Por Emir Sader
Heloisa Helena havia feito campanha contra o aborto, embora presidente de um partido que havia se pronunciado a favor. Ao mesmo tempo, ela afirmou que preferia seus 10 minutos na TV Globo do que não renovar a concessão do canal de televisão privado venezuelano feito por Hugo Chavez.
Sabia-se, pelo seu próprio estilo – revelado claramente na campanha eleitoral de 2006 -, que ela atua individualmente e não como dirigente de um coletivo partidário. Recentemente ela questionou o resultado da consulta interna feita para indicar o candidato à presidência. Ela preferia que o PSOL apoiasse Marina, mas rapidamente se revelou, nas negociações, como não havia identidade ideológica e política mínima entre o partido e a candidatura da Marina.
Heloisa Helena tinha afirmado que não faria campanha nas eleições para o vencedor da consulta – Plinio de Arruda Sampaio. Mais recentemente, reafirmou que apóia Marina nas eleições presidenciais, contrariando frontalmente a posição formalmente adotada pelo PSOL. Plinio pediu que ela seja removida da direção do PSOL, pelas posições que tem tomado.
Heloisa Helena disse também que “já entregou sua cota” e que agora se dedicaria ao povo do Alagoas – isto é, à sua candidatura ao Senado. Acrescentou que teria sido usada pelo partido na campanha presidencial.
Uma atitude absolutamente individualista, coerente com o seu comportamento na campanha presidencial, que privilegia sua campanha, que lhe garanta um mandato, independentemente do desempenho do seu partido. Já na campanha para vereadora, Heloisa Helena havia dito que o companheiro de bancada do mesmo partido tinha sido eleito sem mérito, pelos votos dela, que não merecia ter um mandato.
Não será de surpreender se ela fizer a campanha da Marina e, finalmente, se eleita, sair definitivamente do PSOL e se vincular ao PV ou a algum outro partido, ou, se não eleita, se retirar da política.
Uma triste sina de quem pretendia encarnar uma perspectiva mais radical do que o PT e construir um partido com essa perspectiva. Hoje falta ao respeito com o seu partido e com Plinio de Arruda Sampaio e toda sua trajetória de lutas na esquerda brasileira.
Sabia-se, pelo seu próprio estilo – revelado claramente na campanha eleitoral de 2006 -, que ela atua individualmente e não como dirigente de um coletivo partidário. Recentemente ela questionou o resultado da consulta interna feita para indicar o candidato à presidência. Ela preferia que o PSOL apoiasse Marina, mas rapidamente se revelou, nas negociações, como não havia identidade ideológica e política mínima entre o partido e a candidatura da Marina.
Heloisa Helena tinha afirmado que não faria campanha nas eleições para o vencedor da consulta – Plinio de Arruda Sampaio. Mais recentemente, reafirmou que apóia Marina nas eleições presidenciais, contrariando frontalmente a posição formalmente adotada pelo PSOL. Plinio pediu que ela seja removida da direção do PSOL, pelas posições que tem tomado.
Heloisa Helena disse também que “já entregou sua cota” e que agora se dedicaria ao povo do Alagoas – isto é, à sua candidatura ao Senado. Acrescentou que teria sido usada pelo partido na campanha presidencial.
Uma atitude absolutamente individualista, coerente com o seu comportamento na campanha presidencial, que privilegia sua campanha, que lhe garanta um mandato, independentemente do desempenho do seu partido. Já na campanha para vereadora, Heloisa Helena havia dito que o companheiro de bancada do mesmo partido tinha sido eleito sem mérito, pelos votos dela, que não merecia ter um mandato.
Não será de surpreender se ela fizer a campanha da Marina e, finalmente, se eleita, sair definitivamente do PSOL e se vincular ao PV ou a algum outro partido, ou, se não eleita, se retirar da política.
Uma triste sina de quem pretendia encarnar uma perspectiva mais radical do que o PT e construir um partido com essa perspectiva. Hoje falta ao respeito com o seu partido e com Plinio de Arruda Sampaio e toda sua trajetória de lutas na esquerda brasileira.
Publicado em Carta Maior e replicado pelo Blog do Miro
O que eu acho que o sader, em suas analises erra, é quando ele trata a verdadeira esquerda como direita.Ou seja não reconhece a "endireitada do pt".
ResponderExcluirMas dessa vez sader só não respeitou o PSOL e Plinio como foi coerente em relação ao tema HH...
Carta aberta ao Emir Sader sobre Heloísa Helena: A triste sina de Emir Sader.
ResponderExcluirHeloísa Helena, ao contrário de inúmeros ex-líderes petistas, é a única que construiu um partido.
Se o projeto de Heloísa fosse indivivualista, ela teria permanecido no PT, uma fabulosa máquina de poder a qualquer custo, sejam via mensalões, destruição da natureza (vide Belo Monte), alianças espúrias com as forças mais conservadoras do Brasil (Sarney, Collor, Renan, Arruda), cooptação dos movimentos sociais.
O projeto de Heloísa Helena é tão coletivo e superior que ela se negou a aceitar as benesses oferecidas pelo Lula e sua política corrupta. Credenciais políticas nunca faltaram à Heloísa Helena para se beneficiar individualmente, pois foi tanto líder do PT nos governos de FHC, quanto do Lula.
O projeto de Heloísa Helena é tão coletivo que ela seguiu decisão da Direção do PSOL para negociar com Marina Silva. Portanto, Emir Sader, ou você está mal-informado ou você está de má-fé. Como todos os intelectuais de verdade que o PT tinha acordaram até o mensalão do Lula, infelizmente você age de má-fé.
Como militante do PT, você poderia usar sua astúcia para nos explicar toda a política de conciliação de classes que o PT opera. Como explicar que valores astronômicos em todos os orçamentos do Lula são transferidos para os banqueiros e rentistas? Como explicar a recorrência de modelo de desenvolvimentismo que privilegia grandes contrutoras associadas ao grande capital? Como explicar as alianças espúrias que o PT faz com as forças mais conservadoras do país? Como explicar que o Brasil volta a ter nos bens primários a maior parte de nossas exportações? Como explicar o apoio ao latifúndio em detrimento do pequeno produtor e da reforma agrária?
Emir, é sempre mais fácil maldizer os outros do que explicar os fatos que envolvem o PT.
Marcello Barra é administrador (USP) e mestre em Sociologia (UnB). É pesquisador do grupo "Ciência, Tecnologia e Educação na Contemporaneidade", da UnB.
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