Mostrando postagens com marcador GLOBO. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador GLOBO. Mostrar todas as postagens

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Apontamento sobre a censura e os conselhos de comunicação

Por Elaine Tavares(*)

Um tema bastante complexo tem tomado o imaginário brasileiro através das usinas ideológicas da classe média, as revistas semanais, e os telejornais das grandes redes: a censura. O motivo de tal questão ter vindo à baila é a proposta de institucionalização dos Conselhos Municipais e Estaduais de Comunicação. Jornalistas, comentaristas, analistas e palpiteiros tem se referido a esse assunto de forma rasa e redutora, o que é bastante prejudicial para a formação do juízo das pessoas sobre o que é verdadeiramente censura.

Para falar sobre esse assunto vou me remeter ao livro da historiadora Beatriz Kushnir, lançado em 2004, mas ainda pouco conhecido na área da comunicação. É o “Cães de Guarda – jornalista e censores, do AI-5 à Constituição de 1988”. O trabalho tem uma importância tremenda porque, com ele, Beatriz desvela o outro lado da imprensa nos anos de chumbo, tempo da ditadura brasileira. Ali, é possível caminhar pelas intrincadas veredas do processo de censura que tomou conta do país depois do Ato Institucional número 5, em 1968, e ver o quanto a categoria dos jornalistas também colaborou para que a censura se fizesse real, seja através dos profissionais que assumiram o cargo de censores ou dos que assumiram a função de polícia.

O livro de Kushnir talvez não seja tão conhecido porque é justamente uma chaga aberta a sangrar, mostrando que não só os donos dos grandes meios foram coniventes com as barbaridades do regime militar, mas também muitos profissionais do jornalismo colaboraram de forma ativa. Naqueles dias, a censura era concreta e cotidiana. Palavras eram proibidas de serem pronunciadas, notícias sobre fatos de interesse público como uma epidemia de malária eram proibidas, informações sobre as arbitrariedades do regime, torturas, assassinatos e desaparecimentos então, nem pensar. Havia um setor que cuidava da censura aos meios de comunicação, aos artistas e a qualquer outro sujeito que usasse a palavra. A censura era uma imposição do estado ditatorial e impedia a livre expressão das idéias. Ela permeava todas as instâncias da vida, uma vez que também as reuniões eram proibidas. Um grupo com mais de três pessoas já era considerado motim.

No campo do jornalismo ela se expressou com a obrigatoriedade de revisão prévia das notícias feita pelos censores que, como revela o trabalho de Beatriz, tinha entre eles um número expressivo de jornalistas. As pessoas que se prestaram a esse papel eram contratadas como funcionários públicos e tinham curso superior, desfazendo-se então a idéia corrente de que os censores eram criaturas ignorantes e incapazes. Não o eram. No mais das vezes chegavam a ser “treinados” nas universidades, que ofereciam cursos sobre como censurar. O governo investiu muitos recursos neste tipo de capacitação. Vários dos censores foram entrevistados por Beatriz e a maioria tinha consolidada a certeza de que estava realmente ajudando a manter a moral e os bons costumes.

O livro de Beatriz também desvela como a censura explícita e realizada diretamente pelos funcionários públicos vai se transformando em autocensura. Os donos dos grandes jornais se mostravam incomodados pela intromissão governamental, mas não era muito em relação ao conteúdo noticioso, uma vez que a maioria dos empresários da comunicação apoiou o golpe e conspirava das mesmas idéias. Houve uma certa rusga, mas logo tudo foi se acomodando, e tanto, que os grandes jornais contratavam censores, aposentados ou não, para fazerem a pré-triagem. Ou seja, eles eram pagos pelo jornal para adequar as notícias ao gosto dos censores, para impedir que os jornais sofressem atrasos ou cortes. Isso foi gestando uma cultura de autocensura nos jornalistas, que acabaram incorporando a idéia de que certas coisas, temas, palavras e assuntos eram proibidos. Tudo se ajustou. A TV Globo, conta Beatriz, teve um funcionário deste tipo até os anos 90, ou seja, sobreviveu ao próprio regime militar.

Informações desta natureza dão conta do caráter conservador do jornalismo de massa brasileiro, ficando para a resistência – pequena, alternativa e quase ineficaz – o território do jornalismo crítico. A coisa ficou tão contaminada nas grandes redações que, no início dos anos 70, os jornalistas contratados para noticiar a vida, distorcida pelas lentes da censura, eram também policiais. Ou seja, desfaziam-se os limites da repressão e da notícia. Só era noticiado aquilo que interessava ao regime e os jornalistas eram eles mesmos os cães de guarda. Arrepiante relato.

A herança policialesca
Não foi sem razão que esta forma de autocensura acabou se irradiado pelos demais meios de comunicação. No geral, os donos da imprensa nacional compõem uma meia dúzia de famílias que, de forma capilar, acabam se reproduzindo em todos os estados da federação. Em cada um deles se pode observar o monopólio de um determinado grupo, que tem ligações muito próximas dos “jornalões” e TVs do eixo Rio-São Paulo. E, como os donos são sempre parte das elites locais, a forma de enxergar o mundo passa pelas lentes conservadoras e muitas vezes oligarcas.

Quando a ditadura militar terminou, o processo de censura estava consolidado. Mesmo com a volta da chamada democracia, nos veículos de comunicação os temas proibidos pelos militares continuavam proibidos. Basta lembrar a cobertura dos fatos que envolviam o MST. Ainda na metade dos anos 90, falar de sem-terra era aberração. E, quando estes temas puderam ser mostrados, a faceta policialesca do jornalismo seguiu de dentes arreganhados. Gente em luta logo era enquadrada nas caixinhas de “bandidos”, “baderneiros”, “invasores” e, agora, em pleno século XXI, “terroristas”.

Isso mostra que o terrível momento da censura e toda a sua organização institucional e empresarial, tão bem narrados por Beatriz Kushnir, ainda não acabou. Se assim fosse por que teríamos as matérias da Veja? Ou os editoriais raivosos do Jornal Nacional? Por que causa tanto medo à elite que domina os meios de comunicação um Conselho de Comunicação que junte movimentos sociais, sindicatos e gente do povo? Por que a idéia de ter gente “comum” discutindo a comunicação é apresentada como a possibilidade da censura? Por que regular a atividade de comunicação está sendo chamada de censura?

Na verdade, toda essa algaravia de que o Conselho vai trazer a censura é o exercício da má-fé dos mesmos de sempre, os que, inclusive, sustentaram todo o processo de censura nos anos de chumbo. A chamada “imprensa livre” não quer controle, não quer ninguém metendo o bedelho na sua extração de mais-valia ideológica, como bem já analisou o pensador venezuelano Ludovico Silva. A proposta do movimento social organizado não é a da censura. Não é esconder temas, proibir palavras, impedir que a vida real se expresse nos meios. Pelo contrário, o que foi construído pelos movimentos ao longo desta infindável transição para a democracia é a proposta de controle social, algo absolutamente natural num espaço que se diz democrático. As gentes têm sim o direito de opinar sobre o que sai na TV e no rádio. Estes setores são concessões públicas e a sede do poder é o povo. As pessoas têm sim o direito de estudar, discutir e deliberar sobre a programação e os horários de exibição de determinados conteúdos. Isso não é censura. Censura é o que os donos da maioria dos meios fazem hoje ao ocultar fatos, ao não contextualizar os acontecimentos, ao obscurecer a verdade. Isso é censura! O exercício do poder de veto de uma elite, dona dos meios.

Por isso que num momento como esse, de profunda desinformação provocada pelos mesmos meios, seria bem importante a leitura do livro de Beatriz Kushnir. Porque ela dá nome e sobrenome aos donos dos meios e aos jornalistas que colaboraram com a ditadura e com a censura. Porque mostra que ser jornalista não significa, em última instância, ser crítico. Não o era, naqueles dias, com grande parte dos jornalistas formados à facão, nas redações e na vida, e continua assim hoje, com os jornalistas formados em cursos na maioria medíocres e colaboracionistas em igual medida, articulados mais com os empresários do que com os trabalhadores.

Beatriz desvela esse universo desconhecido do período da ditadura militar que vai de 68 a 88 (quando da Constituinte), e isso é bom, porque, afinal, a imprensa só fala bem de si mesma, e os jornalistas críticos não têm onde escrever. Então, estas histórias muitas vezes só podem ser contadas assim, quando são objetos de dissertações ou teses. No caso da Beatriz avançou, virou livro e está aí para ser devorado.

Na história, o jornalismo sempre serviu às elites
É claro que um trabalho de gênese acadêmica tem suas limitações. Ele precisa de recortes, é o que pede a academia, tão pouco afeita a totalizações. Nesse caso, da discussão do jornalismo colaboracionista em tempos da ditadura militar, faltou um pouco da história do próprio jornalismo. Porque se a gente mergulha nessa história vai perceber que o papel da imprensa não é, nem nunca foi fiscalizar o poder. De que a imprensa não é, nem nunca foi um “quarto” poder. Ela é braço forte do poder instituído pelos poderosos, pelas elites.

O jornalismo como profissão, como espaço de divulgação diária de notícias sobre o mundo, nasceu com o capitalismo. Não que não houvesse jornalismo antes, se considerarmos jornalismo o ato de noticiar algo sobre o mundo. Os desenhos pré-históricos são notícias, as tábuas da mesopotâmia são notícias, as pedras chinesas são notícias, a bíblia, o alcorão, os vedas, a ilíada. Tudo isso são notícias. Mas o jornalismo, tal como o conhecemos hoje, como espaço da informação diária, ela própria virada em mercadoria, é cria do capitalismo. Os jornais diários são criados para o anúncio das mercadorias. Os textos são assessórios.

Assim, se é o capitalismo que cria o jornalismo, o que podemos esperar desta prática humana? Nada mais nada menos que ela trabalhe para a consolidação daquilo que é o próprio sistema que a engendra. Se for assim, é da natureza do jornalismo ser colaboracionista do sistema. Do status quo. Por isso, durante a ditadura iniciada em 64, assim como no Estado Novo, boa parte do jornalismo esteve a serviço do sistema. Então, o que o trabalho da Beatriz nos revela é pura e simplesmente o jornalismo sendo ele mesmo.

Ao longo da história do jornalismo nós vamos observar que o que sempre esteve em questão foi a liberdade de expressão dos donos do poder. As situações de crítica ou do jornalismo assumindo a frente de denúncias, desvendando maracutaias, etc, sempre foram coisas pontuais, espaço específico de alguns “jornalistas”, hereges, os fora da casinha. Pessoas, seres humanos comprometidos com uma outra visão. E também, ao longo da história podemos perceber que quando estes jornalistas tiveram poder, é porque de alguma maneira estavam ajudando seus patrões a ganharem dinheiro, ou porque estava acontecendo alguma mudança de temperatura do mundo, como por exemplo, no período da abolição.

E os dias atuais?
Vamos nos remeter ao hoje. Qual a diferença entre o jornalismo entreguista e colaboracionista dos anos de chumbo e o de hoje? Qual a diferença do jornalismo praticado pelos Frias/Caldeira naqueles dias, e o praticado pela Globo hoje, ou qualquer outro, Diário Catarinense, Record, etc??? Como eles noticiam as FARC, os fatos na Venezuela, na Bolívia, em Cuba? Como são as manchetes? Que denúncias aparecem na televisão, se não aquelas que são levantadas pelos repórteres/policiais, que sobem os morros no carro da polícia? Quem são os terroristas de hoje, apontados com nome e sobrenome na televisão? Nada mudou. É da natureza do jornalismo ser parceiro do sistema.

Agora, mesmo diante desta realidade e justamente porque o jornalismo é feito por pessoas, ele pode escapulir de seu leito. O jornalismo, então, pode ser crítico. Sim, pode. Assim como o direito pode ser crítico, a arquitetura, a história, a medicina. Todos os saberes podem ser críticos se as pessoas forem formadas para isso, se aprenderem a fazer uso da criticidade. Mas, como sê-lo se a escola é formatadora de uma mentalidade conservadora, se a universidade é hoje um dos espaços mais atrasados, de colonialismo mental, de reprodução do mesmo?

Há um autor gaucho que formulou seu pensamento mais original em Santa Catarina, na Universidade Federal: Adelmo Genro Filho. Ele criou o que chamou de “teoria marxista do jornalismo”. Também compreendeu que o jornalismo é filho dileto do poder instituído, do capitalismo, mas, igualmente percebeu que o jornalismo não é um “ente”, algo imobilizado, cristalizado. Ele é praticado por pessoas. E estas são passíveis da dialética. Portanto, o jornalismo apresenta brechas. E os jornalistas críticos podem e devem mergulhar nessas brechas, trazendo para os leitores/ouvintes/espectadores um texto que possa caminhar da singularidade do fato até a universalidade de toda a atmosfera que envolve aquele acontecimento singular. Isso tira o maniqueísmo do processo jornalístico e ele pode ser crítico em qualquer tipo de sistema. Adelmo é pouco conhecido na universidade, talvez por sua teoria ser “marxista”, o que só consolida o atraso da academia.

No caso da ditadura militar brasileira, foi o jornalismo alternativo que usou do expediente de ser crítico. E hoje, igualmente é o alternativo que combate o jornalismo chapa branca, que se entrega aos dominantes. Mas, já não mais apenas como o jornalismo, tal qual o conhecemos, e sim como uma proposta original, nascida das entranhas do que deveria ser, de fato, a sede do poder, ou seja: o povo organizado. É a proposta da soberania comunicacional, na qual está inserida a ideia de um conselho de comunicação democrático, onde as gentes sejam protagônicas.

A soberania comunicacional
Por isso que não trabalhamos mais com a ideia de democratização da comunicação, que era válida nos anos 90, mas que, agora, encontra seus limites. Democratizar implica em melhorar o que aí está. E não é isso que queremos. Nossa proposta é a de soberania comunicacional, algo que pressupõe o novo, o absolutamente novo. O jornalismo reinventado, o jornalismo assumido pelas gentes organizadas. Porque as pessoas sabem que o jornalismo que aí está não lhes diz respeito. Por isso foi tão difícil aos jornalistas, e eu diria que foi impossível, fazer as gentes compreenderem porque o STF devia manter a exigência do diploma para o exercício da profissão. As pessoas não se reconhecem no jornalismo dos grandes meios, não se vêem. Sabem que não os representa. E isso provocou uma profunda derrota aos trabalhadores do jornalismo, vitória para os patrões, que agora poderão explorar mais.

Mas, é por conta de não se reconhecerem no jornalismo oficial, dos grandes meios, que os movimentos sociais estão se apropriando das técnicas de comunicação para contar suas histórias. Querem produzir conteúdo, controlar os meios, decidir o que é importante ou não. Querem exercer a soberania. Uma grande batalha com a corporação, mas que precisa ser pensada e compreendida. A luta contra o capital pressupõe a parceria com o povo. Sem as maiorias os jornalistas que estão fora do sistema de colaboração tampouco poderão avançar.

Não é sem razão que o sistema de poder, a se ver ameaçado pelo povo, a verdadeira sede do poder, revê suas estratégias e as legaliza, como vimos no livro de Beatriz Kushnir “Os cães de guarda”, no qual ela mostra como a ditadura ia criando as leis que determinavam a censura, amparando “legalmente” os desmandos de um governo ilegalmente constituído. Por isso, não causa surpresa, hoje, a decisão jurídica definida pelo STF no que diz respeito à profissão do jornalismo. Os empresários temem a opinião pública bem informada, tal como já alertava George Orwell, no seu prefácio ao livro “Revolução dos Bichos”. Assim, com medo do povo informado e caminhando para a soberania, os donos dos meios inviabilizam a presença da massa crítica nas redações dos seus veículos. Desregulamentar a profissão é diminuir ainda mais a chance de qualquer pensamento crítico nos meios de comunicação de massa, porque, afinal, mesmo levando em conta a formação colonizada, sempre há a possibilidade de alguém escapar. Agora, sem lei que os ampare, sem exigência de formação, será mais fácil contar com os colaboracionistas, os que se autocensuram em nome da manutenção do emprego. Jogada de mestre.

Uma olhada no acórdão do STF e lá está: “os jornalistas são os que se dedicam profissionalmente ao pleno exercício da liberdade de expressão. Estão ligados e não podem ser pensados separadamente, então a regulamentação da profissão vai contra o direito inalienável de expressão”. Ora, que relações perigosas da justiça com o empresariado provocam uma fala como essa?

O jornalismo é uma profissão, a liberdade de expressão não depende do jornalismo. Qualquer ser humano pode escrever uma carta, pintar um muro, fazer um desenho, gritar na praça. O jornalismo é uma profissão que, por acaso, usa a palavra. Mas, agora, desregulamentado, se prestará ainda mais ao jogo obsceno na censura velada. E aí estamos de novo no mesmo mundo de 68, 69, 70. A proposta dos conselhos de comunicação, com a participação de outros setores da sociedade organizada, não garante nada, nem democratização, nem soberania. Isso pode ser visto em outros conselhos já existentes como o da saúde e o da educação. Mas é um espaço importante de organização, de compreensão. Ou seja, é espaço “perigoso”, que pode provocar esclarecimentos, que pode fazer as gentes avançarem para o desejo de soberania. Por isso esse é um tema tão atacado. As elites têm medo do povo e isso é muito bom. Não é à toa, portanto, que os dignos representantes da elite nacional falem tão mal do conselho, e se esganicem falando que eles trarão a censura. Porque, na verdade, é o contrário. O povo não trará a censura e sim o esclarecimento. E isso é coisa difícil de engolir.

Então, não surpreende que nas redações continuem vicejando os cães de guarda, mais do que nunca. Aos jornalistas críticos estão relegadas as margens, o alternativo. Com a diferença de que, agora, estes e as gentes, juntos, poderão avançar no rumo da soberania comunicacional, construindo com os movimentos organizados um outro tipo de estado, que não este, e uma outra forma de organizar a vida, que não a capitalista. 

(*) Jornalista
Publicado originalmente no sítio do IELA - INSTITUTO DE ESTUDOS LATINO-AMERICANOS.

domingo, 15 de agosto de 2010

Galvão: "Globo deveria mandar mais"

Escroto.

Em entrevista à colunista Mônica Bergamo, do jornal Folha de São Paulo deste domingo, o narrador Galvão Bueno declarou que a Globo deveria "mandar mais" no futebol brasileiro. A afirmação veio após ser perguntado se a emissora tem muito controle sobre o esporte no Brasil.

- Isso é uma bobagem. Eu acho até que devia mandar mais. Porque ela paga as contas.

Galvão também disse que a Copa de 2010 foi a única que não teve prazer de transmitir. O narrador atribui esse fato ao comportamento da comissão técnica e dos jogadores, que atuavam "com raiva, mais para dar respostas do que pelo prazer de jogar".

- Eu sempre defendi o Dunga. Ele começou muito bem, caminhou bem e depois se perdeu inteiramente. Por que uma pessoa tão vitoriosa tem que se alimentar de revanchismo? Quem se alimenta de ódio e revanche está sempre mais perto da derrota do que da vitória - declarou o 'global', que reiterou fazer sua última transmissão de Mundial em 2014 e revelou ter muita vontade de comandar um programa de auditório.


Matéria original em:

terça-feira, 10 de agosto de 2010

CBF presenteia cagão de merda

Escobar dando carteiraço

A distância criada por Dunga em relação a Rede Globo chegou ao fim. Com a demissão do treinador e a chegada de Mano Menezes, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) busca uma reaproximação com a sua grande parceira comercial. Prova disto, segundo a coluna de Ancelmo Góis, do jornal 'O Globo', é a camisa que a Seleção entregará para a equipe do canal como 'desculpas' a Alex Escobar, jornalista da Globo. O presente terá o sobrenome do ofendido.

Para quem não se lembra, após a vitória contra Costa do Marfim, por 3 a 1, na Copa do Mundo, Dunga estava na coletiva de imprensa, quando não gostou de uma atitude de Escobar e começou a insultá-lo de maneira discreta, na sala de imprensa. O entrevero foi prova do momento de distanciamento que a maior rede de televisão do país passava em relação a Seleção.

Outro que será presenteado com uma camisa da seleção canarinho será o Tom Cruise. O ator afirmou no programa 'Fantástico', da Rede Globo, que gostaria de receber o presente. Sabendo disto, a CBF providenciou a peça.

Retirado de Yahoo! Esportes

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Bandidagem invasora de terra em SP

Num esquemão com Serra, Globo se apodera de terra pública para depois montar palanque para Serra com construção de escola que serve a seus interesses.
Vídeo do R7, cavocado por Erick, do Aldeia Gaulesa. Essa briga da Record com a Globo põe à descoberto muita coisa...

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Veja aposta na amnésia dos leitores

Por Pedro Saraiva

Impossível ler o semanário da elite conservadora e não se lembrar do “1984″ de George Orwell. Para quem ainda não o leu, o excelente livro, que ironicamente inspirou um dos mais lamentáveis programas de TV, o Big Brother, conta a história de um regime totalitarista que mantém sua vasta população completamente alienada através de atos como eliminar notícias, livros e documentos com informações do passado que possam ser constrangedoras para o “Partido” no presente, reescrevendo-os de modo a que se “adaptem” a nova realidade.

Na era da internet, apagar informações é impossível, mas a Veja arranjou um modo de criar a sua própria versão do “duplipensar”. Nem é preciso voltar à década de 1980 quando a revista fez ampla campanha pelo “Caçador de Marajás” para, tempos depois, descartá-lo como se não tivesse passado os últimos anos elogiando o jovem Governador de Alagoas. Basta olharmos para os últimos três anos e vamos encontrar indícios de que o semanário apresenta uma completa ausência de compromisso com o que escreve. Três exemplos simples:

1- Denise Abreu, a charuteira, mentirosa e oportunista da edição de 29.08.2007 virou testemunha acima de qualquer suspeita contra a então Ministra Dilma no caso da venda da Varig. Mesmo sem mostrar uma única prova, virou estrela da revista.

2- O promotor José Carlos Blat que em 15.02.2006 era tratado como promotor corrupto associado ao contrabandista chinês Law Kin Chong, virou o promotor herói do caso Bancoop ao investigar supostas doações ilegais à petistas.

3- O Ex-governador do DEM José Roberto Arruda era tratado em 15.07.2009 como governador modelo: moderno, honesto e bom gestor. Elogios, aliás, que foram frequentes em mais de um edição da Veja, já visando sua indicação ao posto de vice-presidente na chapa com José Serra. Depois da sua prisão pela Polícia Federal, desprezo completo pelo ex-aliado e silêncio sobre os elogios anteriores.

Pois hoje, ao procurar saber o que a revista teria preparado sobre o deputado Antônio Pedro Indio da Costa, descobri mais uma “adaptação” do passado. Diz a revista, agora em 30.06.2010, que Indio apenas namorou a filha do banqueiro Salvatore Cacciola, e que o inocente affair terminou no ano de 2000. Rafaella Cacciola era apenas mais uma na sua imensa lista de namoradas. O problema é que a mesma Veja, em 11.04.2001, não só mostrava que o casal ainda estava unido, como afirmava que eram casados e estavam de mudança para o Leblon. Em quem acreditar? Na Veja de 2010 ou na Veja de 2001?

Apenas alguns exemplos de como funciona a principal revista da Editora Abril. Para quem a assina, pouco importa se a guerra de hoje é contra a Eurásia ou a Lestásia, o importante e seguir repetindo ad nauseam o discurso do Grande irmão. Porém, para quem tem mais de dois neurônios, essas alterações da História, além de beirarem o ridículo, não são nada originais.

Em tempo: quem imaginaria ver a Veja defendendo Indio?

Replicado pelo Blog do Miro

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Marina Silva revela-se ainda mais à direita


Três pérolas de Marina, o suficiente para matar qualquer a esperança de qualquer incauto em relação a projeto alternativo de esquerda vanguardeado pela sigla PV:


Previdência - Discurso Tucano
“Acho que temos de atualizar essa questão da aposentadoria em função da longevidade das pessoas. Não dá para que a gente continue no mesmo processo. Vamos ter de pensar nesta atualização.”


Crítica a Serra - Dobrando à direita

“Eu diria que as pessoas conseguem criticar a máquina pública o tempo todo, mas na hora que é apresentado um problema, ao invés de ir na raiz, prefere inchar a máquina pública. Por isso disse que é um puxadinho [a sugestão de Serra de criar o Ministério da Segurança]"


Taxa de Juros - "Enxugamento do estado" como forma alternativa de evitar a inflação

“De fato, temos uma taxa de juros elevada, e o que eu tenho dito é que a taxa de juro é alta porque temos historicamente a meta de inflação elevando os juros, e vamos ter de mudar essa visão e esse procedimento. No caso do Brasil precisamos de juros mais comedidos para melhorar os investimentos no Brasil. O gasto público não depende do Branco Central. Hoje a elevação da taxa de juro é feita pelo Banco Central porque é a única ferramenta.”

Estas declarações foram extraídas de entrevista dada por Marina Silva à jornalista de direita Miriam Leitão, da Globo. 
A transcrição da entrevista está no próprio site da vênus platinada.

domingo, 23 de agosto de 2009

Record compra direitos de filme-bomba sobre a Globo

A TV Record acaba de fazer uma aquisição poderosa, ao comprar o explosivo documentário Muito Além do Cidadão Kane (Beyond Citizen Kane). Transmitido pela primeira vez em 1993, no Reino Unido, o filme é um contundente libelo contra a TV Globo e a família Marinho.
Embora só tenha fechado o negócio nesta semana, a Record já havia tentado adquirir os direitos de exibição para TV brasileira nos anos 90. Segundo a Folha Online, o material saiu por menos de US$ 20 mil para a emissora do bispo Edir Macedo.

Desde a semana passada — quando Globo e Record começaram a se atracar em rede nacional —, o nome da produção voltou à baila. A Record já vinha veiculando trechos do documentário em seus telejornais noturnos antes da aquisição. O filme chegou a ser citado, por exemplo, no Repórter Record de domingo (16).

No entanto, quase tudo o que se diz sobre Muito Além do Cidadão Kane — de sua suposta proibição à autoria do trabalho — é equivocado. O documentário mostra o empresário Roberto Marinho (1904-2003) como ícone da concentração da mídia no Brasil — daí a referência a Charles Foster Kane, magnata das comunicações vivido pelo cineasta Orson Welles em Cidadão Kane (1941).

Simon Hartog, diretor da obra, morreu em 1992, antes de o trabalho ser exibido. Seu produtor e braço-direito era John Ellis, que se tornou a partir daí o responsável pelo projeto. Ellis deteve, até o começo desta semana, o direito de exibição do filme em TV aberta no Brasil, agora na mão da Record.

Mesmo legendado de forma capenga, o documentário circulava em VHS e se transformou num "hit" no país — antes de a internet ser o que é hoje. Custou cerca de US$ 260 mil (cerca de R$ 445 mil) à extinta empresa Large Door, na qual Hartog e Ellis eram sócios.

A produtora independente fez o longa para o canal britânico Channel 4, responsável por sua transmissão. Diferentemente do que a própria Record insiste em divulgar, a BBC nunca teve ligação nenhuma com a produção. Curiosidade: uma das maiores audiências do Channel 4 é o Big Brother, também carro-chefe da Globo.

Bastidores

Em entrevista à Folha de S.Paulo, publicada em fevereiro do ano passado, Ellis revelou que tanto Globo quanto Record tentaram comprar os direitos do filme nos anos 90 — a primeira para engavetá-lo, a segunda pare exibi-lo. Ainda segundo Ellis, o título nunca foi proibido ou embargado pela Justiça brasileira.

"A igreja (Universal do Reino de Deus) já tinha uma filial em Londres naquela época (começo dos anos 90). Mas percebeu que haveria uma disputa judicial com a TV Globo a respeito das muitas imagens retiradas da programação deles. Então decidiu não comprá-lo", relatou o produtor. Agora, a Record pode se concentrar em exibir os trechos "autorais" do filme — ou seja, limar as imagens da TV Globo e focar nos relatos e entrevistas.

Políticos como Leonel Brizola (1922-2004), Antonio Carlos Magalhães (1927-2007) e Luiz Inácio Lula da Silva — apresentado então como líder sindical — falam sobre a emissora carioca no filme. “Nada se faz (no Brasil) sem consultar o dr. Roberto Marinho. É assustador", acusa o cantor e compositor Chico Buarque, no início da fita.

Retirado do Vermelho

domingo, 17 de maio de 2009

O Cacoete Privatizante e a Febre Entreguista da GLOBO







Que dupla: FHC, com um exemplar de "O Globo", e Roberto Marinho




O panfleto da família Marinho (chamado de "O GLOBO") andou expressando parte de sua "preocupação" com a Petrobras em um editorial maroto (publicado em 7 de maio), o qual discorre sobre o perigo que corre um modelo vitorioso de empresa - que conquistou a auto-suficiência para o país e chegou até a camada pré-sal - caso o governo, seu acionista majoritário, sucumba a um "velho cacoete estatizante" acompanhado de uma "febre empreguista".

Pois bem, o que o periódico dos Marinho não esconde é o cacoete privatizante e a febre entreguista presente no discursinho barato dos intelectuais orgânicos da elite tupiniquim.

Encontramos uma resposta excelente, e ancorada tecnicamente, no tópico "Petróleo e Política" no sítio da
AEPET – Associação de Engenheiros da Petrobrás.

O texto, que desfaz as inverdades do editorial
sacana, faz uma análise da performance da Petrobras em paralelo aos momentos históricos da empresa.

Vale a pena ler:


CACOETE NEOLIBERAL

O jornal `O Globo` está retomando o seu `cacoete neoliberal` ao reeditar uma verdadeira campanha contra a Petrobrás, empresa que orgulha os brasileiros, responsável por bilionários investimentos no País e descobridora do Pré-Sal, que poderá ser a redenção do Brasil. Mas o `O Globo`, entre outros jornais que se impressionam muito com as teses estrangeiras, resolveu tentar, no dia 07/05, em seu editorial `Cacoete estatista`, manchar a imagem daquela que hoje é considerada a quarta empresa mais respeitada do mundo, segundo a pesquisa divulgada pelo Reputation Institute (RI), empresa privada de assessoria e pesquisa, com sede em Nova Iorque. O ranking relaciona 200 grandes empresas do mundo e é realizado anualmente desde 2006.

O presidente da AEPET, Fernando Leite Siqueira, comentou o estardalhaço que o `O Globo` e a imprensa vem fazendo em relação a diversos eventos envolvendo a Petrobrás. Siqueira disse que a Petrobrás, ao recorrer, por exemplo, à Caixa Econômica Federal para adquirir financiamento para projetos no setor petróleo, fez o que toda empresa de grande porte faz, para manter capital de giro em determinados momentos.

Sobre o editorial de `O Globo` (leia abaixo), Siqueira selecionou o parágrafo final: `Se vier a seguir por esse caminho, o governo estará trocando um modelo vitorioso (que proporcionou a descoberta dos reservatórios do pré-sal) por algo duvidoso, por causa de um velho cacoete estatizante, sempre acompanhado da febre do empreguismo`. Siqueira comentou: `Essa é uma falácia brutal. Primeiro, porque o novo modelo, com as empresas estrangeiras, não proporcionaram descoberta coisíssima nenhuma. A Petrobrás pesquisa o Pré-Sal há 30 anos. E o que possibilitou a efetivação da descoberta foi a tecnologia de sísmica de três e de quatro dimensões, que permitiram o acesso mais preciso numa perfuração do primeiro poço, que custou US$ 260 milhões. Como o risco era muito alto, era preciso ter uma precisão muito grande para ter acesso a um reservatório que o corpo técnico da estatal estudava`.

Siqueira destacou ainda que, antes, a camada de sal atrapalhava um pouco os ecos-acústicos da sísmica. `Não houve participação tecnológica de nenhuma empresa estrangeira neste processo`, reforçou o engenheiro. Ao contrário, elas pegaram carona no conhecimento da Petrobrás. Já a Lei 2004/53, até ser substituída pela Lei 9478/97, completou Siqueira, permitiu a descoberta do petróleo no Brasil, trouxe a autossuficiência, permitiu a descoberta do Pré-Sal, onde a Petrobrás correu todos os riscos, não tem mais outros para ocorrer naquela área. `Agora que a Petrobrás correu riscos para descobrir, não tem sentido continuar o modelo entreguista que foi estabelecido pela Lei 9478/97, criada no Governo FHC, e que permite a entrega do nosso petróleo às concessionárias que os produzir`. Disse o presidente Lula: `Todas as empresas do mundo que descobriram muito petróleo mudaram o marco regulatório. Só o Brasil não o fez. E tem mais motivos para isto`.

O presidente da AEPET comentou outro estardalhaço feito pela imprensa, que foi quanto à utilização pela Petrobrás da Medida Provisória 2.158/2001, que permitiu às empresas a escolha da melhor forma de se defender da instabilidade e da desvalorização cambial. Por conta disto, a Petrobrás procurou utilizar os benefícios da MP 2.158/2001, para pagar menos impostos. No entanto, completou Siqueira, as multinacionais, notadamente da indústria automobilística, usam brechas da Lei para não pagar impostos. `Essas empresas nunca pagam impostos, pois sempre manipulam a contabilidade e `criam` prejuízos. Os governos estaduais, por exemplo, fazem leilões tributários, onde oferecem menos impostos para a multinacionais se estabelecerem [e quando acaba o contrato, elas se mudam para outro estado], entre outras isenções tributárias brutais a nível nacional. A Ford, por exemplo, conseguiu isenção de impostos, na Bahia, da ordem de US$ 800 milhões. Como pode um país em desenvolvimento como o Brasil, subsidiar uma das maiores montadoras do mundo? Nada disto mereceu o estardalhaço da imprensa, como ocorre no caso da Petrobrás, que é uma empresa com todas as condições de explorar o Pré-Sal e fazer com esta riqueza fique em poder do povo brasileiro. Estão fazendo da Petrobrás uma `Geni` da imprensa brasileira, como disse o presidente da estatal, José Sergio Gabrielli`.

Siqueira lembrou, também, que na mesma edição do jornal `O Globo` (07/05/09), na matéria intitulada `Petrobrás e Vale entre as 10 mais do futuro`, mais isenta, há uma informação de que o banco norte-americano Goldman Sachs apresentou relatório técnico de que a Petrobrás, além de ser considerada uma das dez empresas mais viáveis do planeta, no futuro, `será talvez a mais bem posicionada companhia de petróleo do mundo quando vier o próximo ciclo de alta de preços`. O Goldman destacou, também, que a Petrobrás e a Companhia Vale do Rio Doce se destacaram, por possuírem enormes reservas de recursos estratégicos, como petróleo e minério de ferro de Carajás, que cresce de importância tendo em vista a previsão de crescimento da população, que aumentará de 6,8 bilhões para 9 bilhões em 2050, conforme informou a mesma matéria. `Hoje a Petrobrás está em quarto lugar entre as 200 empresas mais importantes do Planeta. Então, por que seria retrocesso o governo dar à Petrobrás o controle do Pré-Sal, se foi ela quem investiu, correu todos os riscos e aquela rica região não tem mais risco nenhum?`, ponderou Siqueira.

José Carlos Moutinho (jornalista da AEPET)