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terça-feira, 29 de junho de 2010
quinta-feira, 15 de abril de 2010
Estados Unidos e Honduras inauguram base naval na fronteira com a Nicarágua
A base de Caratasca fica no departamento de Gracias a Dios, no nordeste de Honduras, e consiste em uma estrutura de edifícios, um centro de operações e um porto
Por Marina Terra
O presidente das Honduras, Porfírio Lobo e o embaixador dos Estados Unidos no país centro-americano, Hugo Llorens, inauguraram nesta quinta-feira (08/04) as instalações de uma base naval financiada pelos estadunidenses, supostamente criada para combater o narcotráfico na região.
A base de Caratasca, no departamento (estado) de Gracias a Dios, no nordeste de Honduras, fronteira com a Nicarágua, consiste em uma estrutura de edifícios, um centro de operações e um porto, avaliada em dois milhões de dólares. Os presidentes afirmaram que a base ficará sob coordenação da Marinha hondurenha, porém, será assessorada por oficiais do Comando do Sul dos EUA - organização militar ligada ao Departamento de Defesa estadunidense e responsável pelas operações de Washington na América Latina.
Os EUA já instalaram em Honduras a base aérea Coronel Soto Cano, em Palmerola, no departamento de Comayagua, com capacidade para a aterrissagem de aviões de grande porte. Trabalham na instalação cerca de 600 funcionários estadunidenses. Em 1981, quando foi ativada pelo governo Reagan, ela foi usada como base de operações para os “Contra”, forças paramilitares treinadas e financiadas pela CIA, encarregadas de executar a guerra contra os movimentos esquerdistas na América Central particularmente contra o governo sandinista da Nicarágua.
Na administração do ex-presidente Manuel Zelaya, deposto por meio de um golpe de Estado em junho de 2009, foi cogitada a possibilidade de desativar a base para transformá-la em um aeroporto civil. As autoridades afirmavam que Toncontín, o aeroporto internacional de Tegucigalpa, era pequeno demais e incapaz de lidar com os grandes aviões comerciais. O embaixador estadunidense em 2006, Charles Ford, foi contra a idéia, porém, ficou definido que em substituição seria criada uma base na fronteira com a Nicarágua, como a de Caratasca.
Segundo o jornal hondurenho Tiempo, Lobo agradeceu o governo dos EUA pelo “magnífico aporte” feito e disse que é importante “o comprometimento estabelecido para reforçar os mecanismos que garantam um melhor controle sobre o narcotráfico, que tanto castiga Honduras”.
Em 2009 foram apreendidos em Honduras mais de 13 mil quilos de cocaína e se registraram 50 tentativas de aterrissagens de aviões identificados como pertencentes ao tráfico de drogas e 300 casos por via marítima.
Resistência
Também nesta quinta-feira a Frente Nacional de Resistência Popular contra o Golpe de Estado de Honduras enviou uma carta à OEA (Organização de Estados Americanos), pedindo que intervenha pela restauração da democracia e da ordem institucional no país centro-americano.
Desde que Lobo assumiu, em 27 de janeiro, foram cometidos mais de "dez assassinatos políticos", expressou a organização ao secretário-geral da OEA, José Miguel insulza. Segundo a Frente Nacional de Resistência, as pessoas assassinadas "por sicários hondurenhos", que foram acusadas de serem supostos paramilitares colombianos, eram na verdade dirigentes sindicais, professores, camponeses e militantes políticos.
Ainda no texto, o grupo denunciou que Lobo prega o "discurso do diálogo e da reconciliação", mas seu regime continua com "as mesmas posições da ditadura" de Micheletti, "incorporando os rostos visíveis do golpe de Estado".
Em um trecho da carta, a frente também pediu o retorno de Zelaya, atualmente exilado na República Dominicana, assim como a visita da CIDH (Comissão Interamericana de Direitos Humanos), para que esta "verifique as recorrentes e seletivas violações" registradas no país e "a falta de paz política".
Reproduzido de Brasil de Fato
sexta-feira, 12 de março de 2010
Resistência popular de Honduras quer chamar assembleia constituinte para refundação do país
A Frente Nacional de Resistência Popular de Honduras (FNRP) anunciou, em atividade no último dia 9, a realização de uma consulta à população para chamar a uma assembleia constituinte para a refundação do país.
Em um comunicado, a Frente informa que a ação ocorrerá no dia 28 de junho, ao se cumprir o primeiro ano do golpe militar que derrocou ao presidente Manuel Zelaya.
A ação militar, apoiada pelas cúpulas dos partidos tradicionais, sindicatos empresariais e pela igreja, impediu a celebração nesse dia de uma pesquisa nacional organizada pelo governo de Zelaya sobre uma constituinte.
Uma assembleia desse tipo é uma das principais demandas da FNRP, criada depois do golpe pelas organizações sindicais, camponesas, estudantis, de mulheres, partidos progressistas e as bases do Liberal.
No documento, a Frente destaca que essa assembleia "representará a vontade impostergável do povo para construir democracia verdadeira e transformar o sistema de injustiça e repressão instalado pela oligarquia".
Convoca também o Segundo Encontro pela Refundação de Honduras, que se realizará na ocidental cidade da Esperanza, nos dias 12, 13 e 14 deste mês.
Acrescenta que na reunião se continuarão as atividades para desenhar e exigir a assembleia nacional constituinte.
A constituição de Honduras foi aprovada em 1982, durante uma das ditaduras militares que assolaram a esta pequena nação no século passado.
No comunicado, a Frente condena a ingerência do governo dos Estados Unidos nos assuntos internos do país, levada a cabo mediante seu embaixador, Hugo Llorens.
A FNRP assegura que Llorens "de maneira vulgar tenta dar uma cara de legitimidade ao regime de facto mediante um falso diálogo nacional que ignora a rejeição maioritária da população à ditadura".
Reitera seu desconhecimento do governo do presidente conservador Porfirio Lobo, eleito nas questionadas eleições de 29 de novembro do ano passado.
Com informações de Prensa Latina
terça-feira, 9 de março de 2010
Dia Internacional da Mulher: feministas realizam Grande Agitação em Resistência
"Memória e justiça para as mulheres". É com este tema que mulheres, feministas, defensoras dos direitos humanos, estudantes, profissionais e pesquisadoras participarão, entre os dias 8 e 14 de março, em Tegucigalpa e La Esperanza, da "Grande Agitação Feminista em Resistência". A mobilização é organizada pelas Feministas em Resistência, participantes da Frente Nacional de Resistência Popular de Honduras (FNRP).
Além da Grande Agitação de Feministas, ocorrerá o II Encontro Nacional pela Refundação de Honduras "Instalação da Primeira Assembleia Nacional Constituinte Popular e Democrática", promovido por: Movimento pela Refundação de Honduras, Conselho Cívico de Organizações Populares e Indígenas de Honduras (COPINH), Movimento Amplo pela Dignidade e Justiça (MADJ), e todas as organizações da FNRP.
As ações serão para celebrar o centenário da declaração do Dia Internacional da Mulher, data para recordar as lutas das mulheres e para homenagear 129 trabalhadoras que morreram queimadas, em 8 de março de 1908, em um incêndio provocado pelo patrão, em Nova Iorque. No entanto, em Honduras, a data também será para denunciar a situação do país após o golpe de Estado.
"Denunciamos que em nossa nação se impôs um regime em que impera a repressão como política de Estado. A administração atual deu continuidade ao regime de fato instaurado após o golpe de Estado de 28 de junho de 2009. A ultradireita se instalou nas instituições do Estado em seu afã de deter, a qualquer custo, as reformas políticas que demanda nosso povo", destacam em comunicado.
As feministas ainda denunciam as violações aos direitos humanos e às garantias individuais de hondurenhos e hondurenhas. "Em sua tentativa de deter o curso da história, os poderosos recorrem à instauração de um Estado policial militar de corte fascista", afirma. Prova disto são os assassinatos de defensores/as de direitos humanos e membros da Frente. "Mais de 150 jovens foram assassinados, desaparecidos, torturados ou perseguidos por estarem vinculados à Resistência", denunciam.
Retirado de ADITAL
segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010
Honduras: O golpe de estado "Perfeito"
“Os hondurenhos assistiram no dia 27 de janeiro ao último capítulo de um golpe de Estado perfeito”. Foi assim que o enviado especial do periódico espanhol El País em Honduras resumiu a posse do novo presidente. Os fatos falam por si: Porfirio Pepe Lobo assumiu a presidência, enquanto Manuel Zelaya partiu para o exílio e o usurpador do poder Roberto Micheletti foi nomeado deputado vitalício pelo Congresso e, assim como os militares, foi anistiado.
O presidente Manuel Zelaya, escorraçado por um golpe militar em junho de 2009 e trancado durante 129 dias na Embaixada do Brasil em Tegucigalpa, deixou seu país em direção à República Dominicana. Nada bastou para aplacar a crise: nem as negociações da OEA, nem a mediação do presidente costarriquenho Oscar Arias, nem a posição firme da diplomacia brasileira, nem o isolamento internacional. Zelaya, eleito democraticamente em 2005, acabou aceitando o exílio após uma batalha infrutífera de longos meses para recuperar a presidência de Honduras. Ao mesmo tempo, o novo presidente, que enfrentou em 29 de novembro eleições boicotadas pelos partidários do presidente deposto, bem como denúncias de fraudes, assumiu as rédeas do país para protagonizar o fechamento do golpe, sob o falacioso argumento do “fato consumado”.
A partida de Zelaya já era esperada, pois Pepe Lobo havia prometido um salvo-conduto para o presidente e sua família. Micheletti poderá, finalmente, considerar-se um vitorioso. Conseguiu dar cabo da democracia em Honduras, livrar-se definitivamente de Zelaya, empossar um novo presidente como se nada tivesse acontecido, e ainda ser declarado deputado vitalício. Venceu a queda de braço com a comunidade internacional, que se posicionou contra o golpe, cortou ajuda financeira e rompeu relações diplomáticas. A imagem de Porfirio Lobo, tomando posse como presidente ao lado de Romeo Vásquez, o recém-anistiado general envolvido no golpe, retrata o desfecho perfeito.
Não obstante, a tarefa de Pepe Lobo, representante da oligarquia hondurenha, não será fácil. O novo presidente terá que enfrentar o desafio de governar um país profundamente dividido politicamente e isolado internacionalmente. Zelaya foi destituído do poder em razão de seu distanciamento com a oligarquia. Num país onde os dois grandes partidos só se distinguem pela cor de seus emblemas, a cooperação com Cuba nas áreas de saúde e educação, e com a Venezuela nas áreas agrícola e energética, não pôde ser tolerada. Após uma espécie de conversão rumo a direções opostas ao neoliberalismo, obteve apoio de amplos setores do movimento popular hondurenho, que resistirão ao novo governo.
Por outro lado, a anistia recém-votada pelo Congresso para beneficiar todos os implicados no ocorrido não vai melhorar a imagem das novas autoridades, ainda que sob o manto do “princípio da reconciliação” argüido por Pepe, e a promessa de um governo de união nacional. Para coroar a situação, o golpe levou o país, um dos mais pobres do subcontinente, ao colapso econômico.
O isolamento internacional ficou comprovado na cerimônia de posse, que contou com a presença de meros três chefes de Estado – Taiwan, Panamá e República Dominicana, neste caso em virtude do interesse em retirar Zelaya do país. Isso demonstra que o reconhecimento da comunidade internacional não deverá ser desafio menor, em se tratando de um governo que simboliza a mais flagrante continuidade de um golpe de Estado.
LARISSA RAMINA é doutora em Direito Internacional pela USP e professora de Direito Internacional da UniBrasil.
Original em Carta Maior
segunda-feira, 30 de novembro de 2009
EUA reconhecem vitória de candidato golpista
Os EUA reconheceram as eleições de mentira realizadas pelo governo golpista Hondurenho.
Através de pronunciamento de Arturo Valenzuela, secretário de Estado adjunto para o Hemisfério Ocidental, o governo dos Estados Unidos reconheceu a vitória de Porfirio Lobo.
Com isso, fica cada vez mais evidente de que lado encontra-se o império.
Segundo meios alternativos, cerca de 20% da população participou das eleições.
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Honduras: Repressão e indício de fraude nas eleições de mentirinha
O candidato de direita, Porfirio Lobo é declarado vencedor das eleições ilegítimas realizadas pelo governo golpista de Honduras.
Não bastasse isso, há inúmeros relatos de enxerto de votos, entre outras medidas, para dar um verniz democrático ao processo que, por si só, já se trata de uma fraude.
A população realizou uma série de protestos em todo país, o aparato de repressão atacou o povo em vários lugares.
sexta-feira, 20 de novembro de 2009
A "renúncia" do golpista em Honduras
"Pretendo ausentar-me do exercício de minhas funções públicas por um período que poderia iniciar no dia 25 de novembro até 2 de dezembro, decisão que tomarei em consulta com os representantes dos diversos setores hondurenhos que me acompanharam durante esse processo"
Essa é a declaração do presidente golpista Micheletti, cujo propósito declarado é buscar legitimar as eleições frias de 29 de novembro.
"O exército já está preparado para conter o boicote das eleições", segundo os líderes golpistas, mas o que esses bandidos pretendem?
Forçar o povo a votar?
Os EUA pretendem reconhecer o governo que for eleito, sendo que Manuel Zelaya, presidente derrubado, não é candidato, e permanece sitiado na embaixada brasileira.
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sexta-feira, 23 de outubro de 2009
OEA pede fim de torturas contra embaixada brasileira
A Organização dos Estados Americanos (OEA) exigiu, nesta quarta-feira (21), que o governo golpista de Honduras ponha fim às
torturas e pressões psicológicas contra a embaixada brasileira em Tegucigalpa, onde continua abrigado o presidente constitucional do país, Manuel Zelaya.
Em reunião extraordinária do Conselho de Segurança da entidade, o representante do Brasil na OEA, Ruy Casaes, afirmou que os ocupantes da embaixada enfrentam um assédio "desumano e irracional", em "flagrante violação das normas internacionais que cuidam da promoção e proteção dos direitos humanos".
Casaes assegurou que o regime de Roberto Micheletti vem "progressivamente sofisticando suas técnicas de tortura", inclusive com "novas modalidades de tortura psíquica". Ele apresentou uma lista de assédios promovidos pelos golpistas, como a colocação de holofotes permanentemente apontados para a casa e a produção de ruídos a fim de impedir o sono das cerca de 50 pessoas que estão no prédio.
Além disso, há policiais postados em plataformas que miram a casa com fuzis e vigiam o movimento do interior; restrição de entrada de alimentos, que são cheirados por cachorros e expostos ao sol por horas; e falha na coleta de lixo. Casaes disse haver ainda indícios inequívocos da presença de bloqueadores de celular, assim como grampo nos telefones fixos e abuso nas revistas das pessoas que entram na embaixada.
O brasileiro contou que recebeu uma mensagem por correio eletrônico do encarregado de negócios do Brasil, Lineu Pupo de Paula, em que este relatava que a noite da última quarta-feira foi a pior desde que Zelaya chegou à sede diplomática.
"Há mais de meia hora uma caixa de som potente toca marchas militares e uma música chamada 'Golondrinas', aparentemente um pássaro vinculado à morte, no máximo volume", escreveu o encarregado. "Sem dúvida, isso é tortura", concluiu Casaes.
As denúncias foram reiteradas por Víctor Meza, membro do grupo de diálogo de Zelaya, que assegura que a pressão contra a embaixada tem sido crescente. "Passaram dos gritos, dos uivos de feras à música estridente, ao rock pesado", relata.
Reunido em Washington, o Conselho Permanente da OEA "condenou energicamente" os "atos hostis" e a "intimidação" praticada pelo golpistas contra a sede diplomática e exigiu "o fim imediato destas ações", em declaração aprovada por consenso.
A OEA pede, ainda, o "respeito à Convenção de Viena e aos instrumentos internacionais sobre direitos humanos, além da retirada de qualquer força repressiva do entorno da embaixada".
Tensão segue no país
As conversas entre representantes do presidente legítimo Manuel Zelaya e do governo ditatorial de Roberto Micheletti estão paralisadas desde segunda-feira (19), quando os golpistas apresentaram uma proposta que foi recusada pelo presidente constitucional.
Os golpistas propunham que a decisão sobre o retorno de Zelaya ao poder caberia à comissão negociadora, e não à Assembleia Nacional de Honduras, como pretendia Zelaya. Além disso, a proposta não incluía prazos para o cumprimento das medidas.
Em comunicado, os representantes de Zelaya anunciaram que o diálogo continua aberto, mas que não voltarão à mesa de negociações até receberem propostas sérias que conduzam a uma solução negociada do conflito.
Nas ruas do país, a tensão prossegue, agora por conta da nova medida do governo golpista que tornou necessário pedir à polícia permissões 24 horas antes da realização de manifestações.
Na quarta, soldados cercaram um protesto da Frente Nacional contra o Golpe de Estado e impediram seus integrantes de seguir em marcha até o centro da capital.
torturas e pressões psicológicas contra a embaixada brasileira em Tegucigalpa, onde continua abrigado o presidente constitucional do país, Manuel Zelaya.
Em reunião extraordinária do Conselho de Segurança da entidade, o representante do Brasil na OEA, Ruy Casaes, afirmou que os ocupantes da embaixada enfrentam um assédio "desumano e irracional", em "flagrante violação das normas internacionais que cuidam da promoção e proteção dos direitos humanos".
Casaes assegurou que o regime de Roberto Micheletti vem "progressivamente sofisticando suas técnicas de tortura", inclusive com "novas modalidades de tortura psíquica". Ele apresentou uma lista de assédios promovidos pelos golpistas, como a colocação de holofotes permanentemente apontados para a casa e a produção de ruídos a fim de impedir o sono das cerca de 50 pessoas que estão no prédio.
Além disso, há policiais postados em plataformas que miram a casa com fuzis e vigiam o movimento do interior; restrição de entrada de alimentos, que são cheirados por cachorros e expostos ao sol por horas; e falha na coleta de lixo. Casaes disse haver ainda indícios inequívocos da presença de bloqueadores de celular, assim como grampo nos telefones fixos e abuso nas revistas das pessoas que entram na embaixada.
O brasileiro contou que recebeu uma mensagem por correio eletrônico do encarregado de negócios do Brasil, Lineu Pupo de Paula, em que este relatava que a noite da última quarta-feira foi a pior desde que Zelaya chegou à sede diplomática.
"Há mais de meia hora uma caixa de som potente toca marchas militares e uma música chamada 'Golondrinas', aparentemente um pássaro vinculado à morte, no máximo volume", escreveu o encarregado. "Sem dúvida, isso é tortura", concluiu Casaes.
As denúncias foram reiteradas por Víctor Meza, membro do grupo de diálogo de Zelaya, que assegura que a pressão contra a embaixada tem sido crescente. "Passaram dos gritos, dos uivos de feras à música estridente, ao rock pesado", relata.
Reunido em Washington, o Conselho Permanente da OEA "condenou energicamente" os "atos hostis" e a "intimidação" praticada pelo golpistas contra a sede diplomática e exigiu "o fim imediato destas ações", em declaração aprovada por consenso.
A OEA pede, ainda, o "respeito à Convenção de Viena e aos instrumentos internacionais sobre direitos humanos, além da retirada de qualquer força repressiva do entorno da embaixada".
Tensão segue no país
As conversas entre representantes do presidente legítimo Manuel Zelaya e do governo ditatorial de Roberto Micheletti estão paralisadas desde segunda-feira (19), quando os golpistas apresentaram uma proposta que foi recusada pelo presidente constitucional.
Os golpistas propunham que a decisão sobre o retorno de Zelaya ao poder caberia à comissão negociadora, e não à Assembleia Nacional de Honduras, como pretendia Zelaya. Além disso, a proposta não incluía prazos para o cumprimento das medidas.
Em comunicado, os representantes de Zelaya anunciaram que o diálogo continua aberto, mas que não voltarão à mesa de negociações até receberem propostas sérias que conduzam a uma solução negociada do conflito.
Nas ruas do país, a tensão prossegue, agora por conta da nova medida do governo golpista que tornou necessário pedir à polícia permissões 24 horas antes da realização de manifestações.
Na quarta, soldados cercaram um protesto da Frente Nacional contra o Golpe de Estado e impediram seus integrantes de seguir em marcha até o centro da capital.
Retirado do Brasil de Fato
quinta-feira, 15 de outubro de 2009
O Golpe em Honduras e a base militar americana
Artigo de Nikolas Kozloff da Counterpunch, traduzido para o português por Luiz Carlos Azenha do Vi o Mundo:
A mídia corporativa deixou cair a bola outra vez num aspecto-chave da situação em Honduras: a base aérea dos Estados Unidos em Soto Cano, também conhecida como Palmerola. Antes do recente golpe militar o presidente Manuel Zelaya declarou que transformaria a base em aeroporto civil, uma mudança à qual o ex-embaixador [Negroponte] se opunha. Além disso, Zelaya pretendia tocar o projeto com financiamento venezuelano.
Por anos antes do golpe as autoridades hondurenhas discutiam a possibilidade de converter Palmerola em uma aeroporto civil. As autoridades argumentavam que Toncontín, o aeroporto internacional de Tegucigalpa, era muito pequeno e incapaz de lidar com grandes aeronaves comerciais. Uma instalação antiga, datada de 1948, Toncontín tem uma pista curta e equipamento de navegação primitivo. O aeroporto é cercado por montanhas que faz dele um dos aeroportos internacionais mais perigosos do mundo.
Palmerola, por sua vez, tem a melhor pista do país com 8.850 pés de comprimento e 165 pés de largura. O aeroporto foi construído na metade dos anos 80 ao custo de 30 milhões de dólares e foi usado pelos Estados Unidos para abastecer os contras durante a guerra indireta dos Estados Unidos contra os sandinistas da Nicarágua assim como para conduzir operações de contrainsurgência em El Salvador. No ápice da guerra dos contra os Estados Unidos tinham mais de 5 mil soldados estacionados em Palmerola. Conhecida como "o porta-aviões que não afunda" dos contras, a base tinha Boinas Verdes e agentes da CIA que assessoravam os rebeldes da Nicarágua.
Mais recentemente tem havido entre 500 e 600 soldados nas instalações que também servem como base aérea de Honduras e centro de treinamento de pilotos. Com a saída dos Estados Unidos do Panamá em 1999, Palmerola se tornou uma das poucas pistas à disposição dos Estados Unidos em solo da América Latina. A base está localizada a cerca de 30 milhas ao norte da capital Tegucigalpa.Por anos antes do golpe as autoridades hondurenhas discutiam a possibilidade de converter Palmerola em uma aeroporto civil. As autoridades argumentavam que Toncontín, o aeroporto internacional de Tegucigalpa, era muito pequeno e incapaz de lidar com grandes aeronaves comerciais. Uma instalação antiga, datada de 1948, Toncontín tem uma pista curta e equipamento de navegação primitivo. O aeroporto é cercado por montanhas que faz dele um dos aeroportos internacionais mais perigosos do mundo.
Palmerola, por sua vez, tem a melhor pista do país com 8.850 pés de comprimento e 165 pés de largura. O aeroporto foi construído na metade dos anos 80 ao custo de 30 milhões de dólares e foi usado pelos Estados Unidos para abastecer os contras durante a guerra indireta dos Estados Unidos contra os sandinistas da Nicarágua assim como para conduzir operações de contrainsurgência em El Salvador. No ápice da guerra dos contra os Estados Unidos tinham mais de 5 mil soldados estacionados em Palmerola. Conhecida como "o porta-aviões que não afunda" dos contras, a base tinha Boinas Verdes e agentes da CIA que assessoravam os rebeldes da Nicarágua.
quarta-feira, 14 de outubro de 2009
Honduras e o futuro das Américas - Por Luís Carlos Lopes
O caso de Honduras traz a memória de tantos golpes de Estado e de governos ditatoriais, comuns na América Latina, entre as décadas de 1960 e 1980. A América Central, onde fica este pequeno país, foi afogada em sangue, miséria e ignorância, a partir de episódios similares. Nenhuma ditadura trouxe a paz e a conciliação, baseada em algum nível de justiça social. Nesta região, elas geraram incruentas guerras civis revolucionárias, respondidas a política de terror de Estado, baseadas no controle da opinião, na tortura e em execuções sumárias. A ordem e a normalidade constitucional pretensamente pretendida pelos ditadores, sempre significaram um poço sem fundo, um mundo sem solução.
O modelo costa-riquenho – o coração civil das Américas – foi desdenhado pelos verdadeiros sujeitos articuladores destes tipos de governo. O esquema é simples. As elites agro-exportadoras, os proprietários das terras e dos negócios, aliavam-se às incipientes burguesias locais e às frágeis classes médias. Iam ao poder garantindo pela força militar seus negócios e privilégios. Oprimiam a maioria, sem qualquer cerimônia, tal como no passado colonial espanhol.
As forças armadas funcionavam como instrumentos de políticas das mesmas elites, fundindo-se, tais como partidos políticos, às frentes da reação e do controle da população. Perdiam qualquer finalidade de defesa do país e se transformavam em gendarmes de controle da população. Aceitavam um papel subalterno e, dizendo-se patrióticas, defendiam de fato os patrões internos e externos. Os militares transformavam-se em grandes polícias fardadas especializadas em tentar conter qualquer tentativa de melhoria social ou de democratização, mesmo que formal.
Durante muito tempo, esta solução de força contou com o apoio norte-americano que, em algumas oportunidades, chegou a intervir militarmente na região. Os poderosos interesses econômicos e políticos-estratégicos norte-americanos, mormente depois do sucesso da revolução cubana, mas mesmo antes, fundamentaram um apoio irrestrito à opressão centro-americana.
Questões étnicas e culturais ajudaram a completar o quadro dantesco de uma região tributária das maravilhosas e antigas culturas indígenas americanas, sobretudo, da civilização maia. Ainda hoje, no caso hondurenho, vê-se que Zelaya é um mestiço de brancos com índios e Micheletti, pelo nome, figura e arrogância, é um membro das elites brancas originário de imigrações mais recentes. As imagens das ruas de Tegucigalpa mostram a real identidade étnica do país que deveria ser motivo de orgulho e não do desprezo conhecido que as elites brancas lhe devotam.
Em Honduras, um passado que parecia superado voltou com força total. O pesadelo retornou, como um filme de terror de péssimo gosto. As técnicas são as mesmas de sempre. O governo golpista mente e mente contando com a benevolência das direitas mais raivosas das Américas. No Brasil, elas estão em polvorosa. Viúvas e saudosos da ditadura deixaram cair a máscara, declarando que desejariam que o país não tivesse adotado a postura da defesa de Zelaya.
A política de Estado de Honduras é a dos militares, a da repressão e a da tentativa de controlar as massas que não foram reduzidas à nova ordem. Censura, prisões, mortes etc compõem o esforço destes fascistas de almanaque de impedir o retorno ao poder do presidente eleito.
A estratégia dos usurpadores do poder, agora chamados por parte das grandes mídias brasileiras de ‘governo interino’ é de tentar fazer eleições fraudulentas e controladas pela força das armas. Estas serviriam para legitimar o novo governo frente aos olhos internos e, sobretudo, buscando a aprovação norte-americana e européia. Eles querem criar a ilusão de democracias burguesas de araque, tal como existem, em outros países latino-americanos.
O problema é que a volta de Zelaya, contando com o apoio explícito do governo brasileiro, atrapalhou o planejado. Agora, ninguém sabe o que virá ocorrer. O controle estritamente militar das massas é tarefa difícil. Zelaya vem demonstrando coragem e, ao contrário do velho script latino-americano, não aceitou asilar-se e cuidar de sua própria vida.
Não é difícil recordar, guardando-se as proporções, da figura de Allende, resistindo até a última bala no Palácio La Moneda. De dentro da embaixada brasileira, protagonizando um episódio político e diplomático inédito, o presidente hondurenho continua a resistir e a propor ao seu povo a clássica desobediência civil. Pela primeira vez, o governo brasileiro honra com imensa dignidade seus compromissos com a normalidade democrática do conjunto das Américas.
Os Estados Unidos, ao contrário do passado, não se alinharam automaticamente. Obama não apóia e nem pensa em se meter diretamente na questão, em virtude dos problemas internos gerados pela crise econômica que o país vem enfrentando e por priorizar outros interesses geopolíticos, tal como a questão iraniana. Pela primeira vez, na história latino-americana, ao invés de apoiar um golpe de Estado, o governo brasileiro o condenou clara e abertamente na assembléia geral das Nações Unidas. Portanto, ainda não é possível saber o desfecho desta história. Todavia, desta vez o golpe e os golpistas, mesmo se vitoriosos, pagarão pelos seus atos, destoando do passado, onde facilmente se legitimavam.
O modelo costa-riquenho – o coração civil das Américas – foi desdenhado pelos verdadeiros sujeitos articuladores destes tipos de governo. O esquema é simples. As elites agro-exportadoras, os proprietários das terras e dos negócios, aliavam-se às incipientes burguesias locais e às frágeis classes médias. Iam ao poder garantindo pela força militar seus negócios e privilégios. Oprimiam a maioria, sem qualquer cerimônia, tal como no passado colonial espanhol.
As forças armadas funcionavam como instrumentos de políticas das mesmas elites, fundindo-se, tais como partidos políticos, às frentes da reação e do controle da população. Perdiam qualquer finalidade de defesa do país e se transformavam em gendarmes de controle da população. Aceitavam um papel subalterno e, dizendo-se patrióticas, defendiam de fato os patrões internos e externos. Os militares transformavam-se em grandes polícias fardadas especializadas em tentar conter qualquer tentativa de melhoria social ou de democratização, mesmo que formal.
Durante muito tempo, esta solução de força contou com o apoio norte-americano que, em algumas oportunidades, chegou a intervir militarmente na região. Os poderosos interesses econômicos e políticos-estratégicos norte-americanos, mormente depois do sucesso da revolução cubana, mas mesmo antes, fundamentaram um apoio irrestrito à opressão centro-americana.
Questões étnicas e culturais ajudaram a completar o quadro dantesco de uma região tributária das maravilhosas e antigas culturas indígenas americanas, sobretudo, da civilização maia. Ainda hoje, no caso hondurenho, vê-se que Zelaya é um mestiço de brancos com índios e Micheletti, pelo nome, figura e arrogância, é um membro das elites brancas originário de imigrações mais recentes. As imagens das ruas de Tegucigalpa mostram a real identidade étnica do país que deveria ser motivo de orgulho e não do desprezo conhecido que as elites brancas lhe devotam.
Em Honduras, um passado que parecia superado voltou com força total. O pesadelo retornou, como um filme de terror de péssimo gosto. As técnicas são as mesmas de sempre. O governo golpista mente e mente contando com a benevolência das direitas mais raivosas das Américas. No Brasil, elas estão em polvorosa. Viúvas e saudosos da ditadura deixaram cair a máscara, declarando que desejariam que o país não tivesse adotado a postura da defesa de Zelaya.
A política de Estado de Honduras é a dos militares, a da repressão e a da tentativa de controlar as massas que não foram reduzidas à nova ordem. Censura, prisões, mortes etc compõem o esforço destes fascistas de almanaque de impedir o retorno ao poder do presidente eleito.
A estratégia dos usurpadores do poder, agora chamados por parte das grandes mídias brasileiras de ‘governo interino’ é de tentar fazer eleições fraudulentas e controladas pela força das armas. Estas serviriam para legitimar o novo governo frente aos olhos internos e, sobretudo, buscando a aprovação norte-americana e européia. Eles querem criar a ilusão de democracias burguesas de araque, tal como existem, em outros países latino-americanos.
O problema é que a volta de Zelaya, contando com o apoio explícito do governo brasileiro, atrapalhou o planejado. Agora, ninguém sabe o que virá ocorrer. O controle estritamente militar das massas é tarefa difícil. Zelaya vem demonstrando coragem e, ao contrário do velho script latino-americano, não aceitou asilar-se e cuidar de sua própria vida.
Não é difícil recordar, guardando-se as proporções, da figura de Allende, resistindo até a última bala no Palácio La Moneda. De dentro da embaixada brasileira, protagonizando um episódio político e diplomático inédito, o presidente hondurenho continua a resistir e a propor ao seu povo a clássica desobediência civil. Pela primeira vez, o governo brasileiro honra com imensa dignidade seus compromissos com a normalidade democrática do conjunto das Américas.
Os Estados Unidos, ao contrário do passado, não se alinharam automaticamente. Obama não apóia e nem pensa em se meter diretamente na questão, em virtude dos problemas internos gerados pela crise econômica que o país vem enfrentando e por priorizar outros interesses geopolíticos, tal como a questão iraniana. Pela primeira vez, na história latino-americana, ao invés de apoiar um golpe de Estado, o governo brasileiro o condenou clara e abertamente na assembléia geral das Nações Unidas. Portanto, ainda não é possível saber o desfecho desta história. Todavia, desta vez o golpe e os golpistas, mesmo se vitoriosos, pagarão pelos seus atos, destoando do passado, onde facilmente se legitimavam.
Reproduzido de Carta Maior
segunda-feira, 12 de outubro de 2009
OEA confia no diálogo entre Micheletti e Zelaya, movimentos sociais não
Esperança. Esse é o sentimento da delegação da Organização dos Estados Americanos (OEA) acerca do diálogo entre governo provisório e deposto de Honduras, país que visitou na última quarta (7). Já a Frente Nacional de Resistência ao Golpe de Estado considerou a conversa como "um sonho" que deixou "mau sabor na boca". O motivo: as partes só aceitaram discutir dois dos onze pontos do Acordo de San José. Hoje (9), manifestações a favor do deposto Manuel Zelaya tomaram a capital Tegucigalpa. Os grupos populares, representados pela Frente, emitiram, hoje, um comunicado pessimista em relação ao diálogo. "Cada vez mais claro que o ‘diálogo Guaymuras’ [antigo nome de Honduras] foi um sonho para aparentar atitude conciliadora de uma oligarquia que continua reprimindo, matando e negando a liberdade", disse em referência ao governo provisório de Roberto Micheletti.
A Frente denunciou que, enquanto o governo de fato estabelecia o "enganoso diálogo", "a polícia e o exército empreendiam novamente ações repressivas contra os militantes". A ação ocorreu na quarta, em frente à embaixada estadunidense em Tegucigalpa.
Zelaya também se demonstrou pessimista sobre o diálogo, afirmando que o governo provisório "não entende a linguagem da paz e a civilização porque promove a barbárie e a força".
"Eu sou otimista ante qualquer cenário de diálogo, mas não quero, tampouco, apresentar falsas expectativas sobre a vontade dos que deram o golpe de Estado, que é sumamente negativa", disse ontem (8), em entrevista coletiva, na embaixada brasileira em Tegucigalpa, onde está desde o último dia 21 de setembro.
Já a missão da OEA "está convencida que o diálogo iniciado com participação direta das partes pode conduzir à superação da crise política em que se encontra envolvido o país desde 28 de junho", disse em comunicado emitido hoje (9).
Na última quarta, estiveram em Tegucigalpa o secretário geral da OEA, José Miguel Insulza, um representante da Organização das Nações Unidas (ONU), onze de países americanos e um da Espanha, país observador da OEA. Eles mediaram o "Diálogo de Guaymuras", entre três representantes do governo provisório de Honduras e três do deposto, mas não obtiveram êxito imediato.
A OEA pede a aceitação do Acordo de San José, proposto pelo presidente costarriquenho e mediador inicial do conflito hondurenho, Óscar Arias.
Entre as medidas, está a restituição do presidente Zelaya, deposto pelas forças militares de Honduras no último dia 28 de junho. No entanto, o acordo proíbe a convocatória de uma Assembleia Nacional Constituinte, exigência dos movimentos sociais do país.
No diálogo, os governos provisório e deposto só aceitaram discutir dois dos onze pontos do Acordo de San José: a anistia aos golpistas e a restituição de Zelaya ao poder. A informação foi dada hoje pelo ministro salvadorenho de Relações Exteriores, Hugo Martínez, em entrevista a uma televisão local.
Hoje pela manhã, um marcha a favor do presidente deposto Zelaya saiu da universidade Pedagógica, na capital Tegucigalpa. Pela tarde, os bairros e as colônias da cidade foram tomados pelos protestos. As informações são do boletim da Frente.
A Frente denunciou que, enquanto o governo de fato estabelecia o "enganoso diálogo", "a polícia e o exército empreendiam novamente ações repressivas contra os militantes". A ação ocorreu na quarta, em frente à embaixada estadunidense em Tegucigalpa.
Zelaya também se demonstrou pessimista sobre o diálogo, afirmando que o governo provisório "não entende a linguagem da paz e a civilização porque promove a barbárie e a força".
"Eu sou otimista ante qualquer cenário de diálogo, mas não quero, tampouco, apresentar falsas expectativas sobre a vontade dos que deram o golpe de Estado, que é sumamente negativa", disse ontem (8), em entrevista coletiva, na embaixada brasileira em Tegucigalpa, onde está desde o último dia 21 de setembro.
Já a missão da OEA "está convencida que o diálogo iniciado com participação direta das partes pode conduzir à superação da crise política em que se encontra envolvido o país desde 28 de junho", disse em comunicado emitido hoje (9).
Na última quarta, estiveram em Tegucigalpa o secretário geral da OEA, José Miguel Insulza, um representante da Organização das Nações Unidas (ONU), onze de países americanos e um da Espanha, país observador da OEA. Eles mediaram o "Diálogo de Guaymuras", entre três representantes do governo provisório de Honduras e três do deposto, mas não obtiveram êxito imediato.
A OEA pede a aceitação do Acordo de San José, proposto pelo presidente costarriquenho e mediador inicial do conflito hondurenho, Óscar Arias.
Entre as medidas, está a restituição do presidente Zelaya, deposto pelas forças militares de Honduras no último dia 28 de junho. No entanto, o acordo proíbe a convocatória de uma Assembleia Nacional Constituinte, exigência dos movimentos sociais do país.
No diálogo, os governos provisório e deposto só aceitaram discutir dois dos onze pontos do Acordo de San José: a anistia aos golpistas e a restituição de Zelaya ao poder. A informação foi dada hoje pelo ministro salvadorenho de Relações Exteriores, Hugo Martínez, em entrevista a uma televisão local.
Hoje pela manhã, um marcha a favor do presidente deposto Zelaya saiu da universidade Pedagógica, na capital Tegucigalpa. Pela tarde, os bairros e as colônias da cidade foram tomados pelos protestos. As informações são do boletim da Frente.
Reproduzido de Adital
sexta-feira, 2 de outubro de 2009
Fotos dos massacres em Honduras
Tiro, bombas, prisões sem mandado judicial, tortura e assassinatos, esse é o governo golpista do gorila Micheletti em Honduras.
Abaixo algumas fotos ainda não publicadas por meios digitais brasileiros, publicadas pelos Blogs da Resistência Hondurenha.
quinta-feira, 1 de outubro de 2009
sábado, 26 de setembro de 2009
Marco Aurélio: golpistas de Honduras "mentiram ao povo"
Marco Aurélio Garcia, assessor especial da Presidência do Brasil, disse nesta sexta-feira (25) que o regime de Roberto Micheletti, instalado em Honduras com o golpe de junho, é um "governo de mentirosos". Em Pittsburgh (EUA), onde acompanhou a cúpula do G20, ele argumentou que "mentiram para o povo ao dizer que tinham destituído legalmente o presidente [Miguel Zelaya]".
"O governo hondurenho é um governo de mentirosos. Mentiram para o povo ao dizer que tinham destituído legalmente o presidente. É um governo de golpistas", disse Marco Aurélio García, em declarações à imprensa.
O assessor de Lula criticou ainda a declaração do Ministério de Relações Exteriores do governo golpista, que informou em comunicado que "a presença do senhor Zelaya na missão do Brasil em Tegucigalpa [é] um ato promovido e consentido pelo governo do Brasil".
"É evidente a intromissão do governo do senhor [Luiz Inácio] Lula da Silva nos assuntos internos de Honduras", afirmou a declaração da chancelaria, não reconhecida diplomaticamente por nenhum país.
Zelaya está na embaixada brasileira desde segunda-feira (21), quando retornou a Honduras em busca, segundo ele, de "diálogo direto" para resolver a crise causada por sua deposição, em 28 de junho passado. Os golpistas reagiram cercando a embaixada com tropas da polícia e do exército. Os 63 hondurenhos que permanecem no prédio de dois andares têm dificuldades para receber comida. Zelaya acusou os golpistas de atacarem a missão diplomática com produtos químicos.
De acordo com o 22º artigo da Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas, de 1961, os locais das Missões Diplomáticas (embaixadas e edifícios anexos) são invioláveis. Os agentes do Estado acreditado (que recebe a embaixada) não podem penetrar neles sem o consentimento do chefe da missão.
Retirado do Vermelho
"O governo hondurenho é um governo de mentirosos. Mentiram para o povo ao dizer que tinham destituído legalmente o presidente. É um governo de golpistas", disse Marco Aurélio García, em declarações à imprensa.
O assessor de Lula criticou ainda a declaração do Ministério de Relações Exteriores do governo golpista, que informou em comunicado que "a presença do senhor Zelaya na missão do Brasil em Tegucigalpa [é] um ato promovido e consentido pelo governo do Brasil".
"É evidente a intromissão do governo do senhor [Luiz Inácio] Lula da Silva nos assuntos internos de Honduras", afirmou a declaração da chancelaria, não reconhecida diplomaticamente por nenhum país.
Zelaya está na embaixada brasileira desde segunda-feira (21), quando retornou a Honduras em busca, segundo ele, de "diálogo direto" para resolver a crise causada por sua deposição, em 28 de junho passado. Os golpistas reagiram cercando a embaixada com tropas da polícia e do exército. Os 63 hondurenhos que permanecem no prédio de dois andares têm dificuldades para receber comida. Zelaya acusou os golpistas de atacarem a missão diplomática com produtos químicos.
De acordo com o 22º artigo da Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas, de 1961, os locais das Missões Diplomáticas (embaixadas e edifícios anexos) são invioláveis. Os agentes do Estado acreditado (que recebe a embaixada) não podem penetrar neles sem o consentimento do chefe da missão.
Retirado do Vermelho
quarta-feira, 23 de setembro de 2009
Principal Rádio da Resistência está fora do ar
Rádio Globo, de Honduras, que posiciona-se a favor do presidente legalmente eleito, Manuel Zelaya acaba de sair do Ar na Internet ...
Não é a primeira vez que a Rádio sai do ar desde o golpe de estado, nas outras vezes foi comprovada a atuação dos golpistas na censura à estação que está a favor da legalidade.
terça-feira, 22 de setembro de 2009
Bomba, tiros e ataque à embaixada brasileira
A polícia hondurenha iniciou, nesta terça (22), a repressão a milhares de pessoas que se mantinham desde ontem ao redor da embaixada brasileira em Tegucigalpa, onde se encontra o presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya. Com bombas de gás lacrimogêneo, e muita violência, os militares dispersaram a multidão. Várias pessoas ficaram feridas, outras foram detidas e há informações de que o conflito deixou, pelo menos, dois mortos. Zelaya condenou os atos repressivos e o cerco à embaixada.
De acordo com a Telesur, no momento da ação a energia elétrica foi interrompida em Tegucigalpa e o sinal do canal de televisão 36, cortado. A agência de notícias France Presse informa que os soldados e policiais hondurenhos, muitos com os rostos cobertos com gorros, chegaram ao local às 6h (9h no horário de Brasília). Eles lançaram bombas de gás lacrimogêneo e agrediram com cassetetes os quase 4 mil simpatizantes de Zelaya.
Em conversa com seu correspondente na capital hondurenha, a Telesur comunicou que duas pessoas morreram, mas tal informação ainda não teria sido confirmada. Depois de desalojar os manifestantes, os militares instalaram equipamentos de som direcionados à embaixada brasileira e começaram a tocar em alto volume o hino nacional de Honduras. "Os militares colocaram sons estridentes para tentar enlouquecer as pessoas que estão dentro da embaixada", informou o próprio Zelaya.
A chancelaria brasileira já foi avisada do ocorrido, segundo Zelaya. O porta-voz do Departamento de Segurança, Orlin Cerrato, afirmou à agência Associated Press que a área ao redor da embaixada está agora sob controle das autoridades. “Estão atacando a embaixada do Brasil. Não é possível que estejamos sendo atacados por tentar defender os pobres do país”, afirmou o presidente deposto a jornalistas.
Ele solicitou que as forças armadas parem a repressão e não apontem seus fusis contra o povo. Ele afirmou que ainda está em tempo de se chegar a uma solução pacífica para a crise política em Honduras.
Segundo a Ansa, Zelaya pediu a intervenção da Organização dos Estados Americanos (OEA) para questionar a perseguição que seus seguidores estão sofrendo. "Eles as autoridades do governo de facto têm as armas, as bombas, os canhões, os tanques, o povo está indefeso, pedimos que apliquem a Carta Democrática da OEA", disse, afirmando também que a embaixada está "rodeada de franco atiradores".
O porta-voz da polícia, Orlin Cerrato, informou aos jornalistas que os agentes tiveram que recorrer "aos níveis de força adequados" para dissipar os manifestantes, que "continuam nos arredores" da representação diplomática brasileira.
Zelaya retornou de surpresa ao seu país nesta segunda-feira (21), a fim de iniciar um diálogo que encerre a crise intalada após o golpe. No dia 28 de junho, ele foi obrigado por militares a deixar o país, ainda de pijamas, e sob a mira de uma arma.
Vigília
Centenas de seguidores de Manuel Zelaya permaneceram na madrugada desta terça-feira em vigília em frente à embaixada do Brasil em Tegucigalpa, desafiando o toque de recolher imposto pelo governo em exercício. O governo de Honduras estendeu o toque de recolher no país até o fim da tarde desta terça-feira, 18h na hora local (21h de Brasília), informou o presidente em exercício, Roberto Micheletti.
Em princípio, o regime de Micheletti indicou que o toque de recolher finalizaria na manhã de terça-feira. A mudança foi anunciada enquanto centenas de seguidores de Zelaya permaneciam em vigília em frente à embaixada.
Aeropostos fechados
A repressão se soma ao fechamento dos quatro aeroportos internacionais que existem em Honduras, com a finalidade de que o secretário Geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), José Miguel Insulza, não chegue ao país. Diante do fato, o chefe desse organismo teve que suspender sua viagem, que serviria para mediar um diálogo em Tegucigalpa.
"Restituição ou morte"
Zelaya disse na madrugada desta terça-feira que ninguém voltará a expulsá-lo de seu país e que seu lema a partir de agora será "pátria, restituição ou morte". "Ninguém mais vai me agarrar dormindo e minha posição é a pátria, a restituição ou a morte", disse Zelaya na embaixada do Brasil, ao lembrar o golpe militar que o tirou do poder, no dia 28 de junho passado.
"Acreditaram que iam me deter na fronteira, mas estou aqui, vivo, e coberto com a energia deste povo. Não se deram conta de que temos mais estratégia, capacidade e organização", disse, cobrando uma ação mais contundente da comunidade internacional.
De acordo com a Telesur, no momento da ação a energia elétrica foi interrompida em Tegucigalpa e o sinal do canal de televisão 36, cortado. A agência de notícias France Presse informa que os soldados e policiais hondurenhos, muitos com os rostos cobertos com gorros, chegaram ao local às 6h (9h no horário de Brasília). Eles lançaram bombas de gás lacrimogêneo e agrediram com cassetetes os quase 4 mil simpatizantes de Zelaya.
Em conversa com seu correspondente na capital hondurenha, a Telesur comunicou que duas pessoas morreram, mas tal informação ainda não teria sido confirmada. Depois de desalojar os manifestantes, os militares instalaram equipamentos de som direcionados à embaixada brasileira e começaram a tocar em alto volume o hino nacional de Honduras. "Os militares colocaram sons estridentes para tentar enlouquecer as pessoas que estão dentro da embaixada", informou o próprio Zelaya.
A chancelaria brasileira já foi avisada do ocorrido, segundo Zelaya. O porta-voz do Departamento de Segurança, Orlin Cerrato, afirmou à agência Associated Press que a área ao redor da embaixada está agora sob controle das autoridades. “Estão atacando a embaixada do Brasil. Não é possível que estejamos sendo atacados por tentar defender os pobres do país”, afirmou o presidente deposto a jornalistas.
Ele solicitou que as forças armadas parem a repressão e não apontem seus fusis contra o povo. Ele afirmou que ainda está em tempo de se chegar a uma solução pacífica para a crise política em Honduras.
Segundo a Ansa, Zelaya pediu a intervenção da Organização dos Estados Americanos (OEA) para questionar a perseguição que seus seguidores estão sofrendo. "Eles as autoridades do governo de facto têm as armas, as bombas, os canhões, os tanques, o povo está indefeso, pedimos que apliquem a Carta Democrática da OEA", disse, afirmando também que a embaixada está "rodeada de franco atiradores".
O porta-voz da polícia, Orlin Cerrato, informou aos jornalistas que os agentes tiveram que recorrer "aos níveis de força adequados" para dissipar os manifestantes, que "continuam nos arredores" da representação diplomática brasileira.
Zelaya retornou de surpresa ao seu país nesta segunda-feira (21), a fim de iniciar um diálogo que encerre a crise intalada após o golpe. No dia 28 de junho, ele foi obrigado por militares a deixar o país, ainda de pijamas, e sob a mira de uma arma.
Vigília
Centenas de seguidores de Manuel Zelaya permaneceram na madrugada desta terça-feira em vigília em frente à embaixada do Brasil em Tegucigalpa, desafiando o toque de recolher imposto pelo governo em exercício. O governo de Honduras estendeu o toque de recolher no país até o fim da tarde desta terça-feira, 18h na hora local (21h de Brasília), informou o presidente em exercício, Roberto Micheletti.
Em princípio, o regime de Micheletti indicou que o toque de recolher finalizaria na manhã de terça-feira. A mudança foi anunciada enquanto centenas de seguidores de Zelaya permaneciam em vigília em frente à embaixada.
Aeropostos fechados
A repressão se soma ao fechamento dos quatro aeroportos internacionais que existem em Honduras, com a finalidade de que o secretário Geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), José Miguel Insulza, não chegue ao país. Diante do fato, o chefe desse organismo teve que suspender sua viagem, que serviria para mediar um diálogo em Tegucigalpa.
"Restituição ou morte"
Zelaya disse na madrugada desta terça-feira que ninguém voltará a expulsá-lo de seu país e que seu lema a partir de agora será "pátria, restituição ou morte". "Ninguém mais vai me agarrar dormindo e minha posição é a pátria, a restituição ou a morte", disse Zelaya na embaixada do Brasil, ao lembrar o golpe militar que o tirou do poder, no dia 28 de junho passado.
"Acreditaram que iam me deter na fronteira, mas estou aqui, vivo, e coberto com a energia deste povo. Não se deram conta de que temos mais estratégia, capacidade e organização", disse, cobrando uma ação mais contundente da comunidade internacional.
Zelaya também fez um apelo às forças armadas, para que não se somem às investidas do presidente de fato, Roberto Micheletti.
Pescado do Vermelho
Não há cadeia para 3 milhões de pessoas!
Rádio Globo de Honduras toca músicas da resistência.
Uma multidão guarda a Manuel Zelaya, o presidente legítimo de Honduras.
"Não há cadeia para 3 milhões de pessoas!"
Proclama o povo!
"Não há cadeia para 3 milhões de pessoas!"
Proclama o povo!
segunda-feira, 21 de setembro de 2009
Chega cada vez mais gente à embaixada brasileira para proteger ''Mel" Zelaya
Uma multidão cada vez maior se acumula em torno da embaixada brasileira em Honduras, para proteger Zelaya.
A resistência sai às ruas com tudo!Desobedecendo o toque de recolher imposto pelos golpistas.
Informações de ABN(Agência Bolivariana de Notícias) e Rádio Globo, de Honduras, que apoia o governo legítimo.
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