, foi morto a pedradas por um dos grupos de direita que realizaram manifestação contra o governo de Rafael Ortega.

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

A "renúncia" do golpista em Honduras

"Pretendo ausentar-me do exercício de minhas funções públicas por um período que poderia iniciar no dia 25 de novembro até 2 de dezembro, decisão que tomarei em consulta com os representantes dos diversos setores hondurenhos que me acompanharam durante esse processo"
Essa é a declaração do presidente golpista Micheletti, cujo propósito declarado é buscar legitimar as eleições frias de 29 de novembro.


"O exército já está preparado para conter o boicote das eleições", segundo os líderes golpistas, mas o que esses bandidos pretendem?
Forçar o povo a votar?

Os EUA pretendem reconhecer o governo que for eleito, sendo que Manuel Zelaya, presidente derrubado, não é candidato, e permanece sitiado na embaixada brasileira.

Na Práxis
Com informações de BBC e Aporrea

Atenção: Cheiro de golpe na Nicarágua


A oligarquia nicaraguense, juntamente com partidos de direita, ONGs, associações , meios de comunicação privados e certas embaixadas estrangeiras, está organizando uma grande manifestação contra o governo Ortega para o dia 21 de novembro.
Uma dessas organizações é a tal Internacional Liberal, da qual o mandatário golpista de Honduras, Roberto Micheletti, é vice-presidente.

Ele foi nomeado para o cargo pelo presidente da organização, Hans van Baalen, um  político da direita holandesa, que é deputado do parlamento europeu.


Johannes (Hans) Cornelis van BAALEN  


Hans van Baalen viajou à Nicarágua há poucos dias, para ajudar na organização da oposição. 
Muito provavelmente, esta ação terá o formato de marcha ao palácio presidencial.
Van Baalen reuniu-se com alguns generais durante sua estada no país. (Info acrescentada em 20/11/2009)

Isso lembra o golpe de 2002, contra o presidente Hugo Chávez Frias, na Venezuela.
Isso lembra as famigeradas revoluções coloridas arquitetadas pela CIA (como a "Revolução Laranja", na Ucrânia, que levou um candidato pró EUA ao poder). 
Isso lembra o banho de sangue gerado pelas ditaduras na América Latina. 
Os sandinistas também estão organizando sua marcha, para o mesmo dia.
Após 16 anos de governos neoliberais, a Frente Sandinista de Libertação Nacional volta ao poder, através das eleições.
Daniel Ortega, que durante o período revolucionário teve de preocupar-se com os "contras"(paramilitares de direita financiados pelos EUA), agora governa com minoria no parlamento da Nicarágua, e enfrenta uma tenebrosa onda de ataques midiáticos. 
Depois do caso de Honduras, que passou por um tão golpe descaradamente truculento (a ponto de gerar timidez nas manifestações dos Estados Unidos e de vários governos de direita), a elite da Nicarágua parece mais esperta ,e tende a seguir fielmente os tradicionais passos para um golpe: 
  • Desmoralização interna e externa do governo instituído, através de pesada campanha midiática.
  • Passar a idéia de que o governo atual "divide os compatriotas". 
  • Passar a idéia de que o governo atual "atenta contra a democracia". 
  • Boicotes e Lockouts. 
  • Sabotagens. 
  • Articular essas ações, seguindo um discreto calendário golpista, para gerar o máximo de desestabilização no país, a fim de creditar a culpa no governo instituído. 
  • Produção de um massacre, para em seguida colocar a culpa no presidente, criando o clima adequado para o golpe.
Já vimos isso antes, fiquemos vigilantes em relação à Nicarágua.

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Espionamos a URSS para a CIA? Ministro brasileiro atuou para a CIA? - Objeto para os jornalistas investigativos, ou não...



Em meio à pirotecnia gerada pela grande imprensa em relação à revelação da irmã de Fidel e Raul de que, além de ter traído a revolução, operou para a CIA, temos um belo objeto para o jornalismo investigativo:


O Brasil espionou a União Soviética para os EUA?
Ministro brasileiro atuou para a CIA?
Segundo Juanita Castro, ela foi recrutada por Virgínia Leitão da Cunha, esposa do embaixador brasileiro em Havana, Vasco Leitão da Cunha.


Numa rápida pesquisa, podemos observar que depois de servir em Cuba, Vasco foi ser embaixador na URSS, residindo por lá a partir de abril de 1962.




É muito provável que ele tinha conhecimento da relação de sua esposa com a CIA, é muito provável que ele tenha tido ligações com a agência.
Sendo assim, acompanhou a chamada Crise dos Mísseis (outubro de 1962) servindo em Moscou e tendo conhecimento da conjuntura da revolução cubana.
Sendo assim, é muito provável que ele tenha atuado para a CIA em plena União Soviética, e durante o governo Goulart.


Em outra rápida pesquisa, podemos ver que, após o golpe de 1964, Leitão da Cunha foi ministro das relações exteriores do governo brasileiro!
Sua política foi marcada por uma orientação completamente pró-americana.
Numa das reuniões do "Conselho de Segurança Nacional", ocorrida em menos de um mês após o golpe, Vasco, ao defender o rompimento de relações com Cuba falou o seguinte:






"O governo brasileiro tem razões de sobra para romper sem mais delongas com o governo de Havana. Do ponto de vista político e psicológico, será um golpe extremamente forte no moral do atual governo de Cuba. O Brasil dará a outros países do mundo a advertência de que não tolerará interferência nem ação comunista em seu território e não pactuará com o comunismo no hemisfério".


Com essa belíssima folha de serviço, podemos despertar todas as desconfianças do mundo em relação à atuação deste finado diplomata em Cuba, na URSS e no nosso país.


Mais uma história coberta pelo véu de sangue da ditadura civil-militar no Brasil.

NA PRÁXIS - a declaração na reunião do conselho de segurança nacional foi retirada de Visão Crítica 

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

OEA pede fim de torturas contra embaixada brasileira

 

A Organização dos Estados Americanos (OEA) exigiu, nesta quarta-feira (21), que o governo golpista de Honduras ponha fim às
torturas e pressões psicológicas contra a embaixada brasileira em Tegucigalpa, onde continua abrigado o presidente constitucional do país, Manuel Zelaya.

Em reunião extraordinária do Conselho de Segurança da entidade, o representante do Brasil na OEA, Ruy Casaes, afirmou que os ocupantes da embaixada enfrentam um assédio "desumano e irracional", em "flagrante violação das normas internacionais que cuidam da promoção e proteção dos direitos humanos".

Casaes assegurou que o regime de Roberto Micheletti vem "progressivamente sofisticando suas técnicas de tortura", inclusive com "novas modalidades de tortura psíquica". Ele apresentou uma lista de assédios promovidos pelos golpistas, como a colocação de holofotes permanentemente apontados para a casa e a produção de ruídos a fim de impedir o sono das cerca de 50 pessoas que estão no prédio.

Além disso, há policiais postados em plataformas que miram a casa com fuzis e vigiam o movimento do interior; restrição de entrada de alimentos, que são cheirados por cachorros e expostos ao sol por horas; e falha na coleta de lixo. Casaes disse haver ainda indícios inequívocos da presença de bloqueadores de celular, assim como grampo nos telefones fixos e abuso nas revistas das pessoas que entram na embaixada.

O brasileiro contou que recebeu uma mensagem por correio eletrônico do encarregado de negócios do Brasil, Lineu Pupo de Paula, em que este relatava que a noite da última quarta-feira foi a pior desde que Zelaya chegou à sede diplomática.

"Há mais de meia hora uma caixa de som potente toca marchas militares e uma música chamada 'Golondrinas', aparentemente um pássaro vinculado à morte, no máximo volume", escreveu o encarregado. "Sem dúvida, isso é tortura", concluiu Casaes.

As denúncias foram reiteradas por Víctor Meza, membro do grupo de diálogo de Zelaya, que assegura que a pressão contra a embaixada tem sido crescente. "Passaram dos gritos, dos uivos de feras à música estridente, ao rock pesado", relata.

Reunido em Washington, o Conselho Permanente da OEA "condenou energicamente" os "atos hostis" e a "intimidação" praticada pelo golpistas contra a sede diplomática e exigiu "o fim imediato destas ações", em declaração aprovada por consenso.

A OEA pede, ainda, o "respeito à Convenção de Viena e aos instrumentos internacionais sobre direitos humanos, além da retirada de qualquer força repressiva do entorno da embaixada".


Tensão segue no país
As conversas entre representantes do presidente legítimo Manuel Zelaya e do governo ditatorial de Roberto Micheletti estão paralisadas desde segunda-feira (19), quando os golpistas apresentaram uma proposta que foi recusada pelo presidente constitucional.

Os golpistas propunham que a decisão sobre o retorno de Zelaya ao poder caberia à comissão negociadora, e não à Assembleia Nacional de Honduras, como pretendia Zelaya. Além disso, a proposta não incluía prazos para o cumprimento das medidas.

Em comunicado, os representantes de Zelaya anunciaram que o diálogo continua aberto, mas que não voltarão à mesa de negociações até receberem propostas sérias que conduzam a uma solução negociada do conflito.

Nas ruas do país, a tensão prossegue, agora por conta da nova medida do governo golpista que tornou necessário pedir à polícia permissões 24 horas antes da realização de manifestações.

Na quarta, soldados cercaram um protesto da Frente Nacional contra o Golpe de Estado e impediram seus integrantes de seguir em marcha até o centro da capital.

Retirado do Brasil de Fato

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

O Golpe em Honduras e a base militar americana

Artigo de  Nikolas Kozloff da Counterpunch, traduzido para o português por Luiz Carlos Azenha do Vi o Mundo:



A mídia corporativa deixou cair a bola outra vez num aspecto-chave da situação em Honduras: a base aérea dos Estados Unidos em Soto Cano, também conhecida como Palmerola. Antes do recente golpe militar o presidente Manuel Zelaya declarou que transformaria a base em aeroporto civil, uma mudança à qual o ex-embaixador [Negroponte] se opunha. Além disso, Zelaya pretendia tocar o projeto com financiamento venezuelano.

Por anos antes do golpe as autoridades hondurenhas discutiam a possibilidade de converter Palmerola em uma aeroporto civil. As autoridades argumentavam que Toncontín, o aeroporto internacional de Tegucigalpa, era muito pequeno e incapaz de lidar com grandes aeronaves comerciais. Uma instalação antiga, datada de 1948, Toncontín tem uma pista curta e equipamento de navegação primitivo. O aeroporto é cercado por montanhas que faz dele um dos aeroportos internacionais mais perigosos do mundo.

Palmerola, por sua vez, tem a melhor pista do país com 8.850 pés de comprimento e 165 pés de largura. O aeroporto foi construído na metade dos anos 80 ao custo de 30 milhões de dólares e foi usado pelos Estados Unidos para abastecer os contras durante a guerra indireta dos Estados Unidos contra os sandinistas da Nicarágua assim como para conduzir operações de contrainsurgência em El Salvador. No ápice da guerra dos contra os Estados Unidos tinham mais de 5 mil soldados estacionados em Palmerola. Conhecida como "o porta-aviões que não afunda" dos contras, a base tinha Boinas Verdes e agentes da CIA que assessoravam os rebeldes da Nicarágua.

Mais recentemente tem havido entre 500 e 600 soldados nas instalações que também servem como base aérea de Honduras e centro de treinamento de pilotos. Com a saída dos Estados Unidos do Panamá em 1999, Palmerola se tornou uma das poucas pistas à disposição dos Estados Unidos em solo da América Latina. A base está localizada a cerca de 30 milhas ao norte da capital Tegucigalpa.


Leia o restante em Vi o Mundo

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Honduras e o futuro das Américas - Por Luís Carlos Lopes


O caso de Honduras traz a memória de tantos golpes de Estado e de governos ditatoriais, comuns na América Latina, entre as décadas de 1960 e 1980. A América Central, onde fica este pequeno país, foi afogada em sangue, miséria e ignorância, a partir de episódios similares. Nenhuma ditadura trouxe a paz e a conciliação, baseada em algum nível de justiça social. Nesta região, elas geraram incruentas guerras civis revolucionárias, respondidas a política de terror de Estado, baseadas no controle da opinião, na tortura e em execuções sumárias. A ordem e a normalidade constitucional pretensamente pretendida pelos ditadores, sempre significaram um poço sem fundo, um mundo sem solução.

O modelo costa-riquenho – o coração civil das Américas – foi desdenhado pelos verdadeiros sujeitos articuladores destes tipos de governo. O esquema é simples. As elites agro-exportadoras, os proprietários das terras e dos negócios, aliavam-se às incipientes burguesias locais e às frágeis classes médias. Iam ao poder garantindo pela força militar seus negócios e privilégios. Oprimiam a maioria, sem qualquer cerimônia, tal como no passado colonial espanhol.

As forças armadas funcionavam como instrumentos de políticas das mesmas elites, fundindo-se, tais como partidos políticos, às frentes da reação e do controle da população. Perdiam qualquer finalidade de defesa do país e se transformavam em gendarmes de controle da população. Aceitavam um papel subalterno e, dizendo-se patrióticas, defendiam de fato os patrões internos e externos. Os militares transformavam-se em grandes polícias fardadas especializadas em tentar conter qualquer tentativa de melhoria social ou de democratização, mesmo que formal.

Durante muito tempo, esta solução de força contou com o apoio norte-americano que, em algumas oportunidades, chegou a intervir militarmente na região. Os poderosos interesses econômicos e políticos-estratégicos norte-americanos, mormente depois do sucesso da revolução cubana, mas mesmo antes, fundamentaram um apoio irrestrito à opressão centro-americana.

Questões étnicas e culturais ajudaram a completar o quadro dantesco de uma região tributária das maravilhosas e antigas culturas indígenas americanas, sobretudo, da civilização maia. Ainda hoje, no caso hondurenho, vê-se que Zelaya é um mestiço de brancos com índios e Micheletti, pelo nome, figura e arrogância, é um membro das elites brancas originário de imigrações mais recentes. As imagens das ruas de Tegucigalpa mostram a real identidade étnica do país que deveria ser motivo de orgulho e não do desprezo conhecido que as elites brancas lhe devotam.

Em Honduras, um passado que parecia superado voltou com força total. O pesadelo retornou, como um filme de terror de péssimo gosto. As técnicas são as mesmas de sempre. O governo golpista mente e mente contando com a benevolência das direitas mais raivosas das Américas. No Brasil, elas estão em polvorosa. Viúvas e saudosos da ditadura deixaram cair a máscara, declarando que desejariam que o país não tivesse adotado a postura da defesa de Zelaya.

A política de Estado de Honduras é a dos militares, a da repressão e a da tentativa de controlar as massas que não foram reduzidas à nova ordem. Censura, prisões, mortes etc compõem o esforço destes fascistas de almanaque de impedir o retorno ao poder do presidente eleito.

A estratégia dos usurpadores do poder, agora chamados por parte das grandes mídias brasileiras de ‘governo interino’ é de tentar fazer eleições fraudulentas e controladas pela força das armas. Estas serviriam para legitimar o novo governo frente aos olhos internos e, sobretudo, buscando a aprovação norte-americana e européia. Eles querem criar a ilusão de democracias burguesas de araque, tal como existem, em outros países latino-americanos.

O problema é que a volta de Zelaya, contando com o apoio explícito do governo brasileiro, atrapalhou o planejado. Agora, ninguém sabe o que virá ocorrer. O controle estritamente militar das massas é tarefa difícil. Zelaya vem demonstrando coragem e, ao contrário do velho script latino-americano, não aceitou asilar-se e cuidar de sua própria vida.

Não é difícil recordar, guardando-se as proporções, da figura de Allende, resistindo até a última bala no Palácio La Moneda. De dentro da embaixada brasileira, protagonizando um episódio político e diplomático inédito, o presidente hondurenho continua a resistir e a propor ao seu povo a clássica desobediência civil. Pela primeira vez, o governo brasileiro honra com imensa dignidade seus compromissos com a normalidade democrática do conjunto das Américas.
Os Estados Unidos, ao contrário do passado, não se alinharam automaticamente. Obama não apóia e nem pensa em se meter diretamente na questão, em virtude dos problemas internos gerados pela crise econômica que o país vem enfrentando e por priorizar outros interesses geopolíticos, tal como a questão iraniana. Pela primeira vez, na história latino-americana, ao invés de apoiar um golpe de Estado, o governo brasileiro o condenou clara e abertamente na assembléia geral das Nações Unidas. Portanto, ainda não é possível saber o desfecho desta história. Todavia, desta vez o golpe e os golpistas, mesmo se vitoriosos, pagarão pelos seus atos, destoando do passado, onde facilmente se legitimavam.


Reproduzido de Carta Maior

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

OEA confia no diálogo entre Micheletti e Zelaya, movimentos sociais não

Esperança. Esse é o sentimento da delegação da Organização dos Estados Americanos (OEA) acerca do diálogo entre governo provisório e deposto de Honduras, país que visitou na última quarta (7). Já a Frente Nacional de Resistência ao Golpe de Estado considerou a conversa como "um sonho" que deixou "mau sabor na boca". O motivo: as partes só aceitaram discutir dois dos onze pontos do Acordo de San José. Hoje (9), manifestações a favor do deposto Manuel Zelaya tomaram a capital Tegucigalpa. Os grupos populares, representados pela Frente, emitiram, hoje, um comunicado pessimista em relação ao diálogo. "Cada vez mais claro que o ‘diálogo Guaymuras’ [antigo nome de Honduras] foi um sonho para aparentar atitude conciliadora de uma oligarquia que continua reprimindo, matando e negando a liberdade", disse em referência ao governo provisório de Roberto Micheletti.
A Frente denunciou que, enquanto o governo de fato estabelecia o "enganoso diálogo", "a polícia e o exército empreendiam novamente ações repressivas contra os militantes". A ação ocorreu na quarta, em frente à embaixada estadunidense em Tegucigalpa.
Zelaya também se demonstrou pessimista sobre o diálogo, afirmando que o governo provisório "não entende a linguagem da paz e a civilização porque promove a barbárie e a força".
"Eu sou otimista ante qualquer cenário de diálogo, mas não quero, tampouco, apresentar falsas expectativas sobre a vontade dos que deram o golpe de Estado, que é sumamente negativa", disse ontem (8), em entrevista coletiva, na embaixada brasileira em Tegucigalpa, onde está desde o último dia 21 de setembro.
Já a missão da OEA "está convencida que o diálogo iniciado com participação direta das partes pode conduzir à superação da crise política em que se encontra envolvido o país desde 28 de junho", disse em comunicado emitido hoje (9).
Na última quarta, estiveram em Tegucigalpa o secretário geral da OEA, José Miguel Insulza, um representante da Organização das Nações Unidas (ONU), onze de países americanos e um da Espanha, país observador da OEA. Eles mediaram o "Diálogo de Guaymuras", entre três representantes do governo provisório de Honduras e três do deposto, mas não obtiveram êxito imediato.
A OEA pede a aceitação do Acordo de San José, proposto pelo presidente costarriquenho e mediador inicial do conflito hondurenho, Óscar Arias.
Entre as medidas, está a restituição do presidente Zelaya, deposto pelas forças militares de Honduras no último dia 28 de junho. No entanto, o acordo proíbe a convocatória de uma Assembleia Nacional Constituinte, exigência dos movimentos sociais do país.
No diálogo, os governos provisório e deposto só aceitaram discutir dois dos onze pontos do Acordo de San José: a anistia aos golpistas e a restituição de Zelaya ao poder. A informação foi dada hoje pelo ministro salvadorenho de Relações Exteriores, Hugo Martínez, em entrevista a uma televisão local.
Hoje pela manhã, um marcha a favor do presidente deposto Zelaya saiu da universidade Pedagógica, na capital Tegucigalpa. Pela tarde, os bairros e as colônias da cidade foram tomados pelos protestos. As informações são do boletim da Frente. 


Reproduzido de Adital

 

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Fotos dos massacres em Honduras





Tiro, bombas, prisões sem mandado judicial, tortura e assassinatos, esse é o governo golpista do gorila Micheletti em Honduras.
Abaixo algumas fotos ainda não publicadas por meios digitais brasileiros, publicadas pelos Blogs da Resistência Hondurenha.




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