quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Rebeldes exigem mais condições às empresas gestoras de minas


Rebeldes maoístas nas Filipinas exigem que as empresas de minas indemnizem comunidades e protejam o meio ambiente, sob pena de sabotarem as suas actividades, afirmou, ontem, um porta-voz dos guerrilheiros.
As Filipinas possuem depósitos minerais em todo o arquipélago, estimados, no total, em um trilião de dólares, mas a produção é baixa.
O sector foi aberto a concessões estrangeiras por uma lei de 1995. O Governo tem tentado atrair investimentos estrangeiros, mas os ataques rebeldes e a oposição da Igreja Católica, preocupada com a exploração das comunidades, travaram o desenvolvimento.
“Se tivéssemos apenas agido à nossa maneira, paralisávamos todas operações nas minas do país,” afirmou Jorge Madlos, porta-voz do braço político dos rebeldes, a Frente Democrática Nacional, durante cerimónia que marcou o 42º aniversário da fundação do Partido Comunista das Filipinas.
Os rebeldes estão activos em quase todas as 80 províncias do país e frequentemente atacam fazendas, minas, e instalações de telefonia móvel como parte dos esforços para obter fundos para a sua luta.
Há duas semanas, atacaram e incendiaram, numa ilha do sul do país, uma mina de ouro e cobre.
O ataque ocorreu antes de um cessar-fogo de 19 dias, devido ao Natal, que termina em 3 de Janeiro.

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Cuba dá arrego à terrorista

É nessas horas que somem os Datenas (Band) e Carlos Prates (RBS - SC) da vida.


"Direitos Humanos ?Arrego pra terrorista assassino mermão? Senta o dedo! Aço nele!" (ironic)

Ainda assim, sempre vai aparecer um comentarista engomadinho da mídia corporativa para dizer que em Cuba não se respeitam os DDHH. 

 
Veja em Opera Mundi.

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Documentário: "WikiRebels"(Legendado em português) - Assista aqui!

Documentário, que não será divulgado pelos "defensores" da liberdade de expressão(das famílias ricas que podem ter Rádio,TV e Jornais próprios, claro) aqui no Brasil.
Não é por acaso que a mídia corporativa trata o caso WikiLeaks como algo secundário.

Quem é Julian Assange?
Por que o perseguem?
O que ele denunciou?



O sol vai nascer quadrado para ex-ditador argentino, até o final de sua vida

Assassinos: Videla e Pinochet

Primeiro presidente da ditadura militar da Argentina, o ex-general Jorge Rafael Videla, 84, foi condenado na tarde desta quarta-feira (22/12), à prisão perpétua, pelo Tribunal Oral Federal de Córdoba, sob a acusação de crimes contra a humanidade.

Videla deverá ser alojado em uma unidade da penitenciária federal. Desde julho deste ano, o ex-general está sendo julgado ao lado de 29 militares e policiais, por assassinatos e torturas cometidos entre abril e outubro de 1976, na Unidade Penitenciária nº 1, em Córdoba. Entre 1976 e 1983, o regime militar argentino deixou um saldo estimado de 30 mil mortos e desaparecidos.Dos 17 pedidos de prisões perpétuas feitos pela promotoria, 16 foram ditadas. O tribunal também determinou outras penas, além de sete absolvições.

Luciano Benjamín Menéndez, então chefe do Terceiro Corpo do Exército, que comandava as atividades militares de dez províncias do noroeste argentino, também foi condenado à perpétua, acumulando cinco penas similares.

Videla está preso preventivamente desde 2008 no Campo de Maio, em Buenos Aires, e Menéndez cumpre suas penas desde julho de 2008, em uma penitenciária de Córdoba. Devido a condições de saúde, porém, o ex-militar passa períodos intermitentes na cadeia, revezando-se entre o hospital militar e a residência de um de seus filhos.

Se for comprovado por uma comissão médica que Menéndez tem condições de saúde para permanecer em prisão comum, o repressor perderá o benefício da prisão domiciliar, possibilidade prevista para condenados com mais de 70 anos.

Acompanhe o restante da matéria em Opera Mundi

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Blogueira cubana pediu aos EUA para ter acesso a compras na web

Em visita que realizou a Havana, em setembro de 2009, para dialogar sobre o restabelecimento de correspondência direta entre Cuba e os Estados Unidos, a subsecretária de Estado adjunta para a América Latina, Bisa Williams deve ter se surpreendido com a solicitação que lhe fez a blogueira Yoani Sánchez: levantar a restrição que a impede de fazer compras pela Internet.
“Sabe quanto mais poderíamos fazer?”, sugere a blogueira à funcionária norte-americana de mais alto nível que visitou Cuba em décadas, aludindo, com o termo “poder fazer”, à “luta” para derrocar o governo de Cuba através do acesso livre ao mercado on line.

A insólita revelação aparece em um despacho vazado por WikiLeaks, publicado no ultimo domingo (19) pelo sítio norte-americano “Along the Malecon”.

O informe, assinado pelo chefe do Escritório de Interesses dos Estados Unidos em Havana, Jonathan Farrar, e enviado ao Departamento de Estado da sede diplomática estadunidense em Havana, no dia 25 de setembro de 2009, descreve a “calorosa” acolhida que o governo de Cuba dispensou a Bisa Williams. Diz também que a subsecretária se reuniu com “dissidentes”.

Ao referir-se ao encontro que a funcionária teve com os blogueiros protegidos pelos Estados Unidos, Farrar afirma: “Os blogueiros, que, em parte por sua própria preservação, não querem estar agrupados com a comunidade dissidente, estavam igualmente otimistas com o curso dos acontecimentos. ‘Uma melhora das relações dos Estados Unidos é absolutamente necessária para que surja a democracia aqui’, disse a pioneira dos blogs a Williams em seu modesto apartamento. Segundo a revista Time, a blogueira é uma das cem pessoas mais influentes. ‘As restrições só nos prejudicam’, acrescentando: ‘Sabe quanto mais poderíamos fazer se pudéssemos usar o Pay Pal ou comprar coisas on line com um cartão de crédito?’”

A única blogueira que foi incluída na lista de famosos da revista Time – certamente poucos meses depois que seu blog começou a ser publicado – é Yoani Sanchez. Ela lançou seu blog em abril de 2007 e em março recebia o prêmio Ortega y Gasset de Jornalismo – dirigido pelo Grupo Prisa da Espanha, também envolvido por essa época em reuniões contra Cuba organizadas por funcionários norte-americanos, de acordo com WikiLeaks. A blogueira Yoani Sanchez foi, assim, premiada menos de um ano depois de seu primeiro post na Internet e sem ter nenhum antecedente como jornalista ou nos círculos literários de Cuba.

Leia o restante em Vermelho

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Chomsky: "La revelación más grave del cablegate es el desprecio de EEUU por la democracia"



A entrevista está em espanhol, mas vale a pena fazer um esforço para a leitura:
 


¿Cuál es su reflexión en torno al caso Wikileaks?

Hay varios escándalos, pero podemos estar seguros de que no serán comunicados o discutidos. El escándalo más grave es el desprecio notable por la democracia por parte del cuerpo diplomático, el Departamento de Estado, los periodistas que han informado de todo esto y la comunidad intelectual que no logra siquiera advertirlo. La revelación más espectacular de las filtraciones, capturando la mayor parte de los titulares, es el material concerniente a los Estados árabes e Irán que, de acuerdo con Hillary Clinton y muchos otros, muestra que el mundo árabe apoya las preocupaciones de Estados Unidos sobre la amenaza iraní e, incluso, quiere que bombardeemos Irán.

¿Qué lectura hace de los cables?

Hay sólo dos problemas. Uno menor es que los cables informan lo que los diplomáticos quieren escuchar y que saben que sus amos financieros en Washington desean escuchar. El punto fundamental fue bien expresado por Craig Murray, el valiente ex embajador británico en Uzbekistán que se atrevió a informar sobre las atrocidades ocurridas allí y que el Ministerio de Asuntos Exteriores no quiso escuchar y, en consecuencia, fue echado del servicio diplomático. Dijo: "Por supuesto, los documentos reflejan la opinión de Estados Unidos, son comunicaciones oficiales del gobierno de Estados Unidos. Lo que muestran es algo que presencié personalmente, que los diplomáticos como clase muy rara vez cuentan verdades desagradables a los políticos, sino que informan y refuerzan lo que sus patrones quieren oír, con la esperanza de recibir ascensos". En resumen, no sabemos lo que los líderes árabes piensan respecto de estas filtraciones.

¿Y el segundo problema?

El problema más significativo, de lejos, es que para los diplomáticos, el Departamento de Estado, y los comentaristas el mundo árabe se reduce solamente a dictadores dirigentes. Desnudando una absoluta falta de interés por el mundo árabe. Tienen conocimiento apenas de algunas personas allí, aquellas que fueron consultadas recientemente en una encuesta cuidadosamente publicada por el prestigioso Instituto Brookings.

¿Qué arrojó la encuesta?

En pocas palabras, los árabes sí perciben una amenaza iraní: el diez por ciento de la población. El 88 por ciento considera a Israel la mayor amenaza, el 77 por ciento a Estados Unidos. La oposición a la política de Estados Unidos es tan fuerte que el 57 por ciento piensa que la situación en la región mejoraría si Irán tuviera armas nucleares. Para aquellos cuyo desprecio por la democracia es tan profundo que ni siquiera lo pueden percibir, estas cifras carecen de sentido. Si los dictadores nos apoyan, ¿qué más importa? De más está decir que éstas son actitudes que los argentinos reconocerán muy bien de la historia reciente.

¿Qué otra cuestión le llamó la atención?

Hay algunas otras revelaciones importantes. La embajada de Tel Aviv, o bien no tiene ni idea de lo que sucede entre Israel y Palestina o, de lo contrario, está mintiendo descaradamente en sus informes a Washington sobre el ataque israelí a Gaza, en diciembre de 2008/enero de 2009. Un cable de la embajada de Estados Unidos en Tegucigalpa reporta un estudio del golpe militar realizado por el personal de la embajada, concluyendo que era ilegal e inconstitucional, conclusiones que no tuvieron eco alguno en Washington cuando Obama, luego de algunas vacilaciones, se separó de la mayor parte de Europa y América Latina al reconocer que las elecciones se llevaron a cabo bajo un régimen militar brutal. Y algunas otras cosas. Pero la revelación principal, creo yo, refiere una cultura imperial en su actitud hacia la democracia y los derechos humanos.

¿Cuál es su percepción acerca de la Ley de Arizona?

La ley es, claro está, una abominación. La misma somete a una gran parte de la población a una investigación intrusiva por el solo hecho de que alguien piensa de otro, que no se ve lo suficientemente blanco. Esto tiene poco que ver con las cuestiones más generales en torno a la "inmigración ilegal", y es especialmente llamativo en este caso.

¿En qué sentido especialmente llamativo?

Porque están inmigrando hacia áreas robadas a México en una guerra de agresión que el presidente Ulysses S. Grant, quien ha peleado en ella, describe como "una de las más injustas que jamás haya emprendido una nación más fuerte contra una mucho más débil".

¿Qué diría acerca de la reacción de la sociedad en torno de la ley?

Lamentablemente, la mayoría de la población de Estados Unidos la apoya. ése es uno de los elementos relacionados con los sentimientos anti inmigratorios que está en aumento. éstos han sido comunes desde hace más de un siglo, a medida que los inmigrantes en esta sociedad inmigratoria intentaban integrarse. Esta situación de oposición se repite frente a cada nueva oleada. Los sentimientos son especialmente extremos ahora, una especie de reacción ante las dificultades económicas, una reacción tanto irracional como repugnante, pero sin embargo comprensible. El racismo viene de lejos en el tiempo. Benjamin Franklin, por ejemplo, quizá el más civilizado de los Padres Fundadores, especulaba acerca de si los alemanes y los suecos debían ser autorizados a entrar, habida cuenta de que no son lo suficientemente blancos. Hasta bien entrado el siglo XX, Jefferson, así como muchas otras personalidades, estaba encantado por los mitos del origen anglosajón y la necesidad de preservar la pureza de la raza totalmente mítica.

¿Cómo está encarando el asunto el gobierno de Barack Obama?

Hasta ahora, el gobierno de Obama se está oponiendo formalmente a la ley por considerarla inconstitucional.

¿Cree que la ley es una nueva forma de instalar la distinción de amigo/enemigo?

En cierto modo; pero está lejos de ser el peor de los casos. Basta con mirar hacia atrás, en la Ley de Exclusión de Orientales (Oriental Exclusion Acts). O pensemos en la década de 1930 y 1940. Estados Unidos retornó refugiados judíos de Europa antes de la guerra y prohibió la inmigración. Después de la guerra, los sobrevivientes estaban viviendo bajo condiciones típicas de campos de concentración, como informaron los propios investigadores de Harry Truman. No eran admitidos en Estados Unidos. Truman se consideraba a sí mismo profundamente humanitario al exigir que el Reino Unido permitiera que cien mil personas pudieran ir a Palestina. La vergüenza de estos años aún no se reconoce.

Fonte: Rebelión

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Noam Chomsky: As 10 estratégias de manipulação midiática


1. A estratégia da distração.
O elemento primordial do controle social é a estratégia da distração, que consiste em desviar a atenção do público dos problemas importantes e das mudanças decididas pelas elites políticas e econômicas, mediante a técnica do dilúvio ou inundação de contínuas distrações e de informações insignificantes. A estratégia da distração é igualmente indispensável para impedir que o público se interesse pelos conhecimentos essenciais, na área da ciência, da economia, da psicologia, da neurobiologia e da cibernética. "Manter a atenção do público distraída, longe dos verdadeiros problemas sociais, cativada por temas sem importância real. Manter o público ocupado, ocupado, ocupado; sem nenhum tempo para pensar; de volta à granja com outros animais (citação do texto "Armas silenciosas para guerras tranquilas").

2. Criar problemas e depois oferecer soluções.
Esse método também é denominado "problema-ração-solução". Cria-se um problema, uma "situação" previsa para causar certa reação no público a fim de que este seja o mandante das medidas que desejam sejam aceitas. Por exemplo: deixar que se desenvolva ou intensifique a violência urbana, ou organizar atentados sangrentos, a fim de que o público seja o demandante de leis de segurança e políticas em prejuízo da liberdade. Ou também: criar uma crise econômica para forçar a aceitação, como um mal menor, do retrocesso dos direitos sociais e o desmantelamento dos serviços púbicos.

3. A estratégia da gradualidade.
Para fazer com que uma medida inaceitável passe a ser aceita basta aplicá-la gradualmente, a conta-gotas, por anos consecutivos. Dessa maneira, condições socioeconômicas radicalmente novas (neoliberalismo) foram impostas durante as décadas de 1980 e 1990. Estado mínimo, privatizações, precariedade, flexibilidade, desemprego em massa, salários que já não asseguram ingressos decentes, tantas mudanças que teriam provocado uma revolução se tivessem sido aplicadas de uma só vez.

4. A estratégia de diferir.
Outra maneira de forçar a aceitação de uma decisão impopular é a de apresentá-la como "dolorosa e desnecessária", obtendo a aceitação pública, no momento, para uma aplicação futura. É mais fácil aceitar um sacrifício futuro do que um sacrificio imediato. Primeiro, porque o esforço não é empregado imediatamente. Logo, porque o público, a massa tem sempre a tendência a esperar ingenuamente que "tudo irá melhorar amanhã" e que o sacrifício exigido poderá ser evitado. Isso dá mais tempo ao público para acostumar-se à ideia de mudança e de aceitá-la com resignação quando chegue o momento.



5. Dirigir-se ao público como se fossem menores de idade.
A maior parte da publicidade dirigida ao grande público utiliza discursos, argumentos, personagens e entonação particularmente infantis, muitas vezes próximos à debilidade mental, como se o espectador fosse uma pessoa menor de idade ou portador de distúrbios mentais. Quanto mais tentem enganar o espectador, mais tendem a adotar um tom infantilizante. Por quê? "Ae alguém se dirige a uma pessoa como se ela tivesse 12 anos ou menos, em razão da sugestionabilidade, então, provavelmente, ela terá uma resposta ou ração também desprovida de um sentido crítico (ver "Armas silenciosas para guerras tranquilas")".



6. Utilizar o aspecto emocional mais do que a reflexão.
Fazer uso do aspecto emocional é uma técnica clássica para causar um curto circuito na análise racional e, finalmente, ao sentido crítico dos indivíduos. Por outro lado, a utilização do registro emocional permite abrir a porta de aceeso ao inconsciente para implantar ou enxertar ideias, desejos, medos e temores, compulsões ou induzir comportamentos...



7. Manter o público na ignorância e na mediocridade.
Fazer com que o público seja incapaz de compreender as tecnologias e os métodos utilizados para seu controle e sua escravidão. "A qualidade da educação dada às classes sociais menos favorecidas deve ser a mais pobre e medíocre possível, de forma que a distância da ignorância que planeja entre as classes menos favorecidas e as classes mais favorecidas seja e permaneça impossível de alcançar (ver "Armas silenciosas para guerras tranquilas").



8. Estimular o público a ser complacente com a mediocridade. 
Levar o público a crer que é moda o fato de ser estúpido, vulgar e inculto.


9. Reforçar a autoculpabilidade. 
Fazer as pessoas acreditarem que são culpadas por sua própria desgraça, devido à pouca inteligência, por falta de capacidade ou de esforços. Assim, em vez de rebelar-se contra o sistema econômico, o indivíduo se autodesvalida e se culpa, o que gera um estado depressivo, cujo um dos efeitos é a inibição de sua ação. E sem ação, não há revolução!


10. Conhecer os indivíduos melhor do que eles mesmos se conhecem.
No transcurso dosúltimos 50 anos, os avançosacelerados da ciência gerou uma brecha crescente entre os conhecimentos do público e os possuídos e utilizados pelas elites dominantes. Graças à biologia, à neurobiologia e à psicologia aplicada, o "sistema" tem disfrutado de um conhecimento e avançado do ser humano, tanto no aspecto físico quanto no psicológico. O sistema conseguiu conhecer melhor o indivíduo comum do que ele a si mesmo. Isso significa que, na maioria dos casos, o sistema exerce um controle maior e um grande poder sobre os indivíduos, maior do que o dos indivíduos sobre si mesmos.

Fonte: Pravda

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Por receio, propaganda de ateus é suspensa

A campanha polêmica da Atea (Associação Brasileira de Ateus e Agnósticos) não será veiculada. A ideia de mostrar 4 peças que combatem o preconceito à religião, em defesa ao ateísmo, vazou na última sexta-feira, mas já foi barrada. A propaganda seria exibida nos ônibus de Salvador e Porto Alegre a partir desta segunda.

De acordo com nota publicada no site da Associação, a empresa responsável pela veiculação na capital baiana entrou em contato com a Atea informando que não iria cumprir o contrato assinado com a entidade, temendo ação do Estado e dos empresários de ônibus. A Atea informou que estuda ação legal.

Além disso, de acordo com o site, a Agência de Transportes Públicos em Porto Alegre vetou a campanha local sob argumento de que infringe uma lei municipal que veta temas religiosos na publicidade de ônibus. A ação aconteceria em 10 ônibus em Porto Alegre, financiados por um único doador paulista, e 5 ônibus em Salvador, financiados com recursos da entidade e outros doadores.

Na sexta-feira a repercussão foi grande. Ganhou destaque em vários portais e jornais ao passo que também gerou polêmica. As peças mostram, por exemplo, que religião não define caráter. Em um dos anúncios, Charles Chaplin e Adolf Hitler aparecem lado a lado, sendo que o primeiro deles dizia não acreditar em Deus e o segundo, sim.

A Atea afirma que a campanha "não procura fazer desconversões em massa". Diz que os objetivos são "conseguir um espaço na sociedade que seja proporcional aos números, diminuindo o enorme preconceito que existe contra ateus, e caminhar rumo à igualdade plena entre ateus e teístas, que só existe quando o Estado é verdadeiramente laico - o que está muito, muito longe de acontecer"

História

De acordo com a Atea, o lançamento da campanha ocorreu pouco depois de o Ministério Público Federal ajuizar ação civil pública contra o jornalista José Luiz Datena pedindo retratação de suas afirmações ofensivas contra ateus. Datena é alvo de um inquérito civil aberto pelo Ministéiro Público Estadual e uma investigação criminal na Delegacia de Crimes de Racismo e Discriminação, em São Paulo, requerida pela Atea.

A Associação afirma que as iniciativas de autoridades públicas em defesa dos ateus, embora tenham sido provocadas pela Atea e outros ateus, são inéditas no país e "constituem marcos importantes na luta por direitos". Recentemente, a Atea exerceu direito de resposta em dois grandes jornais do país com relação a um par de artigos de Frei Betto relacionando tortura a ateísmo militante.


segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Cuba deve discutir uniões homoafetivas em 2011

Parlamento de Cuba pode discutir em 2011 se reconhece as uniões homoafetivas  
 
O Parlamento de Cuba deve discutir em julho de 2011 o reconhecimento das uniões entre pessoas do mesmo sexo, segundo anunciou Alberto Roque, representante do Centro Nacional de Educação Sexual (CENESEX) do governo cubano, em um debate sobre políticas públicas durante a 25ª Conferência Mundial da ILGA, realizada neste mês em São Paulo.

De acordo com ele, não deve ser fácil, pois existe oposição à discussão, que está inserida na reforma do Código da Família. O Parlamento vai decidir se casal continua sendo apenas aquele formado por um homem e uma mulher ou não, se um casal pode ser de dois homens, duas mulheres, etc.

Para Alberto, “ao contrário do que crê o imaginário coletivo”, Cuba tem feito importantes avanços com relação à cidadania LGBT. Ele cita como exemplos a implementação da Estratégia Educativa pelo Respeito à Livre Orientação Sexual e Identidade de Gênero, as Jornadas Cubanas contra a Homofobia (realizadas já há três anos), a articulação de redes para a saúde das mulheres lésbicas e auxílio para a readequação sexual de pessoas trans.

A 25ª Conferência Mundial da ILGA foi realizada no Hotel Shelton Inn, centro paulistano, entre os últimos dias 4 e 9 com uma programação cheia de debates, votações e tempo dedicado a uma reforma constitucional da ILGA. O evento elegeu ainda a sede da próxima conferência mundial, que rola em 2012 em Estocolmo, na Suécia.

Fonte: Mix Brasil

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Neto de Josip Tito cria novo partido na ex-Iugoslávia

Veja o que já escrevemos sobre Tito por aqui.
 

Joska Broz apresentou na segunda-feira (6) às autoridades sérvias as assinaturas necessárias para o registro formal do que declarou ser o Partido Comunista. Broz afirmou que o partido é resultado da união de diversos grupos comunistas.

Em 29 de novembro milhares de ex-iugoslavos celebraram a antiga festa nacional do dia de criação da República Socialista Federada da Iugoslávia, destruída criminosamente pela ação combinada do imperialismo germano-americano e das burguesias fascistas locais.

Milhares de cidadãos desprovidos de sua pátria comum se afirmam como de "identidade nacional" iugoslava, em claro desafio à contrarrevolução reinante.

Na Sérvia, 80.721 pessoas se declaram "iugoslavas", tendo se convertido na quarta minoria nacional, depois dos húngaros, bósnios e ciganos da etnia Rom.

Na província de Voivódina são mais de 50 mil "iugoslavos", em Belgrado são quase 22 mil e em Subotica 8,5 mil.

Na realidade, milhares ainda se declarariam "iugoslavos", caso não fossem submetidos ao terror dos burgueses que dominam a Eslovênia, a Croácia, a Bósnia, Montenegro, Sérvia e Macedônia.

Em Zagreb, diante do chauvinismo dos Ustachás (fascistas croatas) nasceu a "Aliança dos Iugoslavos", que hoje exige o reconhecimento.

Original em Vermelho
 

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Oscar Niemeyer compõe samba


..."Como o próprio Niemeyer lembra, a sua relacão com o samba vem de muito tempo. "..."é dele também o desenho do Samb'dromo. Sobre o Carnaval, aliás, ele já disse que a escola de samba deveria servir como veículo de protesto, para cantar os anseios da gente pobre".E Chico Buarque afirmou que pensa sua música tendo a obra de Tom e Niemeyer como alvos: "Quando minha música sai boa, penso que parece música de Tom. Música de Tom na minha cabeca, é casa do Oscar."...
A letra de "Tranquilo com a vida"é fiel äs ideias que o comunista Niemeyer tem defendido ao longo da sua trajetória.Enquanto aproveita os prazeres simples da vida, o personagem , um morador da favela qua canta na primeira pessoa, se dá conta das injusticas do mundo. No fim, conciliatório, diz não culpar os ricos e imagina um futuro com igualdade social".
Este poema bem fresquinho e respeitado na íntegra, dado que o estado de saúde de Oscar não é o melhor, irá ser musicado por Edu Krieger e Caio Almeida.

Hoje em dia a minha vida vai ser diferente
Calca de pijama, camisa listrada, sandália no pé
Andar pela praia vou fazer toda a manhã
E até moca bonita vai ter se Deus quiser

Vou parar nos cafés para ouvir histórinhas
Coisas da vida que um dia vão ter que mudar
Quero ser um mulato que sabe a verdade
E que ao lado dos pobres prefere ficar

E assim vou eu
Tranquilo com a vida
Ä espera da noite já solta no ar
Como um manto de estrelas com que se anuncia
E se multiplica nas águas do mar

Da minha favela eu olho os grãos finos
Morando na praia, de frente pró mar
Não devemos culpá-los
São prestigiados
Que um dia entre nós vão voltar a morar

"Tranquilo com a vida"
Oscar Niemeyer

Fonte: Blog Mar à VIsta

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Uruguai: Organizações apresentam princípios para Comunicação Democrática



Por Tatiana Félix

Desde julho deste ano que se reiniciou o processo de articulação da sociedade civil para participar da elaboração de uma política de Comunicação Democrática no Uruguai. Desde então, diversos setores da sociedade com instâncias governamentais tentam chegar a um acordo para uma nova legislação. Resultado disso é que no último dia 2, mais de 25 organizações sociais do país apresentaram os 16 Princípios para uma Comunicação Democrática.
A proposta é que estes princípios sirvam de base fundamental para uma nova Lei de Serviços de Comunicação Audiovisual no país. Segundo a Associação Mundial de Rádios Comunitárias, AMARC Uruguai, as diretrizes estão de acordo com o que é estabelecido na Convenção Americana de Direitos Humanos. A ideia é garantir o direito à comunicação livre, transparente e democrática.
O primeiro de todos os princípios diz respeito aos direitos humanos. As organizações defendem que qualquer iniciativa de democratização dos meios de comunicação deve garantir e promover a liberdade de expressão, o direito de acessar e também de emitir informação, além do direito de produzir cultura para todos os públicos, sem exclusão. Em sequência é proposto que nem Estado, nem grupos econômicos tenham poder de impor qualquer tipo de censura.
A reserva de porcentagens justas para os três tipos de meios de comunicação é defendida como forma de garantir a democracia. Além disso, é recomendada criação de organismos que fiscalizem a aplicação da lei e o exercício da democracia da comunicação.
"Uma convenção democrática promove e assegura o acesso dos meios aos mais diversos grupos sociais que compõem a sociedade. Fomenta a equidade entre homens e mulheres, o respeito às diferenças étnicas e religiosas, e às opções sexuais", defendem no sétimo princípio ‘diversidade e pluralidade’. "Ninguém, por nenhum motivo, é excluído nem discriminado", completam.
As recomendações englobam ainda a proteção, integração e respeito aos setores mais vulneráveis da sociedade. Também é defendida a participação e o controle cidadão. E, à exemplo do que já acontece na Europa, a décima proposta é que se disponibilize uma defensoria das audiências, um canal para que os telespectadores e ouvintes possam expressar suas preocupações diante dos excessos que possam ocorrer.
Já a criação de um código de ética serviria, segundo os princípios, para que os profissionais da comunicação exerçam sua liberdade de expressão com responsabilidade. Para evitar a formação de monopólios e oligopólios da comunicação, devem ser estabelecidas políticas que limitem a concentração de propriedade dos meios.
Ainda neste sentido, também é recomendado que pessoas que ocupem cargos nos poderes executivo e legislativo, ou integrantes das Forças Armadas não sejam titulares de freqüências de rádio ou televisão.
Por fim, é defendida a promoção e difusão de conteúdos audiovisuais nacionais, locais e independentes, e que os meio de comunicação públicos sejam independentes do governo.
Os resultados destas propostas devem ser apresentados na próxima sexta-feira (10).  Para ler os Princípios por uma Comunicação Democrática na íntegra, acesse: 


Para acompanhar as propostas por uma Comunicação Democrática, acesse o blog:  



Matéria de ADITAL

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010


Por Kiko Machado
O presidente da Comissão de Cidadania e Direitos Humanos – CCDH, deputado Dionilso Marcon (PT) recebeu hoje (02) uma grave denuncia envolvendo policiais militares do 20º batalhão de Polícia Militar. Segundo a companheira da vítima, Elizete da Silva, no dia 25 de novembro, Anderson de Oliveira Machado, 30 anos, foi espancado brutalmente por policiais militares dentro das baias do Centro de Tradições Gauchas Recanto da Lagoa, localizado no bairro Sarandi, falecendo cinco dias depois no hospital Conceição.

Elizete denuncia que Anderson estava abrigado da chuva sob o telhado do Centro de Tradições e que testemunhas afirmam que minutos depois uma viatura da BM chegou ao local. Segundo ela, o patrono do CTG conversou com os militares, e que após a conversa, os brigadianos foram até o local onde estava o rapaz. Segundo a mulher, era possível ouvir gritos de dor e gemidos do jovem, e que o patrono do CTG, questionado sobre o ocorrido, negou que os policias o haviam agredido. No depoimento, Elizete disse ainda que Anderson saiu do local vomitando sangue e com várias lesões no corpo e cabeça. Segundo a testemunha, o motivo atestado no óbito de Anderson foi decorrente de grave hemorragia digestiva.

Segundo o deputado Marcon, Elizete também denunciou a o caso à Corregedoria Geral da Brigada Militar, sob o número 549/2010. O parlamentar exige que os fatos sejam apurados numa investigação rigorosa da Corregedoria e, caso se comprove os fatos denunciados, que os militares sejam afastados imediatamente da corporação e que respondam criminalmente pelos seus atos. A CCDH também encaminhou o caso para a delegada Silvia Cocaro da 14ª Delegacia de Polícia da zona norte da Capital e vai acompanhar os trabalhos de investigação tanto da Corregedoria da BM quanto o inquérito policial.

Original em RS Urgente

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Manhã


...Tinha um sossego tão antigo no jardim,
Uma fresca tão de mão lavada com limão
Era tão marupiara e descansante
Que desejei... Mulher não desejei não, desejei...
Si eu tivesse a meu lado ali passeando
Suponhamos, Lenine, Carlos Prestes, Gandhi, um desses!...

Na doçura da manhã quase acabada
Eu lhes falava cordialmente: - Se abanquem um bocadinho
E havia de contar pra eles os nomes dos nossos peixes
Ou descrevia Ouro Preto, a entrada de Vitória, Marajó,
Coisa assim que pusesse um disfarce de festa
No pensamento dessas tempestades de homens.

(Mário de Andrade)

MIchael Moore: Five Questions the Mainstream Media Won't Ask About the Wikileaks Release


Five Questions the Mainstream Media Won't Ask About the Wikileaks Release

251,287 secret State Department cables, released into the public domain by Wikileaks! You'd think this amazing treasure trove of inside dope would prompt the media to ask some real questions. But so far, the likes of the New York Times and CNN have shown no interest in delving into obvious subjects like these:

1. Is Hillary Clinton building a secret army of Ban Ki-moon clones?

A July, 2009 cable signed "CLINTON" demands "biometric information" on Ban Ki-moon, the Secretary-General of the United Nations. We know from other cables that these kinds of requests included facial scans and DNA.

I don't think I'm the only person who's noticed a certain glint in Hillary's eye -- the kind of glint that says "I'd like to command a gigantic army of clones." The real question here may be why Hillary decided to clone Ban Ki-moon specifically. Would she want a bunch of copies of any UN Secretary-General? Or, perhaps, is she simply looking to clone a kindly middle-aged Korean man, and he happened to be available?

2. Do the King of Saudi Arabia and Glenn Beck share a speechwriter with Saddam Hussein?

According to the cables, Saudi Arabia's King Abdullah, the world's 5th worst dictator, has repeatedly urged the U.S. to attack Iran in order "to cut off the head of the snake." Saddam Hussein used to refer to the Iranian government as "Khomeyniite snakes." And Glenn Beck has said we need to "pop the head of the snake in Iran."

Is this snake fixation a strange coincidence? Or have Abdullah and Glenn Beck hired the same guy who used to write Saddam's stuff? If so, this person needs to stop recycling their material and come up with something fresher.

3. Why are Iranians so unbelievably paranoid?

According to a 2007 cable, the head of the Israeli Mossad said they wanted U.S. help to "Force Regime Change" in Iran, "possibly with the support of student democracy movements, and ethnic groups."

Now, this is just good neighborly relations. If during the Cold War the Soviet Union had tried to get students, African Americans and Latinos to overthrow the U.S. government, we wouldn't have complained. In fact, we would have complimented them on their initiative. But our side tries one little coup (well, actually this would be our second in Iran) and the Iranians won't stop screaming about it! This leads to the next question:

4. Are Iranians a completely different species from Americans?

A cable from 1979 makes a good case that Iranians are so different from us here in the U.S. of A. that they maybe shouldn't even be classified as people. For instance:

"...the single dominant aspect of the Persian psyche is an overriding egoism...The practical effect of it is an almost total Persian preoccupation with self and leaves little room for understanding points of view other than one's own."

You see? As humble Americans, who spend every second of every day trying our best to look at things from other people's points of view, we're so completely different we'll probably never be able to comprehend the Persian Mind.

Then there's this:

"...the idea that Iranian behavior has consequences on the perception of Iran in the U.S. or that this perception is somehow related to American policies regarding Iran. This same quality also helps explain Persian aversion to accepting responsibility for one's own actions."

Again, the difference is like night and day -- we Americans all understand completely that our dozens of wars have made a big chunk of the world hate us, we know that's why they act the way they do toward us, and we blame ourselves for it. I'm sorry if you don't understand that, Iran, but that's just the way we roll.

5. When did the U.S. government decide to buy keyboards that WEREN'T ALL UPPER CASE?

For a long time, all U.S. cables were ALL IN UPPER CASE. This made it seem as though our diplomats WERE BOLD AND FILLED WITH SO MUCH CONFIDENCE THAT THEY YELLED ALL DAY LONG. Unfortunately, at some point this changed, and the cables became filled with puny lower-case letters. WE MUST FIND OUT WHO DID THIS, AND INVESTIGATE WHETHER IT WAS A PLOT TO WEAKEN US FROM WITHIN.

IN THE MEANTIME, I ADVISE ALL MY FELLOW AMERICANS TO HIT THE CAPS LOCK, ESPECIALLY WHEN TALKING TO FOREIGNERS. THEY WILL RESPECT THIS AS A SHOW OF STRENGTH.

THAT IS ALL. (Oh, and can we just bomb Iran and get it over with? I'm tired of the tease! We've already crapped up Iraq and Afghanistan -- what about the country located between them? They need a good ol' American... shellacking.)

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Wikileaks: documento diz que MST e movimentos sociais são obstáculos a lei antiterrorismo no Brasil

Excelente matéria, publicada no Opera Mundi

Um documento elaborado em novembro de 2008 pelo então embaixador dos Estados Unidos no Brasil, Clifford Sobel, cita o MST (Movimento dos Trabalhadores Sem Terra) e os movimentos socias como obstáculos à criação de uma lei antiterrorismo no Brasil.

O texto menciona o analista de inteligência estratégica na Escola Superior de Guerra André Luis Woloszyn (citado no documento como "Soloszyn"), que, em conversa com Sobel, disse que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, "repleto de militantes esquerdistas que tinham sido alvos de leis da era da ditadura militar criadas para reprimir a violência politicamente motivada", dificilmente promulgaria uma lei que poderia enquadrar atos de grupos com os quais simpatiza, pois "não existe maneira de redigir uma legislação antiterrorismo que exclua as ações do MST".

Além disso, a mensagem vazada pelo Wikileaks afirma que Brasília voltou atrás no desenvolvimento de uma legislação antiterrorismo por razões "políticas".

Para João Pedro Stédile, um dos coordenadores nacionais do movimento, a mensagem diplomática "revela, infelizmente, como o governo dos EUA continua tratando os países da América Latina como meras colônias que devem obedecer e serem orientadas".

"É evidente que as pressões do governo dos EUA, tentando influenciar governos democráticos e progressistas a aderirem à sua sanha paranóica de terrorismo, visa criminalizar e controlar qualquer movimento de massas que lute por seus direitos e que ocasionalmente representem manifestações contra os interesses das empresas estadunidenses", disse Stédile em entrevista ao Opera Mundi

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Clique aqui para acessar o texto divulgado pelo Wikileaks

A divulgação de mensagens das embaixadas e consulados dos EUA pelo mundo causaram grande constrangimento à diplomacia da Casa Branca. Foram numerosos os casos de críticas a dirigentes de vários países, escritas por representantes dos EUA ao redor do mundo, que se tornaram públicos. 

De acordo com Soloszyn, poucos no governo e no Congresso brasileiro dão atenção para o tema do terrorismo, assim como para a existência de "potenciais bolsões de extremismo islâmico entre segmentos da grande comunidade muçulmana brasileira".

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O analista brasileiro ainda sugere que o único fator que poderia modificar a "indiferença" com relação ao tema do terrorismo seria outra onda de violência como a que foi desencadeada no estado de São Paulo em 2006 pelo grupo criminoso PCC (Primeiro Comando da Capital).

Na época em que o GSI (Gabinete de Segurança Institucional) elaborou anteprojeto de lei que trata dos crimes terroristas e de seu financiamento em território brasileiro, adversários da lei, como a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), se pronunciaram.
Foi o caso do então presidente da organização, Cézar Britto, que afirmou em 2008 que a lei oferecia risco de restringir direitos humanos. “O problema de uma lei que não define o que é terrorismo é que ela pode ser aplicada em várias ações. Se não há uma definição clara do crime a ser punido, corre-se o risco de transformar em ato terrorista qualquer greve ou manifestação em que ocorra alguma ação de violência não prevista”.

Sem consenso

Sobel também conversou com José Antonio de Macedo Soares, secretário-assistente do Secretariado de Monitoramento e Estudos Institucionais do GSI, e o assessor do GSI Janer Tesch Hosken Alvarenga, que afirmaram ser "impossível" chegar a um consenso no governo em relação à definição de terrorismo. Alvarenga é quem disse a Sobel que a decisão de derrubar a proposta de uma legislação antiterrorismo foi "política".

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"Quando lhe foi pedido que confirmasse notícia publicada no jornal diário Correio Braziliense dando conta de que a ministra Dilma Rousseff (chefe-de-gabinete do presidente Lula na Casa Civil) teria derrubado a proposta, Alvarenga tergiversou, sugerindo que vários 'clientes' teriam contribuído para a decisão, incluindo o Ministério da Justiça. No final, ele não negou o relato do jornal, afirmando que a decisão tinha sido 'política'", detalha o documento elaborado pelo funcionário norte-americano.

Conclusão dos EUA

Após abordar o tema com funcionários do governo brasileiro, Sobel diz ser "lamentável" a falta de apoio a uma legislação antiterrorismo no Brasil e considera "plausível" a hipótese de que o impedimento ao desenvolvimento da lei tenha partido da Casa Civil.

"Tirando algumas agências voltadas a questões de segurança, este governo evidencia muito pouco interesse por questões ligadas ao terrorismo, muito menos por legislação que sua base de apoio não tem interesse em ver promulgada e que exigiria capital político considerável para ser aprovada no Congresso".

Para Sobel, o Brasil desenvolve uma abordagem "Al Capone" (mafioso que fez fortuna traficando bebidas nos EUA durante o período de vigência da Lei Seca, nos anos 1930, e foi condenado apenas por sonegação de impostos) contra o terrorismo, ao enquadrar " os terroristas com base em violações alfandegárias, fraude fiscal e outros crimes que, infelizmente, incorrem em penas de prisão menores".
nesta terça-feira (30/11).