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segunda-feira, 6 de junho de 2011

Humala vence eleição presidencial peruana



Em uma praça do centro de Lima, diante de milhares de simpatizantes, o candidato nacionalista Ollanta Humala se declarou vencedor do segundo turno da eleição presidencial peruana realizada neste domingo (05/06). Com 93,548% dos votos apurados, Humala tem vantagem de 2,73% sobre sua rival, Keiko Fujimori, informou o ONPE (Escritório Nacional de Processos Eleitorais), citado pela imprensa local.

"Os resultados divulgados, as contagens rápidas nos fazem ver que tivemos êxito e que ganhamos as eleições no Peru", disse Humala. No discurso, ele prometeu que continuará com o crescimento econômico e disse que "este crescimento será o grande motor do desenvolvimento social do país", ao mesmo tempo que defendeu um governo de conciliação nacional.

Humala afirmou ainda que pretende formar uma equipe de governo integrada pelos melhores quadros técnicos e intelectuais. "Sem que ninguém se sinta excluído", disse. De acordo com ele, sua gestão será baseada em uma economia aberta e de mercado visando ao fortalecimento interno.

"Vamos fazer uma transformação da agricultura e da indústria para gerar mais empregos, para que tenha mais dinheiro no país", afirmou Humala.

Com informações de Opera Mundi

domingo, 5 de junho de 2011

Atenção: Ollanta Humala está na frente nas apurações peruanas!!!


Uma contagem rápida realizada pela empresa Ipsos-Apoio e que leva em conta 1,3 mil mesas eleitorais, equivalentes a 250 mil eleitores, confirma a vitória de Ollanta Humala sobre Keiko Fujimori nas eleições presidenciais peruanas deste domingo.

Esta contagem rápida, que está quase concluída (em 91,2%), aponta uma vantagem de 3 pontos percentuais para Humala: 51,5% contra 48,5% de votos para seu rival. A amostra representativa de colégios eleitorais é mais confiável que as pesquisas prévias de boca de urna porque considera o voto dos 750 mil peruanos residentes no exterior, segundo explicou o diretor de Ipsos-Apoio, Alfredo Torres.

Isto explicaria, segundo Torres, que a vantagem de 5 pontos para Humala que deram as pesquisas de boca de urna tenha reduzido, já que no exterior o apoio foi majoritário para a candidata Fujimori. Em todo caso, Torres explicou que se a diferença na contagem rápida era superior a 1% para qualquer dos candidatos, podia dar-se a vitória como segura.

A vantagem de Humala tem uma notória exceção: a cidade de Lima e sua província, onde Fujimori obteve uma porcentagem próxima a 60% de apoios, vantagem que se reverte no caso das províncias do centro e o sul, enquanto no norte do país a situação parece ser de empate.

Com informações de BBC

sábado, 20 de junho de 2009

Peru: Cai Yehude Simon




Um dos responsáveis pelo massacre de indígenas ocorrido nos últimos dias renuncia ao cargo de primeiro-ministro.
A notícia é de ANNCOL (Agência de Notícias Nova Colômbia):
Após mobilizações, presidente encaminha ao Congresso pedido de anulação das leis; primeiro-ministro Yehude Simon renuncia:
Após dois meses de greve e mobilizações e um confronto entre indígenas e policiais que deixou, no dia 5, pelo menos 50 mortos, o governo do presidente peruano Alan García teve de engolir a derrota.

Dez dias depois do massacre, o primeiro-ministro do país, Yehude Simon, reuniu-se com lideranças indígenas e assinou um documento em que se compromete a anular os nove decretos rechaçados pelos indígenas da Amazônia peruana. Eles afirmam que as leis legalizam a exploração de suas terras pelas transnacionais, preparando a região para o Tratado de Livre Comércio (TLC) com os Estados Unidos.

No dia seguinte, Simon encaminhou ao Congresso Nacional uma proposta de anulação e anunciou sua renúncia para as próximas semanas. "Eu vou sair de qualquer forma na hora que tudo tiver acalmado, que deve ser nas próximas semanas", declarou à imprensa.Daysi Zapata, a nova presidente da Associação Interétnica de Desenvolvimento da Selva Peruana (Aidesep), que substituiu Alberto Pizango – procurado pela Justiça e asilado político na Nicarágua – qualificou de "tardia" a decisão e reiterou a desconfiança em relação ao governo, afirmando que somente após se oficializar a anulação das leis é que a entidade irá se pronunciar sobre a abertura do diálogo com o governo.
"Os povos já estão cansados de promessas, queremos ver realidades", afirmou. A dirigente ainda relembrou as vidas perdidas no massacre: "Tantas vidas tinham que ser perdidas para que o governo se desse conta de que as leis eram ruins?"
Protestos
Os decretos foram editados em junho de 2008, ocasião em que os movimentos sociais fizeram uma série de protestos. Porém, eles os interromperam após a promessa de abertura de diálogo com o governo García. Ignorados e frustrados, eles retomaram a mobilização no dia 8 de abril.O movimento cresceu ainda mais após o confronto do dia 5. Os indígenas mantiveram as ações e ganharam mais apoio, tanto de entidades indígenas, como urbanas, além da sociedade. Em Lima, uma passeata reuniu 30 mil pessoas no dia 11. Foram realizados novos bloqueios de rodovias e até a tomada de um aeroporto, na cidade andina de Andahuaylas, além de novas greves em cidades amazônicas. Uma greve geral foi chamada para os dias 7 a 9 de julho e pedidos da renúncia presidencial começaram a ser ouvidos. Ao desgaste atual, somou-se o já existente em relação ao governo da Alianza Popular Revolucionaria Americana, o partido de García. Pesquisa feita em maio apontou níveis de popularidade de 30% apenas.

Suspensão

Cinco dias antes da reunião com o primeiro-ministro, o Congresso havia votado a suspensão temporária dos decretos por 90 dias, o que foi visto por alguns como uma tentativa de manobra. Durante cinco horas, governistas e oposição, esta última encabeçada pelo Partido Nacionalista (PN), trocaram acusações. Os primeiros acusaram os nacionalistas de "manipular os indígenas", de "promover a violência" e "desestabilizar a democracia"; a oposição afirmou que o atual governo ignora os direitos dos povos originários em favorecimento das transnacionais, exigiu a formação de uma comissão investigadora independente para determinar as responsabilidades pelos acontecimentos do dia 5, além de pedir a anulação dos decretos.A suspensão foi aprovada por 57 votos a 47, mas os congressistas do PN seguiram protestando, pois queriam a anulação completa do pacote de leis, com o argumento de que uma comissão do Congresso as havia considerado inconstitucionais.

Neoliberais em xeque
Ainda que vista como um início de recuo, os movimentos não se contentaram com a suspensão. Para o pesquisador e escritor peruano Róger Rumrrill, "a suspensão das leis, ao invés da anulação, é uma manobra do governo para desmobilizar os indígenas e continuar tentando impor os decretos. Mas os indígenas não vão cair nessa armadilha. Essas leis são parte essencial do projeto neoliberal e autoritário desse governo. Os indígenas apareceram para questionar esse projeto e por isso são reprimidos e satanizados pelo governo".Com a continuidade dos protestos e a promessa de outros, a saída de García foi recuar, mesmo tendo dito, um dia antes, que não anularia as leis e que, se necessário, aumentaria a repressão. "Com a anulação dessas leis, a tensão social seguramente diminuirá, mas o conflito não se soluciona. Essa anulação é somente o ponto de partida para o início de um diálogo que deve ocorrer não apenas entre governo e movimentos indígenas, mas com todas forças sociais. Esta crise revelou os limites do modelo econômico neoliberal e do sistema político, que já não dá mais, e devemos fazer um debate nacional sobre isso", disse o sociólogo Eduardo Toche, pesquisador do Centro de Estudos e Promoção
do Desenvolvimento.