Celebram em Cuba Encontro Internacional Presença de Paulo Freire

Especialistas cubanos e estrangeiros advogam por um melhor trabalho comunitário, durante o VI Encontro Internacional "Presença de Paulo Freire”, com sede em Cienfuegos, Cuba. 

 O encontro, que se celebrará até 09 de maio, acolhe a delegados de países como Venezuela, Brasil, Equador, França, Canadá e Estados Unidos, que debaterão sobre a necessária sistematização de práticas sócio-educativas e artísticas.

Mariano Isla Guerra, coordenador do Centro Nacional de Superação para a Cultura (CNSC), explicou que o evento possibilitará o contato direto com a população, rompendo assim as barreiras criadas por meios de comunicação estrangeiros para desvirtuar a realidade cubana.

Agregou que os encontros incluem uma conferência interativa dada por Oscar Jara Holliday, coordenador da Rede Regional de Educação Popular ALFORJA e da Internacional de Sistematização.

Durante o dia de hoje os participantes no encontro visitarão a Finca Agroecológica de Plantas Medicinais do Galego Otero, a sede do grupo Teatro dos Elementos, o centro universitário do município de Palmira e os conselhos populares de Arriete e a Cidade Eletro-Nuclear.

O brasileiro Paulo Freire, falecido em 1997, foi diretor do Departamento de Extensão Cultural da Universidade de Recife e legou aos países terceiro-mundistas o acervo de uma pedagogia social e transformadora, com teorias aplicáveis em todos os tempos.

Fonte: ACN 

Paulo Freire é anistiado 45 anos após exílio

A Comissão de Anistia do Ministério da Justiça concedeu nesta quinta-feira (dia 26) a anistia política /post mortem/ ao educador Paulo Freire, falecido em 1997. A cerimônia ocorreu durante o Fórum Mundial de Educação Profissional e Tecnológica que conta com 3 mil professores e educadores de todas as regiões do Brasil e de outros 22 países, no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, em Brasília.

Presente na cerimônia, a viúva, Ana Maria Araújo Freire, se emocionou ao falar do marido. “Hoje, Paulo, você pode descansar em paz. Sua cidadania plena, sem vazios e sem lacunas, foi restaurada, como você queria, e proclamada, como você merece”, disse. A homenagem ao pernambucano que revolucionou as técnicas de ensino em todo o mundo foi marcada pela emoção.

O presidente da Comissão de Anistia, Paulo Abrão, disse que o pedido de desculpas em nome do Estado brasileiro também era direcionado aos milhões de brasileiros e brasileiras que deixaram de ser alfabetizados e emancipados por Freire. A extinção do Plano Nacional de Alfabetização, que levaria o “método Paulo Freire” a todo o país, foi um dos primeiros atos do regime autoritário, após o golpe de 1964.

O educador pernambucano foi afastado da coordenação do Plano Nacional, instituído meses antes pelo MEC, e aposentado compulsoriamente da cadeira de professor de História e Filosofia da Universidade Federal de Pernambuco. Após ser preso por 70 dias em uma cadeia de Olinda (PE), partiu para o exílio, retornando ao Brasil somente em 1980.

Em razão da perseguição política que resultou em 16 anos de exílio, a Comissão de Anistia concedeu indenização de R$ 100 mil – teto da prestação única, que prevê 30 salários mínimos para cada ano de perseguição comprovada.

Reproduzido de Brasil De Fato