Mostrando postagens com marcador Lenin. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Lenin. Mostrar todas as postagens

segunda-feira, 12 de março de 2012

Hoje na História: 1921 - Lenin instaura a Nova Política Econômica


Em 12 de março de 1921, Lenin surpreende os membros de seu partido ao anunciar a NEP – Nova Política Econômica.

Após a conquista do poder em outubro de 1917, Lenin teve de combater de uma só vez os partidários do czar deposto, os nacionalistas, os sociais-democratas, o Exército Branco e a intervenção militar de 13 países. Por isso, instaurou o que convencionou-se de comunismo de guerra.

Suprimindo a moeda e o comércio interior, impôs requisições in natura aos camponeses. A isto se seguiu uma aguda crise alimentar e uma queda sem precedentes da atividade econômica.

Em 28 de frevereiro de 1921, os marinheiros da cidadela de Kronstadt se revoltam em nome da democracia e do socialismo e são massacrados por tropas do Exército Vermelho sob ordens de Trotski.

Em seu relatório de março de 1921 ao 10º Congresso do Partido Comunista, Lenin reconhece: "os fatos estão aí. A Rússia está ameaçada pela fome. Todo o sistema do comunismo de guerra entrou em colisão com os interesses do campesinato (...) Nós não avançamos muito na nacionalização do comércio e da indústria, no congelamento das trocas locais. É possível restabelecer em certa medida a liberdade do comércio? Sim, é possível. É uma questão de medida. Podemos dar um passo atrás sem destruir por isso a ditadura do proletariado".

Com a oposição de Trotski, Lenin consegue apoio político para dar um pouco de liberdade aos camponeses, aos comerciantes e aos pequenos empresários. Em 16 de março, o Congresso aprova o relatório de Lenin.

O Estado permanece proprietário da terra e dos meios de produção, mantém o controle dos bancos, dos transportes e do comércio exterior e reagrupa as grandes indústrias nacionalizadas no seio dos seus conglomerados sistematicamente favorecidos pelos investimentos públicos.

Ao lado desse setor estatal, a NEP autorizou a abertura de um setor privado, restabelecendo a liberdade do comércio interior. Os camponeses foram os primeiros beneficiários da reforma. O fim das requisições e a reforma tributária no sentido de um único imposto anual in natura os encorajaram a vender o excedente.

De resto, um código agrário editado no ano seguinte permitiu às comunas rurais redistribuir as terras e determinar o modo de exploração que otimizasse o rendimento.

Ao desejar melhorar as condições de vida da população, a indústria pesada à indústria ligeira. Em 17 de julho de 1921, as empresas com menos de vinte trabalhadores são desnacionalizadas. Os revolucionários chegam a apelar aos capitalistas, instaurando em 13 de março de 1922 sociedades de capital misto.

Um pouco mais tarde, o próprio setor público renuncia à igualdade dos salários nas grandes fábricas e restaura uma hierarquia baseada na competência. Ao restaurar parcialmente a economia de mercado, a NEP iria consolidar o poder leninista. Seu êxito seria espetacular.

Camponeses, comerciantes e pequenos empresários retomam gosto ao trabalho e ao intercâmbio. O desemprego é reabsorvido. Além do mais, os comunistas russos ganham a confiança dos capitalistas norte-americanos. Capital e tecnologia ocidental são investidos na «pátria do comunismo real» para construir e reformar a infra-estrutura.

Em 1926, a produção industrial já ultrapassava em 8% o nível anterior à Primeira Grande Guerra. A produção agrícola recuperaria esse nível em 1928. Muitos dirigentes, entre os quais Trotski, passaram a temer que a NEP, em virtude de seu sucesso, favorecesse o surgimento nas cidades e no campo de uma nova burguesia capaz de derrocar o regime comunista.

É verdade que os kulaks, apelido dado aos camponeses ricos, representavam apenas um quarto da população agrícola. Na cidade, os nepmen, empresários que souberam tirar partido da NEP, poderiam minar os fundamentos da ditadura do proletariado.

Stalin, ao ser conduzido à liderança do partido, diante do quadro político que se desenhava na Europa, passa a defender o rápido crescimento industrial do país. Lança em 1º de outubro de 1928 o primeiro Plano Quinquenal (1928-1933) para tentar aproximar-se definitivamente dos países capitalistas.

O plano previa o predomínio do Estado sobre todas as atividades econômicas, inclusive a agricultura. As terras deveriam ser colonizadas sob a forma de cooperativas gigantes, os kolkhozes, e de grandes fazendas modelos, os sovkhozes. Em 6 de janeiro de 1930, um decreto oficializa o fim da NEP.

A coletivização forçada, com o objetivo de garantir a alimentação dos grandes contingentes de trabalhadores industriais, provocou a resistência de boa parte do campesinato, levando a uma abrupta baixa de produção e em consequência uma terrível crise alimentar.

Para quem quiser saber mais acerca da elaboração do líder bolchevique, o Blog Na Praxis recomenda o diretório dele no sítio Marxists:

http://marxists.org/portugues/lenin/index.htm 

sexta-feira, 25 de março de 2011

Última descendente de Lenin morre em Moscou



Olga Ulyanova, sobrinha e última descendente de Lenin, morreu em Moscou nesta sexta-feira, aos 89 anos, informou o governador da região natal do líder bolchevique, Ulyanovsk, em um comunicado.
Ulyanova, que nasceu em 1922, dois anos antes da morte do tio famoso, era a última descendente direta da família Ulyanov, sobrenome real do líder comunista, segundo o governador Sergei Morozov, que não revelou a causa do falecimento.
Ela era filha de Dmitri, irmão caçula de Lenin, um médico que compartilhava seus ideiais revolucionários e ocupou altos cargos no ministério da Saúde soviético depois de 1917. Ele nasceu em 1874 e morreu em 1943.
Ulyanova estudou química na Universidade Estatal de Moscou e foi professora nesta mesma instituição, segundo Morozov. Ela publicou diversos livros e mais de 150 artigos sobre Lenin e seus parentes.
Como última representante da família, ela sempre combateu as várias iniciativas para retirar o corpo embalsamado de seu tio do mausoléu da Praça Vermelha, na capital russa.

"Sou categoricamente contrária ao enterro de Vladimir Ilyich Lenin. Não há nenhuma base para que isto seja feito", escreveu Ulyanova ao jornal Pravda em janeiro, argumentando que seu corpo é mantido no mausoléu na mesma profundidade exigida pela tradição russa para os sepultamentos.

Com informações de AFP


Quem quer conhecer a história desse grande dirigente revolucionário pode começar pela obra "Lenin: Coração e Mente, de Tarso e Adelmo Genro".

Na Livraria Cultura está por R$ 12,00
Na Estante Virtual, fora o frete, está por R$ 7,11

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Cidade francesa ergue estátua em bronze de Lênin e irrita direita


Uma estátua de Lênin, em bronze, com 850 quilos e mais de três metros de altura, foi uma das primeiras cinco estátuas a ser colocada, dia 18, na Praça do Século 20, na cidade de Montpellier, Sudeste de França. A praça será inaugurada em 17 de setembro.
Além de Lênin, haverás estátuas em homenagem ao socialista francês Jean Jaurès e aos ex-presidentes Franklin D. Roosvelt (EUA) e Charles de Gaulle (França), além do ex-primeiro-ministro britânico Winston Churchill. Mas foi a presença do revolucionário russo que suscitou de imediato reações negativas da direita francesa — e até de setores supostamente da “esquerda”.

O presidente da região Languedoc-Roussillon, George Frêche, de quem partiu a iniciativa de consagrar um espaço público a figuras que marcaram o século 20, não se intimidou com as críticas. Em vez disso, rejubilou vendo na polêmica a garantia de que “a praça se tornará conhecida em toda a França”.

Quanto ao conteúdo dos ataques indignados vindos da direita sarkoziana (UMP), bem como dos Verdes que ameaçaram derrubar a estátua do fundador da União Soviética, este antigo dirigente socialista, expulso do partido em 2007 por comentários racistas, declarou: “Aquilo que dizem pessoas que não conhecem nada de história e confundem moral com política pouco me interessa.”

E acrescentou: “Em Lênin encontramos dois momentos luminosos: a Revolução de Outubro de 1917 e a descolonização, uma vez que 1917 mudou a face do mundo. Sem 1917, não haveria a descolonização de África, da Índia, da China e, de forma geral, do chamado mundo em vias de desenvolvimento”.

A ideia de colocar um monumento a Lênin nas ruas de Montpellier, cidade de que foi presidente de câmara entre 1977 e 2004, ocorreu a George Frêche no início de 2008, quando descobriu uma estátua do líder soviético nas ruas da cidade norte-americana de Seatlle, cujos proprietários pretendiam vender. Apesar de não se ter concretizado, devido ao alto preço exigido (mais de 200 mil euros) a que acresciam despesas de transporte, o projeto não foi abandonado e evoluiu para uma praça onde deverão caber 15 figuras do século passado.

Até ao final de 2011, o escultor François Cacheux deverá ter pronta uma segunda série de cinco estátuas, onde se incluem representações de Gandhi, Nelson Mandela, Golda Meier, Gamal Abdel Nasser e Mao Tsetung — nome que também já começou a ser contestado pelos direitistas franceses.

Frêche confessou o seu desejo de incluir a figura de Stálin neste panteão do século 20, mas viu-se obrigado a recuar: “A opinião pública não está ainda preparada para Stálin. Escolhê-lo seria interpretado como uma provocação da minha parte”, diz ele. “No entanto, também ele mudou o curso da história com a vitória em Stalingrado contra os alemães. Neste sentido, é um grande homem.”

Reproduzido do Vermelho e foto retirada do Daily Telegraph

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Hoje: 140 anos de Lênin


Em 16 de abril de 1917, Vladímir Lenin (ou Lênin), líder da facção bolchevique do Partido Social-Democrata Russo, retorna a Petrogrado após uma década de permanência no exílio para assumir as rédeas da revolução russa. Um mês antes, o czar Nicolau II havia sido tirado do poder quando tropas do exército russo juntaram-se a uma revolta dos trabalhadores em Petrogrado (hoje São Petersburgo), a capital russa.

Por Max Altamn, para o Opera Mundi

Nascido Vladímir Ilhitch Uliánov em 1870, Lenin foi atraído para a causa revolucionária após a execução de seu irmão em 1887 acusado de participar da conspiração para assassinar o czar Alexandre III. Estudou direito e exerceu a profissão em Petrogrado (à época São. Petersburgo), onde se juntou aos círculos revolucionários marxistas. Em 1895, ajudou a organizar grupos marxistas em torno de uma entidade denominada “União para a Luta pela Libertação da Classe Operária” na tentativa de recrutar trabalhadores para a causa marxista. Em dezembro de 1895, Lenin e outros dirigentes da União foram presos. Lenin ficou preso por um ano e depois enviado à Sibéria onde permaneceu preso por mais três anos.

Terminado o exílio, em 1900, Lenin viajou à Europa Ocidental onde prosseguiu em suas atividades revolucionárias. Foi nesse período que adotou o pseudônimo Lenin. Em 1902, publicou um panfleto intitulado “O Que Fazer?”, em que defende que somente um partido disciplinado, formado por revolucionários profissionais, poderia trazer o socialismo à Rússia. Em 1903, encontrou-se com outros marxistas russos em Londres, quando criaram o Partido Social-Democrático dos Trabalhadores Russos. Entretanto, desde o nascedouro havia uma cisão entre os bolcheviques (majoritários) de Lenin que defendiam a ação revolucionária ativa e os Mencheviques que defendiam um movimento reformista em direção ao socialismo. Esses dois grupos permaneciam no mesmo partido porém em crescente confrontação até que em 1912, Lênin proclama um racha definitivo, criando o Partido Bolchevique.


Após a eclosão da revolução de janeiro de 1905, Lenin retornou à Rússia. A revolução que consistia principalmente de greves que estouravam em muitos lugares do império russo, chegou ao fim quando Nicolau II prometeu reformas, inclusive a adoção de uma constituição e o estabelecimento de um parlamento eleito pelo povo. Porém, uma vez restaurada a ordem, o czar anulou a maioria dessas reformas e em 1907 Lenin teve de novo de voltar ao exílio.

Lenin opôs-se à Primeira Guerra Mundial, que começou em 1914, afirmando que se tratava de um conflito entre potências imperialistas, conclamando os soldados filhos do proletariado a voltar suas armas contra os líderes capitalistas que os estavam enviando como carne de canhão para morrer nas trincheiras. Para a Rússia, esta guerra se constituía num desastre sem precedentes: as baixas russas eram maiores do que qualquer outra nação em qualquer das guerras anteriores. Enquanto isso, a economia encontrava-se totalmente destroçada em virtude do custo do esforço de guerra. Em fevereiro de 1917, distúrbios e greves eclodiram em Petrogrado devido à escassez de alimentos. As desmoralizadas tropas uniram-se aos grevistas e em 15 daquele mês o czar abdicou, pondo fim a séculos de governo czarista. Como consequência da Revolução de Fevereiro, o poder foi dividido entre o ineficaz Governo Provisório de Kerensky e os sovietes, conselhos de soldados e operários.

Após a irrupção da Revolução de Fevereiro, as autoridades alemãs permitiram que Lenin e seus auxiliares diretos atravessassem a Alemanha a caminho da Suíça para a Suécia em um vagão férreo blindado. Berlim esperava que o retorno dos socialistas anti-guerra à Rússia solapasse o esforço de guerra russo, que prosseguia sob a administração do governo provisório. A Rússia que participava da Tríplice Entente com Reino Unido e França era inimiga da Alemanha, esta aliada à Itália e ao Império Austro-Húngaro, na Primeira Guerra Mundial. Lenin conclamava pela derrubada do governo de Kerensky pelos sovietes, sendo por isso acoimado de “agente alemão” pelos dirigentes governamentais. Em julho viu-se obrigado a fugir para a Finlândia, porém seu lema por “paz, terra e pão” passa a ter um crescente apoio popular e os bolcheviques passam a ter maioria no soviete de Petrogrado. No começo de outubro, Lenin regressa secretamente a Petrogrado para no final do mês comandar a tomada do Palácio de Inverno pelos guardas vermelhos e a consequente derrubada do governo provisório. Com o triunfo da Revolução de Outubro, Lenin e seu Partido Bolchevique assumem o poder.

Lenin tornou-se o chefe indiscutível do primeiro Estado proletário da História. Seu governo assinou a paz com a Alemanha, nacionalizou a indústria e distribuiu a terra. Mas, no começo de 1918, teve de enfrentar uma devastadora guerra civil contra o Exército Branco partidário do czarismo e contra tropas de 13 nações ocidentais. Em 1920, todas essas forces estavam derrotadas pelo Exército Vermelho e em 1922 era criada a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas. Após a morte de Lenin, no começo de 1924, seu corpo foi embalsamado e colocado num mausoleu perto do Kremlin. Petrogrado trocou de nome para Leningrado em sua homenagem. Depois de uma luta intestina pela sua sucessão, Joseph Stalin sucedeu-o como chefe da União Soviética. 


Original em Vermelho