domingo, 15 de novembro de 2009

Embargo a Cuba: Até tu, Mozilla ?




Em 25 de maio deste ano, este Blog foi um dos primeiros meios a denunciar que a Microsoft Corporation resolveu bloquear até o MSN para Cuba.

O Google, também rendeu-se ao bloqueio imposto pelos EUA e impede o acesso a várias de suas ferramentas gratuitas para os internautas cubanos, entre elas o conhecido Google Earth, que permite navegarmos pelo globo terrestre através de fotos por satélite.

Há milhares de sites aos quais não se pode ter acesso de Cuba.
Bom, esses fatos, que descaradamente constituem uma tremenda hostilidade à uma nação, já eram meio que esperados, afinal, são corporações privadas estadunidenses, que comercializam uma série de produtos e abertamente visam o lucro.
Embora seja uma tremenda burrice - pois Cuba também poderia ser mercado para elas- estas empresas não querem problemas com o governo dos Estados Unidos e acabam enquadrando-se.


Agora, a minha surpresa é a Mozilla Corporation entrando neste embalo.
O Mozilla Firefox é um dos símbolos da internet 2.0, é considerado como uma grande alternativa, cheia de liberdade, ao navegador Internet Explorer da monopolista Microsoft.
Seu desenvolvimento é construído por milhares de desenvolvedores mundo a fora, é um dos principais exemplos do sucesso do trabalho colaborativo em rede.

Há poucos dias, a Mozilla abriu um concurso para desenvolvimento de novas ferramentas (extensões, ou "Add-ons")de navegação para telefone celular, com direito a premiação e tudo.
No item número "4" do regulamento, a empresa (que não se diz uma companhia tradicional, mas sim uma "comunidade global") deixa claro que é vetada a participação de internautas residentes em Cuba.
A medida também afeta Coreia do Norte, Sudão, Síria, Mianmar, Irã e também o estado canadense do Quebec.
Segundo o próprio regulamento, esta vigora por conta da "Lei".

Ou a Mozilla estende a lei americana ao resto do mundo, ou esta corporação, por conta de estar sediada no estado da Califórnia, procede sim como uma "companhia tradicional". 
Na minha opinião se trata das duas coisas...

Resta saber se, daqui a pouco,  a utilização do navegador Firefox será, ou não,  bloqueada para Cuba.


Na Práxis com informações de Cubadebate.



7 comentários:

  1. Camarada, excelente postagem. Revela mais um pouco do que se passa, de fato, com a internet em Cuba.
    Tomei a liberdade de copias a postagem (indicando a fonte, claro) no meu blog.

    Saudações Revolucionárias.

    Robson Luiz Ceron

    ResponderExcluir
  2. Acho dificil bloquear o firefox, ele é de código aberto, se bloquearem os cubanos vão lá e fazem uma modificação dele.

    ResponderExcluir
  3. nem eh pretencao deles bloquear programas de codigo aberto.
    o que estao fazendo eh restringir alguns paises de participar do concurso! Isso por culpa dos embargos estadunidense a todos estes paises.
    Uma falta de vergonha. A estas alturas?!!?

    ResponderExcluir
  4. Programas de código aberto mantidos por empresas dos EUA são privados aos cubanos sim! Inclussive o google wave que supostamente tem o codigo aberto.

    ResponderExcluir
  5. Seu Blog está cada vez melhor, Chico.

    Acho que se os códigos são abertos os cubanos podem mudá-los, não?

    Beijos

    ResponderExcluir
  6. Prezados,

    Repito abaixo o comentário que publiquei no Vermelho, que foi onde eu vi a cópia desse artigo, e acrescento mais umas coisinhas.

    É bom diferenciarmos uma coisa aqui. O Firefox é um software livre. Portanto ele pode ser livremente alterado e disponibilizado, sem nenhum tipo de restrição. Portanto, o seu uso NÃO pode ser bloqueado em Cuba. Uma das premissas do software livre é que ele pode ser livremente utilizado, sem nenhum tipo de restrição. Se for restrito ele ou não é software livre ou está infringindo a licença.

    Entretanto a Mozilla, sua mantenedora, é uma fundação (com cara de empresa). Ela pode definir as regras que quiser para seus concursos. Mesmo porque, pelo regulamento, é um concurso pra produzir extensões de CÓDIGO ABERTO. Lá não explicita que elas devam ser LIVRES. E existe uma diferença GRANDE entre software de código aberto e software livre.

    Dessa forma, o que a Mozilla está fazendo não é ilegal. Mas é eticamente abominável. Especialmente porque muito da fama que a Mozilla tem vem da comunidade de software livre. Portanto, ela deveria, minimamente, ser coerente e fazer jus a essa fama.

    Ainda bem que existem outros navegadores livre, como o Konqueror e o Epiphany. Além disso, pode-se pegar o código do Firefox e criar outros softwares derivados, uma vez que é software livre. A própria Debian fez isso ao criar o Iceweasel, por problemas de contrato com a marca Firefox.

    Mas é fundamental ficarmos de olho em outras coisas também, mais sutis. Por exemplo, esse blog, Na Práxis, está hospedado no Blogger, que é da Google. Diante da sua proposta contra-hegemônica, seria bem mais interessante que ele ficasse na hospedagem http://wordpress.com, que também é gratuita e baseada no software livre WordPress. Pode parecer um detalhe pequeno, mas é muito significativo do ponto de vista da adoção dos softwares livres.

    Um abraço e até mais.

    ResponderExcluir
  7. Prezados,

    Repito abaixo o comentário que publiquei no Vermelho, que foi onde eu vi a cópia desse artigo, e acrescento mais umas coisinhas.

    É bom diferenciarmos uma coisa aqui. O Firefox é um software livre. Portanto ele pode ser livremente alterado e disponibilizado, sem nenhum tipo de restrição. Portanto, o seu uso NÃO pode ser bloqueado em Cuba. Uma das premissas do software livre é que ele pode ser livremente utilizado, sem nenhum tipo de restrição. Se for restrito ele ou não é software livre ou está infringindo a licença.

    Entretanto a Mozilla, sua mantenedora, é uma fundação (com cara de empresa). Ela pode definir as regras que quiser para seus concursos. Mesmo porque, pelo regulamento, é um concurso pra produzir extensões de CÓDIGO ABERTO. Lá não explicita que elas devam ser LIVRES. E existe uma diferença GRANDE entre software de código aberto e software livre.

    Dessa forma, o que a Mozilla está fazendo não é ilegal. Mas é eticamente abominável. Especialmente porque muito da fama que a Mozilla tem vem da comunidade de software livre. Portanto, ela deveria, minimamente, ser coerente e fazer jus a essa fama.

    Ainda bem que existem outros navegadores livre, como o Konqueror e o Epiphany. Além disso, pode-se pegar o código do Firefox e criar outros softwares derivados, uma vez que é software livre. A própria Debian fez isso ao criar o Iceweasel, por problemas de contrato com a marca Firefox.

    Mas é fundamental ficarmos de olho em outras coisas também, mais sutis. Por exemplo, esse blog, Na Práxis, está hospedado no Blogger, que é da Google. Diante da sua proposta contra-hegemônica, seria bem mais interessante que ele ficasse na hospedagem http://wordpress.com, que também é gratuita e baseada no software livre WordPress. Pode parecer um detalhe pequeno, mas é muito significativo do ponto de vista da adoção dos softwares livres.

    Um abraço e até mais.

    ResponderExcluir