domingo, 17 de maio de 2009

Crise causa demissões na máquina de picaretagem midiática anticubana



Ironicamente, o aparato utilizado para falar dos “horrores do comunismo”, propagandear o “sonho americano” e exaltar as maravilhas da sociedade de consumo não ficou imune aos efeitos da crise do capitalismo.

Quem acompanha mais de perto a questão cubana já ouviu falar da TV e Rádio Martí, que são emissoras financiadas pelo governo dos Estados Unidos (com o dinheiro de seus contribuintes, é claro) para transmitir sinal para Cuba. Exatamente, caro leitor, uma rádio e um canal de televisão empreendendo 24 horas de guerra total contra o governo cubano. É óbvio que se trata de um crime, que viola leis internacionais, o que já foi denunciado inúmeras vezes por Cuba na ONU, sem resultado algum, para variar.
Ainda assim, o império seguiu com o seu bombardeio de propaganda contra-revolucionária, até que, tempos atrás, a ilha conseguiu emitir um sinal bloqueador que impede a propaganda de conteúdo barato de invadir o espectro magnético cubano. Não obstante, começou a ser utilizado um artifício para propagação do sinal ilegal no território de Cuba; aviões efetuando vôos clandestinos muito próximos ao país caribenho serviam como retransmissores do sinal televisivo. Não foram raras as vezes em que ocorreram invasões de espaço aéreo, e não é preciso dizer que a força aérea cubana teve de entrar em ação, para desespero da máfia cubana de Miami.

Uma tentativa de invasão (Baía dos Porcos) inúmeros atos de sabotagem, terrorismo (ataques químicos à plantações, bombas, atentados, mais de seiscentos planos de assassinar Fidel Castro) e anos de bloqueio econômico não foram capazes de acabar com a revolução, não seriam dezoito anos de uma televisão sem vergonha (e vinte e sete de rádio picareta)que conseguiriam tal intento.
Pois a crise, fenômeno natural do capitalismo, chegou à Radio e TV Martí: segundo o Knight Center for Journalism da Universidade do Texas ocorrerá um Downsizing (jargão corporativo para “botar pra rua”) de 20% na empresa, dos 160 empregados, 35 irão para o olho da rua.
Deixo para os leitores do Blog Na Práxis dois fragmentos - imperdíveis - do texto presente no blog do Knight Center:

“O proposta orçamentária de 32,4 milhões de dólares enviada ao Congresso pela Broadcasting Board of Governors, que distribui a programação americana no exterior em 60 línguas, reflete um corte de 7 por cento para as transmissões em Cuba, mas a agência está buscando mais apoio financeiro para transmitir em locais como o Afeganistão(...)”

“(...)Os críticos afirmam que as transmissões da Martí têm audiência pequena, e que a programação é tediosa, observa o Herald. Além disso, Havana constantemente interfere nos sinais. Uma pesquisa do governo dos Estados Unidos mostrou que menos de um por cento dos 1,2 mil cubanos entrevistados por telefone no ano passado tinham escutado a Rádio Martí na semana anterior. "Mas o mesmo relatório afirmou que cerca de metade dos cubanos recém-chegados nos Estados Unidos afirmou ter ouvido as transmissões nos últimos seis meses", acrescenta o jornal.”

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