quinta-feira, 4 de junho de 2009

A Vergonhosa História da OEA - PARTE 4 de 6




A quarta parte da matéria, na minha opinião, a mais interessante.


A EXPULSÃO E A TENTATIVA DE ISOLAMENTO

Em dezembro de 1961, o Conselho Permanente da OEA decidiu, a pedido da Colômbia, convocar a 8ª Reunião de Consulta de Ministros das Relações Exteriores para janeiro de 1962 (de 23 a 31), em Punta del Este, onde foram adotadas nove resoluções, quatro delas contra Cuba, mas a 4ª era a "jóia" da OEA, intitulada Exclusão do atual governo de Cuba de sua participação no Sistema Interamericano, que era a máxima aspiração ianque para deslegitimar no âmbito político e diplomático nossa Revolução. A resolução foi aprovada com 14 votos a favor (os Estados Unidos tiveram que comprovar o voto do Haiti para obter a maioria mínima), um contra — Cuba — e seis abstenções: Argentina, Brasil, Bolívia, Chile, Equador e México. As duas últimas nações expressaram que a expulsão de um Estado-membro não procedia, pois não existia uma reforma prévia da Carta da organização.

O presidente de Cuba nessa época, Osvaldo Dorticós, levantou a bandeira que tinha alçado antes, naquele mesmo cenário, o chanceler Roa e expressou: (...) Se o objetivo é que Cuba se submeta às determinações de um país poderoso, se o objetivo é que Cuba capitule, que renuncie às aspirações de bem-estar, progresso e paz que anima sua Revolução socialista e entregue sua soberania, se o que tentam é que Cuba rejeite países que têm demonstrado uma amizade sincera e respeito cabal; se o objetivo é escravizar um país que conquistou sua liberdade, depois de século e meio de sacrifícios, é bom saiberem de uma vez: "Cuba não capitulará. (...) Viemos aqui convencidos de que se tomaria uma decisão contra Cuba, mas isso não afetará o desenvolvimento da nossa Revolução. Viemos aqui para passar de acusados a acusadores, para acusar o culpado, que não é outro que os Estados Unidos. (...) A OEA é incompatível com a eliminação do latifúndio, com a nacionalização dos monopólios imperialistas, com a igualdade social, com o direito à educação, com a erradicação do analfabetismo (...) e nesse caso, Cuba não deve estar na OEA (...) Poderemos não estar na OEA, mas Cuba socialista estará na América, poderemos não estar na OEA, mas o governo imperialista dos EUA continuará contando a 90 milhas de suas costas com uma Cuba revolucionária e socialista (...)

Derrotados na Baía dos Porcos, em 1961, fracassados os planos da Operação Mangosta que levaram à Crise dos Mísseis em 1962, com o bloqueio econômico, comercial e financeiro já proclamado e com bandos terroristas combatendo nas montanhas do Escambray, aos Estados Unidos apenas restavam internacionalizar sua abjeta política, para o qual utilizou a 9ªReunião de Consulta de Ministros das Relações Exteriores, em Washington, em julho de 1964, mediante uma resolução inspirada no TIAR, que já tinha substituído a Carta da OEA, dispondo que os governos dos Estados Americanos rompessem relações diplomáticas ou consulares com o governo de Cuba. Apenas o México manteve uma posição digna e não acatou os desígnios do império.

A CARTA DEMOCRÁTICA E O FRACASSO DE UMA MÁ POLÍTICA

Precisamente, em 11 de setembro de 2001, quando desabava o World Trade Center em Nova Iorque, promulgou-se a Carta Democrática Interamericana, a mais recente e solapada manobra ianque contra a Ilha na OEA, que estabeleceu as regras que os países tinham a obrigação de cumprir para serem membros do bloco hemisférico. Antes não se podia ser marxista-leninista; agora havia que adotar como requisito a democracia representativa burguesa e o "Deus Mercado". No fundo, promovia-se, de forma similar, a exclusão de Cuba.

Contudo, a Revolução chegou ao século 21 vitoriosa do mais longo e cruento assédio que nenhum povo da história da humanidade conhecera. É um símbolo de que os poderes imperiais não são onímodos nem eternos. A nobreza e a vontade do nosso povo são reconhecidas em todo o planeta. A OEA havia fracassado rotundamente.

Cuba tem fluidas relações diplomáticas com todas as nações do hemisfério e foi aclamada no Grupo do Rio, porque nenhum povo do continente jamais nos excluiu . Nosso país não se amedrontou, não claudicou, não mudou um ápice sua decisão soberana, não negociou sua liberdade, sua independência e sua livre determinação. Não é uma posição até a morte, é um princípio, e foi ratificado pelo Chanceler da Dignidade, Raúl Roa, em agosto de 1959, ao dizer: (...) A Revolução Cubana não está à direita nem à esquerda de ninguém: está em frente de todos, com posição própria e inconfundível. Não é terceira, nem quarta, nem quinta posição. É nossa própria posição.

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