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terça-feira, 26 de abril de 2011

Para EUA, tradicional relógio Casio é indício de terrorismo




Presos que usavam o relógio digital Casio F-91W tinham grandes chances de serem classificados pelas autoridades norte-americanas como um “suspeito de terrorismo”, conforme consta nos documentos secretos do Pentágono obtidos pelo Wikileaks e que começaram a ser divulgados na noite deste domingo (24/04).

As autoridades norte-americanas apontavam como suspeito quem usasse o relógio por acreditar que o aparelho era usado nos campos de treinamentos da Al Qaeda. Segundo reportagem do britânico Guardian, um dos jornais que tiveram acesso aos documentos secretos, cerca de um terço dos presos da prisão norte-americana de Guantánamo, quando foram detidos pelo Estados Unidos, carregam no pulso o relógio de pulso da marca japonesa Casio do modelo F-91W. Alguns usavam a versão A-159W, prateada do mesmo modelo de relógio. 

“O Casio era conhecido por ser dado aos estudantes da Al Qaeda que passaram por treinamento no Afeganistão. Os alunos receberam instruções sobre como preparar dispositivos sincronizados com o relógio”, consta no documento. Segundo o Guardian, há mais de 50 relatórios referindo-se a estes relógios, sendo que 32 registros discorrem sobre o modelo F-91W e outros 20 tratam do prateado A-159W.
Já o jornal espanhol El País explica que a relação entre os relógios e a técnica de construção de bombas foi obtida em interrogatórios feitos dentro da prisão de Guantánamo. “Essa é a marca da Al Qaeda, ela usa o relógio para fazer bombas segundo o testemunho de vários presos recolhido pelo Departamento de Defesa”, diz o jornal. 
E aponta que, para os norte-americanos, os usuários do Casio já tiveram contato ou relações com explosivos ou pessoas ligadas a esse tipo de armamento.

O uso do modelo A-159W é considerado uma das evidências de que o líbio Ismael Alí Bakush tinha conhecimento de explosivos. “A posse do modelo prateado A-159W reforça as informações que o identificam como um especialista em explosivos”, completou a mensagem citada pelo El País.

No domingo, os jornais que tiveram acesso às fichas de 759 dos 779 presos que passaram pela prisão de Guantánamo começaram a publicar reportagens sobre o conteúdo dessa documentação.
Com data entre 2002 e 2009, as fichas revelam detalhes sobre os métodos usados pelos EUA para tentar combater o terrorismo.

sexta-feira, 11 de março de 2011

Lista das Invasões dos EUA no mundo



Enquanto Obama expressa sua preocupação com a possibilidade de Kadafi permanecer no poder, fazemos uma importante recordação: 




Organizado por Alberto da Silva Jones (professor da UFSC): 

Entre as várias INVASÕES das forças armadas dos Estados Unidos fizeram nos séculos XIX, XX e XXI, podemos citar:


1846 - 1848 - MÉXICO - Por causa da anexação, pelos EUA, da República do Texas
1890 - ARGENTINA - Tropas americanas desembarcam em Buenos Aires para
defender interesses econômicos americanos.
1891 - CHILE - Fuzileiros Navais esmagam forças rebeldes
nacionalistas.
1891 - HAITI - Tropas americanas debelam a revolta de operários
negros na ilha de Navassa, reclamada pelos EUA.
1893 - HAWAI - Marinha enviada para suprimir o reinado independente anexar o Hawaí aos EUA.
1894 - NICARÁGUA - Tropas ocupam Bluefields, cidade do mar do Caribe, durante um mês.
1894 - 1895 - CHINA - Marinha, Exército e Fuzileiros desembarcam no país durante a guerra sino-japonesa.
1894 - 1896 - CORÉIA - Tropas permanecem em Seul durante a guerra.
1895 - PANAMÁ - Tropas desembarcam no porto de Corinto, província Colombiana.
1898 - 1900 - CHINA - Tropas dos Estados Unidos ocupam a China durante a Rebelião Boxer.
1898 - 1910 - FILIPINAS - As Filipinas lutam pela independência do país, dominado pelos EUA (Massacres realizados por tropas americanas em Balangica, Samar, Filipinas - 27/09/1901 e Bud Bagsak, Sulu, Filipinas 11/15/1913) - 600.000 filipinos mortos.
1898 - 1902 - CUBA - Tropas sitiaram Cuba durante a guerra hispano-americana.
1898 - Presente - PORTO RICO - Tropas sitiaram Porto Rico na guerra hispano-americana, hoje 'Estado Livre Associado' dos Estados Unidos.
1898 - ILHA DE GUAM - Marinha americana desembarca na ilha e a mantêm como base naval até hoje.
1898 - ESPANHA - Guerra Hispano-Americana - Desencadeada pela misteriosa explosão do encouraçado Maine, em 15 de fevereiro, na Baía de Havana. Esta guerra marca o surgimento dos EUA como potência capitalista e militar mundial.
1898 - NICARÁGUA - Fuzileiros Navais invadem o porto de San Juan del Sur.
1899 - ILHA DE SAMOA - Tropas desembarcam e invadem a Ilha em conseqüência de conflito pela sucessão do trono de Samoa.
1899 - NICARÁGUA - Tropas desembarcam no porto de Bluefields e invadem a Nicarágua (2ª vez).
1901 - 1914 - PANAMÁ - Marinha apóia a revolução quando o Panamá reclamou independência da Colômbia; tropas americanas ocupam o canal em 1901, quando teve início sua construção.
1903 - HONDURAS - Fuzileiros Navais americanos desembarcam em Honduras e intervêm na revolução do povo hondurenho.
1903 - 1904 - REPÚBLICA DOMINICANA - Tropas norte americanas atacaram e invadiram o território dominicano para proteger interesses do capital americano durante a revolução.
1904 - 1905 - CORÉIA - Fuzileiros Navais dos Estados Unidos desembarcaram no território coreano durante a guerra russo-japonesa.
1906 - 1909 - CUBA -Tropas dos Estados Unidos invadem Cuba e lutam contra o povo cubano durante período de eleições.
1907 - NICARÁGUA - Tropas americanas invadem e impõem a criação de um protetorado, sobre o território livre da Nicarágua.
1907 - HONDURAS - Fuzileiros Navais americanos desembarcam e ocupam Honduras durante a guerra de Honduras com a Nicarágua.
1908 - PANAMÁ - Fuzileiros Navais dos Estados Unidos invadem o Panamá durante período de eleições.
1910 - NICARÁGUA - Fuzileiros navais norte americanos desembarcam e invadem pela 3ª vez Bluefields e Corinto, na Nicarágua.
1911 - HONDURAS - Tropas americanas enviadas para proteger interesses americanos durante a guerra civil, invadem Honduras.
1911 - 1941 - CHINA - Forças do exército e marinha dos Estados Unidos invadem mais uma vez a China durante período de lutas internas repetidas.
1912 - CUBA - Tropas americanas invadem Cuba com a desculpa de proteger interesses americanos em Havana.
1912 - PANAMÁ - Fuzileiros navais americanos invadem novamente o Panamá e ocupam o país durante eleições presidenciais.
1912 - HONDURAS - Tropas norte americanas mais uma vez invadem Honduras para proteger interesses do capital americano.
1912 - 1933 - NICARÁGUA - Tropas dos Estados Unidos com a desculpa de combaterem guerrilheiros invadem e ocupam o país durante 20 anos.
1913 - MÉXICO - Fuzileiros da Marinha americana invadem o México com a desculpa de evacuar cidadãos americanos durante a revolução.
1913 - MÉXICO - Durante a Revolução mexicana, os Estados Unidos bloqueiam as fronteiras mexicanas em apoio aos revolucionários.
1914 - 1918 - PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL - Os EUA entram no conflito em 6 de abril de 1917 declarando guerra à Alemanha. As perdas americanas chegaram a 114 mil homens.
1914 - REPÚBLICA DOMINICANA - Fuzileiros navais da Marinha dos Estados invadem o solo dominicano e interferem na revolução do povo dominicano em Santo Domingo.
1914 - 1918 - MÉXICO - Marinha e exército dos Estados Unidos invadem o território mexicano e interferem na luta contra nacionalistas.
1915 - 1934 - HAITI- Tropas americanas desembarcam no Haiti, em 28 de julho, e transformam o país numa colônia americana, permanecendo lá durante 19 anos.
1916 - 1924 - REPÚBLICA DOMINICANA - Os EUA invadem e estabelecem um governo militar na República Dominicana, em 29 de novembro, ocupando o país durante oito anos.
1917 - 1933 - CUBA - Tropas americanas desembarcam em Cuba, e transformam o país num protetorado econômico americano, permanecendo essa ocupação por 16 anos.
1918 - 1922 - RÚSSIA - Marinha e tropas americanas enviadas para combater a revolução Bolchevista. O Exército realizou cinco desembarques, sendo derrotado pelos russos em todos eles.
1919 - HONDURAS - Fuzileiros norte americanos desembarcam e invadem mais uma vez o país durante eleições, colocando no poder um governo a seu serviço.
1918 - IUGOSLÁVIA - Tropas dos Estados Unidos invadem a Iugoslávia e intervêm ao lado da Itália contra os sérvios na Dalmácia.
1920 - GUATEMALA - Tropas americanas invadem e ocupam o país durante greve operária do povo da Guatemala.
1922 - TURQUIA - Tropas norte americanas invadem e combatem nacionalistas turcos em Smirna.
1922 - 1927 - CHINA - Marinha e Exército americano mais uma vez invadem a China durante revolta nacionalista.
1924 - 1925 - HONDURAS - Tropas dos Estados Unidos desembarcam e invadem Honduras duas vezes durante eleição nacional.
1925 - PANAMÁ - Tropas americanas invadem o Panamá para debelar greve geral dos trabalhadores panamenhos.
1927 - 1934 - CHINA - Mil fuzileiros americanos desembarcam na China durante a guerra civil local e permanecem durante sete anos, ocupando o território chinês.
1932 - EL SALVADOR - Navios de Guerra dos Estados Unidos são deslocados durante a revolução das Forças do Movimento de Libertação Nacional - FMLN -
comandadas por Marti.
1939 - 1945 - SEGUNDA GUERRA MUNDIAL - Os EUA declaram guerra ao Japão em 8 de dezembro de 1941 e depois a Alemanha e Itália, invadindo o Norte da África, a Ásia e a Europa, culminando com o lançamento das bombas atômicas sobre as cidades desmilitarizadas de Iroshima e Nagasaki.
1946 - IRÃ - Marinha americana ameaça usar artefatos nucleares contra tropas soviéticas caso as mesmas não abandonem a fronteira norte do Irã.
1946 - IUGOSLÁVIA - Presença da marinha americana ameaçando invadir a zona costeira da Iugoslávia em resposta a um avião espião dos Estados Unidos abatido pelos soviéticos.
1947 - 1949 - GRÉCIA - Operação de invasão de Comandos dos EUA garantem vitória da extrema direita nas "eleições" do povo grego.
1947 - VENEZUELA - Em um acordo feito com militares locais, os EUA invadem e derrubam o presidente eleito Rómulo Gallegos, como castigo por ter aumentado o preço do petróleo exportado, colocando um ditador no poder.
1948 - 1949 - CHINA - Fuzileiros americanos invadem pela ultima vez o território chinês para evacuar cidadãos americanos antes da vitória comunista.
1950 - PORTO RICO - Comandos militares dos Estados Unidos ajudam a esmagar a revolução pela independência de Porto Rico, em Ponce.
1951 - 1953 - CORÉIA - Início do conflito entre a República Democrática da Coréia (Norte) e República da Coréia (Sul), na qual cerca de 3 milhões de pessoas morreram. Os Estados Unidos são um dos principais
protagonistas da invasão usando como pano de fundo a recém criada Nações Unidas, ao lado dos sul-coreanos. A guerra termina em julho de 1953 sem vencedores e com dois estados polarizados: comunistas ao norte e um governo pró-americano no sul. Os EUA perderam 33 mil homens e mantém até hoje base militar e aero-naval na Coréia do Sul.
1954 - GUATEMALA - Comandos americanos, sob controle da CIA, derrubam o presidente Arbenz, democraticamente eleito, e impõem uma ditadura militar no país. Jacobo Arbenz havia nacionalizado a empresa United Fruit e impulsionado a Reforma Agrária.
1956 - EGITO - O presidente Nasser nacionaliza o canal de Suez. Tropas americanas se envolvem durante os combates no Canal de Suez sustentados pela Sexta Frota dos EUA. As forças egípcias obrigam a coalizão franco-israelense-britânica, a retirar-se do canal.
1958 - LÍBANO - Forças da Marinha americana invadem apóiam o exército de ocupação do Líbano durante sua guerra civil.
1958 - PANAMÁ - Tropas dos Estados Unidos invadem e combatem manifestantes nacionalistas panamenhos.
1961 - 1975 - VIETNÃ. Aliados ao sul-vietnamitas, o governo americano invade o Vietnã e tenta impedir, sem sucesso, a formação de um estado comunista, unindo o sul e o norte do país. Inicialmente a participação americana se restringe a ajuda econômica e militar (conselheiros e material bélico). Em agosto de 1964, o congresso americano autoriza o presidente a lançar os EUA em guerra. Os Estados Unidos deixam de ser simples consultores do exército do Vietnã do Sul e entram num conflito traumático,
que afetaria toda a política militar dali para frente. A morte de quase 60 mil jovens americanos e a humilhação imposta pela derrota do Sul em 1975, dois anos depois da retirada dos Estados Unidos, moldou a estratégia futura de evitar guerras que impusessem um custo muito alto de vidas americanas e nas quais houvesse inimigos difíceis de derrotar de forma convencional, como os vietcongues e suas táticas de guerrilhas.
1962 - LAOS - Militares americanos invadem e ocupam o Laos durante guerra civil contra guerrilhas do Pathet Lao.
1964 - PANAMÁ - Militares americanos invadiram mais uma vez o Panamá e mataram 20 estudantes, ao reprimirem a manifestação em que os jovens queriam trocar, na zona do canal, a bandeira americana pela bandeira e seu país.
1965 - 1966 - REPÚBLICA DOMINICANA - Trinta mil fuzileiros e pára-quedistas norte americanos desembarcaram na capital do país São Domingo para impedir a nacionalistas panamenhos de chegarem ao poder. A CIA conduz Joaquín Balaguer à presidência, consumando um golpe de estado que depôs o presidente eleito Juan Bosch. O país já fora ocupado pelos americanos de 1916 a 1924.
1966 - 1967 - GUATEMALA - Boinas Verdes e marines americanos invadem o país para combater movimento revolucionário contrario aos interesses econômicos do capital americano.
1969 - 1975 - CAMBOJA - Militares americanos enviados depois que a Guerra do Vietnã invadem e ocupam o Camboja.
1971 - 1975 - LAOS - EUA dirigem a invasão sul-vietnamita bombardeando o território do vizinho Laos, justificando que o país apoiava o povo vietnamita em sua luta contra a invasão americana.
1975 - CAMBOJA - 28 marines americanos são mortos na tentativa de resgatar a tripulação do petroleiro estadunidense Mayaquez.
1980 - IRÃ - Na inauguração do estado islâmico formado pelo Aiatolá Khomeini, estudantes que haviam participado da Revolução Islâmica do Irã ocuparam a embaixada americana em Teerã e fizeram 60 reféns. O governo americano preparou uma operação militar surpresa para executar o resgate, frustrada por tempestades de areia e falhas em equipamentos. Em meio à frustrada operação, oito militares americanos morreram no choque entre um helicóptero e um avião. Os reféns só seriam libertados um ano depois do seqüestro, o que enfraqueceu o então presidente Jimmy Carter e elegeu Ronald Reagan, que conseguiu aprovar o maior orçamento militar em época de paz até então.*
1982 - 1984 - LÍBANO - Os Estados Unidos invadiram o Líbano e se envolveram nos conflitos do Líbano logo após a invasão do país por Israel - e acabaram envolvidos na guerra civil que dividiu o país. Em 1980, os americanos supervisionaram a retirada da Organização pela Libertação da Palestina de Beirute. Na segunda intervenção, 1.800 soldados integraram uma força conjunta de vários países, que deveriam restaurar a ordem após o massacre de refugiados palestinos por libaneses aliados a Israel. O custo para os americanos foi a morte 241 fuzileiros navais, quando os libaneses explodiram um carro bomba perto de um quartel das forças americanas.
1983 - 1984 - ILHA DE GRANADA - Após um bloqueio econômico de quatro anos a CIA coordena esforços que resultam no assassinato do 1º Ministro Maurice Bishop. Seguindo a política de intervenção externa de Ronald Reagan, os Estados Unidos invadiram a ilha caribenha de Granada alegando prestar proteção a 600 estudantes americanos que estavam no país, as tropas eliminaram a influência de Cuba e da União Soviética sobre a política da ilha.
1983 - 1989 - HONDURAS - Tropas americanas enviadas para construir bases em regiões próximas à fronteira, invadem o Honduras
1986 - BOLÍVIA - Exército americano invade o território boliviano na justificativa de auxiliar tropas bolivianas em incursões nas áreas de cocaína.
1989 - ILHAS VIRGENS - Tropas americanas desembarcam e invadem as ilhas durante revolta do povo do país contra o governo pró-americano.
1989 - PANAMÁ - Batizada de Operação Causa Justa, a intervenção americana no Panamá foi provavelmente a maior batida policial de todos os tempos: 27 mil soldados ocuparam a ilha para prender o presidente panamenho, Manuel Noriega, antigo ditador aliado do governo americano. Os Estados Unidos justificaram a operação como sendo fundamental para proteger o Canal do Panamá, defender 35 mil americanos que viviam no país, promover a democracia e interromper o tráfico de drogas, que teria em Noriega seu líder na América Central. O ex-presidente cumpre prisão perpétua nos Estados Unidos.
1990 - LIBÉRIA - Tropas americanas invadem a Libéria justificando a evacuação de estrangeiros durante guerra civil.
1990 - 1991 - IRAQUE - Após a invasão do Iraque ao Kuwait, em 2 de agosto de 1990, os Estados Unidos com o apoio de seus aliados da Otan, decidem impor um embargo econômico ao país, seguido de uma coalizão anti-Iraque (reunindo além dos países europeus membros da Otan, o Egito e outros países árabes) que ganhou o título de "Operação Tempestade no Deserto". As hostilidades começaram em 16 de janeiro de 1991, um dia depois do fim do prazo dado ao Iraque para retirar tropas do Kuwait. Para expulsar as forças iraquianas do Kuwait, o então presidente George Bush destacou mais de 500 mil soldados americanos para a Guerra do Golfo.
1992 - 1994 - SOMÁLIA - Tropas americanas, num total de 25 mil soldados, invadem a Somália como parte de uma missão da ONU para distribuir mantimentos para a população esfomeada. Em dezembro, forças militares norte-americanas (comando Delta e Rangers) chegam a Somália para intervir numa guerra entre as facções do então presidente Ali Mahdi Muhammad e tropas do general rebelde Farah Aidib. Sofrem uma fragorosa derrota militar nas ruas da capital do país.
1993 - IRAQUE -No início do governo Clinton, é lançado um ataque contra instalações militares iraquianas, em retaliação a um suposto atentado, não concretizado, contra o ex-presidente Bush, em visita ao Kuwait.
1994 - 1999 - HAITI - Enviadas pelo presidente Bill Clinton, tropas americanas ocuparam o Haiti na justificativa de devolver o poder ao presidente eleito Jean-Betrand Aristide, derrubado por um golpe, mas o
que a operação visava era evitar que o conflito interno provocasse uma onda de refugiados haitianos nos Estados Unidos.
1996 - 1997 - ZAIRE (EX REPÚBLICA DO CONGO) -Fuzileiros Navais americanos são enviados para invadir a área dos campos de refugiados Hutus onde a revolução congolesa iniciou.
1997 - LIBÉRIA - Tropas dos Estados Unidos invadem a Libéria justificando a necessidade de evacuar estrangeiros durante guerra civil sob fogo dos rebeldes.
1997 - ALBÂNIA - Tropas americanas invadem a Albânia para evacuarem estrangeiros.
2000 - COLÔMBIA - Marines e "assessores especiais" dos EUA iniciam o Plano Colômbia, que inclui o bombardeamento da floresta com um fungo transgênico fusarium axyporum (o "gás verde").
2001 - AFEGANISTÃO - Os EUA bombardeiam várias cidades afegãs, em resposta ao ataque terrorista ao World Trade Center em 11 de setembro de 2001. Invadem depois o Afeganistão onde estão até hoje.
2003 - IRAQUE - Sob a alegação de Saddam Hussein esconder armas de destruição e financiar terroristas, os EUA iniciam intensos ataques ao Iraque. É batizada pelos EUA de "Operação Liberdade do Iraque" e por Saddam de "A Última Batalha", a guerra começa com o apoio apenas da Grã-Bretanha, sem o endosso da ONU e sob protestos de manifestantes e de governos no mundo inteiro. As forças invasoras americanas até hoje estão no território iraquiano, onde a violência aumentou mais do que nunca.

Na América Latina, África e Ásia, os Estados Unidos invadiam países ou para depor governos democraticamente eleitos pelo povo, ou para dar apoio a ditaduras criadas e montadas pelos Estados Unidos, tudo em nome da "democracia" (deles).


Pescado de O Partisan

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

“Os Estados Unidos nos devem resposta", exige governo argentino

“Os Estados Unidos nos devem uma resposta”. Com essas palavras, o chanceler Héctor Timerman anunciou o envio a Washington de uma nota de protesto formal pelo material bélico que militares desse país tentaram ingressar sem autorização na Argentina, como antecipou o jornal Página 12. Assim levantou-se a bandeira na disputa bilateral que se desatou por meio do seqüestro do “material sensível” não declarado no vôo da Força Aérea que chegou quinta-feira passada a Buenos Aires com elementos para um curso que seria dado aos membros da Polícia Federal: “Queremos que Estados Unidos cumpram as leis argentinas”, completou

“Quase um terço da carga não figurava na lista de boa fé” que havia sido entregue à embaixada, detalhou Timerman, que também esclareceu que “tudo o que estava na lista tinha sido autorizado” a ingressar no país, no entanto foram retidas drogas, psicotrópicos, elementos para interceptar comunicações, equipamentos de GPS e manuais de operação em distintos idiomas, que não figuravam no manifesto. Apesar dos reiterados pedidos do Departamento de Estado este material não será devolvido até que “as autoridades argentinas que investigam este caso não necessitem mais”, sustentou o chanceler, que voltou a pedir aos estadunidenses “colaboração” para esclarecer o episódio o mais breve possível.

“O Governo da República Argentina expressa seu mais enérgico protesto frente à situação que se colocou com a verificação da carga”, sustentou a carta formal que a Chancelaria enviou na segunda-feira à noite. “Até o momento – continua -, nem a embaixada nem o governo dos Estado Unidos da América pronunciaram explicações satisfatórias que esclareçam a presença do material não declarado no carregamento que chegou ao Aeroporto de Ezeiza (internacional de Buenos Aires), assim como tão pouco o uso que se pretendia dar uma vez ingressado no país”. O comunicado também “lamenta” as “imprecisões e omissões" na informação proporcionada pelas autoridades estadunidenses sobre o tema, que foi repetida sem correções por vários meios locais durante o dia de ontem e reitera o convite à embaixada a que colabore com a investigação “a fim de esclarecer” o episódio.

“Temos toda a disposição de poder seguir colaborando em forma respeitosa em um tema que é tão importante para todos como é a insegurança cidadã", havia assegurado algumas horas antes o subscretário de Estado Adjunto para o Hemisfério Ocidental, Arturo Valenzuela. Ainda - segundo Timerman - Washington "em nenhum momento" pediu desculpas nem aceitou formar parte da investigação. "Não nos deram nenhuma explicação - acrescentou -, nos devem uma resposta". Também que a Argentina não está acusando o governo dos Estados Unidos pelo epsódio: "Quiçá não sabiam", sugeriu o ministro das Relações Exteriores, que sustentou a melhor forma que tem de corroborar sua inocência proporcionando sua ajuda na investigação.

Por outra parte, Valenzuela acrescentou que o governo dos Estado Unidos "espera a devolução imediata" do material sequestrado, e o chanceler argentino descartou esta possibilidade, fundamentando que "o mais correto é que esse material seja retido pela Justiça e pela Alfândega, que é o que faria qualquer país normal preocupado com a sua segurança". O chanceler insistiu que "as leis estão para que todos cumpram" e que os Estados Unidos não estão excluídos dessa norma por serem "um país maior ou poderoso" que outros. "Quando as autoridades argentinas que têm competência não os necessitarem mais para investigação, se o solicitam serão devolvidos" os materiais.

Segundo detalhou a Chancelaria, na quinta-feira passada, depois da chegada da aeronave estadunidense "ocorreram controles que, tanto na Argentina como nos Estados Unidos da América, são normais e de rotina para um carregamento com estas características" no qual descobriram o equivalente a uma habitação de três metros quadrados) de material que não constava na lista. "Estamos muito preocupados com a segurança na Argentina", assegurou o ministro, que lembrou os dois atentados sofridos por este país na década de 90 como justificativa para intensificar medidas em relação ao ingresso de elementos "sensíveis" que podem ser utilizados para atacar a população civil.

Entre o material apreendido há "armamentos, drogas psicotrópicas, assim como vários elementos de armazenamento de dados rotulados como secretos, instrumentos para o controle de comunicações e emissões de sinais e manuais operativos", além de "um baú com medicamentos vencidos". Timerman declarou que "tudo que estava incluído na lista foi autorizado" a entrar no país, incluindo uma quantidade importante de munições de chumbo para armas de guerra e "o que não entrou" - concluiu - "é porque não estava na lista".

Em Washington reclamaram que, diante de um episódio semelhante que ocorreu em agosto do ano passado, foi permitido o regresso do avião com todo o material que continha. "Da outra vez não passou pela intervenção da embaixada", que pediu que o avião regressasse sem descarregar seu conteúdo que, segundo explicou o ministro, "não coincidia em nada com o documento previamente declarado".

Questionados, funcionários do governo argentino concordaram que não há uma intenção política nem militar por trás deste episódio. Na Casa Rosada, sustentam, mais do que a tentativa de entrar com estes elementos o que incomodou foi Washington ter respondido com mentiras que deixam o país mal "para justificar sua gafe". De todas as formas, tanto Valenzuela como Timerman declararam várias vezes que "a relação bilateral é boa" e que não está em risco por causa deste fato.


Original em Brasil de Fato

Argentina intercepta avião militar dos EUA com armas e drogas

Avião militar estadunidense tentou entrar com carregamento não declarado


Horacio Verbitsky


O governo da Argentina impediu a entrada de uma "carga sensível" secreta que chegou ao aeroporto internacional de Buenos Aires, em um voo da Força Aérea dos Estados Unidos e sobre cujo emprego não foram oferecidas explicações satisfatórias. A expressão "carga sensível" foi utilizada na segunda-feira passada pela Conselheira de Assuntos Administrativos Dorothy Sarro ao solicitar autorização para que um caminhão com reboque pudesse ingressar na plataforma de operações. O enorme C17, um cargueiro Boeing Globmaster III, maior do que os conhecidos Hércules, chegou na tarde de quinta-feira com um arsenal de armas poderosas para um curso sobre manejo de crise e tomada de reféns oferecido pelo governo dos Estados Unidos ao Grupo Especial de Operações da Polícia Federal (GEOF), que deveria acontecer durante fevereiro e março.
O governo estima que o custo total do transporte e do curso giram em torno de dois milhões de dólares. O curso estava autorizado pelo governo argentino, mas quando a equipe verificou o conteúdo da carga com a lista entregue de antemão, apareceram canhões de metralhadoras, uma carabina e uma estranha mala que não haviam sido incluídas nas declarações. Embora o curso seja destinado às forças policiais argentinas, a carga chegou em um transporte militar e, no aeroporto, foi recebida por funcionários militares e de defesa, os coroneis estadunidenses Edwin Passmore e Mark Alcott. Todas as caixas tinham o selo da 7ª Brigada de Paraquedistas do Exército com sede na Carolina do Norte. Tentaram passar de forma clandestina mil pés cúbicos, equivalentes a um terço da carga que chegou no avião, depois de fazer escalas no Panamá e em Lima.

Doze especialistas militares
A nota que a embaixadora Vilma Martínez enviou em novembro ao ministro de Justiça Julio Alak, que até então também era responsável pela segurança, recordava que a primeira fase do treinamento ao GEOF para o resgate de reféns havia sido realizado em abril, "por meio do qual nos foi solicitado realizar outro mais avançado". Em outra nota, enviada em 21 de dezembro à ministra de Segurança Nilda Goré, que havia assumido o cargo cinco dias antes, Vilma Martínez informou que Alak havia aprovado a realização do curso e que, para ministrá-lo, chegariam doze "especialistas militares estadunidenses". Cursos semelhantes foram realizados entre 1997 e 1999, na presidência de Carlos Menem, e 2002, durante os meses em que o ex-senador Eduardo Duhalde cumpriu um período interino no Poder Executivo. O curso não aconteceu durante o governo de Néstor Kirchner e foram retomados em 2009, com o atual governo. O novo curso, de cinco semanas, estava programado para agosto de 2010, mas teve que ser adiado por um episódio semelhante. Naquele momento foi a embaixadora Vilma Martínez que se negou a receber a carga porque a numeração das armas não coincidia com a da lista prévia, o que mostra os conflitos que essa prática produz dentro do próprio governo estadunidense. "Isso é uma vergonha", disse então Martínez, antes de devolver a carga à Carolina do Norte. Por ordem da presidente Cristina Kirchner, funcionários da Chancelaria e dos Ministérios de Planejamento Geral e da Segurança, da AFIP e da Aduana supervisionaram o procedimento. Logo se uniram técnicos dos ministérios de Saúde e do Interior.

Os meninos da maleta
Em seu livro já clássico "A missão. Promovendo a guerra e Mantendo a Paz com os Militares da América" (The Mission. Waging War and Keeping Peace with America’s Military), publicado em 2003, a jornalista do jornal The Washington Post Dana Priest descreveu a dramática primazia do Pentágono na formulação e execução da política externa estadunidense. Com mais de mil pessoas, o Comando Sul supera a quantidade de especialistas na América Latina das secretarias de Estado, Defesa, Agricultura, Comércio e do Tesouro juntas. Esse desequilíbrio não parou de crescer, e os Estados Unidos tentam exportá-lo a países sob sua influência, que são quase todos. Quando anoiteceu na quinta-feira, Cristina Kichner ordenou selar a mala e retomar a tarefa no dia seguinte, para o qual determinou que a Chancelaria e o Ministério do Interior enviassem uma equipe técnica capacitada para entender do que se tratava. Durante seis horas na sexta-feira, vários marinheiros dos Estados Unidos se sentaram em círculo sobre a maleta, o que sugere a importância que atribuíam a seu conteúdo. Segundo os estadunidenses, trata-se de um software e de material sensível para segurança. Um coronel disse que o conteúdo da mala não poderia ser revelado a céu aberto porque poderia revelar segredos aos satélites que sobrevoavam naquele momento. O avião também continha uma carga com propaganda para ser entregue aos policiais argentinos, que incluía chapéus, coletes e outros presentes. O chanceler Héctor Timermam permaneceu quase todo o dia no aeroporto, junto com o secretário de Transporte Juan Pablo Schiavi, em cumprimento às instruções presidenciais, junto com a equipe de Polícia de Segurança Aeroportuária, da Aduana, da AFIP e com os principais diretores dos setores de Informática, Tecnologia, Segurança e Sistemas do Ministério do Interior. Também intervieram duas inspetoras do Instituto Nacional de Medicamentos (Iname) e da Administração Nacional de Medicamentos, Alimentos e Tecnologia Médica (Anmat).
O juiz penal econômico Ezequiel Berón de Estrada interveio. A embaixada retirou do aeroporto sua equipe hierárquica e se negou a consentir a abertura da mala. Depois de um dia completo de puxões e empurrões, Timerman informou que usaria sua autoridade legal para abri-la. Ele estava acompanhado da gestora principal Patricia Adrianma Rodríguez Muiños, da seção de Importações da Polícia Federal, a quem estava dirigida a carga. Ao comprovar a decisão oficial de prosseguir, e vencido o prazo final de uma hora fixado por Timerman, a embaixada pediu dez minutos de prorrogação até a chegada da chefe de imprensa, Shannon Bell Farrell, ao aeroporto. Tanto ela como o funcionário Stephen Knute Kleppe disseram que não tinham a chave do cadeado. Timerman decidiu que a Aduana abriria o cadeado com um alicate. Quando isso aconteceu, na tarde de sexta-feira, apareceram equipamentos de trasmissão, mochilas militares, medicamentos que, segundo os funcionários, estavam vencidos, pendrives, cujo conteúdo será analisado por especialistas, entorpecentes e drogas estimulantes do sistema nervoso. Entre o material havia três aparelhos para interceptar comunicações. Dentro da maleta também apareceu um envelope supersecreto de pano verde. Como a equipe da embaixada disse que não tinha sua chave, também foi aberto por meios investigativos.
Em seu interior havia dois pendrives rotulados como "secretos", uma chave I2 de software para informação; um disco rígido também marcado como "secreto". Códigos de comunicações encriptados e um folheto traduzido em quinze idiomas, com o texto: "Sou um soldado dos Estados Unidos. Por favor, informe a minha embaixada que fui preso pelo país". Nenhum desses materiais coincide com as especificações que a embaixada enviou à Chancelaria sobre a índole do curso que devia ser ministrado para o resgate de reféns. Depois de presenciar essas descobertas, os funcionários da embaixada decidiram se retirar, apesar do pedido oficial para que continuassem ali, e não assinaram a ata. Na quinta-feira o coronel Alcott disse que não sabia que algo assim houvesse acontecido em nenhum lugar do mundo. As armas e a mala não declarada foram recolhidas e a verificação de seu conteúdo continuou. Por exemplo, os antibióticos, anti-histamínicos, complexos vitamínicos, protetores solares e hormônios encontrados estariam vencidos, segundo suas embalagens. No entanto, o governo quer verificar se tratam-se dos medicamentos identificados nas embalagens e se estão mesmo vencidos. O restante do material, que coincidia com a declaração prévia, foi transportada em um frete da embaixada até a sede da Polícia Montada na rua Cavia. Fontes da embaixada informaram que, em Washington, estava sendo preparado um documento com a posição oficial e que acreditavam que o treinamento seria suspenso. O Departamento de Estado citou o embaixador argentino Alfredo Chiaradía e expressou sua "surpresa" pelo procedimento já que "os Estados Unidos desejam manter relações amistosas com a Argentina". Curiosa forma de conseguir isso. Qualquer argentino, civil ou militar, que tentar entrar com armas ou drogas não declaradas nos Estados Unidos iria preso imediatamente.

Original em Brasil de Fato

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Só de faz-de-conta mesmo..."Call of Duty: Black Ops" convida o jogador a assassinar Fidel Castro

"Call of Duty: Black Ops" é o mais novo jogo eletrônico da série "Call of Duty".

"Black Ops" é o termo em inglês para operações clandestinas: assassinatos, sabotagens, sequestros e outras ações frequentemente empregadas, em território estrangeiro, por diversos serviços secretos mundo a fora.

Nesta nova edição, uma das missões é matar Fidel Castro.

Isso gerou uma série de críticas, uma delas está no site Vermelho.

Mas vou limitar-me a reproduzir o que falou o governo cubano a respeito do jogo:

O que o governo dos Estados Unidos não conseguiu fazer em 50 anos, está tentando fazer de maneira virtual.

Só assim mesmo.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

ONU ratifica rejeição mundial ao bloqueio a Cuba

A solidão do governo norte-americano voltou a ficar em evidência na Assembleia Geral durante a votação de uma resolução intitulada Necessidade de pôr fim ao bloqueio econômico, comercial e financeiro imposto pelos Estados Unidos da América contra Cuba.

O principal órgão da ONU repudiou a continuação dessa medida por 187 votos a favor, dois contra (Estados Unidos e Israel) e três abstenções (Ilhas Marshall, Micronésia e Palau).

Trata-se da décima nona ocasião em igual quantidade de anos que o plenário da Assembleia condena o cerco estadunidense à ilha caribenha.

A primeira foi em 24 novembro de 1992 quando a 47 sessão ordinária desse órgão aprovou por 59 votos a favor, três na contramão e 71 abstenções o primeiro pronunciamento nesse sentido.

A resolução aprovada nesta terça-feira reafirma os princípios de igualdade soberana entre os Estados, não intervenção e não ingerência nos assuntos internos e liberdade de comércio e navegação internacionais.

Também recusa a promulgação e aplicação de leis e disposições como a chamada Helms-Burton, "cujos efeitos extraterritoriais afetam à soberania de outros Estados, aos interesses legítimos de entidades ou pessoas sob sua jurisdição e à liberdade de comércio e navegação".

Também recorda as 18 resoluções aprovadas pela Assembleia Geral a cada ano desde 1992 a 2009 e as declarações e acordos de diferentes foros intergovernamentais, órgãos e governos em rejeição à promulgação e aplicação de medidas desse tipo.

A respeito, aponta que apesar dessas decisões do máximo foro da ONU, continuam promulgando-se e se aplicando novas medidas dirigidas a reforçar e ampliar o bloqueio econômico, comercial e financeiro contra Cuba.

Nesse sentido, expressa a preocupação da ONU pelos efeitos negativos dessas medidas sobre a população cubana e os nacionais de Cuba residentes em outros países.

Em sua parte resolutiva, o texto reitera seu exortação a todos os Estados a que se abstenham de promulgar e aplicar leis e medidas como as do bloqueio a Cuba e chama a cumprir as obrigações contidas na Carta da ONU e o direito internacional.

Também "chama uma vez mais aos Estados que existem e continuam se aplicando leis e medidas desse tipo a que, no prazo mais breve possível e de acordo com seu ordenamento jurídico, tomem as medidas necessárias para derrogá-las ou deixá-las sem efeito".

Por último, pede ao secretário geral da ONU que prepare um relatório sobre o cumprimento da resolução para o apresentar no 66 período de sessões da Assembleia no ano próximo, quando o tema do bloqueio voltará a ser debatido.

Na votação do ano passado, 187 países pronunciaram-se contra a medida norte-americana, a quantidade mais alta registrada sobre esse assunto, com somente três contra (Estados Unidos, Israel e Palau) e duas abstenções (ilhas Marshall e Micronésia).

De acordo com as autoridades da ilha caribenha, o bloqueio tem custado a Cuba 751 bilhões 363 milhões de dólares, cifra ainda conservadora baseada na depreciação do dólar frente ao ouro.

terça-feira, 6 de julho de 2010

Puerto Rico: 112 anos sob intervenção dos Estados Unidos



Por Natasha Pitts
O assunto é antigo, mas continua sem resolução. No próximo dia 25, Porto Rico completará 112 anos sob a intervenção dos Estados Unidos. Na tentativa de reverter esta situação, autoridades da Organização das Nações Unidas (ONU) reafirmaram o direito inalienável dos porto-riquenhos à livre determinação e independência e exigiram aos EUA que procedam com a descolonização.

A Declaração sobre a concessão da independência aos países e povos coloniais, contida na resolução 1514 da XV Assembleia Geral da ONU, de 14 de dezembro de 1960, e o informe do Relator do Comitê Especial sobre a aplicação das resoluções acerca de Porto Rico, são documentos que há muito exigem a liberação do país da condição de colônia dos Estados Unidos.

Além destes, vários outros documentos e mecanismo reafirmam o direito dos porto-riquenhos à descolonização. Chega a 28 o número de resoluções e decisões aprovadas pelo Comitê Especial sobre a questão de Porto Rico. Contudo, mesmo com estas interferências, os EUA não colocaram em marcha atitudes concretas que cooperem com o processo e propiciem a aplicação da resolução 1514.

As autoridades da ONU pontuaram ainda que toda iniciativa para a solução do status político de Porto Rico deve ser tomada originalmente pela população e "que o povo porto-riquenho constitui uma nação latino-americana e caribenha que tem sua própria e inconfundível identidade nacional". O organismo exige que o Governo dos EUA assuma a responsabilidade de acelerar um processo que desvincule totalmente Porto Rico do domínio e da situação de colônia estadunidense.

Dentro deste processo mais amplo, também é exigida a limpeza e descontaminação de regiões como Vieques, utilizada há mais de 60 anos pela marinha estadunidense para manobras de tiro e exercícios de estratégia naval. As atividades trouxeram incontáveis danos para a saúde da população, para o meio ambiente, assim como para o desenvolvimento econômico e social do município.

O Governo dos EUA também é chamado a devolver o território de Ceiba, utilizado para experiência com matérias tóxicos, e a libertar os presos políticos encarcerados em prisões estadunidenses há mais de 20 anos, por causas relacionadas com a luta pela independência porto-riquenha.

Breve histórico

Porto Rico esteve sob colonização espanhola por cerca de 400 anos, no entanto, em 1898, o exército estadunidense invadiu a ilha durante a chamada Guerra Hispano-cubano-americana e o território passou a ser colônia norte-americana. Desde então, os porto-riquenhos têm nacionalidade norte-americana. Mesmo nesta condição, não podem votar em eleições presidenciais ou legislativas.

Desde 1952, Porto Rico está sob o status de Estado Livre Associado. Até hoje sua população luta pela total desvinculação com os Estados Unidos, mesmo sofrendo intimidações e repressões.

Publicado originalmente em ADITAL

segunda-feira, 31 de maio de 2010

Muito petróleo e pouco urânio no Irã

Por
Haroldo Lima *

Não deixa de ser instigante compreender por que os Estados Unidos não aceitam os termos de um acordo que no geral incorpora o que eles exigiam do Irã pouco tempo atrás, quanto ao controle do urânio enriquecido

A má vontade com o Irã, que leva até à desconsideração dos bem sucedidos esforços diplomáticos de duas nações soberanas, Brasil e Turquia, ambos membros do Conselho de Segurança da ONU, revela, ou sugere, a existência de algo mais que o `problema nuclear` contrariando os interesses americanos. A visita que fiz à província de Fars, no Irã, por ocasião da visita do presidente Lula àquele país, deu-me elementos para uma percepção mais aguda da imediata reação americana no caso.

Primeiro, fixemos que Irã é o nome atual da Pérsia e que Fars é a província onde está Pasárgada, a primeira capital do antigo império persa, fundado por Ciro II, o Grande – imperador persa que conquistou a Babilônia em 539 a.C. e libertou os judeus para reconstruírem Jerusalém. A cidade, onde se encontra a tumba de Ciro, passou a ser mais conhecida no Brasil a partir do poema de Manuel Bandeira Vou-me embora pra Pasárgada.

Pois é em Fars, região prenhe de história e simbolismo, que os iranianos me levaram para conhecer a Zona Econômica Especial de Energia, um enorme complexo projetado para 24 fábricas de processamento de gás e 23 usinas petroquímicas – estando, algumas, já em funcionamento. O projeto é apresentado como sendo, ou será, a maior concentração no planeta de fábricas para transformação de gás natural em eteno, propeno e demais petroquímicos.

Em síntese, tudo está planejado e sendo feito para transformar o Irã de grande exportador de petróleo e gás in natura em grande processador desses hidrocarbonetos e exportador de produtos petroquímicos, de alto valor agregado. A China, nesse e em outros projetos, estaria investindo cerca de US$ 70 bilhões.

O que está previsto, além do que já está concluído, é muito arrojado. A Zona Econômica Especial de Energia está sendo instalada em um setor de Fars onde, há poucos anos, só existia deserto e mar. Hoje, além das amplas instalações industriais, há projetos urbanísticos, edifícios, farta plantação de árvores especiais, um aeroporto internacional. Uma montanha de areia e pedra, situada defronte do núcleo da Zona, está sendo transplantada para o mar, que está sendo aterrado em grandes dimensões, e onde já está operando, e ainda se encontra em expansão, um porto com grande poder de atracação.

Politicamente, a Zona Especial funciona de forma autônoma, com um comitê dirigente que inclui funcionários do Estado e presidentes de algumas das grandes empresas que lá atuam. Até a autorização para entrada de visitante estrangeiro pode ser conseguida lá mesmo, sem intervenção de Teerã.

O que já opera na Zona Econômica Especial de Energia – e, mais ainda, o que está previsto nos projetos em execução – envolve muitos equipamentos, tecnologia avançada, muita construção civil e, sobretudo, o controle de enorme quantidade de hidrocarbonetos, oriunda do gás natural, a ser usado como matéria-prima para as petroquímicas.

Se levarmos em conta que o Irã detém a segunda maior reserva de petróleo e de gás do mundo – 138 bilhões de barris de petróleo e 187 bilhões de barris de gás, segundo dados de 2008 (o Brasil tem 13 bilhões de barris de petróleo, o pré-sal, algo em torno de 50 bilhões, e 2,3 bilhões de barris de gás) – produz 4,4 milhões de barris de petróleo por dia (o Brasil produz 2 milhões) e que tudo isso, repito, o muito que já está feito e o maior ainda que está planejado, não tem qualquer participação americana, percebe-se que algo mais deve estar tirando o sono dos EUA do que a hipotética ameaça advinda do acesso do Irã a urânio enriquecido.

* Haroldo Lima é diretor-geral da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis)

Reproduzido de AEPET

sábado, 22 de maio de 2010

Fracasa manifestação contra Cuba em Washington



Em Castelhano

Este sábado casi se dió un enfrentamiento ante la Sección de Intereses de Cuba en Washington. Casi, porque la convocación a una manifestación que pretendía ser masiva falló de forma espectacular, mientras que grupos de solidaridad con Cuba por mucho excedieron la ínfima representación de los manifestantes opuestos.
La actividad estaba convocada para las 11:30 am. Pasada la una de la tarde llegaron dos contrarrevolucionarios, los primeros en asistir, que en número crecieron a un máximo de cuatro (4), aunque, de estos, uno se retiró casi enseguida. Del otro lado de la calle, un variado y combativo contingente les instaba a los primeros a retirarse.
Las radios locales en español y la cadena televisiva Univision habían reiterado el llamado a la manifestación ante la Sección cubana. También por correo electrónico se había propagado la cita. Entre los presentes en solidaridad con la Sección se veían personas blancas y negras de Estados Unidos, y otras de Centro América, Sud África, y Cuba. Mediante un altoparlante, los centroamericanos le tocaron a los del lado opuesto una grabación de Carlos Puebla y sus Tradicionales cantando Llegó el Comandante y mandó a parar.
Los sucesos tomaron lugar sobre la importante Calle 16, misma que desemboca hacia al sur directamente en la Casa Blanca. Decenas de choferes que transitaban la escena tocaron sus bocinas en apoyo al grupo solidario, o gritaron consignas correspondientes. Uno, con notable acento en inglés, gritó “¡Viva Cha-véz!”
Informações de CubaDebate


domingo, 16 de maio de 2010

Somália: Uma crise humanitária estratégica

Vítima de constantes e desastradas intervenções militares externas, país do “chifre africano” afunda em ciclo de fome e violência de proporções inéditas

Conflito envolve diversas forças e interesses

O RPG, abreviação em inglês de lançador de granadas em foguetes (rocket-propelled grenade), é semelhante a uma bazuca. Colocando-o no ombro, o atirador dispara um foguete explosivo não muito preciso, mas capaz de perfurar blindagens e causar enorme dano.

Foi com um desses que, em 1993, em meio a um dos inúmeros combates da guerra civil que dividiu a Somália a partir de 1991, um helicóptero dos Estados Unidos foi derrubado em Mogadíscio, a capital do país. O episódio ficou famoso ao inspirar o filme “Falcão Negro em Perigo” (Black Hawk Down), de 2001.

Hoje, 19 anos depois, a guerra civil ainda não terminou e o uso de RPGs e metralhadoras em áreas urbanas virou uma constante diretamente relacionada ao altíssimo número de mortes de civis nos combates.

Neste ao, no entanto, não há estimativa. Entre 10 e 12 de março, por exemplo, foram recolhidos mais de 80 corpos das ruas da capital. De acordo com analistas internacionais e integrantes de grupos de ajuda humanitária que atuam há anos na Somália, a situação nunca foi tão crítica.

Fugas em massa

O agravamento dos conflitos vem provocando fugas em massa de somalianos tentando sobreviver. Só em março, mês marcado por batalhas violentas, 270 mil deixaram a região de Mogadíscio, fazendo com que o número de deslocados internos passasse de 1,5 milhão – o equivalente à população de uma cidade do tamanho de Recife (PE). “Alguns foram hospedados por amigos ou parentes, mas muitos simplesmente não têm condições de fugir para áreas mais seguras. A situação é alarmante. Já empobrecidos por anos de conflitos e expulsos de casa, eles estão rapidamente ficando sem meios de sobrevivência”, resume a porta-voz do Alto Comissário das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR), Melissa Fleming.

Aos desabrigados internos, que vagam pelo país fugindo das áreas mais caóticas, somam-se mais de 560 mil refugiados que buscaram abrigo em campos superlotados na Etiópia, Quênia, Djibuti e Eritréia, países vizinhos.

Fome

Além da violência, a fome é uma constante e atinge principalmente mulheres e crianças. A estimativa do Programa de Alimentação da Organização das Nações Unidas é de que 2,5 milhões de pessoas dependam do envio de comida, o equivalente à população de uma cidade do tamanho de Brasília (DF).

Destes, 625 mil vivem em regiões em que a distribuição foi interrompida em janeiro. A ONU suspendeu a atuação no sul e em partes da região central alegando não haver o mínimo de segurança e ser impossível atender as exigências dos grupos que controlam a área.

Ao mesmo tempo em que a distribuição de alimentos vem sendo comprometida, a própria organização se vê tendo que dar explicações após denúncias do Grupo de Monitoramento da ONU de desvios de alimentos e corrupção. Pessoas contratadas pelo Programa de Alimentação teriam participado inclusive de comércio de armas.

Uma em cada seis crianças somalianas sofre de desnutrição. Na região que deixou de ser atendida, a média sobe para uma em cada cinco crianças.

Armamento pesado

Apesar da crise humanitária gravíssima em curso na Somália, as agências internacionais de notícias dão mais atenção à pirataria no golfo de Aden do que às mortes constantes de civis. A instabilidade no país afeta o principal eixo de ligação entre o mar Mediterrâneo, que banha a Europa e é caminho para o Atlântico Norte, e o oceano Índico, rota para a Ásia e para o golfo Pérsico e suas reservas de petróleo.

De acordo com a Organização Marítima Internacional, por ano, cerca de 22 mil cargueiros atravessam o golfo de Aden, passando pelo canal de Suez, no Egito, que liga o Mediterrâneo ao mar Vermelho. Tal movimentação representa aproximadamente 8% do comércio mundial e inclui mais de 12% do petróleo transportado por via marítima no mundo.

A Somália, com três mil quilômetros de costa (veja mapa nesta página), tem posição estratégica no principal eixo de ligação da importante rota de escoamento de boa parte do petróleo que abastece os países do Norte e numa das principais rotas de acesso aos mercados da Índia e China, países com um constante crescimento do nível de consumo de suas populações que, somadas, chegam a 2,5 bilhões de pessoas.

Posição estratégica

Portanto, mais do que as reservas de petróleo e gás ainda não exploradas que o país possui, é a posição estratégica no chamado Chifre da África que atrai a cobiça internacional. Não é à toa que os Estados Unidos mantêm, há anos, uma política agressiva na região.

Especialistas apontam que o caos atual é resultado direto das intervenções constantes e desastradas, ao longo dos anos, de governos poderosos, muitas apresentadas como “missões de paz” ou “intervenções humanitárias”.

“A Somália virou um tabuleiro de xadrez com diferentes grupos sendo usados por países que têm diferentes interesses. Eles armam facções rivais e prolongam a anarquia e a guerra civil”, explica o analista somaliano Ismail Adan Mohamed, que hoje vive em Dubai, nos Emirados Árabes. “Os Estados Unidos têm apoiado o governo transitório, que é fraco e obscuro. As armas que fornecem são vendidas abertamente nos mercados de armas de Mogadíscio e abastecerá a guerra civil e o sofrimento por mais anos e anos”, denuncia.


Leia o restante no Brasil de Fato