terça-feira, 2 de junho de 2009

A Vergonhosa História da OEA - PARTE 2 de 6






PÁGINAS DE UM DOSSIÊ SANGRENTO

Em 1954, a Guatemala foi invadida por tropas mercenárias organizadas pela CIA, que derrubaram o governo de Jacobo Árbenz. A OEA tinha aprovado uma resolução que introduzia a possibilidade de intervenção coletiva regional, violando sua Carta e a da ONU. Diante disso, o organismo limitou-se a "deixar agir" os EUA e adiou a análise da situação, ignorando os interesses do país agredido.

Sua atuação contra Cuba desde o triunfo revolucionário, o apoio à invasão da Baía dos Porcos em 1961, as ações levadas a cabo na ordem política e diplomática para nos isolarem, que terminaram com a expulsão do nosso país em janeiro de 1962 e com a ruptura das relações diplomáticas dos países da região com Cuba, demonstravam tanto ódio, que colocou a organização ainda mais em entredito.

Em abril de 1965, os fuzileiros ianques desembarcaram em Santo Domingo para impedir a iminente vitória do movimento popular constitucionalista sobre as forças da reação militarista. A OEA enviou seu secretário-geral, o uruguaio José A. Mora, à capital dominicana com o aparente propósito de conseguir uma trégua entre os beligerantes, enquanto o Órgão de Consulta dilatava a decisão, para facilitar que as forças militares ianques tomaram o controle da situação. Depois de múltiplas diligências, os Estados Unidos conseguiram, por estreita margem de um voto, a aprovação de uma resolução que dispôs a criação de uma Força Interamericana de Paz, tendo lugar, pela primeira vez, sob a anuência da OEA, uma intervenção coletiva num país da área.

A OEA, que tinha entre seus postulados básicos o princípio de não-intervenção de nenhum Estado nos assuntos internos de outros, continuava em crise.

Em março de 1982, teve lugar a intervenção britânica que deu início à Guerra das Malvinas e à primeira agressão de uma potência extracontinental contra um país do Sistema Interamericano, o qual, segundo o TIAR, devia exortar à solidariedade continental ao país agredido. E que aconteceu..? Os Estados Unidos apoiaram política e militarmente a Grã-Bretanha e impuseram sanções econômicas à Argentina. E que fez a OEA? Adotou uma leve resolução apelando ao fim do conflito, e só um mês depois foi que condenou o ataque armado e instou os EUA a suspenderem de imediato as medidas aplicadas à Argentina".

Em outubro de 1983, um golpe militar derrubou o primeiro-ministro de Granada, Maurice Bishop, assassinado pelos golpistas. Os EUA enviaram a Granada uma força invasora de 1.900 fuzileiros para tomar o controle da ilha. O princípio de não-intervenção era novamente violado. Na OEA, a maioria aprovou essa ação como "medida preventiva", enquanto outros a rejeitaram. Finalmente, a invasão foi condenada por transgredir a Carta de Bogotá.

A BANCARROTA DO PAN-AMERICANISMO

O fim da chamada Guerra Fria e o colapso da URSS mudaram a geopolítica mundial e, a OEA, a pedido dos Estados Unidos, tentou readaptar-se com o objetivo de ser mais fiel às oligarquias, por tal motivo, em 1991 começou a promover os preceitos da democracia representativa burguesa e do neoliberalismo. Sob essas bandeiras, nasceram as Cúpulas das Américas, por iniciativa dos EUA, as quais outorgaram renovados mandatos à organização.

Neste momento, sobressai a criação da Carta Democrática Interamericana em 1992, que levou a nível de tratado a imposição do unipolarismo na região, quer dizer, a OEA não mudou de rosto, pois diante do golpe militar no Haiti, que derrubou o presidente Jean-Bertrand Aristide, demonstrou o mesmo grau de incapacidade e putrefação. Delegou o tema ao Conselho de Segurança da ONU, que aprovou uma força militar multinacional, liderada pelos EUA.

No século 21, ninguém duvida da irrelevância, obsolescência e descrédito de uma organização que tem sido cúmplice dos principais crimes de Estado acontecidos na América Latina e no Caribe na segunda metade do século 20. Apesar de que nalgumas ocasiões os EUA a relegou, jamais a pôs de lado. Os EUA precisam da OEA para influir e dividir a região e para frear a consagração de seu único, inevitável e verdadeiro destino histórico: a integração martiana e bolivariana de seus povos.

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