domingo, 27 de setembro de 2009

Brasil com "Z" e Petrobrax - É coisa do PSDB

 























O PSDB realizou seminário sobre "Educação e Inclusão Social" na cidade de Natal/RN.
No fechamento do evento, o tucanato publicou a "Carta de Natal", onde expôs os eixos de sua concepção acerca de "inclusão" e "educação".
É interessante dar uma olhada no conteúdo ideológico por detrás deste documento, mais tarde, com mais tempo, este Blog fará uma avaliação dele.


Quem quiser dar uma lida, pode clicar aqui.

Mas não é disso que quero falar:

O partido distribuiu, no evento, um monte de adesivos...
"PSDB, a favor do Brazil"  


Ao perceber a gafe, foi um corre-corre, pediram a meio mundo que retirassem os adesivos...


Brazil com "Z"???


Um belo exemplo de lapso freudiano, emitido por um partido neoliberal-entreguista que tentou transformar a Petrobras em "Petrobrax".




Com Informações de RS Urgente, Abunda Canalha e página do PSDB

sábado, 26 de setembro de 2009

Marco Aurélio: golpistas de Honduras "mentiram ao povo"


Marco Aurélio Garcia, assessor especial da Presidência do Brasil, disse nesta sexta-feira (25) que o regime de Roberto Micheletti, instalado em Honduras com o golpe de junho, é um "governo de mentirosos". Em Pittsburgh (EUA), onde acompanhou a cúpula do G20, ele argumentou que "mentiram para o povo ao dizer que tinham destituído legalmente o presidente [Miguel Zelaya]".
"O governo hondurenho é um governo de mentirosos. Mentiram para o povo ao dizer que tinham destituído legalmente o presidente. É um governo de golpistas", disse Marco Aurélio García, em declarações à imprensa.

O assessor de Lula criticou ainda a declaração do Ministério de Relações Exteriores do governo golpista, que informou em comunicado que "a presença do senhor Zelaya na missão do Brasil em Tegucigalpa [é] um ato promovido e consentido pelo governo do Brasil".

"É evidente a intromissão do governo do senhor [Luiz Inácio] Lula da Silva nos assuntos internos de Honduras", afirmou a declaração da chancelaria, não reconhecida diplomaticamente por nenhum país.

Zelaya está na embaixada brasileira desde segunda-feira (21), quando retornou a Honduras em busca, segundo ele, de "diálogo direto" para resolver a crise causada por sua deposição, em 28 de junho passado. Os golpistas reagiram cercando a embaixada com tropas da polícia e do exército. Os 63 hondurenhos que permanecem no prédio de dois andares têm dificuldades para receber comida. Zelaya acusou os golpistas de atacarem a missão diplomática com produtos químicos.

De acordo com o 22º artigo da Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas, de 1961, os locais das Missões Diplomáticas (embaixadas e edifícios anexos) são invioláveis. Os agentes do Estado acreditado (que recebe a embaixada) não podem penetrar neles sem o consentimento do chefe da missão.

Retirado do Vermelho

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Principal Rádio da Resistência está fora do ar

Rádio Globo, de Honduras, que posiciona-se a favor do presidente legalmente eleito, Manuel Zelaya acaba de sair do Ar na Internet ...
Não é a primeira vez que a Rádio sai do ar desde o golpe de estado, nas outras vezes foi comprovada a atuação dos golpistas na censura à estação que está a favor da legalidade.

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Repressão em frente à embaixada brasileira - Vídeo

Bomba, tiros e ataque à embaixada brasileira


A polícia hondurenha iniciou, nesta terça (22), a repressão a milhares de pessoas que se mantinham desde ontem ao redor da embaixada brasileira em Tegucigalpa, onde se encontra o presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya. Com bombas de gás lacrimogêneo, e muita violência, os militares dispersaram a multidão. Várias pessoas ficaram feridas, outras foram detidas e há informações de que o conflito deixou, pelo menos, dois mortos. Zelaya condenou os atos repressivos e o cerco à embaixada. 


De acordo com a Telesur, no momento da ação a energia elétrica foi interrompida em Tegucigalpa e o sinal do canal de televisão 36, cortado. A agência de notícias France Presse informa que os soldados e policiais hondurenhos, muitos com os rostos cobertos com gorros, chegaram ao local às 6h (9h no horário de Brasília). Eles lançaram bombas de gás lacrimogêneo e agrediram com cassetetes os quase 4 mil simpatizantes de Zelaya.

Em conversa com seu correspondente na capital hondurenha, a Telesur comunicou que duas pessoas morreram, mas tal informação ainda não teria sido confirmada. Depois de desalojar os manifestantes, os militares instalaram equipamentos de som direcionados à embaixada brasileira e começaram a tocar em alto volume o hino nacional de Honduras. "Os militares colocaram sons estridentes para tentar enlouquecer as pessoas que estão dentro da embaixada", informou o próprio Zelaya.

A chancelaria brasileira já foi avisada do ocorrido, segundo Zelaya. O porta-voz do Departamento de Segurança, Orlin Cerrato, afirmou à agência Associated Press que a área ao redor da embaixada está agora sob controle das autoridades. “Estão atacando a embaixada do Brasil. Não é possível que estejamos sendo atacados por tentar defender os pobres do país”, afirmou o presidente deposto a jornalistas.

Ele solicitou que as forças armadas parem a repressão e não apontem seus fusis contra o povo. Ele afirmou que ainda está em tempo de se chegar a uma solução pacífica para a crise política em Honduras.

Segundo a Ansa, Zelaya pediu a intervenção da Organização dos Estados Americanos (OEA) para questionar a perseguição que seus seguidores estão sofrendo. "Eles as autoridades do governo de facto têm as armas, as bombas, os canhões, os tanques, o povo está indefeso, pedimos que apliquem a Carta Democrática da OEA", disse, afirmando também que a embaixada está "rodeada de franco atiradores".

O porta-voz da polícia, Orlin Cerrato, informou aos jornalistas que os agentes tiveram que recorrer "aos níveis de força adequados" para dissipar os manifestantes, que "continuam nos arredores" da representação diplomática brasileira.

Zelaya retornou de surpresa ao seu país nesta segunda-feira (21), a fim de iniciar um diálogo que encerre a crise intalada após o golpe. No dia 28 de junho, ele foi obrigado por militares a deixar o país, ainda de pijamas, e sob a mira de uma arma.

Vigília

Centenas de seguidores de Manuel Zelaya permaneceram na madrugada desta terça-feira em vigília em frente à embaixada do Brasil em Tegucigalpa, desafiando o toque de recolher imposto pelo governo em exercício. O governo de Honduras estendeu o toque de recolher no país até o fim da tarde desta terça-feira, 18h na hora local (21h de Brasília), informou o presidente em exercício, Roberto Micheletti.

Em princípio, o regime de Micheletti indicou que o toque de recolher finalizaria na manhã de terça-feira. A mudança foi anunciada enquanto centenas de seguidores de Zelaya permaneciam em vigília em frente à embaixada.

Aeropostos fechados

A repressão se soma ao fechamento dos quatro aeroportos internacionais que existem em Honduras, com a finalidade de que o secretário Geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), José Miguel Insulza, não chegue ao país. Diante do fato, o chefe desse organismo teve que suspender sua viagem, que serviria para mediar um diálogo em Tegucigalpa.

"Restituição ou morte"

Zelaya disse na madrugada desta terça-feira que ninguém voltará a expulsá-lo de seu país e que seu lema a partir de agora será "pátria, restituição ou morte". "Ninguém mais vai me agarrar dormindo e minha posição é a pátria, a restituição ou a morte", disse Zelaya na embaixada do Brasil, ao lembrar o golpe militar que o tirou do poder, no dia 28 de junho passado.

"Acreditaram que iam me deter na fronteira, mas estou aqui, vivo, e coberto com a energia deste povo. Não se deram conta de que temos mais estratégia, capacidade e organização", disse, cobrando uma ação mais contundente da comunidade internacional.


Zelaya também fez um apelo às forças armadas, para que não se somem às investidas do presidente de fato, Roberto Micheletti.

Pescado do Vermelho

Não há cadeia para 3 milhões de pessoas!


0h 44 min - Horário de Brasília 


Rádio Globo de Honduras toca músicas da resistência.


Uma multidão guarda a Manuel Zelaya, o presidente legítimo de Honduras.

"Não há cadeia para 3 milhões de pessoas!"

Proclama o povo!

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Chega cada vez mais gente à embaixada brasileira para proteger ''Mel" Zelaya




22h 44 min - Horário de Brasília


Uma multidão cada vez maior se acumula em torno da embaixada brasileira em Honduras, para proteger Zelaya.
A resistência sai às ruas com tudo!Desobedecendo o toque de recolher imposto pelos golpistas.


Informações de ABN(Agência Bolivariana de Notícias) e  Rádio Globo, de Honduras, que apoia o governo legítimo.

Mídia esconde o retorno de Zelaya!Oculta a movimentação da resistência! Veja aqui:

Mais um exemplo de como procede a imunda e golpista oligarquia midiática:


Acompanhe ao vivo a situação em Honduras




Como já foi informado neste Blog, a Rádio Globo, de Honduras é um dos pouquíssimos meios de informação da resitência hondurenha.
Acompanhe aqui o que acontece neste exato momento em Tegucigalpa!

Resistência corre com a polícia em Honduras









22h 19 min - Horário de Brasília

Multidão reunida em torno da embaixada brasileira, onde encontra-se Manuel Zelaya repele a polícia e se nega a obadecer toque de recolher. 

Será que os golpistas terão coragem de enviar mais tropas para reprimir a resistência?

Repórteres da TeleSur ameaçados - Helicópteros sobrevoam embaixada brasileira


22 h - Horário de Brasília
  • Helicópteros sobrevoam a embaixada brasileira e arredores para conferir de perto a multidão de manifestantes que se agrupa em frente ao prédio diplomático.
  • Um pequeno grupo de policiais acompanha a movimentação.
  • Governo golpista exige que Brasil entregue Zelaya.
  • Governo golpista decreta toque de recolher.
  • Cerca de 20 homens encapuzados ameaçaram a família de uma repórter da TeleSur, residente em Honduras. O Repórter cobre o desenrolar dos acontecimentos no país da América Central.
Com informações de TeleSur

Atenção: Zelaya está em Honduras, na embaixada brasileira!














O presidente de Honduras, que voltou ao país nesta segunda-feira (21), surpreendendo o governo golpista, agradeceu ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, por o ter acolhido na embaixada brasileira em Tegucigalpa. Ele também anunciou que o secretário-geral da OEA (Organização dos Estados Americanos), José Miguel Insulza chega amanhã ao país para apoiar seu regresso ao poder. Milhares de pessoas se concentraram diante da embaixada, em apoio a Zelaya.

O presidente de Honduras, que voltou ao país nesta segunda-feira (21), surpreendendo o governo golpista, agradeceu ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, por o ter acolhido na embaixada brasileira em Tegucigalpa. Ele também anunciou que o secretário-geral da OEA (Organização dos Estados Americanos), José Miguel Insulza chega amanhã ao país para apoiar seu regresso ao poder. Milhares de pessoas se concentraram diante da embaixada, em apoio a Zelaya.
Zelaya conclamou o povo hondurenho a se reunir em frente à embaixada e acompanhá-lo "na recuperação do fio constitucional da nação", rompido há 86 dias com o golpe militar de 28 de junho. Zelaya chamou as Forças Armadas de Honduras a "manter a cordura". "As pessoas estão desarmadas, gritando pacificamente lemas, com alegria", observou. Ele se reuniu com sindicalistas do magistério e outros representantes de organizações sociais.
A manifestação popular começou por concentrar milhares de pessoas diante da sede das Nações Unidas na capital hondurenha, Tegucigalpa. Em seguida a multidão se deslocou para a rua da legação diplomática brasileira.
O presidente deposto relatou as peripécias de seu regresso à pátria.Disse que percorreu "quase meia Honduras", ao longo de "15 horas em diferentes transportes". "Tive colaboração, porém não posso revelá-la para que não incomodem a ninguém", comentou.
A primeira dama hondurenha, Xiomara Castro de Zelaya, falou de sua alegria pela volta do esposo e disse que os meios de comunicação, que negaram a presença do presidente no país, deveriam "se retratar e dizer a verdade". Segundo ela, o presidente retorna "para buscar a paz e o acordo" mas "temíamos um pouco quando seria a chegada".


Pescado do "Vermelho"

Globo, Folha e o medo dos blogueiros

Excelente artigo de Altamiro Borges, publicado em seu blog


Os latifundiários da mídia e seus colunistas de aluguel, que tanto bravateiam sobre a “liberdade de expressão”, estão preocupados com o uso democrático e crescente da internet no Brasil. Eles temem a migração, principalmente dos jovens, para os blogs, twitter e outras redes sociais. Estão apreensivos com a queda abrupta das tiragens dos jornalões tradicionais e mesmo das audiências da TV. O uso da internet, ao menos temporariamente, tem representado um golpe na forma unidirecional e autoritária que impera na mídia. Ela possibilita mecanismos mais participativos e interativos de comunicação, o que abala o pensamento único alienante e emburrecedor da ditadura midiática.
 “Princípios e valores” dos Marinhos
 Segundo informações do sítio Comunique-se, a TV Globo e o jornal Folha de S.Paulo baixaram medidas para coibir os seus funcionários de usarem blogs, twitter e outras redes. “A hospedagem em portais ou outros sites, bem como a associação do nome, imagem ou voz dos contratados da Rede Globo a quaisquer veículos de comunicação que explorem as mídias sociais, ainda que o conteúdo disponibilizado seja pessoal, só poderá acontecer com a prévia autorização formal da empresa”, afirma o comunicado ditatorial da família Marinho de 10 de setembro.
A medida atinge tanto artistas, como jornalistas e outros profissionais da emissora e teria gerado críticas dos funcionários. “A atriz Fernanda Paes Leme reclamou: ‘Não existe arte sem liberdade de expressão. Blog e twitter ajudam o público a conhecer o artista por trás do personagem… Eu vou continuar por aqui’”, registrou o Comunique-se. Procurada pela redação, a direção da TV Globo alegou que a medida tem o objetivo de proteger seus “conteúdos da exploração indevida por terceiros, assim como preservar seus princípios e valores”.
Clóvis Rossi, o padre medieval
Já a Folha anunciou em comunicado interno que os jornalistas e colunistas deste veículo deverão seguir “algumas regras” para o uso dos blogs e twitter. “A recomendação, assinada pela editoria executiva, é que os profissionais não assumam opiniões partidárias sobre qualquer candidato ou campanha, e também veda a publicação de conteúdo exclusivo, acessível apenas para assinantes do jornal”. A medida não surpreendeu alguns jornalistas da Folha, que há muito se queixam do excessivo controle exercido pela direção da empresa na produção de conteúdos.
Já o paparicado colunista Clóvis Rossi, que se acha acima do bem e do mal, deve ter gostado desta nova restrição. Em sua coluna, ele expressou o seu total desprezo pela “praga dos blogs”. Como ironizou o blogueiro Rodrigo Vianna, “o resmungo de Rossi lembra-me a amargura de um padre ‘medieval’, que tinha o monopólio da palavra e do saber e, de repente, sente-se perdido ao ver que, após Gutenberg, a Bíblia poderia ser impressa e interpretada sem a ajuda dos clérigos. O velho jornalismo é conservadorismo em estado bruto. É o absolutismo da informação”.
Rodrigo Vianna também aproveita para descrever a triste trajetória deste colunista da ditabranda. “Quem não vive em São Paulo talvez nem saiba direito quem é ele. O Rossi costumava ser um grande repórter. Ainda hoje, quando vai à rua, produz bons textos… Como colunista, porém, ele tem aquela mania execrável de escrever mais para o patrão (e para a ‘turminha’ da Folha) do que para o leitor”. É este servil jornalista, “em seu pedestal”, que resmunga contra a internet, fazendo coro com as medidas autoritárias que restringem o uso de blogs, twitter e outras redes. Depois, eles ainda fazem as suas bravatas sobre a “liberdade de expressão”. Não há credibilidade que resista.

sábado, 19 de setembro de 2009

Ator Danny Glover vai à Honduras para apoiar a resistência



O Ator Danny Glover (conhecido por aqui por seu papel em filmes como "Máquina Mortífera")anunciou, na última 6ª feira, em Havana, que viajará a Honduras para apoiar a resistência estudantil daquele país.
Glover estava em Cuba para acompanhar a Mostra de Cinema Caribenho.
Pronunciou-se contra o bloqueio econômico imposto à 47 anos pelos EUA à ilha, recusou-se a comentar maiores detalhes acerca da política do governo Obama, mas acredita que o chamado embargo não durará muito tempo.
Recentamente, o ator liderou um movimento pelo boicote à "mostra de cinema israelense" no festival de Toronto.
Assim como outros artistas engajados e vários analistas políticos, Glover denunciou a nova política de ofensiva aplicada pela máquina de propaganda do governo de Israel: 
Buscar, através do cinema, atenuar a imagem de estado violento, decorrente dos seguidos massacres de palestinos e desrespeito à leis internacionais.
Pra quem não lembra, em 2005, Danny esteve em Porto Alegre, onde participou do Forum Social Mundial.


 
Com informações de Cubadebate, The Guardian e Terra 

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Prenda do Parque

A jornalista e blogueira Alessandra Terribili comenta notícia do jornal da RBS acerca da participação das mulheres na semana farroupilha.
Do jornal Zero Hora de 15 de setembro de 2009, seção “Informe Especial”, pelo interino Alexandre Elmi:

Prenda do Parque
Não é o caso de o Acampamento Farroupilha da Capital, cada vez maior e mais democrático, ganhar também uma rainha, como as festas do Interior?
Seria uma forma de valorizar ainda mais a charmosa e crescente participação feminina no evento.

Pra quem não sabe, o Acampamento Farroupilha se instala no Parque da Harmonia todos os anos, nas proximidades do 20 de setembro – data em que se comemora a Revolução Farroupilha. Lá, festeja-se a memória do fato histórico e as tradições gaúchas – uma característica importante do povo do Rio Grande do Sul é prezar pela sua própria história e pelas suas tradições.

Muy bien. Ano 2009. Vem um colunista dizer que a participação das mulheres deve ser coroada com a premiação de uma “prenda”, uma “rainha”, ao fim e ao cabo, uma miss. Vamos valorizar o evento, vamos reafirmar que o papel das mulheres é o de adorno, enfeite, que sua característica fundamental é serem belas e estarem, portanto, à disposição dos homens que as contemplam, que as desejam, que as tomam. Vamos inventar uma tradição nova. Vamos eleger uma rainha pra mostrar qual deve ser a participação das mulheres, vamos classificar assim a presença delas. Vamos fazer com que a "crescente participação feminina" restrinja-se a ser "charmosa".

Vira e mexe tem alguém pra justificar discriminação e desigualdade a partir de “tradições”. Mas nesse caso, é pior. Ele propõe uma nova iniciativa como futura tradição, que ressalta o machismo existente na cultura gaúcha, brasileira, mundial.

O machismo é uma tradição a ser combatida. Não é possível que as pessoas não enxerguem que pode – e deve – ser diferente.

PS: Antes que me venham com essa, não, “não é só uma brincadeira sem maldade”. Tudo expressa uma cultura. Toda cultura está a serviço de uma estrutura. Quem não sabe disso ou tá fingindo ou é um pobre alienado.

Michael Löwy: A Teologia da Libertação: Leonardo Boff e Frei Betto - Última parte

Michael Löwy, um dos intelectuais brasileiros mais respeitados no exterior, fala sobre Teologia da Libertação. 
NAPRÁXIS reproduz a última parte do conteúdo do texto, publicado pela agência Adital



Levando em consideração essa orientação eminentemente prática e combativa, não é de se estranhar que muitos dos dirigentes e ativistas dos movimentos sociais mais importantes dos últimos anos -desde 1990-, fossem formados na América Latina segundo as idéias da Teologia da libertação. Podemos dar como exemplo o MST, um dos movimentos mais impressionantes da história contemporânea do Brasil, por sua capacidade de mobilização, seu radicalismo, sua influência política e sua popularidade (além de ser uma das principais forças da organização do Fórum Social Mundial). A imensa maioria dos dirigentes ou ativistas do MST procedem das CEBs ou da Pastoral da Terra: sua formação religiosa, moral, social e, em certa medida, política, efetuou-se nas filas da "Igreja dos pobres". No entanto, desde sua origem, nos anos 70, o MST optou por ser um movimento leigo, secular e autônomo e independente com relação á Igreja. A imensa maioria de seus militantes é católica; porém, também há evangélicos e não crentes (poucos). A doutrina (socialista!) e a cultura do MST não fazem referência ao cristianismo; porém, podemos dizer que o estilo de militância, a fé na causa e a disposição ao sacrifício de seus membros, muitos têm sido vítimas de assassinatos e até de matanças coletivas durante os últimos anos, têm, provavelmente, fontes religiosas.
As correntes e os militantes cristãos que participam no movimento altermundista são muito diversos -ONGs, militantes dos sindicatos e partidos de esquerda, estruturas próximas à Igreja- e não partilham das mesmas escolhas políticas. Porém, a imensa maioria se reconhece nas grandes linhas da Teologia da Libertação, tal como a formularam Leonardo Boff, Frei Betto, Clodovis Boff, Hugo Assmann, Dom Tomás Balduino, Dom Helder Camara, Dom Pedro Casaldáliga, e tantos outros conhecidos e menos conhecidos, e partilham sua crítica ética e social do capitalismo e seu compromisso pela libertação dos pobres.

Almeida

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Até Sempre, Comandante Almeida!

 
Almeida às tropas inimigas: 
Aquí no se rinde nadie, carajo !!!
O Jornal cubano Granma homenageia o revolucionário Juan Almeida Bosque, um dos poucos a ostentar o título de Comandante da Revolução.
No recente filme Che (primeira parte), é feita uma referência à Almeida, quando Che saúda com abraços uma série de guerrilheiros que chegam em coluna no meio da selva.  


Almeida é Revolução


Por
Oscar Sánchez Serra

CUBA inteira rende tributo a um homem que, como poucos, tornou realidade a máxima martiana de que a morte não é verdade quando foi bem cumprida a obra da vida. Por isso, jamais poderíamos dizer adeus ao comandante da Revolução Juan Almeida Bosque, pois não se pode dizer adeus a um exemplo, tudo o contrário, se imita, sempre a seu lado com essa fé imperecedoura e renovada no triunfo que o distingue como combatente revolucionário.
Quando prestamos homenagem a ele, foi impossível que a dor não nos apertasse o peito, mas sua invicta humanidade nos convocou a não nos rendermos.
Almeida, como o chamava qualquer cubano, nunca se rendeu. Nem no Moncada, nem na prisão, também não nos dias difíceis do iate Granma, nem no combate de El Uvero, quando ferido, e fiel a suas convicções, não abandonou a posição principal daquele combate que marcou a maioridade do Exército Rebelde; não desanimou até cumprir com a ordem do cerco de Santiago de Cuba nos últimos dias de dezembro para acender a alva vitoriosa de janeiro de 1959; não claudicou nem um só instante nas complexas e importantes missões que dirigiu e nas quais também triunfou nestes 50 anos de Revolução.
Todos o conhecemos, porque, como todos os chefes de uma Revolução como a nossa, dos humildes, com os humildes e para os humildes, jamais se afastou de seu povo, dos seus. Por isso, vimo-lo no 50º aniversário do 3º Front, com o peito inchado, render homenagem a seus companheiros de luta. Sua voz rouca nesse dia de março de 2008 mostrava quanta humanidade e fidelidade havia no invicto comandante da Revolução.

Apenas hoje, que não nos reclamará pela evocação, podemos escrever e falar de Almeida. Sua imensa modéstia teria impedido isso. Peçamos-lhe então licença, comandante, para mostrar a qualidade de um verdadeiro revolucionário, ao lembrar seu enérgico, carinhoso e edificante reclamo ao nosso jornal, quando ao querer ressaltá-lo, tiramos sua imagem de uma foto em que aparecia com vários guerrilheiros. Foi enfático ao nos reclamar como iríamos afastá-lo daqueles que eram seus irmãos.
Almeida disse que "Fidel dignificou todos nós" e ele é expressão máxima dessa dignidade e singeleza. Guardo a grata lembrança de ter compartilhado meus estudos no ensino secundário, na Escola Batalha de Jigüe, em San Antonio de los Baños, com sua filha Belinda, que não se apresentou diante de nós com tão orgulhosa credencial... ali estava presente essa grandeza da Revolução. Ela, filha do comandante, e eu, filho de operários, compartilhando a mesma sala de aulas, o mesmo almoço, trabalhando juntos no campo. E com o decurso dos anos, ela escrevendo uma das páginas mais belas da Revolução, como médico internacionalista em Honduras, e eu, neste outro bastião revolucionário que é o jornal Granma. Por isso lutou seu pai, por isso não se rendeu nunca.
Comandante, seu coração não parou, continua batendo porque os cubanos batem e baterão com seu exemplo. Jamais lhe falaremos em passado, porque o motor sempre criador de sua Revolução e seu povo, não o deixarão morrer. 
 
Essa é a razão pela qual cada cubano, após fazer as infindáveis fileiras para render-lhe tributo em toda Cuba, paramo-nos diante do senhor com emoção contida e acredito que eu e os demais pensamos que, por muito empinadas que forem as colinas, por difíceis que forem as circunstâncias, por poderoso que for o inimigo, saberemos exclamar junto ao senhor: P..., aqui ninguém se rende!



VÍDEO: MST ocupa o INCRA em POA

MST ocupa sede do INCRA em Porto Alegre, o que eles têm a dizer?Bom, como a RBS/Globo não vai mostrar, acompanhe este vídeo:
      

Michael Löwy: A Teologia da Libertação: Leonardo Boff e Frei Betto - III

Amigo próximo de Leonardo Boff (publicaram alguns livros juntos), Frei Betto é, sem dúvida, um dos mais importantes teólogos da libertação do Brasil e da América Latina e um dos principais animadores das CEBs (Comunidades Eclesiais de Base). Dirigente nacional da Juventude Estudantil Católica (JEC) no início dos anos 60, Carlos Alberto Libânio Christo (seu nome verdadeiro) começou sua educação espiritual e política com Santiago Maritain, Emmanuel Mounier, o padre Lebret e o grande intelectual católico brasileiro Alceu Amoroso Lima, porém, durante sua atividade militante na União Nacional dos Estudantes (UNE), descobriu O Manifesto Comunista e A Ideologia Alemã. Quando entrou como noviço na ordem dos dominicanos, em 1965, naquela época um dos principias focos de elaboração de uma interpretação liberacionista do cristianismo, já havia tomado firmemente a resolução de consagrar-se à luta da revolução brasileira [4].
Impressionado com a pobreza do mundo e pela ditadura militar estabelecida em 1964, incorpora-se a uma rede de dominicanos que simpatizam ativamente com a resistência armada contra o regime. Quando a repressão se intensificou, em 1969, socorreu a inúmeros revolucionários, ajudando-os a esconder-se ou a cruzar a fronteira para o Uruguai ou para a Argentina. Essa atividade custou-lhe cinco anos de prisão, de 1969 a 1973.
Em um livro fascinante publicado no Brasil e reeditado mais de dez vezes, Batismo de Sangue. Os dominicanos e a morte de Carlos Marighella (Río de Janeiro, Ed. Bertrand, 1987), traça o retrato do dirigente do principal grupo revolucionário armado, assassinado pela polícia em 1969, bem como o de seus amigos dominicanos presos nas rodas da repressão e destroçados pela tortura. O último capítulo está consagrado à trágica figura de Frei Tito de Alencar, tão cruelmente torturado pela polícia brasileira que jamais recobrou seu equilíbrio psíquico: libertado da prisão e exilado na França, sofreu uma aguda mania de perseguição e cometeu suicídio em 1974.
As Cartas da Prisão de Betto, publicadas em 1977, mostram seu interesse pelo pensamento de Marx, a quem designava, para burlar a censura política, "o filósofo alemão". Em uma carta de outubro de 1971 a uma amiga, abadesa beneditina, observava: "a teoria econômico-social do filósofo alemão não teria existido sem as escandalosas contradições sociais provocadas pelo liberalismo econômico, que o conduziram a percebê-las, analisá-las e estabelecer princípios capazes de sobrepô-los" [5].
Depois de sua libertação da prisão, em 1973, Frei Betto consagrou-se à organização das comunidades de base. Durante os anos seguintes publicou vários folhetos que, em linguagem simples e inteligível, explicavam o sentido da Teologia da Libertação e o papel das CEBs. Logo, converteu-se em um dos principais dirigentes dos encontros intereclesiais nacionais, onde as CEBs de todas as regiões do Brasil intercambiam suas experiências sociais, políticas e religiosas. Em 1980 organizou o 4º Congresso internacional dos Teólogos do Terceiro Mundo.
Desde 1979 Betto é responsável pela Pastoral Operária de São Bernardo do Campo, cidade industrial do subúrbio de São Paulo, onde nasceu o novo sindicalismo brasileiro. Sem vincular-se a nenhuma organização política, não escondia suas simpatias pelo Partido dos Trabalhadores (PT). Após a vitória eleitoral do candidato do PT, Luis Inácio Lula da Silva, em 2001, foi designado pelo novo presidente para dirigir o Programa "Fome Zero"; no entanto, descontente com a orientação econômica do governo, prisioneiro dos paradigmas neoliberais, demitiu-se de seu posto dois anos depois.
Enquanto alguns teólogos tentam reduzir o marxismo a uma "mediação sócio-analítica", Betto defende, em seu ensaio de 1986, Cristianismo e Marxismo, uma interpretação muito mais ampla da teoria marxista que inclui a ética e a utopia: "o marxismo é, sobretudo, uma teoria da práxis revolucionária (...). A prática revolucionária sobrepõe-se ao conceito e não se esgota na análise estritamente científica porque, necessariamente, inclui dimensões éticas, místicas e utópicas (...). Sem essa relação dialética teoria-práxis, o marxismo se esclerosa e se transforma em ortodoxia acadêmica perigosamente manipulável pelos que controlam os mecanismos do poder". Esta última frase é, sem dúvida, uma referencia crítica a URSS e aos países do socialismo real que constituem, em sua maneira de ver, uma experiência deformada por sua "ótica objetivista", sua "tendência economicista" e, sobretudo, por sua "metafísica do Estado".
Betto e Boff, como a imensa maioria dos teólogos da libertação, não aceitam a redução, tipicamente liberal, da religião a um "assunto privado" do indivíduo. Para eles, a religião é um assunto eminentemente público, social e político. Essa atitude não é necessariamente uma oposição à laicidade; de fato, o cristianismo da libertação situa-se nas antípodas do conservadorismo clerical:

-Predicando a separação total entre a Igreja e o Estado e a ruptura da cumplicidade tradicional entre o clero e os poderosos.
-Negando a idéia de um partido ou um sindicato católico e reconhecendo a necessária autonomia dos movimentos políticos e sociais populares.
-Rechaçando toda idéia de regresso ao "catolicismo político" pré-crítico e sua ilusão de uma "nova cristandade".
-Favorecendo a participação dos cristãos nos movimentos ou partidos populares seculares.
Para a Teologia da Libertação não existe contradição entre essa exigência de democracia moderna e secular e o compromisso dos cristãos no âmbito político. Trata-se de dois enfoques diferentes da relação entre religião e política: desde o ponto de vista institucional é imprescindível que prevaleça a separação e a autonomia; porém, no âmbito ético-político o imperativo essencial é o compromisso.

domingo, 13 de setembro de 2009

Michael Löwy: A Teologia da Libertação: Leonardo Boff e Frei Betto - II

Apesar de que existem divergências significativas entre os teólogos da libertação, na maioria de seus escritos encontramos repetidos os temas fundamentais que constituem uma saída radical da doutrina tradicional e estabelecida das Igrejas Católica e Protestante:
-Uma implacável acusação moral e social contra o capitalismo como sistema injusto e iníquo, como forma de pecado estrutural.
-O uso do instrumento marxista para compreender as causas da pobreza, as contradições do capitalismo e as formas da luta de classes.
-A opção preferencial a favor dos pobres e a solidariedade com sua luta de emancipação social.
-O desenvolvimento de comunidades cristãs de base entre os pobres como a nova forma da Igreja e como alternativa ao modo de vida individualista imposto pelo sistema capitalista.
-A luta contra a idolatria (não o ateísmo) como inimigo principal da religião, isto é, contra os novos ídolos da morte, adorados pelos novos faraós, pelos novos Césares e pelos novos Herodes: O consumismo, a riqueza, o poder, a segurança nacional, o Estado, os exércitos; em poucas palavras, "a civilização cristã ocidental".
Examinemos mais de perto os escritos de Leonardo Boff e de Frei Betto, cujas idéias contribuíram, sem dúvida, à formação da cultura político-religiosa do componente cristão do altermundismo.
O livro de Leonardo Boff -na época, membro da ordem franciscana,- Jesus Cristo libertador, (Petrópolis, Vozes, 1971), pode ser considerado como a primeira obra da Teologia da Libertação no Brasil. Essencialmente, trata-se de uma obra de exegese bíblica; porém um dos capítulos, possivelmente o mais inovador, intitulado "Cristologia desde América Latina", expressa o desejo de que a Igreja possa "participar de maneira crítica no arrranque global de libertação que a sociedade sul-americana conhece hoje". Segundo Boff, a hermenêutica bíblica de seu livro está inspirada pela realidade latino-americana, o que dá como resultado "a primazia do elemento antropológico sobre o eclesiástico, do utópico sobre o efetivo, do crítico sobre o dogmático, do social sobre o pessoal e da ortopráxis sobre a ortodoxia"; aqui se anunciam alguns dos temas fundamentais da Teologia da Libertação [1].
Personagem carismático, com uma cultura e uma criatividade enormes, ao mesmo tempo místico franciscano e combatente social, Boff converteu-se no principal representante brasileiro dessa nova corrente teológica. Em seu primeiro livro já encontramos referencias ao "Princípio Esperança", de Ernst Bloch, porém, progressivamente, no curso dos anos 70, os conceitos e temas marxistas cada vez mais aparecem em sua obra até converter-se em um dos componentes fundamentais de sua reflexão sobre as causas da pobreza e a prática da solidariedade com a luta dos pobres por sua libertação.
Rechaçando o argumento conservador que pretende julgar o marxismo pelas práticas históricas do chamado "socialismo real", Boff constata, não sem ironia, que o mesmo que o Cristianismo não se identifica com os mecanismos da Santa Inquisição, o marxismo não tem porque se equiparar aos "socialismos" existentes, que "não representam uma alternativa desejável por conta de sua tirania burocrática e pelo sufocamento das liberdades individuais". O ideal socialista pode e deve assumir outras formas históricas [2]
Em 1981, Leonardo Boff publica o livro "Igreja, Carisma e Poder", uma reviravolta na história da Teologia da Libertação: por primeira vez desde a Reforma protestante, um sacerdote católico coloca em xeque, de maneira direta, a autoridade hierárquica da Igreja, seu estilo de poder romano-imperial, sua tradição de intolerância e dogmatismo -simbolizada durante vários séculos pela Inquisição, pela repressão de toda crítica vinda de baixo e o rechaço da liberdade de pensamento. Denuncia também a pretensão de infalibilidade da Igreja e o poder pessoal excessivo dos papas, que compara, não sem ironia, com o poder do secretário geral do Partido Comunista soviético.
Convocado pelo Vaticano em 1984 para um "colóquio" com a Santa Congregação para a Doutrina da Fé (antes, o Santo Ofício), dirigida pelo Cardenal Ratzinger, o teólogo brasileiro não abaixa a cabeça, nem nega retratar-se; permanece fiel a suas convicções e Roma o condena a um ano de "silencio obsequioso"; finalmente, frente à multiplicação dos protestos no Brasil e em outros lugares, a sansão foi reduzida em vários meses. Dez anos mais tarde, cansado do hostigamento, das proibições e das exclusões de Roma, Boff abandona a ordem dos franciscanos e a Igreja, sem, no entanto, abandonar sua atividade de teólogo católico.
A partir dos anos 90, interessa-se cada vez mais pelas questões ecológicas que aborda com o espírito de amor místico e franciscano pela natureza e com uma perspectiva de crítica radical do sistema capitalista. Será o objeto do livro Dignitas Terrae. Ecologia: grito da terra, grito dos pobres, (S. Paulo, Ática, 1995) e escreve inúmeros ensaios filosóficos, éticos e teológicos que abordam esta problemática. Segundo Leonardo Boff, o encontro entre a Teologia da Libertação e a ecologia é resultado de uma constatação: "A mesma lógica do sistema dominante de acumulação e da organização social que conduz à exploração dos trabalhadores, leva também à pilhagem de nações inteiras, e, finalmente, à degradação da natureza".
Portanto, a Teologia da Libertação aspira a uma ruptura com a lógica desse sistema, uma ruptura radical que aponta a "libertar os pobres, os oprimidos e os excluídos, as vítimas da voracidade da acumulação injustamente distribuída e libertar a Terra, essa grande vítima sacrificada pela pilhagem sistemática de seus recursos, que põe em risco o equilíbrio físico, químico e biológico do planeta como um todo". O paradigma opressão / libertação aplica-se, pois, para ambas: as classes dominadas e exploradas por um lado; e a Terra e suas espécies vivas, por outro [3].

Michael Löwy: A Teologia da Libertação: Leonardo Boff e Frei Betto - I

Michael Löwy, um dos intelectuais brasileiros mais respeitados no exterior, fala sobre Teologia da Libertação. 
NAPRÁXIS reproduz, em  4 partes, o conteúdo do texto, publicado pela agência Adital

Os cristãos comprometidos socialmente são um dos componentes mais ativos e importantes do movimento altermundista; particularmente, porém não somente na América Latina e especialmente no Brasil, país que acolheu as primeiras reuniões do Fórum Social Mundial (FSM). Um dos iniciadores do FSM, Chico Whitaker, membro da "Comissão Justiça e Paz" da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), pertence a esta esfera de influência, o mesmo que o sacerdote belga François Houtart, amigo e professor de Camilo Torres, promotor da revista Alternatives Sud, fundador do "Centro Tricontinental" (CETRI) e uma das figuras intelectuais mais influentes do Fórum. Podemos datar o nascimento dessa corrente, que poderíamos denominar como "cristianismo da libertação" no começo dos anos 60, quando a Juventude Universitária Católica brasileira (JUC), alimentada pela cultura católica francesa progressista (Emmanuel Mounier e a revista Esprit, o padre Lebret e o movimento "Economia y Humanismo", o Karl Marx do jesuíta J.Y. Calvez), formula por primeira vez, em nome do cristianismo, uma proposta radical de transformação social. Esse movimento se estende depois a outros países do continente e encontra, a partir dos anos 70, uma expressão cultural, política e espiritual na "Teologia da Libertação".
Os dois principias teólogos da libertação brasileiros, Leonardo Boff e Frei Betto, estão, portanto, entre os precursores e inspiradores do altermundismo; com seus escritos e suas palavras participam ativamente nas mobilizações do "movimento dos movimentos" e nos encontros do Fórum Social Mundial. Se sua influencia é muito significativa no Brasil, onde muitos militantes dos movimentos sociais, tais como sindicatos, MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) e movimentos de mulheres provêm de comunidades eclesiais de base (CEBs) conhecidas na Teologia da Libertação, seus escritos também são muito conhecidos entre os cristãos de outros países, tanto da América Latina quando do resto do mundo.
Se houvesse que resumir a idéia central da Teologia da Libertação em uma só frase, seria "opção preferencial pelos pobres".
Qual é a novidade? Por ventura, a Igreja não esteve sempre, caritativamente, atenta ao sofrimento dos pobres? A diferença -capital- é que o cristianismo da libertação já não considera os pobres como simples objetos de ajuda, compaixão ou caridade, mas como protagonistas de sua própria história, artífices de sua própria libertação. O papel dos cristãos comprometidos socialmente é participar na "longa marcha" dos pobres rumo à "terra prometida" -a liberdade-, contribuindo para sua organização e emancipação sociais.
O conceito de "pobre" tem, obviamente, um profundo alcance religioso no cristianismo; porém, corresponde também a uma realidade social essencial no Brasil e na América Latina: a existência de uma imensa massa de despossuídos, tanto nas cidades quanto no campo, que não são todos proletários ou trabalhadores. Alguns sindicalistas cristãos latino-americanos falam de "pobretariado" para descrever essa classe de deserdados que não somente são vítimas da exploração, mas, sobretudo, são vítimas da exclusão social pura e simples.
O processo de radicalização das culturas católicas do Brasil e América Latina que desembocou na criação da Teologia da Libertação não vai desde a cúpula da Igreja para irrigar sua base, nem a base popular vai à cúpula (duas versões que se encontram nos discursos dos sociólogos ou historiadores do fenômeno); mas da periferia rumo ao centro. As categorias ou setores sociais do âmbito religioso que serão o motor da renovação são todos, de alguma forma, marginais ou periféricos com relação à instituição: movimentos, leigos da Igreja e seus capelães; expertos leigos, sacerdotes estrangeiros, ordens religiosas. Em alguns casos, o movimento alcança o "centro" e consegue influir nas Conferências Episcopais (particularmente no Brasil), em outros casos fica bloqueado nas "margens" da instituição.

sábado, 12 de setembro de 2009

A mercantilização da libertade sexual

Texto pescado do Blog Divinas Tetas.
Por Vaca Profana:
Vocês, caros leitores classe média, se algum dia foram do tipo mais "baladeiro" e menso monogâmico, sabem bem: já foram num motel?
É um dos lugares que mais gosto de ir...você chega, geralmente de carro, moto ou a pé(mas só fui de carro), tem uma janelinha geralmente escura(vc não vê quem te atende) com um buraco embaixo do vidro, os preços e as horas que vc terá para ficar lá numa tabela iluminada, e pede o tipo de quarto que te apetece ou que seu bolso pode pagar. Ela te dá uma chave e vc entra em um lugar com muitas garagens cobertas; entra na garagem e fecha a porta, ninguém vê o modelo de seu carro/moto. E sobe num quarto, sempre bonito e limpo, com quadros eróticos e bom...o resto é por sua conta...Se for pedir alguma coisa, seja algo para comer ou algo para comer melhor(hahahahah), tudo é colocado em uma caixinha com portas dos dois lados; a atendente abre a porta, coloca o pedido, fecha a porta; você abre a porta do outro lado e pega o pedido...
Quando for sair, o mesmo esquema de não ver ninguém que te atende; eles fazem a inspeção p/ ver se vc não roubou nada, p/ ver se vc consumiu algum dos produtos disponíveis no quarto(sais de banho, camisinhas, etc) e te dão o valor. Se vc pagar com cartão, o comprovante de pagamento vem com qualquer nome que não seja de motel - já vi uns indicarem "moda unissex", "pizzaria", nome da cidade, mas nunca, jamais "motel dos prazeres"...
Se puder pagar, você poderá gritar, sujar todos os lençóis e colchões de tudo o que seu fetiche mandar, levar quem vc quiser p/ cama(homem, mulher, transgênero, travesti, a vizinha, o/a amante, a mulher, o marido, o/a namorada(o), um grupo de amigos pervertidos e malucos escondidos no carro - claro, se tiver dinheiro, vá p/ uma suíte de swing), poderá fazer aquele sexo por qualquer lado, de qualquer jeito, vestir cueca de elefante e roupa de dominatrix...tudo pelas horas mágicas muito bem pagas em que vc é livre entre 4 paredes...e ninguém vai saber do seu crime ali, ninguém. Seu casinho, sua curiosidade não hetero, seu fetiche de ser dominado, seus gritos, seu sonho de ser lambido com leite condensado - tudo segredo, o risco de encontrar o fofoqueiro da esquina, o padre da Igreja, a mãe, é restrito aos 15 minutos de entrada na suíte e saída da suíte. Bela liberdade.

Liberdade Sexual, afinal, é muito mais que isso. Muito mais do que caçar numa balada uma pessoa em quem gozar, sem se importar com seu prazer, com seu ser humano; muito mais do que poder fazer desde que bem pago e escondido, sustentando uma indústria nojenta, um ramo do mercado, a sociedade da mentira, da anestesia, do medo. Liberdade Sexual é poder, independente do quanto tem na carteira, do que tem no meio das pernas, do que quer ter no meio das pernas, de quem se quer na cama, manifestar-se, amar e conhecer a si mesmo, sem esconderijos, sem amarras, sem preço. E isso motel nenhum, balada nenhuma, academia e cosméticos natura nenhum nos dará. A mercantilização dos movimentos de liberdade sexual nos fez escravos do mercado, mas não libertos da moral cristã de culpa e pecado do sexo, do desejo; e ainda explorou altamente a ditadura da beleza, do corpo, elevando-a em seu mais alto grau.
E nada pode ser mais cruel que a ditadura que se impõe, no Capital, aos nossos corpos, à imaginação, ao desejo, ao amor, à humanidade. Por ter me retido por tanto tempo nessa falsa idéia de liberdade sexual que se compra a cada esquina, por ter por tanto tempo me alienado de meu desespero de liberdade, por ter ludibriado meus sentidos, por tudo o que tive que passar para me dar conta disso, eu jamais perdoarei o mercado e o Capitalismo, sua plasticidade irritante, sua falácia constante. Porque, por mais livre que eu possa ser no quarto de um motel, eu continuo sendo vítma de assédio sexual, continuo sendo a possível morta num ataque de neo nazistas por ser "livre", continuo tendo que calar para alguns lados da sociedade sobre meu amor livre, continuo ouvindo piadas machistas...
 
À merda a liberdade de consumo!! Eu quero emancipação humana!

Honduras: um menino contra o golpe

Este guri(Oscar David Montesinos) virou um dos símbolos da resistência contra o golpe em Honduras, confiram o vídeo, legendado em português.

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

São Gabriel: Polícia comete ilegalidade e deixa acampados sem comida

Os policiais da Brigada Militar continuam agindo de forma ilegal na Fazenda Antoniazzi, em São Gabriel, no Rio Grande do Sul (RS), e não deixam entrar alimentos para as 450 famílias Sem Terra que ocupam a área. Devido à barreira policial, crianças estão sem leite e pessoas doentes não conseguem consultar médico.
A ação da Brigada Militar iniciou ainda na quinta-feira (10/9) e não está de acordo com a reintegração de posse concedida pela Justiça. O documento determina que apenas está proibida a entrada de pessoas a fim de aumentar o número de integrantes na ocupação. Em nenhum momento cita a proibição de entrar comida ou de pessoas doentes sairem do local.
Mais uma vez, a Brigada Militar comete ilegalidade e reprime as famílias Sem Terra, que se mobilizam por seus direitos. Lembramos que o comando policial que está no local é o mesmo que participou, em 21 de agosto, do despejo das famílias sem terra da fazenda Southall - e que resultou no assassinato do trabalhador Elton Brum da Silva com um tiro nas costas disparado por um policial.
As reivindicações das famílias acampadas são legítimas. Afinal, duas mil famílias vivem hoje em beira de estrada no RS querendo trabalhar e produzir alimentos. O MST exige que o Incra retome as negociações para a desapropriação das Fazendas Antoniazzi, onde podem ser assentadas 400 famílias. Os Sem Terra também querem que o Incra desaproprie mais áreas a fim de assentar todas as famílias acampadas no estado. Para isso, o MST exige mudanças na política de aquisição de terras para a Reforma Agrária no RS.
Fonte: MST

Não esquecemos o 11 de setembro ... de 1973!

Há exatos 36 anos, era destruída a primeira experiência de implantar o modo de produção socialista dentro de um modelo de democracia liberal.
Em 11 de setembro de 1973, a direita utilizou-se do terror para massacrar a democracia e derrubar o governo chileno de Salvador Allende.
O ataque aéreo ao palácio La Moneda, sede do governo marcou o desfecho dos acontecimentos.
Esse é o 11 de setembro esquecido pela imprensa burguesa, que se encarrega de lamentar o golpe no orgulho imperial, ocorrido em 2001, evento que, por sinal ,deflagrou duas lucrativas guerras de ocupação, contra o povo afegão e contra o povo iraquiano.
Em nome da ... democracia!
É interessante ver como a direita tem dois pesos e duas medidas no tratamento das coisas; enquanto critica o sistema da Coréia do Norte, e também de Cuba, onde reclama a implantação do modelo de eleições liberal, apoia a ditadura assassina e machista da Arábia Saudita.
E caso um Allende, um Evo ou um Chávez saiam vitoriosos nas eleições de seus países, é justificável derrubá-los, afinal o povo é ignorante e , "iludido por promessas populistas", vota errado. 
Como gosta de falar um certo camarada, não é falta de sensibilidade afirmar que os acontecimentos de 11 de setembro de 2001 acabam adquirindo certo um ar de "justiça poética" frente ao império.
Abaixo, este blog apresenta dois vídeos:
O último discurso de Salvador Allende



Sugestão de filme: Chove sobre santiago

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Oliver Stone e o "Filme sobre Chávez"

O cineasta norte-americano Oliver Stone mostrou sua admiração pelo presidente venezuelano Hugo Chávez ao afirmar que "a Europa e o mundo precisam de dezenas de pessoas como ele, de líderes que fazem o que prometem." Devido ao tom crítico de seu novo filme em relação aos Estados Unidos, Stone prevê que "South of the Border" (algo como 'ao sul da fronteira') -  tenha dificuldade em encontrar distribuidor nos EUA.
 
Em uma entrevista concedida a um pequeno grupo de jornalistas, Stone apoiou a política do presidente venezuelano, sua disciplina e honestidade. Para o público em geral, tornou-se clara a estima que sente o diretor de cinema pelo líder sul-americano Chávez, ao apresentar na última segunda-feira, seu documentário ( "South of the Border"), na cidade italiana de Veneza. O filme é uma incursão pelos países latino-americanos governados pela esquerda, em especial pela Venezuela de Chávez.

Sobre a suposta ausência de liberdade de expressão de que se queixam os meios de comunicação e a oposição venezuelana, Stone diz que não é verdade. "Se você vai à Venezuela, é fácil constatar que 80% ou 90% da imprensa é contra Chávez. Dizem coisas muito duras a seu respeito e ele permite tais críticas, não castiga essas pessoas. Nos Estados Unidos, entretanto, isso não aconteceria"

Stone também enfatiza a crítica excessiva da mídia, especialmente americana, contra Chávez e os padrões duplos que têm com outros países sul-americanos. "Se um só sindicalista fosse morto na Venezuela, sairia na primeira página do New York Times, enquanto na Colômbia isso acontece muitas vezes e ninguém diz nada", disse ele.

Quando consultado sobre estes desentendimentos entre Chávez e outros países da região, como é o caso da Colômbia, Stone disse que eles se devem à uma visão de mundo unilateral de algumas nações, dominada pelos Estados Unidos. Na mesma medida em que admira Chávez, Stone demonstra sua rejeição ao presidente colombiano, Álvaro Uribe, para ele,"uma das forças demoníacas na América Latina".

O diretor também demonstrou louvar a batalha contra o Fundo Monetário Internacional (FMI) e contra as multinacionais travada por alguns países latino-americanos.

Cineasta prevê dificuldades nos EUA

O cineasta receia que seu documentário sobre o presidente venezuelano Hugo Chávez, crítico acirrado da política externa americana, tenha dificuldade em encontrar distribuidor nos Estados Unidos. "South of the Border" fez sua estreia mundial no festival de cinema de Veneza nesta semana, fala sobre Chávez e inclui entrevistas com líderes do Brasil, Bolívia, Argentina, Paraguai, Equador e Cuba.

O diretor destaca como uma geração de líderes de esquerda está tentando aumentar sua independência do Fundo Monetário Internacional (FMI) e, por extensão, da política econômica dos EUA, que Stone critica no filme. A produção também mostra que Chávez vem sendo injustamente tratado pela imprensa norte-americana, que o apresenta como um rebelde perigoso e que constitui uma ameaça à segurança.

Stone, de 62 anos, disse à Reuters em entrevista que prevê dificuldades para levar seu filme ao público americano, observando que o mesmo aconteceu com filmes anteriores feitos sobre a América Central ou do Sul. "'Salvador - O Martírio de um Povo', com Jimmy Woods, teve dificuldade em encontrar distribuidor nos EUA, e 'Comandante', com Fidel Castro, foi tirado do ar duas semanas antes de sua transmissão prevista pela HBO," disse o diretor na noite de segunda-feira, em entrevista conjunta com Hugo Chávez.

"A maioria dos filmes que trata com franqueza dos problemas ao sul da fronteira dos EUA emperra. É um complexo americano sobre seu quintal, o sul, que vem acontecendo há um século. (...) 'Looking for Fidel' foi exibido, mas em circuito limitado. Isso é sempre um problema, e não apenas para mim."

Premiado com o Oscar, Oliver Stone disse que está preparado para receber críticas "de ambos os lados" do espectro político nos EUA por traçar um retrato tão favorável de Chávez. "Entre 15 e 20 por cento do filme é feito de críticas escandalosas e diretas ao presidente Chávez. Mostramos isso sem rodeios," disse Stone. "Ele é tachado de tudo pela Fox News, mas também pelo New York Times."

Stone disse que seu filme procurou explorar mais do que apenas a liderança de Chávez e as tentativas de líderes regionais de cooperar mais estreitamente para manter os Estados Unidos à distância. "É uma questão maior que Chávez e a América do Sul," disse Stone. "Não apenas há uma revolução, como há a questão de os EUA estarem constantemente procurando inimigos, quer estejam no Vietnã, no Iraque ou no Irã."

"A Venezuela estava na lista de alvos, sem dúvida alguma. Por que criamos inimigos? Será que é para manter nossas forças armadas? Para justificar a criação do super-Estado americano? Por quê?"

"Algo está errado com o meu país", disse Stone, citando as guerras do Vietnã, no Iraque ou no Afeganistão, o fato de que Saddam Hussein era "um monstro que criamos", ou acordo de cooperação militar alcançado entre os Estados Unidos e a Colômbia, nação que acredita que pode se tornar um novo Afeganistão."A guerra contra as drogas, contra o terrorismo, sempre guerras", diz o diretor.

Vermelho, Telesur e Reuters

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

John Lennon - Working Class Hero

"...há um lugar no topo, eles te dizem..."
"...mas primeiro você tem que aprender a sorrir enquanto mata..." 
"...mantenha-se dopado com religião, sexo e TV ... "
"...E você se acha tão esperto sem classe e livre..."
"Um herói da classe trabalhadora é algo para ser..." 



Working Class Hero

John Lennon

As soon as you're born they make you feel small
By giving you no time instead of it all
Till the pain is so big you feel nothing at all
A working class hero is something to be
A working class hero is something to be
They hurt you at home and they hit you at school
They hate you if you're clever and they despise a fool
Till you're so fucking crazy you can't follow their rules
A working class hero is something to be
A working class hero is something to be
When they've tortured and scared you for twenty odd years
Then they expect you to pick a career
When you can't really function you're so full of fear
A working class hero is something to be
A working class hero is something to be
Keep you doped with religion and sex and TV
And you think you're so clever and classless and free
But you're still fucking peasants as far as I can see
A working class hero is something to be
A working class hero is something to be
There's room at the top they are telling you still
But first you must learn how to smile as you kill
If you want to be like the folks on the hill
A working class hero is something to be
A working class hero is something to be
If you want to be a hero well just follow me
If you want to be a hero well just follow me

1976 - Há 33 anos falecia, aos 82 anos,o revolucionário Mao Zedong (tsé tung)

terça-feira, 8 de setembro de 2009

FMI envia US$ 163,9 milhões para os golpistas de Honduras

O Fundo Monetário Internacional (FMI) outorgou 163,9 milhões de dólares ao governo de fato hondurenho de Roberto Micheletti, supostamente para fortalecer as reservas e injetar liquidez à economia desse país que permanece afundado em uma forte crise política.  O recurso faz parte de uma estratégia do G-20 (grupo de países industrializados e emergentes) para financiar e o mandatário ilegítimo disse que o FMI tem tido "respeito" pelo seu governo, após a decisão do FMI de liberar uma soma milionária de dólares ao Executivo de fato. 
A presidente do Banco Central de Honduras (BCH), Sandra de Midence, disse que o FMI "está respeitando que somos um país membro". Criticou outras organizações financeiras que retiraram o apoio econômico, como consequência do golpe de Estado que deu o governo de fato contra o presidente constitucional Manuel Zelaya, no último dia 28 de junho. 
O BCH disse, nesta terça, que 150,1 milhões de dólares do Fundo foram entregues no último dia 28 de agosto e que o resto da cifra (de 163,9 milhões de dólares) serão entregues pelo organismo na próxima semana.
Assim mesmo, que o governo de fato não tem acordos com o FMI, e que simplesmente estão "respeitando" sua condição de membros do G-20. "Não tínhamos acordos com o Fundo, mas ele está respeitando que somos país membro e isso temos como evidente já que ele tem nos creditado esses recursos", o qual "deu equilíbrio a todos os países" beneficiários desse programa do G-20, indicou de Midence.
A funcionária agregou que não se pode chamar essa outorga de "desbloqueio", já que assegura que o presidente Constitucional, Manuel Zelaya, nunca estabeleceu acordos com o FMI. 
Reiterou que o FMI é um organismo "responsável e sério" por lhes permitir fazer parte da repartição de reservas para a "estabilidade econômica" da nação.
O BCIE, o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e o Banco Mundial tomaram medidas de suspensão econômica a Honduras após a deposição de Manuel Zelaya, uma decisão que o governo de fato considerou "ilegítima".
A presidente do BCH informou que o novo governo de Honduras assumirá a presidência em 27 de janeiro do próximo ano, pelo qual se crê que muito pouco se podem retomar as entregas econômicas do BID e BM e, assim, negociar acordos formais com o FMI. 
Por volta de agosto, a presidente do BCH e a ministra de Finanças de fato de Honduras, Gabriela Núnez, assistiram a uma reunião do G-20, onde analisaram a designação de recursos econômicos pelo FMI.
Honduras foi o único país da América Latina que assistiu a essa reunião.

A notícia é da TeleSur

sábado, 5 de setembro de 2009

70 dias de resistência em Honduras!Uma brevíssima avaliação da conjuntura política



Hoje, sábado, 5 de setembro, completam-se 70 dias de resistência do povo de Honduras aos golpistas, que derrubaram o presidente Zelaya.
Movimentos sociais como Via Campesina, entre outros dão relato de que a população segue se organizando em luta.
Rádios e blogs da resistência, assim como a Rádio Rebelde, de Cuba, informam que Honduras vivencia um levante da classe trabalhadora sem precedentes.
Alguns chegam a lembrar que tamanha movimentação não se via desde a grande greve dos trabalhadores bananeiros ocorrida nos anos 50.
A despeito dos equívocos cometidos por Manuel Zelaya na gestão da crise (em boa parte ocorridos até em virtude de sua própria limitação ideológica), este Blog avalia que os golpistas não terão vida longa.
Nem vida fácil.

Para além de Zelaya
A população organizada começa a ganhar reforços de diversas categorias de trabalhadores, principalmente os do aparato estatal.
A radicalização do processo se acentua.
Existe a possibilidade de os Estados Unidos intervirem, politicamente, para a restituição de Manuel Zelaya em um governo de "união [de classes] nacional"
Bem organizados, e com objetivos claros, os militantes da resistência poderão ir bem além da simples questão da defesa da constituição.

Viva a Resistência Hondurenha!
Viva a Luta Latino-Americana!

NA PRÁXIS 
Pequena contribuição na luta coletiva contra o poderio dos canhões do oligopólio midiático

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Revista VEJA: Imoral e cínica

     FOTO: O americano Victor Civita, à esquerda de Figueiredo - Eminência parda?

Altamiro Borges comenta o mais recente  ataque raivoso do panfleto reacionário ao MST.
Desnuda a moral de cuecas do grupo Civita com maestria: 
"(...)Em mais este ataque colérico, a revista Veja prova que é imoral e cínica. Tudo que publica serve a objetivos políticos precisos, mas embalados na manipulação jornalística. De fato, muita coisa precisa ser investigada no país. Uma Comissão Parlamentar de Inquérito sobre a mídia tornou-se uma urgência. No caso da Editora Abril, que condena o “auxílio de estrangeiros que se imiscuem em assuntos do país”, seria útil averiguar sua própria origem, quando o empresário estadunidense Victor Civita se mudou para São Paulo, em 1949, trazendo na bagagem um sinistro acordo com a Disney. Não é para menos que muitos o acusaram de “agente do império” e de servidor da CIA.
Quanto aos recursos públicos, seria necessário apurar as compras milionárias do governo tucano de José Serra das publicações da Abril. O Ministério Público Federal inclusive já abriu processo para investigar o caso suspeito(...)"
 Para conferir o artigo na íntegra, vá ao Blog do Miro