quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Espionamos a URSS para a CIA? Ministro brasileiro atuou para a CIA? - Objeto para os jornalistas investigativos, ou não...



Em meio à pirotecnia gerada pela grande imprensa em relação à revelação da irmã de Fidel e Raul de que, além de ter traído a revolução, operou para a CIA, temos um belo objeto para o jornalismo investigativo:


O Brasil espionou a União Soviética para os EUA?
Ministro brasileiro atuou para a CIA?
Segundo Juanita Castro, ela foi recrutada por Virgínia Leitão da Cunha, esposa do embaixador brasileiro em Havana, Vasco Leitão da Cunha.


Numa rápida pesquisa, podemos observar que depois de servir em Cuba, Vasco foi ser embaixador na URSS, residindo por lá a partir de abril de 1962.




É muito provável que ele tinha conhecimento da relação de sua esposa com a CIA, é muito provável que ele tenha tido ligações com a agência.
Sendo assim, acompanhou a chamada Crise dos Mísseis (outubro de 1962) servindo em Moscou e tendo conhecimento da conjuntura da revolução cubana.
Sendo assim, é muito provável que ele tenha atuado para a CIA em plena União Soviética, e durante o governo Goulart.


Em outra rápida pesquisa, podemos ver que, após o golpe de 1964, Leitão da Cunha foi ministro das relações exteriores do governo brasileiro!
Sua política foi marcada por uma orientação completamente pró-americana.
Numa das reuniões do "Conselho de Segurança Nacional", ocorrida em menos de um mês após o golpe, Vasco, ao defender o rompimento de relações com Cuba falou o seguinte:






"O governo brasileiro tem razões de sobra para romper sem mais delongas com o governo de Havana. Do ponto de vista político e psicológico, será um golpe extremamente forte no moral do atual governo de Cuba. O Brasil dará a outros países do mundo a advertência de que não tolerará interferência nem ação comunista em seu território e não pactuará com o comunismo no hemisfério".


Com essa belíssima folha de serviço, podemos despertar todas as desconfianças do mundo em relação à atuação deste finado diplomata em Cuba, na URSS e no nosso país.


Mais uma história coberta pelo véu de sangue da ditadura civil-militar no Brasil.

NA PRÁXIS - a declaração na reunião do conselho de segurança nacional foi retirada de Visão Crítica 

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