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sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

PCdoB entra no governo Kassab - Veja aqui as fotos da confraternização!

PCdoB aceita convite de Kassab para ingressar na prefeitura paulistana, com a promessa de que irá ocupar a nova Secretaria da Copa do Mundo.


Netinho de Paula é um dos cotados para ocupar a pasta, assim como Nádia Campeão e Jamil Murad.

Adeus Lenin
Abaixo, PCdoB oferece coquetel de confraternização a seus filiados e ao Camarada Kassab.
 


Para quem ainda não acredita na informação acerca da aliança, basta acessar a notícia em Rede Brasil Atual.

A foto da confraternização vazou para o Na Práxis por meio de uma fonte anônima do partido, descontente com o acordo.
"Ficar fora da prefeitura de São Paulo é trostskismo, mas apenas uma secretaria não dá pra aceitar", critica o militante J.M.C.



sexta-feira, 3 de dezembro de 2010


Por Kiko Machado
O presidente da Comissão de Cidadania e Direitos Humanos – CCDH, deputado Dionilso Marcon (PT) recebeu hoje (02) uma grave denuncia envolvendo policiais militares do 20º batalhão de Polícia Militar. Segundo a companheira da vítima, Elizete da Silva, no dia 25 de novembro, Anderson de Oliveira Machado, 30 anos, foi espancado brutalmente por policiais militares dentro das baias do Centro de Tradições Gauchas Recanto da Lagoa, localizado no bairro Sarandi, falecendo cinco dias depois no hospital Conceição.

Elizete denuncia que Anderson estava abrigado da chuva sob o telhado do Centro de Tradições e que testemunhas afirmam que minutos depois uma viatura da BM chegou ao local. Segundo ela, o patrono do CTG conversou com os militares, e que após a conversa, os brigadianos foram até o local onde estava o rapaz. Segundo a mulher, era possível ouvir gritos de dor e gemidos do jovem, e que o patrono do CTG, questionado sobre o ocorrido, negou que os policias o haviam agredido. No depoimento, Elizete disse ainda que Anderson saiu do local vomitando sangue e com várias lesões no corpo e cabeça. Segundo a testemunha, o motivo atestado no óbito de Anderson foi decorrente de grave hemorragia digestiva.

Segundo o deputado Marcon, Elizete também denunciou a o caso à Corregedoria Geral da Brigada Militar, sob o número 549/2010. O parlamentar exige que os fatos sejam apurados numa investigação rigorosa da Corregedoria e, caso se comprove os fatos denunciados, que os militares sejam afastados imediatamente da corporação e que respondam criminalmente pelos seus atos. A CCDH também encaminhou o caso para a delegada Silvia Cocaro da 14ª Delegacia de Polícia da zona norte da Capital e vai acompanhar os trabalhos de investigação tanto da Corregedoria da BM quanto o inquérito policial.

Original em RS Urgente

sábado, 16 de outubro de 2010

Tucanos acusam padre que xingou Serra de "Petista"


O senador Tasso Jereissati, que acompanhou a missa ao lado de José Serra, se exaltou e afirmou que era um "padre petista" como aquele que estava "causando problemas à igreja". Outros partidários do tucano também se exaltaram, e o padre saiu escoltado por seguranças.


O panfleto não assinado que circulou na igreja falava em três 'grandes motivos para não votar em Dilma'. O texto acusa a candidata de ter se envolvido com a Farc, de ser favorável ao aborto e de casos de corrupção na Casa Civil.

Baixaria héim, tucanalha!? 

Informações retiradas do sítio da "não petista" Zero-Hora

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

"Contra o Aborto"-"Pela Vida"-"Pena de Morte já!"

Nesta excelente charge do Maringoni....

O Perfil da direita:



Só faltou alguém com uma camisa afirmando que Direitos Humanos é coisa de quem gosta de vagabundo!

domingo, 10 de outubro de 2010

Direitalha bananeira do Brasil: Decida-se logo acerca do aborto!

A laicidade é usada pela direita ocidental apenas quando lhe convém, para bater em nações teocráticas não alinhadas aos EUA, por exemplo (as não alinhadas, claro, pois a amiga Arábia Saudita pode executar opositor e espancar mulheres à vontade).

Agora, num surto de santarronice, os neobeatos da família Civita condenam o aborto e acusam Dilma de "ser do mal", por conta de uma suposta posição dúbia em relação à descriminalização do procedimento de interrupção de uma gravidez indesejada.

Numa capa apelativa, o panfleto imundo da Abril tenta colocar a candidata petista em contradição:




O problema é que, em meio ao desespero frente à iminente vitória de Dilma, a Veja esqueceu do que já publicou e deu corda para o próprio enforcamento.







 E agora, Veja? A direitalha serrista vai acusar a brego-direitosa Hebe(entre outras) de matar criancinhas?


quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Venezuela: Terrorismo midiático se intensifica

Não é de hoje que a República Bolivariana da Venezuela sofre com ataques que buscam desestabilizar a paz regional e o governo do presidente Hugo Chávez. A mídia tem sido uma das principais armas desta guerra e uma das provas mais recentes é o documentário "Os guardiões de Chávez", realizado pela Cadeia TV 4, da Espanha. Além de Chávez, jornalistas venezuelanos também se manifestaram contra o plano conspirativo.

Unidos no Movimento pelo Jornalismo Necessário da Venezuela (MPN, por sua sigla em espanhol), jornalistas repudiaram e denunciaram as constantes ofensivas, que estão chegando ao país, principalmente, por meio de um "terrorismo midiático".

"Em sintonia com o sistema neoliberal e o imperialismo, liderados desde Espanha e Estados Unidos, meios de poderosa inserção na opinião pública difamam diária e continuamente o processo bolivariano e o governo democraticamente eleito do presidente Chávez, com ataques que se iniciam e se replicam em nosso próprio país e em toda América através de suas agências internacionais".

ONG’s, grupos políticos e até mesmo organizações e comunicadores venezuelanos estão entre os agentes financiados pelas grandes potências, em sua maioria pelo governo dos EUA, para fortalecer os ataques e se infiltrar no país a fim de exercer controle e influência. De acordo com os jornalistas da MPN, a penetração alcança inclusive universidades que são ‘contaminadas’ com as oficinas realizadas por ONGs que tentam manipular o modo de pensar dos estudantes.

Segundo investigações realizadas pela Dra. Eva Golinger, "Espaço Público" e "Instituto de Imprensa e Sociedade" são as principais organizações venezuelanas que recebem capital estrangeiro e são encarregadas de distribuir os fundos e projetos do Departamento dos Estados Unidos. No mesmo caminho se encontra, há bastante tempo, o ‘quase desaparecido’ Colégio Nacional de Jornalistas (CNP, por sua sigla em espanhol), que chegou a ter como presidente um ex-correspondente da Voz de América, órgão divulgador do Departamento de Estado dos EUA.

Ciente deste panorama de conluio e buscando resguardar a soberania nacional do seu país, os membros do Movimento pelo Jornalismo Necessário solicitaram à Promotoria Geral da República uma profunda investigação para esclarecer todas as "extremas associações antivenezuelanas".

O presidente venezuelano Hugo Chávez também respondeu ativamente aos ataques que buscam distorcer as ações de ser governo e colocar em xeque a ‘gestão do Governo revolucionário’. Na coluna, ‘As linhas de Chávez’, o mandatário denunciou e relatou com detalhes as ações da campanha midiática internacional que está sendo articulada contra a Venezuela.

Chávez chamou atenção para o endurecimento dos ataques na medida em que se aproxima o próximo dia 26, data das eleições parlamentares. "Ponderando no mês de batalha eleitoral que se avizinha (...) devemos ter a dimensão exata de como se estão comportando os interesses que querem ver a Venezuela de novo prostrada ante as ordens do império ianque. As forças contrárias à Revolução não só estão em casa, mas também me rodeiam por seus limítrofes e têm a mira posta em setembro", assinalou.

Um dos ataques mais recentes à Venezuela foi o documentário "Os guardiões de Chávez", realizado pela espanhola Cadeia TV 4. O presidente definiu o vídeo como "um conjunto de grosseiras mentiras" e denunciou que a única intenção é criar e estender "uma matriz de opinião para que se declare a Venezuela país fora da lei". O presidente ainda lamentou o fato de grandes meios de comunicação de alcance mundial terem reproduzido as mentiras documentadas.

Original em Adital

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Miro: barrar o golpismo de Serra e da mídia

Nesta quarta-feira, dia 1º, a coligação de José Serra (PSDB, DEM, PPS) ingressou com pedido de cassação do registro da candidatura de Dilma Rousseff no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O motivo alegado é o da quebra de sigilo fiscal de pessoas ligadas ao grão- tucano. Desesperado com a queda vertiginosa nas pesquisas, a direita quer implodir a eleição presidencial. Rechaçado pela sociedade, Serra tenta evitar sua derrota no tapetão, envolvendo o TSE numa trama golpista.

Nesta tramóia antidemocrática, o comando serrista conta com o respaldo da mídia tradicional. A ação encaminhada à Justiça está baseada nos factóides difundidos pela revista Veja e pelo jornal Folha de S.P. Ela acusa a candidata pela “prática ilegal de quebra de sigilo fiscal” e “abuso de poder”, mas não apresenta qualquer prova concreta para sua acusação leviana. Mesmo assim, colunistas da mídia, como Merval Pereira, Carlos Nascimento e outros, amplificam as calúnias.

A quem interessa a quebra de sigilos?

A ação golpista já foi rechaçada, como veemência, por Dilma Rousseff. Ela garantiu que nem ela nem seu comando de campanha estão metidos na quebra de sigilos. Também solicitou apuração rigorosa do nebuloso episódio, com a punição dos culpados. Incisiva, Dilma condenou a postura irresponsável do comando serrista. Conforme argumentou, quem tem interesse em tumultuar a eleição, com quebra de sigilos e dossiês, é a oposição demotucana, que definha nas pesquisas.

Inúmeros fatos confirmam esta leitura. O sigilo da filha de José Serra, por exemplo, foi quebrado em setembro de 2009. A própria Receita Federal apurou o crime num inquérito administrativo, numa prova de total transparência. Os factóides da mídia agora têm, portanto, evidente interesse eleitoreiro. O deputado Brizola Neto chega a levantar a suspeita que essa operação criminosa é “armação” dos tucanos. “Sabemos que eles são capazes disso e, depois do que já vimos na campanha de Serra, não se pode ter dúvidas de que possam apelar para este tipo de ação”.

Os objetivos da nova conspiração

O golpismo da aliança Serra/Mídia tem, basicamente, dois objetivos. O primeiro é aterrorizar os eleitores, principalmente da classe média, empurrando a eleição para o segundo turno. Até agora, porém, a manobra não surtiu efeito. O tracking da IG-Band-Vox, que acompanha diariamente a reação dos eleitores aos chamados “fatos novos”, mostrou ontem que Dilma ampliou a vantagem (51% a 25%), sinalizando que o estardalhaço da mídia demotucana sobre a quebra do sigilo não pegou.

O segundo objetivo, tramado pelos setores mais fascistóides da coligação de Serra, é implodir a eleição. Já que não dá para ganhar nas urnas, tentam envolver o STF na trama golpista, cassando a candidatura de Dilma Rousseff. É improvável que o tribunal cometa esta loucura, que colocaria o país em polvorosa. Mesmo assim, é bom ficar em estado de alerta. Nada como uma intensa mobilização, nas ruas e na luta de idéias, para barrar qualquer maluquice golpista.

Ensinamentos do nefasto episódio

Para finalizar, vale refletir sobre os ensinamentos deste episódio. Em primeiro lugar, fica patente que a direita não suporta a democracia. Ela só serve quando é funcional para seus interesses – foi assim no golpe de 1964, é assim hoje. Nesse sentido, a tentativa de cassar a candidatura de Dilma Rousseff desmascara os tucanos, que ainda enganam muita gente com a sua falsa retórica sobre a democracia. Os tucanos representam a nova direita brasileira; são os neo-udenistas.

Além disso, o caso escancara o verdadeiro papel da mídia hegemônica. Ela sempre foi golpista e sempre será. No caso das emissoras de TV e rádio, elas usam um bem público, uma concessão, para atentar abertamente contra a democracia. Seus colunistas abusam da propriedade cruzada, destilando veneno em programas de rádio, televisão, em jornais, revistas e internet. Seria muito útil que a eleição de 2010 servisse para mostrar a urgência do novo marco regulatório no setor, que enfrente a concentração e estimule a diversidade e a pluralidade informativas.

Blog do Miro

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Entidades pedem que índios Mapuches recebam mesmo tratamento que presos cubanos


Lei de Pinochet que enquadra povo Mapuche como terrorista em potencial ainda não foi revogada.

E aí? Será que a mídia corporativa - que hipocritamente levanta  a bandeira dos Direitos Humanos quando lhe convém - vai divulgar isso? 


A valorização da libertação dos chamados "prisioneiros políticos" de Cuba pelo governo chileno e inclusive por algumas pessoas da oposição e o não pronunciamento sobre os mapuches presos e processados pela lei antiterrorista é uma posição paradoxal, disse o advogado José Aylwin, do Observatório Cidadão, que os considera "presos políticos".

Hoje, o observatório e a organização Acción pediram ao governo de Sebastián Piñera e também à oposição que tenham o mesmo critério de tratamento entre os presos cubanos e os indígenas mapuches. Atualmente 19 deles estão em greve de fome, de um total de 58 presos já condenados ou aguardando julgamento.

As organizações pedem o fim da aplicação da lei antiterrorista imposta pela ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990), que é mantida e aplicada ainda hoje contra grupos indígenas, porque "não cumpre com as condições de um devido processo".

Os 19 mapuches que entraram em greve de fome em 12 de julho também exigem o fim da aplicação da medida, além da desmilitarização das comunidades indígenas e do desenvolvimento de um "devido processo" para seus casos.

"Podemos falar em prisão política, porque o Estado utiliza politicamente a lei antiterrorista para processar os mapuches. Há claramente uma analogia com os presos cubanos", disse Aylwin, em declarações à ANSA.

Ele ainda acrescentou que os chilenos não sabem da existência de "58 pessoas processadas ou condenadas por esta legislação, além de meia centena de processados por crimes ordinários no marco de conflitos por terras".

Aylwin sustentou que a lei antiterrorista foi aplicada de forma inadequada contra quem é acusado de cometer crimes "nos marcos de um protesto social por reivindicação por terras ou pelo exercício de direitos políticos".

Ele explicou que "existe uma legislação penal ordinária que permite julgar e eventualmente condenar estes delitos, mas a opção do Estado é aplicar a lei antiterrorista que data do regime militar, que tem sérias limitações para um devido processo e agrava as penas substancialmente. É uma opção política".

O senador Alejandro Navarro, do Movimento Amplo Social, visitou na segunda-feira cinco dos detidos em greve de fome na prisão El Manzano, na cidade de Concepción, a 513 quilômetros ao sul de Santiago. O parlamentar pediu a instalação de uma mesa de diálogo com os indígenas para analisar suas reivindicações.

"Esta greve de fome é séria. Peço que o governo atue agora e não se equivoque, porque depois pode ser muito tarde, já que estes processos se alongam e se tornam pouco contornáveis", advertiu Navarro.

Nesta segunda-feira, o senador de oposição Patricio Walker reuni-se na Chancelaria do Chile para acertar as condições de recepção do cubano José Izquierdo, que esteve preso por sete anos e faz parte da lista dos dissidentes soltos, divulgada pela Igreja Católica há alguns dias. A ida de Izquierdo ao Chile foi solicitada pelo próprio dissidente e constitui-se o primeiro pedido de viagem a este país. 

Com informações de Ansa

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Quando os dissidentes brasileiro encerraram greve de fome

Clique AQUI e saiba mais sobre quando os dissidentes brasileiros pararam com a greve de fome sem ganhar nada em troca.

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Liberdade de imprensa? CNN demite dissidente

A editora sênior da rede CNN no Oriente Médio, Octavia Nasr, perdeu o emprego depois que escreveu em seu perfil no Twitter uma frase que provocou polêmica. Octavia declarou ter ficado triste com a morte do aiatolá Sayyed Mohammed Hussein Fadlallah, classificado pelos Estados Unidos como terrorista.

O líder xiita, falecido na última terça (06), no Líbano, também era conhecido como guia espiritual do Hezbollah durante os primeiros anos da Revolução Iraniana, nos anos 1980.

De acordo com o jornal O Globo, Octavia escreveu em seu perfil: "É triste saber da morte de Sayyed Mohammed Hussein Fadlallah ... Um dos gigantes do Hezbollah, que eu respeito muito". A CNN criticou a postura da editora, dizendo que sua posição sobre a morte do aiatolá comprometeu sua credibilidade.

Será que os paladinos da "liberdade de expressão" da famigerada SIP (Sociedade Interamericana de Imprensa) vão se pronunciar a respeito disso?
Com informações do Portal Imprensa

sábado, 3 de julho de 2010

O discurso cínico e perigoso da austeridade

Predomina na Europa a idéia da austeridade como solução para os desequilíbrios econômicos. Esta política está baseada na concepção de que o déficit fiscal é a causa da crise. Assim se oculta que esses saldos negativos nas contas públicas têm sua origem em governos que aportaram pacotes volumosos de resgate do sistema financeiro para evitar sua quebra. Com uma elevada cota de cinismo, os principais beneficiários desses planos bilionários de auxílios são agora os maiores críticos do que denominam políticas irresponsáveis e de esbanjamento dos governos. A Alemanha é hoje uma das principais defensoras dessa via.

Várias palavras identificam os militantes das políticas de ajuste sobre os grupos vulneráveis da sociedade, mas uma os delata sem possibilidade de dissimulação nestes tempos de crise internacional: “austeridade”. Diante da sucessão de descalabros sociais nas últimas décadas, mencionar o termo ajuste começou a provocar certa prevenção, embora não poucos economistas mantenham sua atitude fundamentalista de não ocultá-lo.

Outros preferiram evadir-se com habilidade desse selo de identidade do fracasso buscando uma via de escape no vocábulo “austeridade”, que encerra ainda um significado positivo para a maioria, embora tenha o mesmo conteúdo que o do ajuste. Esse conceito de austeridade socialmente aceito se vincula a essa concepção familiar que diz que “a poupança é a base da fortuna”. Mas para um Estado essa máxima implica restrições, visto que seu orçamento e influência no funcionamento da economia não tem nada a ver com a organização do orçamento familiar.

Leia este excelente artigo em Carta Maior

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Partido do Chá (Tea Party): mais conservadorismo nos EUA

Por Virgílio Arraes*

Não há um consenso sobre a recente origem dos chazeiros, adeptos de um posicionamento bastante conservador na política norte-americana; porém, é possível delimitar a movimentação de alguns de seus pioneiros. Entre eles, sobressaiu o deputado John Shadegg, representante do Partido Republicano no Arizona.

Em meio a uma divergência com os democratas sobre a política energética ao final do ano legislativo, este parlamentar afirmou que aquele momento era similar ao do antigo Partido do Chá de Boston. A alusão ao protesto violento dos súditos daquela cidade em dezembro de 1773 contra a Lei do Chá da Grã-Bretanha ocorreu por causa da hipotética tentativa da Presidência da Casa, sob liderança democrata, de limitar a palavra à oposição.

Na sua visão, os Estados Unidos deveriam ampliar sua exploração interna de petróleo e gás, a fim de diminuir a dependência de ‘inimigos’ como Hugo Chávez e de reduzir os preços dos dois produtos. Por que depender de outros países, se haveria no próprio país a quantidade necessária — trilhões de metros cúbicos de gás natural, por exemplo, localizados na costa?

Na prática, o movimento adquiriu forma com a vitória de Barack Obama. Enfraquecidos, setores ainda mais à direita dos republicanos organizaram-se fora do próprio partido poucos dias após a passagem do bastão do poder; o seu o objetivo era granjear o apoio do eleitorado reticente no tocante a planos governamentais de estímulo econômico ou de auxílio a determinados segmentos industriais ou financeiros.

Até o presente momento, a conta da crise de 2008 custou em torno de dois trilhões de dólares a Washington e já contribuiu para ampliar o déficit orçamentário nos anos vindouros – provavelmente dobrá-lo em meia década e triplicá-lo em um decênio.

Portanto, o governo democrata resguardaria o chamado interesse especial – representado por grandes conglomerados – em vez do nacional, ao atribuir a conta do mau gerenciamento ao contribuinte comum. O primeiro a materializar a insatisfação teria sido o jornalista Rick Santelli, do canal pago Consumer News and Business (CNBC), um dos vinte maiores dos Estados Unidos – pertence ao grupo NBC Universal.

Ele protestou contra o auxílio governamental às instituições hipotecárias, sob a invocação de proteger os adquirentes em curso, a partir de Chicago em fevereiro último. Para ele, a sociedade não poderia arcar com a eventual irresponsabilidade de quem quis possuir um imóvel acima de suas possibilidades financeiras.

Em poucos dias, sua postura repercutiria em todo o país, graças à facilidade de acesso da população à rede. Sítios seriam estruturados para divulgar apoio ao protesto. Com alguns milhares de dólares gastos em anúncios no Google e no Youtube, a mensagem propagou-se sobremodo.

Os republicanos mais conservadores logo se identificaram com a movimentação. Um deles foi o parlamentar texano Ron Paul, egresso do Partido Libertário, participante em 2008 das prévias presidenciais em que saiu vitorioso o senador John McCain.

No Partido Libertário, o terceiro maior do país, clama-se também a autoria da mobilização chazeira, por ter sido supostamente organizada em Illinois uma semana antes da queixa de Santelli, a quem teria cabido o mérito de amplificar a insatisfação.

Os libertários, oficialmente sob denominação partidária desde 1971, destacam-se por opor-se ferreamente a impostos, considerados sempre altos; subsídios, avaliados como ineficientes à inovação; déficits orçamentários, fardo constante para os contribuintes ingressantes; e nacionalizações, observadas como desestimulantes ao crescimento econômico.

Na perspectiva libertária, compartilhada com a de vários republicanos, o governo seria constantemente um gigante perdulário a extrair de maneira infindável os escassos recursos dos cidadãos trabalhadores.

Por outro, críticos dos chazeiros afirmam que o movimento é em boa extensão artificial, no tocante a um eventual apoio popular amplo. Para eles, os meios de comunicação, via digital principalmente, teriam amplificado sua repercussão – astroturfing no dizer dos norte-americanos, em alusão à grama falsa, isto é, sintética.


* Virgílio Arraes é doutor em História das Relações Internacionais pela Universidade de Brasília e professor colaborador do Instituto de Relações Internacionais da mesma instituição. 

terça-feira, 6 de abril de 2010

Atenção Paulistanos: Direita prepara investida, para amanhã, contra consulado Cubano em SP


Vazou a informação de que amanhã, 07/04 (quarta-feira) , haverá um ato organizado pela direita em frente ao Consulado Geral de Cuba, em São Paulo - SP.

A ideia deles é protestar em favor do movimento "Damas de Branco", financiado pelos EUA.

Segundo as mesmas informações, a mídia corporativa vai dar ampla cobertura, o plano é agregar  bem mais gente do que a meia dúzia de reacionários que se juntou em Brasília, em frente à embaixada, e acabou sendo abafada pelos cantos de apoio à Revolução dos militantes progressistas. 

Em resposta, organizações de esquerda, militantes independentes, intelectuais e demais cidadãos planejam fazer uma manifestação de contraponto ao bando  da direita.

Data: dia 07/abril, quarta-feira.
Hora: concentração a partir das 8h. Ato com início 9h.
Local: Consulado Geral de Cuba - R. Cardoso de Almeida, 2115, bairro Sumaré.

Você que é paulista e defende a autodeterminação do povo cubano, multiplique essa informação com urgência, e ajude a organizar uma defesa internacionalista da Revolução Cubana contra o ataque relâmpago da direita raivosa.


 

terça-feira, 16 de março de 2010

Ana Amélia Lemos - Candidata do PP

A comentarista e colunista política da RBS (repetidora da Globo no RS), Ana Amélia Lemos, confirmou hoje o que já era esperado: será candidata ao Senado pelo PP. Segundo anunciou, pretende defender os interesses do agronegócio gaúcho. Ou seja, continuará a fazer o que já fazia como colunista da RBS, sem informar aos seus ouvintes e leitores sua coloração partidária.

segunda-feira, 8 de março de 2010

Instituto Millenium: A Conferência de Comunicação particular da direita

O evento promovido pelo Instituto Millenium foi uma espécie de Conferência Nacional de Comunicação particular da direita brasileira, facção grande mídia. Revezaram-se nos microfones, convidados internacionais, donos de conglomerados e seus funcionários de confiança.

Gilberto Maringoni


“O Plano Nacional de Direitos Humanos [PNDH] é um totalitário”, “o stalinismo predomina no PT”, “temos de ir para a ofensiva”, “Vamos acabar com essa história de ouvir o outro lado na imprensa”, “governo cínico, cínico, cínico!”, “democracia não é só eleição”. Frases assim, proclamadas com ênfase quase raivosa, deram o tom no Fórum Democracia e Liberdade de Expressão, realizado na segunda (1), em São Paulo.

O evento promovido pelo Instituto Millenium foi uma espécie de Conferência Nacional de Comunicação particular da direita brasileira, facção grande mídia. Revezaram-se nos microfones, convidados internacionais, donos de conglomerados e seus funcionários de confiança. Fala-se aqui da Editora Abril, da Rede Globo, da Rede Brasil Sul (RBS), da Folha de S. Paulo, do Estado de S. Paulo e agregados. Como se sabe, tais setores resolveram boicotar a I Confecom, um processo democrático ocorrido em todos os estados da Federação, que culminou em uma etapa nacional, realizada em dezembro último. Presentes nesta, cerca de 1,3 mil delegados, entre empresários, movimentos sociais e governo. O total de pessoas envol vidas em suas fases regionais envolveu cerca de 12 mil participantes.

Terceirizando a bílis
Pois o Instituto Millenium fez seu convescote para cerca de 180 participantes. Eram empresários, jornalistas e interessados, que desembolsaram R$ 500 cada um, por um dia de atividades. Na mira dos palestrantes, os governos de centro esquerda da América Latina, os movimentos sociais, o governo Lula e o PNDH. As intervenções mais moderadas foram as de Roberto Civita (Abril) e de Otávio Frias Filho (Folha), que buscaram, de certa forma, situar seus interesses na cena política. Externam o que se espera de proprietários de monopólios. Defendem a livre iniciativa de “investidas antidemocráticas como o controle social da mídia” e “menos legislação para o setor”, no dizer de Civita.

Roberto Irineu Marinho (Globo) foi ainda mais discreto. Ficou na platéia e fez uma única pergunta por escrito ao longo de todo o dia. Mantêm uma certa linha. Os três resolveram terceirizar a artilharia pesada para seus empregados, que fizeram uma verdadeira competição para ver quem seria o Carlos Lacerda (1914-1977) da Nova Era. O ex-governador da Guanabara, como se sabe, se notabilizou entre o final dos anos 1950 e início da década seguinte como o mais notável agitador, na TV e no rádio, em favor do golpe de 1964. Dono de uma retórica incendiária, Lacerda intimidava adversários e aglutinava seguidores para a derrubada do presidente João Goulart.

Nessa toada, os conferencistas tiveram a inusitada ajuda do Ministro das Comunicações Helio Costa e do deputado Antonio Palocci (PT), como se verá adiante.

Visão particular da História
A primeira mesa trouxe três convidados externos, o argentino Adrian Ventura (La Nación), o âncora da televisão equatoriana Carlos Vera (Ecuavisa) e o venezuelano Marcel Granier (dono da RCTV, cuja concessão não foi renovada em 2007).

Arrogante e inflamado, Vera afirmou que em seu país “não existe liberdade de expressão”. Reclamou que seu canal de TV não recebe mais publicidade estatal e acusou o presidente Rafael Correa – “um ditador” - de ter sido eleito “por prostitutas”. Já Marcel Granier foi saudado como uma espécie de símbolo da luta pela liberdade de imprensa pelo apresentador Marcelo Rech, diretor da RBS. O proprietário da rede venezuelana denuncia “o autoritarismo do governo Hugo Chávez”. Desfia o que diz serem provocações, intimidações e a certa altura, de passagem, fala da “renúncia” de Chávez. Em nenhum momento menciona o golpe de Estado de 2002 e ao papel da grande mídia de seu país. Parece que toda a tensão local nasceu por geração espontânea. Uma visão particular da História, sem dúvida.

Granier e seus colegas de mesa não deixam de deplorar a existência de aliados dos tais governos ditatoriais entre os empresários da mídia. Aliados, não. “Cúmplices”, sublinha o mediador Rech, com anuência dos convidados.

De costas para o governo
Logo após a mesa inicial, chega o convidado mais aguardado da manhã chuvosa, o Ministro das Comunicações Hélio Costa. Com seu inimitável penteado, o membro do governo falou o que a “seleta platéia”, conforme sua expressão, queria ouvir. Buscou esvaziar a Confecom de qualquer significado maior. “Através de três ministros, Luís Dulci, Franklin Martins e eu, o governo foi unânime em decidir que em hipótese alguma se aceitará algum tipo de controle social da mídia”. E enfatizou: “Isso não foi, não é e não será discutido”, para gáudio da maioria dos presentes. Genial. O membro do primeiro escalão confraterniza-se com os que deploram seu governo como marcado por tendências discricionárias.

Libelu e Rolando Lero
A terceira mesa, intitulada “Ameaças á democracia no Brasil” foi a mais trepidante de todas. Contou com Demétrio Magnoli, o Gustavo Corção da Libelu, Denis Rosenfeld, o Rolando Lero na filosofia gaúcha, e Amauri de Souza, sociólogo. Na mediação, Tonico Ferreira (Globo).

Ferreira é mais um daqueles que um dia foram de esquerda e transitaram alegremente para a outra ponta do espectro político sem culpas. Chefe de redação do semanário Movimento, no final dos anos 1970, Ferreira, de saída, denuncia o caráter autoritário da lei eleitoral. “É censura”, diz ele, antes de passar a palavra a Magnoli.

Este não perde tempo. Logo faz um apanhado da história do PT e dispara: “A relação do partido com a democracia é ambígua. Juntamente com o PSOL, apoiou o fechamento da RCTV”. Acusa a agremiação de Lula de fazer uma volta atrás em seu ideário democrático. “Retomaram a idéia autoritária de partido dirigente e de democracia burguesa”, sentencia. E logo completa “Este movimento, de restauração stalinista, é reforçado pela emergência do chavismo e do apoio a Cuba”. Na platéia uma senhora murmura: “Que vergonha, nosso governo apoiar isso”.

O risco, para Magnoli é um possível governo Dilma, supostamente mais subordinado ao PT do que a gestão Lula. O fim das ameaças, para ele, só acontecerá “com a vitória da oposição”. Bingo! E culmina: “Não somos Venezuela e Cuba! Temos de falar que nós somos diferentes!”. Aplausos entusiasmados.

Rosenfeld vai pela mesma toada, mas busca elaborar uma “pensata” sobre o “corpo e o espírito do capitalismo”. Segundo ele, o corpo vai muito bem. “Os grupos econômicos ganharam muito dinheiro nesses oito anos”. O problema é o espírito, “os bens intangíveis”, revela o filósofo. A base material é garantida pelo governo, nas palavras de Rosenfeld, “As metas de inflação, a autonomia operacional do Banco Central e o superávit fiscal” mostrariam um rumo seguro. Mas o espírito está sendo minado, alerta. Esse ectoplasma é “a liberdade de expressão” que estaria ameaçada. E enumera os problemas, numa tediosa repetição: “O PNDH, o MST, a questão dos quilombolas” etc. etc. etc.

A sutileza do sr. Basile
O seminário foi sumamente repetitivo, diga-se de passagem. No período da tarde, os previsíveis Arnaldo Jabor, Carlos Alberto di Franco (Opus Dei) e Sidnei Basile (diretor da Abril) tentaram dar novas roupagens ao samba de uma nota só do evento. Basile, sob o olhar atento de Roberto Civita, seu patrão, defende um regime de autorregulação para a imprensa. “Algo semelhante ao Conar” (Conselho de Autorregulamentação Publicitária), formado pelas próprias agências, ao invés de uma lei para o setor.

A proposta é ensandecida. Se aplicada a toda a sociedade, com cada um supervisionando seu próprio setor, o mundo seria uma graça. Um exemplo. Não haveria mais leis de trânsito, sinais, placas, mão e contramão. Os motoristas se reuniriam e fariam um código de autorregulação. Se os pedestres reclamarem, basta acusá-los de tentar bloquear um dos mais sagrados direitos, o de ir e vir dos motorizados. Todos se atorregulariam e chegaríamos ao reino encantado de Basile. No meio de seu delírio anarquista, o executivo, sempre observado pelo patrão, acusou a convocação da Confecom por parte do Presidente da República como um ato “cínico e hipócrita”. Adendou: “Um conto do vigário”. Basile é de uma sutileza a toda prova.

Jabor, que aparentemente não preparou intervenção alguma, repetiu jaborices pelos cotovelos. Populismo autoritário, jacobinos, bolcheviques e quejandos formam o mundo a ser vencido. Para ele, “Democracia é um conceito da norma culta, de alta classe”. Claro, o populacho jamais vai entender! Homem experiente que é, contou mais uma vez já ter sido comunista. E disparou diatribes à granel. Impossível não lembrar de uma impagável frase do escritor paulistano Marcos Rey (1925-1999). Este dizia não gostar de dois tipos de gente, ex-comunistas e ex-fumantes, “porque ambos são metidos a dar conselhos”.

Reinaldos Azevedos às mancheias
A quarta mesa – “Liberdade de expressão e Estado democrático de direito” – contou com a participação de três luminares: Reinaldo Azevedo (Veja), Marcelo Madureira (Casseta) e o Dr. Roberto Romano (Unicamp), os dois últimos tentando ver quem era mais Reinaldo Azevedo que o próprio Reinaldo Azevedo.

O citado é um fenômeno da Natureza. Um criador de personagens. É uma espécie de Walt Disney de si próprio. Disney inventou o Mickey, o Pato Donald, o Pateta e uma plêiade de figuras inesquecíveis. Reinaldo Azevedo criou Reinaldo Azevedo. “Sou de direita!”, avisa de saída. “A imprensa tem que acabar com o isentismo e o outroladismo, essa história de dar o mesmo espaço a todos”.

Madureira foi mais um alardear sua condição de ex-comunista. Fez piadinhas, embora não se saiba se seu cachê incluía chistes e gags. Atacou tendências autoritárias e “recadinhos” oficiais. “O governo pressiona os editores com os anúncios da Petrobras e do Banco do Brasil. Isso é censura!” Com a presença do patrão na platéia, logo sublinhou: “A Globo não nos censura”.

Mas o humorista da tarde foi o Dr. Roberto Romano. Este revelou ao mundo uma nova teoria, que vai pegar. É sobre a militância. Atenção: “O partido de militantes causa a corrosão do caráter”. Guardem essa! Depois de A corrosão do caráter, de Richard Sennet, que fala dos vínculos trabalhistas e sociais tênues e sua influência no comportamento humano, um livro sério, o Dr. Romano vem com sua versão pândega. E explica: “No partido de militância não tem mais jornalista, médico e nem nada. Tem o militante que se reporta ao chefe”. Isso, para as muitas luzes do Dr. Romano, corrói o caráter. Olha lá, Brasil! A partir de agora, só se falará em outra coisa!

As pesquisas científicas do Dr. Romano o levaram a constatar, além de tudo, que “90% das ONGs são totalitárias”. Como o mediador William Wack prometeu publicar a fala original do Dr. Romano no site do Instituto Millenium, o mundo aguarda ansioso as fontes empíricas de tão bombástica revelação.

No fim de tudo, na última palestra, o deputado Antonio Pallocci veio confraternizar com aqueles que malharam sem dó seu partido e o governo que integrou até há poucos anos. Para agradar, também criticou o PNDH, no que foi cumprimentado ao final.

Tendências não democráticas
O Fórum do Instituto Millenium, apesar de seu tom folclórico, não é engraçado. Embora seja um direito democrático a organização de toda e qualquer facção política, é forçoso reconhecer que estas nada têm de democráticas ou plurais. Buscam se articular justamente para evitar reformas democratizantes no país e no setor de comunicação. Um ponto positivo é dado pela seguinte constatação: os monopólios de mídia se desgastaram com o boicote à Confecom. O tema da democratização da comunicação entrou na agenda nacional com força. O seminário é uma gritaria da direita. Sem problemas. O duro é buscarem, afirmar seus interesses contra a vontade e as necessidades da maioria da população.



Publicado originalmente em Opera Mundi e retirado do Blog do Pericles

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

"Cansei - Parte II"? Manifestação contra o PNDH-3


A grande manifestação contra o PNDH-3 programada para o último sábado (07/02), em São Paulo, foi um tremendo fracasso: 
Comunidades de direita do orkut estão repletas de manifestações de desgosto pelo ocorrido.
Os depoimentos dão conta de que o bando acabou rachando em três facções, em virtude de discordâncias entre integralistas e anarco-capitalistas.
Em Manaus, a passeata reuniu sete pessoas.



Abaixo, um vídeo do fiasco:

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

O CQC vai perseguir Boris Casoy ???

Excelente artigo de Altamiro Borges sobre a hipocrisia da mídia corporativa. 

Alguns leitores do excelente blog Conversa Afiada, do jornalista Paulo Henrique Amorim, têm sugerido aos produtores do CQC, exibido pela TV Bandeirantes, que façam um programa para espinafrar o âncora Boris Casoy. Afinal, a sua frase humilhando os garis – “Que merda... Dois lixeiros desejando felicidades do alto de suas vassouras. Dois lixeiros... O mais baixo da escala do trabalho” – ficou célebre. Mais de 1 milhão de pessoas já assistiram ao vídeo do vazamento do Jornal da Band no Youtube.


Muitos deles, porém, mostram-se incrédulos quanto ao CQC. E não é para menos. A mídia não fala da mídia. A sua independência é de fachada. Ela gosta mesmo é de escrachar os outros, de preferência os políticos, por motivos mercadológicos, de audiência, e por interesses de classe. Ela vive do chamado “escândalo político midiático”, como teorizou o sociólogo John Thompson. Ela aposta na negação da política, da ação coletiva, como a melhor forma para preservar o poder econômico e político das elites. Essa negação sempre serviu à direita, que o diga Adolf Hitler.


Marcelo Tas e a juventude demo


No caso do CQC, o ceticismo é ainda mais justificado. O programa “Custe o Que Custar” é cópia de uma experiência internacional, que teve início na Argentina, em 1995, e faz sucesso em vários países. Seu truque é ser invasivo e agressivo, escrachando a vida das chamadas “personalidades”. No Brasil, o CQC é dirigido por Marcelo Tas, que posa de “anarquista” e irreverente. Mas estas marcas também são de fachada, por razões puramente mercadológicas. Em novembro passado, Tas foi o convidado especial do segundo encontro da juventude do DEM, em Blumenau (SC).


Até o colunista Lauro Jardim, da revista Veja, registrou a cena ridícula: “Você já ouviu falar da juventude do DEM. Nem eu. Mas o partido crê firmemente que ela existe e quer motivá-la. Como? Está preparando um megaevento para a juventude do partido no feriado de... finados. Com o objetivo de reunir mais de 800 militantes, o partido, que está perdendo parlamentares ano após ano, convidou o âncora do CQC, Marcelo Tas, o cientista político Antonio Lavareda [ligado ao PSDB] e até um líder estudantil anti-chavista da Venezuela”.


Reacionarismo preconceituoso


O blogueiro Rodrigo Vianna também ironizou a participação: “O Marcelo Tas (aquele do CQC – programa de humor) estará lá. Vai animar a festinha em Blumenau. E isso não é piada, está no site do partido. O Tas virou palestrante demo. Ótimo programa pro Dia dos Mortos”. Diante das críticas, o sempre invasivo “anarquista” perdeu seu rebolado e partiu para a baixaria tipicamente direitista. Após relatar que dá muitas palestras – para os banqueiros da Febraban, Editora Abril, TV Globo, Telefônica, entre outras –, sempre regiamente pagas, Tas esculhambou os críticos:
Para ele, sua presença entre os demos “despertou do sono algumas bactérias que se alimentam de teorias da conspiração. Espalham por ai que eu estaria me candidatando ou apoiando candidatos do DEM, que eu teria me ‘vendido’ ao demônio, que eu seria nazista e até que eu pintaria meus cabelos de acaju para ficar parecido com o nobre senador José Agripino”. Após tecer elogios ao decrépito agrupamento da oligarquia – “sem falsa modéstia: o partido está investindo muito bem esse dinheiro para me ouvir” -, ele revela seu reacionarismo preconceituoso: “Aos esquerdóides babões que ficaram com ciuminho do DEM, sugiram ai aos ‘cumpanhero’ a minha palestra”.


Pauta para os “homens de preto”


Como se observa, o “palestrante demo” não é assim tão independente, critico e “livre”. Metido a engraçadinho, ele até parece bem ranzinza e mal-humorado, avesso às críticas e às ironias. Seria, de fato, muito engraçado um CQC sobre as intimidades e cacoetes de Boris Casoy, que o levasse para participar de uma assembléia de garis, que sugerisse que ele limpasse algumas ruas de São Paulo, que promovesse um reencontro com o banqueiro-amigo Jorge Bornhausen, também do DEM, para comentar a idéia golpista da abertura do processo de impeachment contra Lula. Mas os leitores do blog “Conversa Afiada” que duvidam desta possibilidade parecem ter toda razão.


Original em: Blog do Miro

Charge do Latuff: Boris Casoy


segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Paraguai, uma nova Honduras?

Há duas semanas, foi tornado público o conteúdo de um email de um pecuarista chileno de nome Avilés, residente no Paraguai há mais de 30 anos, que propõe a arrecadação de uma contribuição financeira entre seus pares empresariais para comprar armamentos, formar milícias e identificar e matar comunistas. Do mesmo modo que ocorreu em Honduras com as pequenas reformas de Manuel Zelaya, a rançosa elite paraguaia não suporta o ex-bispo como presidente. Só um parâmetro: fazer um simples cadastro das propriedades agrícolas já é uma medida revolucionária no Paraguai. O artigo é de Pablo Stefanoni.


Pablo Stefanoni (Semanário Pulso – Bolívia)


Data: 09/11/2009
Há pouco mais de um ano, o então bispo emérito Fernando Lugo conseguia a façanha: colocar fim a uma hegemonia de seis décadas do Partido Colorado, com uma aliança com os liberais e o apoio dos movimentos campesinos e populares de um país governado por máfias de todos os níveis, dedicadas a todo tipo de tráficos, contrabando e ilegalidades diversas, amparadas por um poder com o qual compartilhavam o botim. Ou simplesmente eram as máfias que exerciam, sem intermediários, o poder. O ditador Alfredo Stroessner foi o grande organizador deste modelo: fincou-se no trono nos anos 50 e lá ficou até ser afastado por seu genro, Andrés Rodríguez, um dos grandes narcotraficantes do país, em 1989. Os negócios precisavam continuar...mas em uma democracia. Os tempos tinham mudado.
Farto de continuísmo, não é casual que em um país onde a esquerda foi perseguida e quase exterminada, o anticomunismo tenha se tornado política de Estado (uma gigantesca estátua do líder chinês anticomunista Chiang Kai Chek repousa como recordação disso na avenida do mesmo nome em plena Assunção) e a moral pública permaneça como um imperioso objetivo a conquistar, os paraguaios tenham apostado em um bispo, de uma região popular, para tirar do fundo do poço a “ilha rodeada de terra, no dizer de seu principal escritor, Augusto Roa Bastos. Mas, para poder ganhar, Lugo se aliou com os liberais, um partido tradicional, que hoje controla o Parlamento com os colorados e os “colorados éticos” (uma contradição em todos os termos) do ex-golpista fascistóide Lino Oviedo.
Após chegar ao poder, a audácia do ex-clérigo para acabar com o velho Estado não foi exatamente sua principal qualidade. Mas, do mesmo modo que ocorreu em Honduras com as pequenas reformas de Manuel Zelaya, a rançosa elite paraguaia não suporta o ex-bispo como presidente. Só um parâmetro: fazer um simples cadastro das propriedades agrícolas já é uma medida revolucionária no Paraguai, onde latifundiários e brasiguaios (filhos de brasileiros nascidos no Paraguai) controlam suas fazendas na ponta de escopetas. Além disso, em setembro, Lugo anunciou o cancelamento de exercícios militares que seriam realizados por 500 militares dos Estados Unidos e efetivos do Paraguai, programados para 2010 sob o nome de “Novos Horizontes”.


“Não é prudente nem conveniente neste momento e poderia dar lugar a questionamentos entre os outros países irmãos do Mercosul e da Unasul”, disse então Lugo com um tom pastoral. “É uma decisão lamentável, mas a respeitamos. Esperamos que isso não seja um indício de rechaço ao resto de nossos programas”, reagiu a embaixadora dos Estados Unidos, Liliana Ayalde, com esse tom de sutil ameaça que o termo “esperamos” costuma ter na boca de diplomatas do país do Norte. E efetivamente, por enquanto, estão mantidos outros programas de cooperação, inclusive alguns na área militar. A política do “poncho yuru” (ficar ao centro, como a boca do poncho) não afastou, porém, os fantasmas da burguesia paraguaia sobre um trânsito do Paraguai para o “comunismo” de Chávez, Evo e Correa.


Há duas semanas, foi tornado público o conteúdo de um email de um pecuarista chileno de nome Avilés, residente no Paraguai há mais de 30 anos, que propõe a arrecadação de uma contribuição financeira entre seus pares empresariais para comprar armamentos, formar milícias e identificar e matar comunistas (ver mais abaixo). Essa proposta veio a público no momento em se colocava em marcha um plano para terminar com Lugo via terreno político. E na semana passada houve outra denúncia de um caso de paternidade não reconhecida: abundam os casos do ex-bispo que terminaram em gravidez de colaboradoras e empregadas. Como disse o jornalista Hinde Pomeraniec, “o celibato é imperfeito, o único perfeito é Deus”. Um pouco cínico, em todo caso.
O analista e dirigente político Hugo Richer explicou ao Pulso que Lugo tratou de se manter em sua postura de “poncho yuru”, com um discurso político progressista, uma política econômica com componentes neoliberais (projeto de privatização de estradas, por exemplo) e uma política social assistencialista. No entanto, acrescenta, Lugo não renunciou a implementar a reforma agrária, as mudanças no Poder Judiciário e outros pontos importantes de seu programa. E é por isso que a oligarquia e os partidos da direita iniciaram uma forte ofensiva, onde certos meios de comunicação desempenham um papel fundamental. Não toleram a presença de Lugo no governo e estão dispostos a tirá-lo de lá pela via que for. Identificam-no com o socialismo do século XXI e com Chávez e Evo Morales.
Para além do fato de que isso não é bem assim, o que não suportam é seu relativo distanciamento da política do império. Eles sabem que Lugo não dará uma orientação socialista ao governo, mas o grande temor é que o cenário político aberto permita o crescimento da esquerda, em seu amplo espectro. Não deixa de ser tragicômico a razão pela qual a direita fundamenta o pedido de afastamento político de Lugo: o fato dele ter afirmado em um bairro popular que os ricos se opõem ao processo de mudança. “Os que genuinamente querem mudar o país são os que não têm contas bancárias, são os que não saem todos os dias nas páginas sociais da imprensa, os que querem seguir olhando o passado em seus privilégios (...) em defesa de suas poupanças em bancos internacionais; isso eles não querem mudar.”
Discurso inofensivo? Pode ser, mas não no Paraguai das mansões insultuosas rodedas de miséria, moscas e cheiro de laranjas. O ex-candidato presidencial Pedro Fadul, do partido Pátria Querida, quarta força parlamentar, classificou de “criminoso” o conteúdo do discurso de “confrontação”, que “fere a alma e o espírito”...É curiosa, em qualquer caso, a capacidade de indignação do “espírito” desta burguesia mafiosa.
Possivelmente, a direita paraguaia tenha aprendido com os gorilas hondurenhos que não é bom tirar Lugo do poder, vestido de pijamas, de madrugada, e enviá-lo a algum país vizinho em um “avião pirata”, mas isso não significa necessariamente que ela tenha deixado de lado suas ambições desestabilizadoras, mas sim, simplesmente, que decidiu ser mais cuidadosa.
Para isso, controla o Congresso, onde poderia destituí-lo legalmente. O Partido Liberal Radical Autêntico (PLRA), do vice-presidente Federico Franco, que passaria a ocupar a presidência em caso de triunfo deste “golpe light”, praticamente deixou de ser um partido de governo: uma boa parte de sua cúpula, de seus senadores e deputados se jogaram abertamente no julgamento político das últimas semanas. Somente o grupo daqueles que ocupam cargos ministeriais podem ser contados, no momento, entre os supostamente leais ao governo.
Por isso, há uma semana, Lugo chamou a todos os partidos de esquerda (incluindo os social democratas) para coordenar um novo bloco político de sustentação de seu governo. Destas reuniões saiu uma inédita aliança no Paraguai, onde a esquerda nunca se uniu, menos ainda com as frações social democratas. É uma iniciativa que conta, além disso, com o apoio de organizações campesinas, as de maior capacidade de mobilização no país. O objetivo é organizar a resistência à tentativa de processo político e de uma possível destituição do presidente. Como demonstra a consolidação no poder dos golpistas hondurenhos, o rechaço da “comunidade internacional” não é suficiente para repor a democracia se não há uma real base de mobilização interna como ocorreu em 2002, na Venezuela.


“Por enquanto, a estratégia do julgamento político se debilitou”, explica Richer. E na semana passada Lugo afastou a cúpula militar logo após denunciar a existência de bolsões golpistas no âmbito das Forças Armadas. Enquanto isso, a direita trata de identificar Lugo com as ações do suposto grupo guerrilheiro acusado de sequestrar o pecuarista Fidel Zavala (é o quarto seqüestro atribuído a este grupo). O ministro do Interior, Rafael Filizzola responsabilizou de fato um suposto grupo subversivo de esquerda vinculado às FARC da Colômbia, denominado Exército Paraguaio do Povo (EPP), cuja existência efetiva nunca foi demonstrada.


“As Forças Armadas não merecem um comandante em chefe como Lugo”, disparou o ex comandante das Forças Armadas e atual dirigente colorado, Bernardino Soto Estigarribia, que descartou, por outro lado, que algum militar vá se envolver em um possível processo político para fazer um golpe. Segundo ele, os militares, após muito esforço, estão alinhados ao regime institucional e sabem que o delito por golpismo não prescreve. Mas, outra vez, ouve-se: não é nenhum delito destituir “democraticamente” ao presidente mediante um processo político. “É uma distorção maliciosa falar de golpe de Estado, mas não é um disparate falar de um processo político”, disse o analista político Gonzalo Quintana ao jornal La Nación, de Buenos Aires. O titular do Parlamento paraguaio, senador Miguel Carrizosa, confirmou que “existiu um diálogo informal” entre as distintas forças políticas para avaliar a possibilidade de um processo político, ainda que, no momento, “não tenha os votos suficientes”.
Mas em um país onde muitas coisas se compram e se vendem, talvez esse número de votos possa ser obtido amanhã. “Lugo fez um discurso incendiário incentivando a luta de classes e a oposição não pode ficar calada”, disse o analista Carlos Redil, - cujo espírito também parece indignado. Ele acredita que, por enquanto, não estão dadas as condições para um afastamento, apesar de o presidente “estar demonstrando uma real incapacidade para governar”.
Afinal de contas, qual é então o tema central do que se passa no Paraguai – pergunta-se Richer. “A tremenda crise dos partidos tradicionais e o desespero de uma oligarquia ultraconservadora. Essa crise nos leva a profundas contradições internas, agravadas pela falta de um funcionamento institucional. Não há possibilidade de acordar um consenso que consolide um novo modelo de acumulação. A junção de latifundiários (de terras mal havidas) empresários que enriqueceram com a influência do velho poder, e vinculações com a máfia de todo tipo, impedem uma reação rumo a uma proposta de consolidação da democracia e de produção de certas mudanças que a cidadania espera. Amplos setores seguem esperando que Lugo caminhe nesta direção”.
Não faltam problemas no governo Lugo, mas nenhuma de suas falências está ausente em seus opositores (pelo contrário, multiplicam-se aos milhares), os quais substituíram faz tempo suas biografias por verdadeiros prontuários. É possível que, com todos seus limites, Lugo seja somente um dique de contenção para que o infortúnio não volte a tomar as rédeas (Roa Bastos, outras vez) neste castigado país sulamericano.




Correio eletrônico apreendido de um pecuarista


Assunto: Comandos anticomunistas


Estimados amigos:


Já é hora de colocarmos as bombachas. Até quando teremos que esperar para combater estes comunistas filhos da puta que estão querendo destruir nosso querido Paraguai, como fizeram os Allendistas no Chile, desde 1968, até o 11 de setembro de 1974, ou então nos convertermos em uma Nova Colômbia.
Quantos pais, irmãos e filhos teremos que enterrar para poder reagir. Quanto luto e dor terão que suportar nossas mães, esposas ou filhas antes de liquidar esta peste representada pelos subversivos comunistas.
Todos sabemos que este governo não somente os esconde os ajuda, dá dinheiro e alimentos a eles, fecha os olhos ante o avanço da guerrilha, em vez de ordenar imediatamente a saída das tropas para a zona em questão, para cercar com pinças de fogo, capturar esses bandidos e executa-os no lugar onde forem encontrados. Os verdadeiros responsáveis de tudo isso são Fernando Lugo, Lopez Perito, Marcial Congo, Camilo Suarez (os intelectuais), Pakoba Ledesma, Elvio Benites e outros (os idiotas úteis), Magda Meza, Cetrine, etc., etc. (os executores).
É hora de despertar:
1. Juntar dinheiro para libertar o amigo Fidel Zabala
2. Juntar dinheiro para nos organizar, como eles, mas em sentido contrário (no Chile, nos anos 1970, deu resultado)
3. Juntar dinheiro para que tenhamos os AR-15, AK-47, etc.
4. Perseguir, capturar e liquidar fisicamente a todos os comunistas que atentam contra nossas vidas e posses.
5. Comunicar publicamente ao governo do Sr. Lugo, que sua festa está acabando, que seu idílio com Chávez, Morales, Correa, Castro e outros, tem os dias contados. Que Filizzola saiba que, ou faz algo para terminar com tudo isso, ou que esteja pronto para sair do país.
Eu pessoalmente já vivi e passei por tudo isso e não permitirei que volte a ocorrer com meu novo e querido país, muito menos com minha família e amigos. Nestas situações, devemos nos unir, estar dispostos a matar e a morrer, mas nunca a esmorecer, ou senão seremos vítimas como foram os salvadorenhos, os cubanos, os colombianos e os bolivianos.


Pela formação do Comando Anticomunista Paraguaio (CAP)


Eduardo Avilés L.