quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Manhã


...Tinha um sossego tão antigo no jardim,
Uma fresca tão de mão lavada com limão
Era tão marupiara e descansante
Que desejei... Mulher não desejei não, desejei...
Si eu tivesse a meu lado ali passeando
Suponhamos, Lenine, Carlos Prestes, Gandhi, um desses!...

Na doçura da manhã quase acabada
Eu lhes falava cordialmente: - Se abanquem um bocadinho
E havia de contar pra eles os nomes dos nossos peixes
Ou descrevia Ouro Preto, a entrada de Vitória, Marajó,
Coisa assim que pusesse um disfarce de festa
No pensamento dessas tempestades de homens.

(Mário de Andrade)

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