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sexta-feira, 9 de março de 2012

O DNA socialista e revolucionário do 8 de março

O DNA socialista e revolucionário do 8 de março

Vanessa Gil*

Com a proximidade do Dia internacional da Mulher somos bombardeadas (os) com imagens de mulheres reproduzindo os papéis que lhes foram impostos nos espaços privados: mãe, esposa e filha. Na mídia, as propagandas e anúncios dão a impressão de que quase todos poderiam ser reaproveitados para as comemorações do Dia das Mães. No espaço público é valorizada pelas qualidades que adquiriu nos cuidados com a família: a trabalhadora é sensível como as mães, organizada como as donas de casa e assim por diante. Mas esse ideal da mulher cuidadora em nada reflete os reais fatos que levaram ao oitavo dia de março ser dedicado às mulheres. A data foi escolhida por ter sido nela em que as mulheres russas iniciaram aquela que seria, com seus equívocos e acertos, a maior revolução do século 20.

O papel das mulheres na Revolução 1917 foi apagado da história. Durante quase um século tivemos como referência, para o inicio das comemorações do dia 8 de março, Dia Internacional da Mulheres, o incêndio ocorrido nos Estados Unidos onde trabalhadoras de uma indústria têxtil morreram queimadas. Tal fato realmente ocorreu, mas nada há de ligação entre esse triste dia e o início das comemorações.

A partir de novas pesquisas, sabemos que unificar as comemorações do Dia Internacional da Mulher em 8 de março foi proposto na II Conferência Internacional de Mulheres Socialistas, em Copenhague, em 1910. Anteriormente, sem dia definido, acontecia em diferentes datas ao redor do mundo. Foram as mulheres russas que fizeram do oito de março um dia tão marcante, conforme conta Trotsky:

“O dia 23 de fevereiro (8 de março no calendário russo, orientado pelo calendário juliano) era o Dia Internacional da Mulher. Os círculos da social-democracia tencionavam festejá-lo segundo as normas tradicionais: reuniões, discursos, manifestos. Na véspera, ainda ninguém poderia supor que o Dia da Mulher pudesse inaugurar a Revolução. Nenhuma organização preconizara greves para aquele dia, tal foi a linha preconizada pelo Comitê na véspera do dia 23, e parecia ter sido aceita por todos. No dia seguinte, pela manhã apesar de todas as determinações, as operárias têxteis de diversas fábricas abandonaram o trabalho e enviaram delegadas aos metalúrgicos, solicitando-lhes que apoiassem a greve. Foi contra a vontade, escreve Kayurov, que os bolcheviques entraram na greve, secundados pelos operários mencheviques e socialistas-revolucionários. Visto tratar-se de uma greve de massas, não havia outro remédio senão fazer com que todos descessem rua e tomar a frente do movimento. Ninguém, absolutamente ninguém, supunha que o dia 23 de fevereiro marcaria o início de uma assalto decisivo contra o absolutismo.” (Gonzalez, 2010, p.55)

Ou seja, foi o protesto e a organização das mulheres contra a guerra que tirava a vida de seus filhos e maridos, aumentava a escassez de alimentos, a fome e o descaso do governo czarista, que levou em dois dias mais de 190 mil mulheres às ruas em Petrogrado. A partir das suas reivindicações, da força de seu protesto, surgiu vitoriosa a Revolução Russa. E como afirma a pesquisadora Ana Isabel Álvarez Gonzalez:

“Foi para relembrar a ação das mulheres na história da Revolução Russa que o Dia Internacional das Mulheres passou a ser comemorado de forma unificada no dia 8 de março. A decisão de unificação da data foi tomada na Conferência de Mulheres Comunistas, coincidindo com o congresso da Terceira Internacional, realizado em Moscou em 1921...” (2010, p. 15)

Sendo a história escrita até hoje pelas mãos dos vencedores, a luta das mulheres nas trincheiras desapareceu. Pouco se fala sobre seu papel na Comuna de Paris, poucos sabem das Marianas, nome dado ao pelotão de mulheres que venceu ao lado de Che Guevara e Fidel Castro, em Cuba. A história apagou a luta feminina do cenário oficial. Mas ela existiu, existe e sempre existirá, uma vez que é improvável que, sendo metade da população mundial, não exista em parte alguma vozes e consciências femininas a reivindicar o reconhecimento de seu protagonismo, sua autonomia, sua liberdade, sua história.

Inventar novas versões para a fatos históricos é, desde muito, umas das principais formas para perpetuar a dominação. Desvendá-los é a melhor forma de rompê-la. Por isso devemos sempre voltar a falar das origens do oito de março.


Vanessa Gil é socióloga, pós-graduada em Pensamento Marxista.

Referência: As origens e a comemoração do Dia Internacional das Mulheres. Ana Isabel Álvarez González. São Paulo: Expressão Popular ‐ SOF ‐ Sempreviva Organização Feminista, 2010.


segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Leon Trotsky: presente!

Marx, Engels, Lenin, Trotsky

Artigo de Eduardo Mancuso homenageia León Trotsky no 70º aniversário de sua morte(20/Ago). Trotsky pagou com a vida pela coragem de defender suas posições socialistas marxistas, sem medo do isolamento e levando adiante combate que organizou toda a sua vida. Suas virtudes heroicas contribuíram para a vitória da primeira revolução socialista da história, que ele tentou defender com todas as armas que tinha.

Eduardo Mancuso

Lev Davidovitch Bronstein nasce na Ucrânia, em 1879, filho de um proprietário de terras judeu. Aos 18 anos, juntamente com sua esposa Alexandra e um pequeno grupo de militantes, funda a União dos Trabalhadores do Sul da Rússia. Preso pela polícia czarista foi condenado a quatro anos de deportação na Sibéria. Em 1902, após adotar o pseudônimo que o identificará por toda a vida (tirado do sobrenome de um de seus carcereiros), Trotsky foge da prisão e vai encontrar-se com Lenin em Londres, onde era editado o jornal "Iskra" (Centelha), órgão do Partido Operário Social-Democrata Russo.

No famoso II Congresso do Partido em 1903, ocorre a divisão entre os bolcheviques (maioria) de Lenin e os mencheviques (minoria), que defendiam a liderança da burguesia liberal na revolução democrático-burguesa contra a monarquia czarista. Trotsky divergia radicalmente da estratégia reformista menchevique, mas vota contra os bolcheviques na questão da organização partidária e faz duras críticas às concepções leninistas, que considera centralizadoras e autoritárias. Às portas da revolução de 1917, quando adere ao bolchevismo, Trotsky faz autocrítica das posições que havia adotado durante e após o histórico congresso sobre concepção partidária e de sua insistência em buscar a conciliação entre mencheviques e bolcheviques.

A revolução russa de 1905 teve a destacada participação de Trotsky, que assume a presidência do primeiro soviete (conselho) da história em São Petersburgo (Petrogrado). Após a derrota do movimento, ele escreve seu relato. Primeira revolução do século XX, iniciada a partir da crise do regime czarista provocada pelas greves dos trabalhadores e pela derrota militar frente ao Japão, teve como marco o “domingo sangrento” em que milhares de manifestantes foram fuzilados pelas tropas diante do palácio do czar. A revolução de 1905 marca o surgimento dos sovietes e da greve geral de massas como criações políticas revolucionárias da luta de classes, exercendo forte impacto nas concepções teóricas de Trotsky, Lenin e Rosa Luxemburgo.

Assim, em 1906, Trotsky publica um pequeno livro que se mostra profético, Balanço e Perspectivas, onde antecipa a estratégia vitoriosa da Revolução Russa de 1917. Nessa obra ele resgata o conceito de revolução permanente de Marx, sustentando o caráter socialista e internacional da revolução na Rússia, sob a direção política da classe operária em aliança com o campesinato – ao contrário dos bolcheviques, que defendiam o caráter democrático burguês da revolução, mesmo sob um governo dos trabalhadores. Uma década depois, Lenin se aproxima das posições estratégicas de Trotsky, e este se aproxima das concepções de partido de Lenin.

Em 1914 explode a I Guerra Mundial com a capitulação da social-democracia frente à guerra imperialista e seus 10 milhões de mortos, marcando a traição histórica da Segunda Internacional ao socialismo. Em 1915, a esquerda internacionalista contrária à guerra se encontra na Conferência de Zimmerwald, na Suíça, e as posições de Lenin e Trotsky se reaproximam. Com a fome e a mortandade provocada pela guerra, explode a revolução de fevereiro de 1917 na Rússia, que derruba o czarismo e implanta o governo provisório. Trotsky embarca de volta à Rússia e chega a Petrogrado (antiga São Petersburgo) um mês depois de Lenin ter desembarcado na famosa Estação Finlândia e haver reorientado os rumos do partido bolchevique na oposição ao governo provisório (formado por burgueses liberais e monarquistas constitucionalistas inicialmente, mas depois conta com a participação de socialistas-revolucionários e mencheviques), que mantinha a Rússia na guerra, barrava a reforma agrária e reprimia os trabalhadores e camponeses. “Todo o poder aos sovietes” é a palavra de ordem que Lenin lança às massas radicalizadas contra a guerra e a fome, abrindo caminho para a revolução de outubro. Em julho, Trotsky ingressa no partido e no comitê central bolchevique, juntamente com a organização Interdistrital que contava com três mil militantes. Em setembro, é eleito novamente presidente do Soviete de Petrogrado, e em outubro, coordenador do Comitê Militar Revolucionário, órgão responsável pela organização da tomada do poder. Em novembro (outubro pelo antigo calendário russo), a primeira revolução socialista da história tem lugar, sob a direção dos bolcheviques e com o lema “paz, pão e terra”.

Porém, há a guerra com a Alemanha, o bloqueio e a intervenção militar das potências ocidentais contra a Rússia. Trotsky torna-se Comissário do Povo para as Relações Exteriores, chefia as negociações com o alto comando alemão e desenvolve, nesse período, uma intensa agitação dirigida ao proletariado europeu, denunciando as chantagens imperialistas. Porém, no início de 1918, a jovem república soviética é finalmente obrigada a assinar a Paz de Brest-Litovsk, imposta pela superioridade militar alemã. No plano interno, o caos com a guerra civil e os exércitos brancos da contra-revolução atacando em três frentes, além da oposição interna de mencheviques e de socialistas-revolucionários, e a terrível crise econômica com o colapso da produção agrícola, industrial e dos transportes. A revolução está em perigo.

Trotsky torna-se Comissário do Povo para Assuntos Militares e organiza o Exército Vermelho. Depois de passar dois anos atravessando a Rússia num trem blindado comandando o Exército Vermelho durante a guerra civil, Trotsky conquista a vitória sobre os exércitos brancos em 1920. Mas em março de 1921, o X Congresso do Partido Bolchevique defronta-se com a revolta dos marinheiros do Kronstadt e com as revoltas camponesas, ambas sob influência anarquista e esmagadas pelo poder soviético. Nesse contexto, o Congresso bolchevique suspende, em caráter extraordinário, o direito de tendências no partido, e Lenin lança a Nova Política Econômica (NEP, na sigla em russo), que substitui a fase do comunismo de guerra. Após as derrotas das revoluções na Alemanha, na Finlândia e na Hungria, o isolamento da Rússia soviética era total.

Em 1919 Lenin convoca o congresso de fundação da Internacional Comunista e Trotsky redige seu Manifesto (ele escreveria também o Manifesto do II Congresso e as Teses do III Congresso). Em 1923, Lenin e Trotsky compõem uma aliança contra Stalin (que detinha a secretaria-geral do partido), a fim de combater a nascente burocratização da revolução.

Trotsky organiza a Oposição de Esquerda, mas em janeiro de 1924, Lenin morre. Stalin lança uma campanha de filiação partidária de massas, ironicamente chamada de “recrutamento Lenin” e apresenta sua teoria antimarxista do “socialismo em um só país”.

Entre 1925 e 1927, Trotsky foi afastado das suas funções no governo e na direção do partido, até sua expulsão da União Soviética, em 1929. Nesse período, Trotsky escreve algumas de suas obras mais importantes: Literatura e Revolução, em defesa de uma arte e cultura socialista; A Internacional Comunista depois de Lenin, em que faz um balanço devastador da política internacional do stalinismo; A Revolução Desfigurada, em que responde às calúnias e falsificações históricas sobre o seu papel na revolução e defende a luta política da oposição contra a burocracia stalinista; Minha Vida, sua autobiografia; e A Revolução Permanente, em que retoma e desenvolve suas teses formuladas 25 anos antes.

Trotsky vive exilado na Turquia até 1933, onde escreve os três volumes da sua magistral História da Revolução Russa e os Escritos sobre a Alemanha (editado no Brasil por Mário Pedrosa, sob o título Revolução e contra-revolução na Alemanha), duas obras-primas do marxismo. Depois de passar pela França e pela Noruega, sofrendo pressões diplomáticas e ameaças constantes à sua vida, Trotsky finalmente encontra abrigo no México, graças ao presidente nacionalista Lázaro Cárdenas.

No exílio mexicano, hospedado com a sua segunda esposa Natália Sedova, inicialmente na casa de seu amigo, o grande muralista Diego Rivera e da artista plástica Frida Khalo, a atividade de Trotsky continua sendo o combate incansável contra a burocracia stalinista. Ele denuncia a traição histórica do partido comunista e da social-democracia ao movimento operário alemão por se recusarem a cerrar fileiras em uma frente única e permitirem a chegada do nazismo ao poder, sem luta; denuncia a traição da revolução espanhola pelo stalinismo e os abjetos Processos de Moscou (nos quais Stalin elimina fisicamente toda a “velha guarda” bolchevique). Em 1936, Trotsky escreve A Revolução Traída, em que caracteriza a União Soviética como um “Estado operário burocraticamente degenerado” e defende a derrubada da ditadura burocrática pelos trabalhadores, através de uma “revolução política” que retomasse a democracia socialista e o poder dos sovietes. “Um rio de sangue separa o stalinismo do bolchevismo”. Tempos terríveis e contra-revolucionários: stalinismo, fascismo e a Grande Depressão capitalista. “Era meia-noite no século”, afirmou o companheiro de oposição e biógrafo de Trotsky, Victor Serge. A II Guerra Mundial já apontava no horizonte.

Trotsky passa seus últimos anos de vida no México organizando a Quarta Internacional – fundada em Paris, em 1938, sem a sua presença – para a qual escreve o "Programa de Transição", com o objetivo de formar uma nova geração de marxistas revolucionários (ele não denominava seu movimento “trotskista”) que dessem continuidade a herança “bolchevique-leninista” de Outubro e da Oposição de Esquerda. Após sobreviver ao atentado organizado por artistas mexicanos do Partido Comunista armados de metralhadoras, finalmente o braço assassino de Stalin alcança Trotsky. Em 20 de agosto de 1940 o agente stalinista Ramón Mercader, após conseguir infiltrar-se na casa-fortaleza de Coyoacan, ataca-o pelas costas em seu escritório, furando o seu cérebro com uma picareta. Na mesa de trabalho de Leon Trotsky, os seus últimos escritos sobre a polícia secreta e os métodos criminosos de Stalin restaram manchados de sangue.

* Eduardo Mancuso é assessor de cooperação internacional da Prefeitura de Canoas/RS, integra o comitê internacional do Fórum Social Mundial e é membro da equipe editorial do Jornal Democracia Socialista/Em Tempo.

domingo, 9 de maio de 2010

Marechal Tito é lembrado nostalgicamente na ex-Iugoslávia

O fascismo nasceu sob os auspícios da reação internacional, que o criou e desenvolveu visando dele servir-se para atacar o país do socialismo, a grande União Soviética, para atacar a classe operária e sua vanguarda, o Partido Comunista, e para golpear todas as demais forças progressistas em todos os países do mundo.
 (Tito, em discurso de 1947)

No último dia 4, aos prantos, pessoas da Eslovênia, Bósnia, Sérvia , Croácia, Montenegro, Kosovo e Macedônia recordam os 30 anos da morte de Josip Broz Tito.

Marechal Tito, durante a segunda guerra, liderou os partisans: a resistência guerrilheira às forças de Hitler.
Foi a única nação do leste europeu a expulsar os nazistas sem ajuda da URSS.
E essa foi uma das razões que deram grande autoridade moral a Tito, o suficiente para dar uma banana às ingerências de Stalin e construir o modelo iugoslavo de socialismo, o que acabou lhe rendendo a acusação de ser “capitalista”/“trotskista” por parte do soviético.
Seu governo dialogava inclusive com nações do ocidente capitalista. O líder partisan foi , junto com Fidel Castro, fundador do movimento dos países não alinhados, as nações do terceiro mundo que buscavam seu caminho sem funcionar como satélites do imperialismo estadunidense ou do stalinismo.
Os cidadãos do país balcânico podiam viajar, sem restrições, a qualquer lugar do mundo, as artes não sofreram censura e periódicos críticos ao governo circulavam livremente. 


O sistema socialista da Iugoslávia era fundamentalmente calcado nas práticas de autogestão operária, onde as empresas não apenas eram gerenciadas por seus trabalhadores, como também eram sua propriedade. Solução de Tito para a garantia da eficiência econômica na produção.
Alguns teóricos consideram o sistema como o mais próximo do chamado comunismo de conselhos operários, enquanto outros, mais críticos, vêem uma série de problemas como o corporativismo, por exemplo, onde as categorias de trabalhadores passariam a alimentar rivalidade entre si, por conta de coisas como distribuição dos lucros e benefícios.



Todo caso, o maior mérito de Tito foi o de, enquanto esteve vivo, conseguir acabar com o pior problema da região:
A secular guerra fraticida entre as várias etnias existentes.
Após sua morte, e com o colapso do stalinismo no leste europeu, os nacionalismos afloraram, gerando uma guerra sangrenta que partiu a velha Iugoslávia em várias repúblicas.
Na Alemanha, existe o fenômeno da Ostalgie ("nostalgia do leste"), onde os alemães da antiga DDR (Alemanha oriental) mostram-se profundamente decepcionados com a chegada da capitalismo, e saudosos de uma época onde se trabalhava menos, inexistia desemprego e havia seguridade social total.
Na península balcânica, é o fenômeno da Yugo-nostalgia que salta aos olhos:
Pelas mesmas razões da Ostalgie, acrescidas do fator paz; é consenso que o morticínio gerado pelas guerras étnicas nos anos 90 não precisava ter acontecido.

Vejam estes dois vídeos:

O sérvio Petkovic (um "cara que venceu no capitalismo") dá um corte seco em Ana Maria Braga (militante do Cansei) e faz defesa do socialismo:



Vídeo com tributo a Tito, um dos vários que proliferam pela internet. 
"Druze Tito Mi Ti Se Kunemo" pode ser traduzido como "Camarada Tito, estamos comprometidos com você"




Para não falarem que este Blog está tendencioso demais, coloco link para uma reportagem sobre o assunto na insuspeitíssima "Rádio Europa Livre" (criada na guerra fria pelos EUA para fazer guerra ideológica contra a URSS, ainda mantém suas transmissões no leste europeu)




E aqui vai a indicação de um bom  Blog: Yugoboy - Um Carioca na ex-Iugoslávia

A citação feita no início da postagem está contida num discurso chamado "A Frente Popular na Iugoslávia".

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

O Muro que falta derrubar

Pouco tempo após a queda do muro de Berlim, chegava ao fim a primeira experiência de construção de uma sociedade pós-capitalista: a União Soviética desintegrava-se, dando origem a várias outras repúblicas. Por meio de um golpe, Boris Yeltsin assumia o poder e abria a Rússia ao neoliberalismo, à ascensão da máfia, ao desemprego e à miséria. Os demais países integrantes do bloco do leste seguiram a mesma tendência.
Os meios de comunicação dispensam grande cobertura aos acontecimentos de 1989 e seus desdobramentos geopolíticos. O grande problema, ao meu ver, é a propagação ideológica de um triunfalismo hipócrita e falacioso, onde formadores de opinião repetem incessantemente um discurso padrão, através do qual, prega-se que a queda do modelo soviético é a prova viva e definitiva da vitória do capitalismo sobre o socialismo. Esse triunfalismo é hipócrita, porque, 20 anos após o teórico de direita Francis Fukuyama proclamar o “Fim da História”, vivenciamos uma crise econômica em escala global, porque guerras de caráter imperialista, fomentadas por corporações sedentas de petróleo e outras riquezas naturais, produzem, além de incontáveis genocídios, mais de uma dezena de milhões de refugiados. Esse triunfalismo é hipócrita, porque, segundo a ONU, mais de 1 bilhão de pessoas no mundo estão subnutridas, e porque, apesar do desenvolvimento tecnológico, a classe trabalhadora trabalha cada vez mais horas...
Esse triunfalismo é falacioso, pois a primeira experiência de socialismo surgiu há menos de um século (antes de 1917, tivemos apenas a comuna de Paris, que resistiu dois meses antes de ser esmagada), uma passagem de tempo dessa magnitude é apenas um fragmento dentro da milenar história humana. O capitalismo demorou mais de 500 anos para suplantar o feudalismo como modo de produção. Portanto, qualquer julgamento precipitado, e de caráter definitivo, trata-se de desonestidade com a história, ou então de doutrinação ideológica barata.
Se o capitalismo não se consolida como um modo de produção benéfico para a grande maioria das pessoas, é dever dos socialistas avaliarem os erros e acertos do leste europeu, analisar a Revolução Cubana, estudar os processos que ocorrem na América Latina e atuar para que a humanidade realize sua verdadeira emancipação. E comemore a derrubada definitiva do pior dos muros, o das classes.

Escrevi este texto quando do frenesi midiático em torno da passagem de 20 anos da queda do muro de Berlim.

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Chávez convoca a V Internacional

"Yo creo que llegó la hora de que convoquemos la Quinta Internacional, y yo me atrevo a convocarla, creo que es una necesidad y me atrevo a pedir que la creamos, lo propongo: creo que está decidido"



Durante o "Encuentro Mundial de Partidos y Movimientos de Izquierda" o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, propôs a criação da V Internacional Socialista.
Já se passaram 145 anos da fundação da I Internacional, e no cenário atual, de crise capitalista, seria mais do que urgente a criação da quinta, para retomar o acúmulo das quatro Internacionais anteriores e para organizar a esquerda em nível mundial.
Chávez chamou todos à reflexão e disse que aguardava respostas acerca da organização da quinta.


Com certeza, se trata de uma iniciativa apropriada, já que o Forum Social Mundial é titubeante (em parte por seu caráter pluralista) em propor um encaminhamento desse tipo.
O capitalismo metamorfoseou-se, tendo uma face preponderantemente financeira, a grande massa trabalhadora já não encontra-se mais nas fábricas, a história provou que socialismo não é receita de bolo (russo), o Stalinismo não é mais o problema central e a América Latina é o lugar certo para o surgimento de uma nova alternativa.


Veja o vídeo da TeleSUR




Na Práxis, com informações de VTV, e TeleSUR