quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Cuba continua levantando sua bandeira no Haiti

PORTO PRÍNCIPE, Haiti

Após 20 dias do terremoto que abalou cruelmente esta capital, e quando muitos vão para seus tranqüilos mundos com a foto final que confirma sua presença na terra haitiana, 938 colaboradores cubanos, dos quais, 380 médicos haitianos formados em Cuba, continuam aqui salvando vidas, apesar da difícil situação existente.

Cuba foi o primeiro país a prestar ajuda ao desesperado povo haitiano, quando ainda a nuvem de pó levantada pelo sismo não se tinha dissipado. Centenas de pessoas correram nessa noite de 12 de janeiro com suas famílias para o lugar, onde há dez anos, se encontram os médicos cubanos. Uma legião de feridos, de mortos, inundou o lugar. Apesar de nas primeiras horas reinar o caos no atendimento médico, hoje predomina a organização nos três hospitais de campanha onde trabalham os nossos médicos.

Segundo o dr. Carlos Alberto García, membro da brigada cubana, muitos colaboradores de outras nações voltam aos seus países, pois consideram que já não há emergência. Para nós, ainda há emergência, mas de outro ponto de vista, não do cirúrgico, mas o das doenças, que agora aparecem como consequências do desastre, entre elas, as infecções diarréicas e respiratórias, as lesões na pele; também a malária, o parasitismo e a febre tifóide.

Após 20 dias do terremoto, o mais relevante da ajuda cubana é ter conseguido o atendimento integral dos pacientes. Tudo isso é confirmado pelo trabalho de cura, promoção da saúde, controle de vetores, e reabilitação, este último serviço imprescindível para uma população fundamentalmente danificada por traumatismos e amputações. Eis algumas cifras: Até 1º de fevereiro, foram atendidos mais de 50 mil pacientes, dos quais, 3.400 foram operados cirurgicamente, das quais, 1.500 operações complexas, incluindo ao redor de 1.100 amputações.

O dr. Carlos informou que se instalaram nove salas de reabilitação, que terão grande impacto, "pois, inclusive, antes do terremoto, o Haiti não dispunha de um serviço público deste tipo".

No Haiti, nem tudo é morte e desgraça depois do terremoto, os médicos cubanos e haitianos formados na Ilha realizaram 280 partos, dos quais 183 cesarianas, sobretudo, nos hospitais de campanha, onde, segundo assegurou o médico, contam com as condições essenciais para isso.

Além disso, os nossos médicos "invadem" praças e parques, onde se amontoam milhares de haitianos. O jornal Granma marcou presença na campanha de vacinação contra o tétano, tornando diferente o dia no estádio de futebol de Porto Príncipe, tomado por centenas de haitianos, após o sismo. Muitas crianças, ainda chorando, foram imunizadas, bem como quem passava por ali. Um cartão amarelo atestava que se havia aplicado a vacina. Por tal motivo, o dr. Carlos Alberto García confirmou que 20 mil pessoas foram vacinadas em Porto Príncipe, e além disso, que é incluída a vacina tríplice contra a difteria, o sarampo e a coqueluche.

A cooperação médica também incluiu o atendimento à saúde mental, e, para isso, veio de Cuba uma equipe de psicólogos e psiquiatras, que se prepara para realizar atividades com as crianças e jovens nos acampamentos, praças e parques de Porto Príncipe.

Para receber este "apoio" da saúde, os construtores agilizam os trabalhos em cinco Centros de Diagnóstico Integral paralisados, após o terremoto. Dois deles vão ficar prontos nos próximos dias. Com eles, haverá no total sete que prestam serviços em vários departamentos da nação. Os outros três que somariam dez ainda demorarão algumas semanas para serem terminados.
Estes foram 20 dias de consagração. Os nossos médicos, ainda trabalhando em meio às difíceis condições de hospitais de campanha, tornando a austeridade palavra de ordem, vendo de perto o horror, acordam cada dia com todas suas forças para sarar. Cuba continuará levantando sua bandeira no Haiti, enquanto este povo precisar dela.

Retirado do Granma Digital

Nenhum comentário:

Postar um comentário