Num Fórum promovido pelo jornal Estado de S. Paulo, a presidente da Confederação Nacional da Agricultura (CNA) e senadora, Kátia Abreu (DEM-TO), aproveitou o microfone para fazer uma das coisas que mais gosta: atacar o Código Florestal brasileiro e enaltecer o agronegócio.
Segundo a senadora, há “assombrações criadas em torno do desmatamento que impedem o desenvolvimento” do país.
Falando assim, parece que tudo anda às mil maravilhas pela Amazônia e que o agronegócio está cambaleante. Na prática, porém, o que ocorre é justamente o contrário.
Enquanto o Brasil só faz crescer nas exportações de produtos agrícolas – já é o terceiro maior exportador mundial – a substituição de árvores por gado e soja, principalmente, não dão trégua.
Os 17% de matas que o bioma perdeu foram embora nos últimos 40 anos, justamente quando os tratores do agrobusiness começaram a subir para a região. Dessa área, 80% estão sob as patas de bois. E a cada hora, uma área de floresta equivalente a um campo de futebol continua indo para o chão.
Apesar dos rios de lucro que esses números tem gerado ao agronegócio, no entanto, pouco ou nada chegou à população local e aos pequenos agricultores. A região permanece com um dos piores Índices de Desenvolvimento Humano do país.
Mas isso Kátia não enxerga do alto de seu trono na CNA. Dali, aliás, ela não vê nem mesmo os latifúndios que se espalham em território nacional. “Não é verdade que haja concentração de terras no Brasil. Nos EUA, Canadá e Argentina há cerca de 2 milhões de propriedades rurais. No Brasil, na mesma área, há cinco milhões de propriedades”, garantiu.
Antes de terminar sua fala, ela insistiu que o Código Florestal precisa ser revisto. “Só na bíblia não se faz reforma”, argumentou, esquecendo-se de que a lei já foi repaginada em 1965 e sofreu inúmeras alterações depois disso, por meio de Medidas Provisórias.
Fonte: MST
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